Geografia Bíblica - Teologia 25.43
II - ALEXANDRE MAGNO
Limitando-se ao sul com a Grécia, a
Macedônia estava destinada a dominá-la e a encabeçar o domínio heleno do
mundo. Seus habitantes, à semelhança dos gregos, eram de origem indo-européia.
A cultura macedônia, contudo, é considerada bem inferior à grega. Nesse país,
cuja área é ocupada hoje pela Iugoslávia, nasceu Felipe II.
Capturado por um bando de gregos, em
meados do Século Quarto a.C, esse irrequieto macedônio é levado a Tebas, onde
domina as artes bélicas da Grécia. Em seu exílio, elabora audaciosos planos:
modernizar os exércitos da Macedônia e unir todos os helenos sob o seu
comando. Eis sua grande obsessão: subjugar o Império Persa. De volta à sua
terra, dá largas às suas pretensões hegemônicas. Em pouco tempo, transforma as
forças armadas macedônias em uma eficaz e formidável máquina de guerra. Com
ímpeto, domina as cidades-estados gregas.
Entretanto, quando se preparava para
atingir o auge de suas realizações militares, é assassinado. Deu-se o desenlace
durante as núpcias de sua filha e às vésperas de invadir a Ásia Menor.
Prematuramente tolhido por tão bárbara fatalidade, desaparece sem dar
consecução aos seus ambiciosos planos.
Caberia ao seu filho concretizar-lhe os
ideais.
"Um dos maiores gênios militares de
todos os tempos". Assim é descrito Alexandre Magno. Nascido em 356 a.C, teve uma primorosa
educação. Seu preceptor foi, nada mais nada menos, que Aristóteles. Aos pés do
mais exato dos filósofos gregos, o príncipe macedônio universaliza-se. Com o
alargamento de sua visão do mundo, passa a contemplar a humanidade como uma só
família.
Como, porém, concretizar esse ideal?
Conquistador inato e guerreiro audaz,
declara sua intenção: conquistar a Terra. Não obstante seus 20 anos, reafirma
sua autoridade sobre os gregos e, à testa de um exército de 40 mil homens,
marcha em direção aos persas. Com fúria sobre-humana, derrota Dario Codomano,
que possuía uma descomunal guarnição de mais de 800 mil homens.
Após destruir o poderio persa, Alexandre
Magno prossegue, conquistando terras e mais terras no Oriente. Ao chegar ao
rio Indu, na índia, seus homens convencem-no a voltar à terra natal. Cansados e
com saudades, eles almejavam rever a Grécia e voltar ao convívio familiar.
Percebendo estar o moral de seu exército
um pouco baixo para novas conquistas, o soberano macedônio resolve regressar.
Foi-lhes a volta sobremodo penosa. Suportaram, por longos meses, alucinante
sede e infindáveis caminhadas sobre desérticas regiões. Muitos tombaram sob o
causticante calor do deserto.
Alexandre Magno, ao chegar a Babilônia, é
recebido como um ente celestial. Tributam-lhe divinas honrarias. Para os pobres
mortais, não havia ser tão glorioso como o príncipe macedônio. Os dias
vindouros, contudo, revelam a verdade: o filho de Filipe II não passava de um
homem de carne e osso, sujeito aos caprichos da natureza e limitado pelos
absolutos desígnios de Deus.
Em 323 a.C., morreu repentinamente. Com ele, morreram
também os seus sonhos de ecumenizar a humanidade. Na cidade, palco de tantos
acontecimentos importantíssimos para a História, cai o bravo príncipe macedônio.
O império desse jovem monarca não resiste à sua morte. Conforme profetizara
Daniel, as possessões alexandrinas são repartidas entre os mais ilustres
militares gregos.
Coube a Lísimaco a Trácia e uma parte da
Ásia Menor. A Cassandro, a Macedônia e a Grécia. A Seleuco, a Síria e o
Oriente. E, a Ptolomeu, o Egito. De conformidade com as palavras do Senhor, o
Império Grego foi dividido. Desfazia-se, assim, o sonho pan-helenístico de um
grande visionário.
Uma das maiores realizações de Alexandre
Magno foi a difusão universal da cultura grega. Esse magnífico empreendimento
cultural facilitaria, mais tarde, a propagação global do Evangelho. O apóstolo
Paulo, por exemplo, em suas viagens missionárias, não encontrou quaisquer dificuldades
em se comunicar com os gentios, em virtude da internacionalização do koinê -
grego vulgar. O historiador
Robert Nichols Hasting afirma que os
helenos deram substancial contribuição ao plano salvífico de Deus.
Que o Santo Espirito do Senhor, ilumine
o nosso entendimento
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