30 de setembro de 2017
História De Israel – Teologia 31.17 (Livro 1 Cap 17) REBECA TEM DOIS FILHOS: ESAÚ EJACÓ. UMA GRANDE CARESTIA OBRIGA ISAQUE A SAIR DO PAÍS DE CANAÃ, E ELE PERMANECE ALGUM TEMPO NAS TERRAS DO REI ABIMELEQUE. CASAMENTO DE ESAÚ. ISAQUE, ENGANADO POR JACÓ, OUTORGA-LHE A BÊNÇÃO, JULGANDO DÁ-LA A ESAÚ. PARA EVITAR A CÓLERA DE SEU IRMÃO, JACÓ RETIRA-SE PARA A MESOPOTÂMIA.
História De Israel – Teologia 31.17
CAPÍTULO 17
REBECA TEM DOIS FILHOS: ESAÚ EJACÓ. UMA GRANDE CARESTIA
OBRIGA ISAQUE A SAIR DO PAÍS DE CANAÃ, E ELE PERMANECE ALGUM TEMPO
NAS TERRAS DO REI ABIMELEQUE. CASAMENTO DE ESAÚ. ISAQUE,
ENGANADO POR JACÓ, OUTORGA-LHE A BÊNÇÃO, JULGANDO DÁ-LA A
ESAÚ.
PARA EVITAR A CÓLERA DE SEU IRMÃO, JACÓ RETIRA-SE
PARA A MESOPOTÂMIA.
44. Gênesis 25.
Rebeca estava grávida à morte de Abraão, e de maneira tão esquisita que Isaque,
temendo por ela, consultou a Deus para saber qual seria o fim daquela estranha
gravidez. Deus respondeu-lhe que ela teria dois filhos, dos quais sairiam dois
povos, que teriam deles os nomes e a origem. O mais novo, porém, seria o mais
poderoso. Viu-se pouco tempo depois o efeito dessa predição. Rebeca teve
gêmeos, sendo o mais velho todo coberto de pêlos, e o mais novo segurava-lhe o
calcanhar quando vieram à luz. O mais velho chamou-se Esaú, por causa dos pêlos
que apresentava ao nascer, e Isaque tinha por ele afeto particular. O mais novo
foi chamado Jacó, e Rebeca amava-o muito mais que ao primogênito.
45. Gênesis 26. O
país de Canaã foi nesse mesmo tempo flagelado por uma carestia extraordinária.
No Egito, entretanto, reinava a abundância. Isaque resolveu ir para lá, mas
Deus lhe ordenou que parasse em Gerar. Como havia grande amizade entre o rei Abimeleque
e Abraão, o monarca mostrou-lhe de início muito boa vontade. Mas quando viu que
Deus o favorecia em todas as coisas, começou a sentir inveja e obrigou-o a se
retirar. Isaque foi então para um lugar de nome Fará, isto é, um vale muito
próximo de Gerar, e aí quis cavar um poço, mas os pastores de Abimeleque vieram
armados para impedi-lo. Como ele não era de índole inclinada a brigas,
deixou-lhes o lugar e permitiu que se gabassem de tê-lo obrigado, pela força, a
se retirar, embora ele o tivesse feito voluntariamente. Começou em seguida a
cavar outro poço, e outros pastores também impediram que ele o terminasse.
Vendo-se obstaculizado dessa maneira, resolveu, com muita prudência, esperar um
tempo mais favorável, e este chegou bem depressa. Com permissão de Abimeleque,
cavou um poço ao qual chamou Reobote, isto é, "grande e espaçoso".
Quanto aos dois outros que havia começado, um chamou-se Eseque, isto é,
"disputado", e o outro, Sitna, isto é, "inimizade".
46. No entanto, como
Deus prodigalizasse todos os dias novas bênçãos a Isaque, a sua prosperidade e
riqueza fez Abimeleque temer que os motivos que o filho de Abraão tinha para se
queixar dele fizessem mais impressão sobre o seu espírito do que a lembrança da
amizade que lhe mostrara no início e o levassem a se vingar. E, não o querendo
como inimigo, foi ter com ele, acompanhado somente por um dos nobres de sua
corte, para renovar a aliança. Não teve dificuldade em conseguir o seu intento
porque a bondade de Isaque e a lembrança da antiga amizade desse príncipe por
ele e para com Abraão fizeram-no esquecer facilmente todos os maus-tratos que
havia recebido.
