De acordo com esta
teoria as almas já tiveram uma existência separada, consciente e pessoal, em um
estado prévio; que havendo pecado nesse estado pré-existente, elas são
condenadas a nascer nesse mundo em um estado de pecado e em conexão com um
corpo material em algum ponto do começo do seu desenvolvimento.
Muitos acham
que os discípulos de Cristo foram influenciados por essa idéia quando disseram
a respeito do homem que havia nascido cego: "Mestre quem pecou, este ou
seus pais, para que nascesse cego?" (João 9.2).
Apesar desta visão
preexistencialista ser defendida por alguns filósofos tais como Platão,
Sócrates e grandes nomes do cristianismo tais como Orígenes (185-254) e Scotus
Erígena (810-877), nunca foi incorporada pela fé cristã. Observemos algumas
dessas posições.
Platão. Platão de
Atenas (428/27 a.C. — 347 a .C.)
foi um filósofo grego, discípulo de Sócrates, fundador da Academia e mestre de
Aristóteles.
Acredita-se que seu nome verdadeiro tenha sido Aristócles.
Platão
era um apelido que, provavelmente, fazia referência à sua característica
física, tal como o porte atlético ou os ombros largos, ou ainda a sua ampla
capacidade intelectual de tratar de diferentes temas. ...t.. (plátos), em grego
significa amplitude, dimensão, largura. Sua filosofia é de grande importância e
influência.
Para Platão o
homem era dividido em corpo e alma.
O corpo era a matéria e a alma era o
imaterial e o divino que o homem possuía.
Ao passo que o corpo sempre está em
constante mudança de aparência e forma.
A alma não muda nunca, a partir do
momento em que nascemos temos a alma perfeita, porém não sabemos.
As verdades
essenciais estão escritas na alma eternamente, porém ao nascermos esquecemos,
pois a alma é aprisionada no corpo.
A alma é divida em
3 partes:
(a) raciona:
região da cabeça; esta tem que controlar as outras duas partes;
(b) tórax:
irascível; parte dos sentimentos;
(c) abdômen:
concupiscível; desejo, mesmo carnal (sexual), ligado ao libido.
Platão acreditava
que a alma depois da morte reencarnava em outro corpo, mas a alma que se
ocupava com a filosofia e com o Bem, esta era privilegiada com a morte do corpo.
A ela era concedida o privilégio de passar o resto de seus tempos em companhia
dos deuses.
O conhecimento da alma é que dá sentido à vida. Tudo foi criado
pelo Demiurgo (seu criador), um divino artesão que criou o mundo real e sua
aparência.
A ação do homem se restringe ao mundo material; no mundo das idéias
o homem não pode transformar nada.
Porque se é perfeito não pode ser mais
perfeito como se fosse apenas algo material que nos segue.
A antropologia
filosófica de Platão sugere que o verdadeiro homem é um ser imortal, cujo nome
próprio é a alma, que entra na comunhão dos deuses.
O homem é uma união do
corpo e da alma, sendo o corpo considerado apenas um veículo da alma.
A alma é
propriamente o homem, sendo o corpo uma sombra.
Mas esta união é infeliz, pois
o corpo serve como uma prisão para a alma, e ela só atingirá a verdade do que
busca quando se desprender do corpo.
Platão repete a expressão de Pitágoras que
considerava o corpo como o túmulo da alma.
Segundo o
pensamento de Platão, a origem da alma está no Demiurgo (Deus criador do
Universo), todas as almas humanas são feitas pelo próprio Demiurgo, o qual
criou todas individualmente, as entregou para o seu destino seqüencial, aos
“deuses criados”, à terra e aos planetas, para introduzirem a alma na
existência, revesti-la de um corpo, nutrir o homem e deixá-lo crescer para
depois recebê-lo de novo quando deixar esta vida.
Para Platão a alma é uma
substância invisível, imaterial, espiritual.
Só quando é entregue ao
instrumento do tempo é que ela se une ao corpo, e só então nascem as
percepções.
Orígenes.
Orígenes, em grego ......., (185 — 253 d.C.) foi um teólogo e prolixo escritor
cristão.
Nasceu em Alexandria, Egito, e faleceu, segundo alguns dados em
Cesaréia, na atual Palestina ou, mais provavelmente, segundo outras fontes, em
Tiro.
Foi segundo J.
Quasten, o maior erudito da Igreja antiga - nasceu de uma família cristã
egípcia e teve como mestre Clemente de Alexandria.
Assumiu, em 203, a direção da escola
catequética em Alexandria - que havia sido fundada por um estóico chamado
Panteno que se havia convertido à mensagem de Cristo - atraindo muitos jovens
estudantes pelo seu carisma, conhecimento e virtudes pessoais.
Depois de ter
também freqüentado, desde 205,
a escola de Amônio Sacas - fundador do neo-platonismo e
mestre de Plotino -, apercebeu-se da necessidade do conhecimento apurado dos
grandes filósofos.
No decurso de uma viagem à Grécia, no ano de 230, foi
ordenado sacerdote na Palestina pelos bispos Alexandre de Jerusalém e Teoctisto
de Cesaréia.
Em 231, Orígenes foi forçado a abandonar Alexandria devido à
animosidade que o bispo Demétrio lhe devotava pelo fato de se ter feito eunuco
no sentido literal e físico desta palavra.
Orígenes, então, passou a morar num
lugar onde Jesus havia, muitas vezes, estado: Cesaréia, na Palestina, onde
prosseguiu suas atividades com grande sucesso abrindo a chamada Escola de
Cesaréia.
Na seqüência da onda de perseguição aos cristãos, ordenada por Décio,
Orígenes foi preso e torturado, o que lhe causou a morte, por volta de
253.
Orígenes
dedicava-se ao estudo e à discussão da filosofia, em especial Platão e
os filósofos estóicos.
No seu pensamento, podemos referir a tese da
pré-existência da alma e a doutrina da "apocatastase", ou seja, da
restauração universal (palingenesia), ambas posteriormente condenadas no
Segundo Concílio de Constantinopla, realizado em 553, por serem formalmente
contrárias ao núcleo irredutível do ensinamento bíblico -, embora estudiosos
modernos e contemporâneos reconheçam inequivocamente que a primeira era mais
«atribuída a Orígenes (por outros) do que propriamente defendida por ele.
Orígenes
sustentava que Deus, conforme sua infinita justiça criou iguais todas as almas.
A atual disparidade de condições dos seres humanos se deve ao diverso
comportamento numa existência anterior.
Ao contrário do
que afirmam certos teosofistas, Orígenes era totalmente contrário à doutrina da
metempsicose (renascimento do ser humano em animais).
Profundo conhecedor deste
conceito a partir da filosofia grega, afirma que a metempsicose (transmigração)
“é totalmente alheia à Igreja de Deus, não ensinada pelos Apóstolos e não
sustentada pela Escritura” ("Comentário ao Evangelho de Mateus" XIII,
1, 46–53).
Scotus Erígena
também sustenta que o pecado deu entrada no mundo da humanidade no estado
pré-temporal, e que, portanto o homem começa a sua carreira na terra como
pecador.
E Júlio Muller
recorre à teoria, com o fim de conciliar as doutrinas da universalidade do
pecado e da culpa individual.
Segundo ele, cada pessoa necessariamente deve ter
cometido pecado voluntário naquela existência anterior.
Que o Santo Espirito do Senhor, ilumine o nosso entendimento
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