A TEORIA DOS QUATRO TEMPERAMENTOS PART 2/2
Encontramos
nos filósofos e médicos da Grécia antiga uma grande preocupação em
tipificar,
ou seja, separar os indivíduos em grupos, isso conforme as suas
características.
Empédocles,
tem a preocupação de dividir em quatro “raízes” (o fogo, a terra, a água e o
ar) as forças da natureza. A seguir, Platão procura tipificar psicologicamente
os elementos baseados nas condutas morais, nas qualidades e defeitos.
A
teoria que fora formulada por Empédocles, foi copiada por Hipócrates, sendo
esta mais tarde trabalhada por Platão, e recebendo uma elaboração ainda melhor
por Cláudio Galeno, médico de Pérgamo, o que esta por sua vez acabou se
transformando no que hoje conhecemos como Teoria dos Temperamentos.
Cláudio
Galeno originalmente desenvolvera uma combinação de treze combinações destes
temperamentos. Nos séculos seguintes, foi-se desenvolvendo até que chegamos
apenas ao número de quatro combinações ou quatro temperamentos, sendo baseados
nos quatro elementos da natureza, ou seja, a própria teoria dos elementos de
Empédocles.
“Para Cláudio Galeno, três dos quatro humores representam
elementos da
natureza no interior do organismo humano:
1. A bílis amarela corresponde ao elemento fogo; reúne
as qualidades do
quente e do seco, formando o chamado temperamento colérico.
2. A bílis negra representa o elemento terra com as
qualidades do seco e do
frio, formando o temperamento
melancólico.
3. A fleuma corresponde ao elemento água, é fria
e úmida; molda o caráter ou
temperamento fleumático.
4. o elemento ar não entra no organismo por intermédio de um humor, mas
diretamente pela respiração, tornando-se vital para a vida do
homem: o
sangue; daí o temperamento
sanguíneo”2
“Uma das mais difundidas teses e práticas da Nova Era é a de que
todo homem deve se
autoconhecer, descobrir o seu potencial, saber a amplitude da
força do subconsciente, ter noção do poder da sua mente, buscar o perfeito
equilíbrio físico-espiritual. Segundo a nova era, o homem que se autoconhece
sabe das suas falhas e defeitos, e também deve sobretudo saber das suas
qualidades e virtudes. O crente, ao projetar-se dentro dos critérios e conceitos
da doutrina e teoria dos quatro temperamentos, torna-se praticante do que prega
a nova era: O AUTOCONHECIMENTO. Há outra questão importante: ao aceitar a Jesus
como seu único e suficiente Salvador, o crente põe em prática na sua vida João
8.32 ‘E conhecereis a verdade, e a verdade vos libertará’. Pode o liberto ser
prisioneiro de novo?”3
UMA ANÁLISE CRISTÃ DOS QUATRO TEMPERAMENTOS
A
grande maioria dos cristãos aceita a teoria dos quatro temperamentos sem
qualquer
análise
mais profunda. Acham que a teoria é compatível com o ensino das Sagradas
Escrituras.
Dizem que da mesma forma que a Bíblia nos ensina que temos uma natureza
pecaminosa,
a teoria dos temperamentos ensinam que todos temos as nossas fraquezas.
“Para
que não mais se jamos como meninos, agitados de um lado para outro, e levados
ao redor por todo vento de doutrina, pela artimanha dos homens, pela astúcia
com que
induzem
ao erro” Efésios 4.14.
Como
aceitar a teoria de Empédocles, se ela é usada para a leitura de horóscopos e
do
zodíaco?
Podemos comparar esta doutrina com II Pedro 3.12?
Como
podemos aceitar a teoria de Hipócrates diante de Gênesis 3.19, Jó 10.9, 34.15,
Eclesiastes
3.20, 12.7 e Daniel 12.2?