Esaú, na idade de quarenta anos, desposou Ada, filha de
Elom, e Oolibama, filha de Zibeão, ambos príncipes dos cananeus.* Não pediu
permissão ao seu pai, que jamais a teria concedido, porque não aprovava que ele
se aliasse a estrangeiros. No entanto, como não queria aborrecer o seu filho,
ordenando-lhe que devolvesse as duas mulheres, Isaque suportou-o, sem nada
dizer.
___________
* E judite (Gn 26.34). (N do E)
47. Gênesis 27. Homem justo e acabrunhado pela velhice,
Isaque havia também perdido a vfsíío: Um dia, "mandou chamar Esaú é
disse-lhe que, não podendo mais ver a claridade do dia nem servir a Deus com
todo esmero, como sempre o fizera, queria, antes de morrer, dar-lhe a sua
bênção. Disse-lhe que fosse à caça, trouxesse o que apanhasse para ele, Isaque,
comer e em seguida rogaria a Deus que fosse sempre o seu protetor, pois não via
melhor maneira de empregar o pouco de tempo que lhe restava de vida.
Esaú partiu logo para executar a ordem. No entanto Rebeca,
que desejava a bênção de Deus sobre o irmão dele, e não sobre ele, embora não
fosse essa a intenção de seu pai, disse a Jacó que matasse um cabrito e o
preparasse. Ele obedeceu, e, quando a refeição ficou pronta, cobriu os braços e
as pernas com a pele do cabrito, a fim de que Isaque, ao tocá-lo, o tomasse por
Esaú. Como eram gêmeos, assemelhavam-se em tudo o mais. Apresentou-lhe em
seguida o prato que havia preparado, mas não o fez sem o temor de que ele
descobrisse o engano e lhe aplicasse uma maldição em lugar da bênção.
Isaque falou com ele e notou nas suas respostas certa
diferença na voz. Jacó então aproximou o braço, e Isaque, depois de havê-lo
tocado, disse-lhe: "Vossa voz, meu filho, parece-me a de Jacó, mas este
pêlo que sinto em vosso braço me faz crer que sois Esaú". E assim, não
tendo mais dúvida alguma, comeu e fez depois a sua oração, deste modo:
"Deus eterno, do qual todas as criaturas recebem o ser, cumulastes o meu pai
de benefícios. Devo-vos tudo o que tenho, e prometestes tornar a minha
posteridade mais feliz ainda. Confirmai, Senhor, com os fatos, a verdade de
vossas palavras e não desprezeis a fraqueza em que me encontro, pois ela me faz
ter ainda mais necessidade da vossa assistência. Sede, por favor, o protetor
deste filho que vos ofereço. Preservai-o de todos os perigos, fazei-o passar
uma vida tranqüila, derramai sobre ele, a mancheias, os bens de que sois
possuidor. Tornai-o temível aos seus inimigos e fazei com que os seus amigos o
amem e honrem!"
Apenas Isaque havia terminado essa oração, aparece-lhe Esaú,
em favor do qual julgava tê-la feito, voltando da caça. Reconheceu então o seu
erro e confessou-o, sem se perturbar. Esaú rogou-lhe que fizesse por ele ao
menos a mesma oração que havia feito por seu irmão. Isaque respondeu-lhe que
não o podia, porque fizera em favor de Jacó tudo o que dependia dele. Esaú,
abatido pela dor de ver-se enganado, não pôde reter as lágrimas. O pai ficou
tão comovido que lhe deu outra bênção, dizendo que ele e seus descendentes
seriam peritos na caça, na ciência da guerra e em todas as ações em que se
exige força e coragem, mas seriam, entretanto, inferiores a Jacó e sua
posteridade.
48. Rebeca, para
salvar )acó do perigo que o ressentimento do irmão a fazia temer, persuadiu
Isaque a mandá-lo à Mesopotâmia, para casar-se com uma mulher de sua raça.
