Escatologia - Teologia 17.08
a)
Na igreja primitiva
Grandes nomes da igreja primitiva criam nas Escrituras
assim como elas ensinavam, como exemplo, temos Papias que viveu entre 70 e 140
d.C que ao escrever sobre a profecia de
Apocalipse que menciona a existência do reino milenial ele diz:
"Haverá dias em
que nascerão vinhas que terão, cada uma, dez mil videiras; cada videira terá
dez mil ramos; cada ramo terá mil galhos;
cada galho terá dez mil cachos e cada cacho terá dez mil uvas e cada uva
espremida renderá vinte e cinco metretes de vinho. E quando um dos santos
pegar um dos cachos, o
outro cacho gritará:
'pega-me porque sou
o melhor e,
por meu intermédio,
bendize o Senhor'.
Da mesma forma,
um grão de
trigo produzirá dez
mil espigas e cada espiga
dará dez mil
grãos; cada grão
dará dez libras
de farinha branca
e limpa.
Também
os outros frutos, sementes e ervas produzirão nessa mesma proporção. E todos os
animais que se alimentam dos alimentos dessa
terra se tornarão pacíficos e viverão em harmonia entre si,
submetendo-se aos homens sem qualquer relutância".
Isso quer dizer que enquanto hoje, muitos teólogos
ensinam que o milênio nunca existirá literalmente, os cristãos primitivos
acreditavam piamente em sua existência.
Outro texto
antigo que nos
informa como os
cristãos antigos viam
as promessas de
Jesus, é uma frase
extraída da “Apologia
de Aristides” que foi
escrita por volta do século II, onde o autor fala da vinda de Cristo, “A
glória de sua vinda poderás ó Rei conhecê-la, se lerdes o que entre eles (os cristão) se chama Escritura Evangélica”. Aqui
Aristides não só defende o ensino da volta de Cristo como fala de sua
referência nas Escrituras.
Atanásio, teólogo do século quatro, em sua carta a
Marcelino, a respeito da interpretação dos Salmos, faz ligação entre os
acontecimentos verídicos do Pentatêuco
e Juizes com os Salmos interpretando-os de maneira literal, como sendo
narrativas dos eventos passados e não trazendo novos sentidos a eles como fazem os alegoristas.
Os fatos concernentes
a Josué e aos Juízes como o referem brevemente o Salmo 106 com as palavras: "Fundaram
cidades para habitar nelas, semearam
campos e plantaram
vinhas" (Sal 106, 36-37). Pois foi sob Josué que se lhes entregou a terra prometida. Ao repetir reiteradamente no mesmo Salmo: "Então
gritaram ao Senhor em sua atribulação, e Ele os livrou de todas suas
angústias" (Sal 106,6), está
indicando o livro
dos Juizes. Já que quando
eles gritavam os
suscitavam juízes a
seu devido tempo
para livrar a
seu povo daqueles
que o afligiam. O referente aos reis se canta no
Salmo 19 ao dizer: "Alguns se vangloriam em carros, outros em cavalos,
porém, nós, no nome do Senhor
nosso Deus. Eles foram detidos e caíram; porem nós nos levantamos e
mantivemo-nos em pé. Senhor ,
salva ao Rei e escuta-nos quando te
invocamos!" (Sal 19,8-10). E o que se refere a Esdras, o canta no
Salmo 125 (um dos salmos graduais): "Quando o Senhor trocou o
cativeiro de Sião,
ficamos consolados" (Sal 125,1); e novamente no 121: "Me
alegrei quando me
disseram: 'Vamos à
casa do Senhor'.
Nossos pés percorreram
teus palácios, Jerusalém;
Jerusalém está edificada
qual cidade completamente
povoada. Pois ali
sobem as tribos,
as tribos do
Senhor, como testemunho para Israel" (Sal 121,1-4). (A
numeração dos Salmos é referente ao texto original Católico Romano)
Teodoro de Mopsuéstia, grande teólogo e pensador cristão
do século IV e V perseguiu de maneira voraz o método alegórico de
interpretação, e ao comentar disse:
“Há pessoas que se empenham em distorcer os sentidos das
Escrituras divinas e fazem tudo quando está escrito servir a seus próprios fins... Eles arquitetam algumas fábulas
tolas em sua própria mente e dão à sua tolice o nome de alegoria. Usam mal o
termo do apóstolo como uma autorização
em branco para suprimir todos os sentidos da Escritura divina”.
Mesmo
com o início da ascensão do alegorismo o método literal foi defendido pelos
mais ilustres teólogos e mestres da história, um exemplo destes é
Tertuliano,
tido por muitos, como o maior depois do apóstolo Paulo.
Que o Santo Espirito do Senhor, ilumine o nosso entendimento
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