Como
é que podemos aceitar que a teoria dos temperamentos está certa para a vida do
crente
se ela diz que o temperamento é hereditário? E se concordamos com esta afirmação,
como fica II Coríntios 5:17? Creio que de forma alguma podemos ser tachados por
esse ou aquele temperamento. Uma pessoa não age de uma forma simplesmente
porque é colérico, ou melancólica, ou sanguínea ou fleumática. Não se deve
desculpar as nossas fraquezas porque meu temperamento é assim. Isso equivale a
dizer que o Espírito Santo não é suficiente na vida do crente. Que Ele não tem o
poder para transformar vidas. Ao se ler os livros de LaHaye e Hallesby (os mais
conhecidos escritores sobre a teoria dos temperamentos na atualidade) não
conseguimos sequer encontrar nenhuma palavra ou mesmo uma pequena pista que
venha a nos informar a origem da teoria dos quatro temperamentos.
Todos
os livros que tratam deste assunto, sejam eles esotéricos, científicos ou mesmo
os
seculares,
trazem a origem, o início, a fonte, os autores e mentores da teoria dos quatro
elementos
e respectivos temperamentos, sem nenhum pudor ou vergonha da citação. Então surge uma pergunta:
Por que somente os livros ditos "evangélicos" de Hallesby e LaHaye não
citam a verdadeira fonte, a origem correta? Por que motivo? Por qual razão?
Ao
abraçar a teoria dos quatro temperamentos, comete-se um erro; ao omitir a sua
origem e a sua finalidade, comete-se o
segundo erro. Devemos como crentes aceitar a
contradição
como fato consumado?
Encontramos
na Bíblia a liberdade
para analisarmos as devidas situações e julgar aquilo
que
nos serve ou não, I Coríntios 6.12 e 10.23.
Comparando
II Coríntios 5.17 – notamos de imediato que o temperamento não é sequer
desculpa
para o pecado. Imagine o seu pastor anunciando a você que o seu problema está baseado
no fato de você ser sangüíneo, ou colérico, ou fleumático ou melancólico.
“As qualidades e defeitos apontados tanto por Hallesby como por
LaHaye não encontram paralelo nem na astrologia, nem na psicologia
e muito menos na Nova Era.
Tim LaHaye não poderia ter escrito livros falando do temperamento
usando como base a teoria de Hipócrates, mas, se o autor aceita e cita Empédocles,
o seu livro não serviria para o povo evangélico, e seria talvez um livro
esotérico, como tantos outros que por aí estão, visto que a teoria de
Empédocles baseia-se em uma crença e na filosofia, tão comum e tão familiar aos
gregos, e portanto contrária à Palavra de Deus” 4
Usar
a parte da teoria dos quatro temperamentos, tendo como base somente Hipócrates
e
desprezando
Empédocles, é como tentar dirigir um automóvel sem o motor ou ainda sem as
rodas.
Creio
que existem coisas boas na Teoria dos Quatro Temperamentos, assim como coisas
ruins.
O que não se pode é se apegar a uma teoria e basear o seu comportamento naquilo
que
ela ensina. Nosso comportamento deve ser baseado na Palavra de Deus. Ela nos
diz que “somos novas criaturas” (2Co 5.17), que “sem mim (Jesus) nada podemos
fazer” (Jo 15.5), que devemos Ter “cuidado que ninguém nos venha enredar com
sua filosofia e vãs sutilezas, conforme a tradição dos homens, conforme os
rudimentos dos homens, e não segundo Cristo” (Cl 2.8). Devemos ter equilíbrio
nas coisas.
Melhores
esclarecimentos no livro: O Que São Temperamentos? de Jehozadak A. Pereira.
LIVROS UTILIZADOS NA PESQUISA:
LAHAYE,
Tim. Temperamento Controlado pelo Espírito. São Paulo: Edições Loyola,
1979.
LAHAYE,
Tim.. Temperamentos Transformados. São Paulo: Editora Mundo Cristão, 1978.
LAHAYE,
Tim.. Por que Agimos como Agimos? Conheça melhor as potencialidades dos temperamentos
controlados pelo Espírito Santo. São Paulo: Abba Press Editora, 1996.
PEREIRA,
Jehozadak A. O Que São Temperamentos? Existe compatibilidade entre a Fé Cristã
e a Teoria dos Quatro Temperamentos? São Paulo: Editora Candeia, 1996.
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