Esaú, que havia percebido o descontentamento de seu pai por causa da aliança
com os cananeus, desposou Basemate, filha de Ismael, e amou-a mais do que a
qualquer outra de suas esposas.
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História De Israel – Teologia 31.16 (Livro 1 Cap 16) MORTE DE ABRAÃO.
História De Israel – Teologia 31.16
CAPÍTULO 16
MORTE DE ABRAÃO.
43. Gênesis 25. Abraão morreu pouco depois do casamento de
Isaque. Foi tão eminente em toda espécie de virtudes que mereceu ser muito
particularmente querido e favorecido por Deus. Viveu cento e setenta e cinco
anos. Isaque e Ismael, seus filhos, sepultaram-no em Hebrom, junto de Sara, sua
mulher.
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29 de setembro de 2017
História De Israel – Teologia 31.15 (Livro 1 Cap 15) ABRAÃO DESPOSA QUETURA, DEPOIS DA MORTE DE SARA. FILHOS QUE TEVE DELA E SUA POSTERIDADE. FAZ SEU FILHO ISAQUE CASAR-SE COM REBECA, FILHA DE BETUEL E IRMÃ DE LABÃO.
História De Israel – Teologia 31.15
CAPÍTULO 15
ABRAÃO DESPOSA QUETURA, DEPOIS DA MORTE DE SARA. FILHOS QUE
TEVE
DELA E SUA POSTERIDADE. FAZ SEU FILHO ISAQUE CASAR-SE COM
REBECA,
FILHA DE BETUEL E IRMÃ DE LABÃO.
41. Gênesis 25.
Abraão, depois da morte de Sara, desposou Quetura e teve dela seis filhos,
todos infatigáveis no trabalho e muito ativos. Chamavam-se Zinrã, jocsã, Meda,
Midiã, Isbaque e Suá.
Jocsã teve dois filhos, Seba e Dedã, o qual teve Assurim,
Letusim e Leumim. Midiã teve cinco filhos: Efá, Efer, Enoque, Abida e Elda.
Abraão aconselhou a todos que se fossem estabelecer em outros países. Eles
ocuparam a Troglodita e toda aquela parte da Arábia Félix que se estende até o
mar Vermelho. Diz-se também que Efer, de que acabamos de falar, apoderou-se da
Líbia por meio das armas e que os seus descendentes lá se estabeleceram e a
chamaram com o nome dele: África, o que Alexandre Poliistor confirma com estas
palavras: "O profeta Cleodemas, cognominado Malque, que a exemplo do
legislador Moisés escreveu a história dos judeus, diz que Abraão teve de
Quetura, dentre outros filhos, a Afram, Sur e lafram: Sur deu o seu nome à
Síria, Afram à cidade Afra e lafram à África, e que eles combateram na Líbia
contra Anteu, sob o comando de Hércules". Ele acrescenta que Hércules
desposou a filha de Afram e que dela teve um filho de nome Deodoro, o qual foi
o pai de Sofo, que deu nome aos sofácios.
42. Cênesis 24. Isaque tinha mais ou menos quarenta anos
quando Abraão pensou em casá-lo, lançando vistas sobre Rebeca, filha de Betuel,
que era filho de Naor, seu irmão. Em seguida, ele escolheu para ir pedi-la em
casamento o mais amigo dentre os seus servidores, ao qual obrigou por
juramento, fazendo-o pôr a mão sob a sua coxa, executar tudo o que ele lhe ia
ordenar. Deu-lhe presentes raros, que seriam admirados num país onde ainda nada
fora visto de semelhante. Esse fiel servidor demorou-se muito tempo antes de
chegar à cidade de Harã, porque lhe foi necessário atravessar a Mesopotâmia,
onde havia grande quantidade de ladrões, onde os caminhos são muito difíceis no
inverno e onde se sofre muito no verão, pela dificuldade em se encontrar água.
Quando chegou aos arredores da cidade, avistou várias moças,
que iam ao poço buscar água. Rogou então a Deus que, se fosse a sua vontade que
Rebeca desposasse o filho de seu senhor, fizesse com que ela se encontrasse
entre as moças e que, recusando-se as outras a lhe darem de beber, ele pudesse
conhecê-la pelo ato de gentileza com que o atenderia. Aproximou-se em seguida
dos poços e rogou às moças que lhe dessem água. Todas responderam que era muito
difícil tirá-la e que dela também precisavam, não podendo assim atendê-lo.
