Num mundo de conflitos e violência diária, no
qual o homem a cada dia se revela seu pior predador, o Natal se apresenta como
um tempo de trégua, o armistício tão desejado num momento de guerra. Mesmo que
apenas uma vez ao longo dos dias que compõem o ano, algumas pessoas conseguem
parar e refletir sobre suas vidas embaladas no clima natalino de paz e
fraternidade.
Salomão com a sua
sabedoria afirmou que tudo tem seu tempo. E é nesse tempo que podemos
desacelerar, reduzir a velocidade dos nossos dias tão conturbados em busca, às
vezes, de objetivos irreais e inalcançáveis,
e fitar nossos olhos em outras paragens. No Natal devemos mudar de
janela! É a oportunidade de enxergarmos
o mundo sob uma outra óptica, uma outra visão, a visão de Cristo.
Para nós, o Natal é a promessa renovada, a esperança reacendida da
presença encarnada de Deus entre nós. O advento é o momento de espera da vinda
do Salvador do mundo, aquele que transformou as estruturas e conceitos, aquele
que mudou de forma radical a nossa percepção da vida e da nossa existência, um
marco, um divisor de águas. Jesus
deixou para todos nós uma mensagem indelével nos nossos corações; uma
alternativa possível à nossa experiência de vida limitada e pobre espiritualmente.
O apóstolo Paulo percebe a dimensão do que Deus reservou para nós e nos anima
na sua carta aos Coríntios (2:9):
“Nem olhos viram,
nem ouvidos ouviram, nem penetraram o coração do homem aquilo que Deus preparou
para os que o amam”
Com Cristo aprendemos que a
alegria do Natal não é efêmera, pois a sua presença entre nós é real e
constante. A alegria do Cristão extrapola limites do calendário e se estende no
seu dia-a-dia. Não apenas no Natal, mas todos os dias do ano são
oportunidades para exercermos a nossa solidariedade, esse gesto tão significativo que consolida o nosso amor ao próximo, e nos alegrarmos no Senhor.
oportunidades para exercermos a nossa solidariedade, esse gesto tão significativo que consolida o nosso amor ao próximo, e nos alegrarmos no Senhor.
A mensagem do Natal pode
ser traduzida em amar a Deus com a toda a expressão das nossas emoções e
sensações sem deixar, porém, a nossa razão alienada e sem excluir a nossa
vontade e percepção da realidade; e estender as nossas mãos a todos aqueles que
estão excluídos e à margem da justiça social. O menino Jesus nasceu para todos.
Feliz Natal!
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