Rebeca, ouvindo-as falar assim, disse-lhes que elas eram bem indelicadas por
recusar aquele favor a um estrangeiro e ao mesmo tempo ofereceu-lhe água com
grande bondade.
Tão favorável início deu ao prudente servidor esperanças de
que a sua viagem lograsse bom êxito. Ele agradeceu-lhe e, para ter ainda maior
certeza de suas conjecturas, rogou-lhe que dissesse quem eram os que tinham a
ventura de tê-la por filha. A isso acrescentou que desejava que Deus lhe
fizesse a graça de encontrar um marido digno dela, ao qual desse filhos que lhe
herdassem a virtude. A sensata donzela respondeu-lhe, com a mesma gentileza,
que se chamava Rebeca, que seu pai era Betuel e que depois da morte deste
Labão, seu irmão, passara a cuidar dela, de sua mãe e de toda a sua família.
Então o servo, vendo com grande alegria não haver mais
dúvida de que Deus o assistia no desempenho de sua missão, ofereceu a Rebeca
uma cadeia e outros ornamentos próprios para donzelas e rogou-lhe que os
recebesse como um sinal de gratidão pelo favor que ela, dentre todas as moças,
tivera a bondade de lhe prestar. Suplicou-lhe em seguida que o levasse à casa
de seus parentes, porque a noite já se aproximava e, trazendo ele objetos de
muito valor, julgava não haver melhor lugar onde guardá-los do que na casa
dela. Disse ainda que, julgando da virtude de seus familiares pela que via
nela, não duvidava de que o receberiam, pois não pretendia ser-lhes de peso:
pagaria todas as despesas.
Ela respondeu-lhe que ele não errava fazendo boa idéia de
seus parentes, mas não lhes fazia muita honra ao pensar que eles seriam capazes
de receber alguma coisa por lhe darem hospedagem, pois cumpriam de muito boa
mente o dever da hospitalidade. Iria em seguida falar com o irmão e o traria
imediatamente, para se entenderem. Ela foi para casa e fez o que havia prometido.
Labão ordenou aos servos que cuidassem dos camelos e convidou o hóspede para
jantar.
Quando terminaram a refeição, o servo de Abraão disse-lhe:
"Abraão, filho de Terá, é vosso parente". Depois, dirigindo-se à mãe
de Rebeca, acrescentou: "Naor, avô dos filhos de quem sois a mãe, era
irmão de Abraão. Abraão é meu senhor. Ele mandou-me até vós para pedir em
casamento esta moça para o seu único filho, herdeiro de todos os seus bens. Ele
poderia ter escolhido uma das donzelas mais ricas de seu país, mas julgou
melhor prestar essa homenagem aos de sua descendência, em vez de se aliar aos
de uma nação estrangeira. Secundai, por favor, o seu desejo, e com tanto maior
alegria, pois isso é, sem dúvida, conforme a vontade de Deus, que, além da
assistência que me prestou na viagem, me fez encontrar com rara felicidade esta
virtuosa donzela e a vossa casa. Tendo, ao chegar, encontrado diversas moças
que iam tirar água do poço, desejava eu uma que fosse do seu número e que a
pudesse conhecer, e assim aconteceu. Portanto, tendo Deus vos feito ver que
esse casamento lhe agrada, poderíeis recusar o vosso consentimento e não
conceder a Abraão o pedido que vos faz por meu intermédio?"
Uma proposta tão vantajosa e da qual Labão e sua mãe não
podiam duvidar que de era agradável a Deus foi recebida por eles com uma
satisfação inimaginável. Então enviaram Rebeca, e Isaque a desposou, estando já
de posse de todos os bens de seu pai, pois os filhos que Abraão tivera de
Quetura haviam ido se estabelecer em outras províncias.
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História De Israel – Teologia 31.14 (Livro 1 Cap 14) MORTE DE SARA, MULHER DE ABRAÃO.
História De Israel – Teologia 31.14
CAPÍTULO 14
MORTE DE SARA, MULHER DE ABRAÃO.
40. Gênesis 23. Algum
tempo depois, Sara morreu, com a idade de cento e vinte e sete anos, e foi
enterrada em Hebrom, onde os cananeus se ofereceram para lhe dar sepultura.
Abraão, porém, preferiu adquirir para esse fim um campo que comprou, por
quatrocentos sidos — de um habitante de Hebrom, chamado Efrom —, onde ele e
seus descendentes construíram um túmulo.
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28 de setembro de 2017
História De Israel – Teologia 31.13 (Livro 1 Cap 13) ABRAÃO, PARA OBEDECER À ORDEM DE DEUS, OFERECE-LHE O FILHO ISAQUE EM SACRIFÍCIO. DEUS, PARA RECOMPENSAR-LHE A FIDELIDADE, CONFIRMA-LHE TODAS AS PROMESSAS.
História De Israel – Teologia 31.13
CAPÍTULO 13
ABRAÃO, PARA OBEDECER À ORDEM DE DEUS, OFERECE-LHE O FILHO
ISAQUE EM SACRIFÍCIO. DEUS, PARA RECOMPENSAR-LHE A FIDELIDADE, CONFIRMA-LHE
TODAS AS PROMESSAS.
39. Gênesis 22. Nada se poderia acrescentar à ternura que
Abraão tinha para com Isaque, tanto porque era o único filho quanto porque lhe
fora concedido por Deus em sua velhice. E Isaque, por sua vez, praticava com
tanto entusiasmo toda espécie de virtudes, servia a Deus com tanta fidelidade e
prestava a seu pai tantos serviços que dava a Abraão todos os dias novos
motivos para amá-lo. Assim, Abraão só pensava em morrer, e seu único desejo era
deixar aquele filho como seu sucessor. Deus concedeu o que Abraão desejava, mas
antes quis experimentar a sua fidelidade. Apareceu-lhe e, depois de haver-lhe
lembrado as graças particulares com que sempre o favorecera, as vitórias que o
haviam feito conquistar os inimigos e a prosperidade com que o brindara,
ordenou-lhe que lhe sacrificasse o filho Isaque sobre o monte Moriá e assim
testemunhasse, por aquele ato de obediência, que ele preferia a vontade divina
ao que ele tinha de mais caro no mundo.
Estando Abraão persuadido de que nenhuma consideração
poderia dispensá-lo de obedecer a Deus, a quem todas as criaturas são devedoras
da própria existência, nada disse à sua esposa nem a qualquer outro de seus
familiares sobre a ordem que havia recebido de Deus ou acerca da resolução de
executá-la, com medo que eles se esforçassem para dissuadi-lo de seu propósito.
Disse somente a Isaque que o seguisse, acompanhado por dois criados, e mandou
colocar sobre um jumento todas as coisas de que necessitava para o sacrifício.
Após haver caminhado durante dois dias, avistaram o monte que Deus lhe havia
indicado. Deixou então os dois criados no sopé do monte e subiu-o so-mente com
Isaque (no cimo desse monte o rei Davi, mais tarde, fez construir um Templo).
Levou para lá tudo o que precisavam, exceto a vítima, para o sacrifício. Isaque
tinha então vinte e cinco anos. Ele preparou o altar, mas, não vendo vítima
alguma, perguntou ao pai quem ele queria sacrificar. Abraão respondeu-lhe que
Deus, que pode dar aos homens todas as coisas que lhes faltam e tirar-lhes as
que já possuem, dar-lhes-ia uma vítima, se se dignasse aceitar o sacrifício
deles.
Depois de haver colocado a lenha sobre o altar, Abraão falou
a Isaque: "Meu filho, eu vos pedi a Deus com muita insistência e muitas
orações. Não houve cuidado que eu não tivesse tido de vós, desde que viestes ao
mundo, e eu consideraria como realizados todos os meus votos se vos visse
chegar a uma idade muito avançada e deixar-vos, ao morrer, como herdeiro de
tudo o que possuo. Mas, como Deus, depois de vos ter dado a mim, quer agora que
eu vos perca, consenti generosamente em oferecer-vos a Ele em sacrifício.
Prestemos-Ihe, meu filho, esse ato de obediência e essa honra como testemunho
de nossa gratidão pelos favores que Ele nos fez na paz e pela assistência que
nos deu na guerra. Como nascestes para morrer, que fim vos pode ser mais
glorioso do que ser oferecido em sacrifício por vosso próprio pai ao soberano
Senhor do universo, que, em vez de terminar a vossa vida por uma doença, numa
cama, ou por uma ferida na guerra, ou por algum outro acidente, aos quais os
homens estão sujeitos, vos julga digno de entregar-lhe a alma no meio de
orações e sacrifícios, de modo a ficar para sempre unida a Ele? Consolareis
assim a minha velhice, dando-me a assistência de Deus em lugar da que eu devia
receber de vós, depois de vos ter educado com tanta diligência".
Isaque, filho digno de tão admirável pai, escutou essas
palavras não somente sem se admirar, mas até com alegria, e respondeu-lhe que
ele teria sido indigno de nascer se se recusasse a obedecer à vontade de seu
pai, principalmente quando ela estava de acordo com a de Deus. Assim dizendo, colocou-se
ele mesmo sobre o altar, para ser imolado. Esse grande sacrifício ter-se-ia
realizado se Deus mesmo não o tivesse impedido. Ele chamou Abraão pelo nome e
proibiu-o de matar o filho, dizendo-lhe que havia ordenado o sacrifício não
para tirá-lo depois de o haver concedido ou porque sentia prazer em ver
derramar sangue humano, mas somente para lhe experimentar a obediência. Agora,
vendo com quanto zelo e fidelidade fora obedecido, aceitava o sacrifício e
garantia-lhe, como recompensa, que jamais deixaria de assistir a ele e a toda a
sua descendência. Quanto ao filho que lhe fora oferecido e que iria restituir,
viveria feliz e por muito tempo, e a sua posteridade seria ilustre por uma
longa série de homens valentes e virtuosos, que submeteriam pelas armas todo o
país de Canaã. A fama deles tomar-se-ia imortal. As suas riquezas seriam tão
grandes e a sua felicidade tão extraordinária que eles seriam invejados por
todas as outras nações.
Concluído esse oráculo, Deus fez aparecer um carneiro, para
ser oferecido em sacrifício. Aquele pai fiel e seu filho sensato e feliz
abraçaram-se, no auge da alegria, pela grandeza das promessas, terminaram o
sacrifício e voltaram para encontrar Sara. Deus, fazendo prosperar todos os
seus desígnios, cumulou de felicidade todo o restante da vida de Abraão.
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História De Israel – Teologia 31.12 (Livro 1 Cap 12) SARA OBRIGA ABRAÃO A AFASTAR AGAR E ISMAEL DE SEU PRÓPRIO FILHO. UM ANJO CONSOLA AGAR. POSTERIDADE DE ISMAEL.
História De Israel – Teologia 31.12
CAPÍTULO 12
SARA OBRIGA ABRAÃO A AFASTAR AGAR E ISMAEL DE SEU PRÓPRIO
FILHO. UM ANJO CONSOLA AGAR. POSTERIDADE DE ISMAEL.
38. Gênesis 22. Sara,
de início, amou Ismael como se fosse seu próprio filho, porque o considerava
sucessor de Abraão. Quando se viu mãe de Isaque, todavia, julgou que não era
mais conveniente criá-los juntos, porque Ismael, sendo muito mais velho,
poderia muito facilmente, após a morte de Abraão, tornar-se senhor. Assim, ela
persuadiu Abraão a afastá-lo, juntamente com sua mãe. Ele, em princípio, teve
dificuldades em fazê-lo, porque lhe parecia desumano expulsar de casa uma
criança e uma mulher aos quais tudo faltava. No entanto Deus lhe deu a conhecer
que ele devia dar essa satisfação a Sara. Como Ismael não era ainda capaz de se
governar sozinho, ele o entregou à mãe, a quem disse que se fosse embora,
dando-lhe apenas alguns pães e um odre cheio de água.
Depois de se haver esgotado o pão e o pouco de água, Ismael
sentiu tal sede que estava a ponto de morrer, e Agar, não podendo suportar a
pena de vê-lo morrer diante de seus próprios olhos, colocou-o ao pé de um
pinheiro e afastou-se. Um anjo apareceu e mostrou-lhe uma fonte que estava
próxima, recomen-dando-lhe que tivesse muito cuidado com o filho e
asseverando-lhe que, se cumprisse bem esse dever, ela seria íeliz. Uma
consolação tão inesperada fê-la retomar a coragem: continuou a andar e
encontrou alguns pastores, que a ajudaram em tão grave necessidade.
Quando Ismael chegou à idade de se casar, Agar deu-lhe por
esposa uma mulher egípcia, porque ela também havia nascido no Egito. Ele teve
doze filhos: Nebaiote, Quedar, Abdeel, Mibsão, Misma, Duma, Massa, Hadade,
Tema, Jetur, Nafis e Quedemá. Eles ocuparam toda a região que está entre o
Eufrates e o mar Vermelho e a chamaram Nabatéia. Os árabes originaram-se deles,
e os seus descendentes conservaram o nome de nabateenses por causa do seu valor
e da fama de Abraão.
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História De Israel – Teologia 31.11 (Livro 1 Cap 11) UM ANJO PREDIZ QUE SARA TERÁ UM FILHO. DOIS ANJOS VÃO A SODOMA. DEUS EXTERMINA A CIDADE. SOMENTE LÓ SE SALVA COM AS SUAS DUAS FILHAS E SUA MULHER, QUE É TRANSFORMADA EM ESTÁTUA DE SAL. NASCIMENTO DE MOABE E DEAMOM. DEUS IMPEDE QUE O REI ABIMELEQUE EXECUTE O SEU MAU INTENTO COM RELAÇÃO A SARA. NASCIMENTO DE ISAQUE.
História De Israel – Teologia 31.11
CAPÍTULO 11
UM ANJO PREDIZ QUE SARA TERÁ UM FILHO. DOIS ANJOS VÃO A
SODOMA.
DEUS EXTERMINA A CIDADE. SOMENTE LÓ SE SALVA COM AS SUAS
DUAS
FILHAS E SUA MULHER, QUE É TRANSFORMADA EM ESTÁTUA DE SAL.
NASCIMENTO DE MOABE E DEAMOM. DEUS IMPEDE QUE O REI ABIMELEQUE EXECUTE O SEU MAU INTENTO COM RELAÇÃO A SARA. NASCIMENTO DE ISAQUE.
32. Gênesis 78 e 7 9.
Os povos de Sodoma, cheios de orgulho por sua abundância e grandes riquezas,
esqueceram-se dos benefícios que haviam recebido de Deus e não foram menos
ímpios para com Ele do que ultrajosos para com os homens. Odiavam os
estrangeiros, e chafurdaram-se em prazeres inomináveis. Deus, irritado pelos
seus crimes, resolveu castigá-los: destruir a sua cidade de tal modo que não
restasse o menor vestígio dela, tornando o país tão estéril que jamais pudesse
produzir fruto ou planta alguma.
33. Um dia, quando
Abraão estava sentado à porta de sua casa, junto ao carvalho de Manre, três
anjos apresentaram-se a ele. Tomou-os por estrangeiros e, tendo-se levantado
para saudá-los, ofereceu-lhes a sua casa. Os anjos aceitaram a sua
hospitalidade. Abraão mandou matar um vitelo, que lhes foi servido assado com
bolos de farinha. Puseram-se à mesa debaixo do carvalho, e pareceu a Abraão que
eles comiam. Perguntaram-lhe depois onde estava a sua mulher. Ele respondeu-lhes
que estava em casa e mandou logo chamá-la. Quando ela chegou, disseram-lhe que
voltariam algum tempo depois e a encontrariam grá-vida. A essas palavras ela
sorriu, porque, sendo idosa — tendo já noventa anos, e seu marido, cem —,
julgava que fosse impossível. Então os anjos, não mais se ocultando, declararam
que eram enviados de Deus, um para anunciar-lhes que teriam um filho e os
outros dois para exterminar Sodoma. Abraão, consternado pela ruína daquele povo
infeliz, rogou a Deus que não fizesse morrer os inocentes com os culpados. Deus
respondeu-lhe que não havia lá inocentes e que, se ao menos dez fossem
encontrados como tais, Ele perdoaria a todos os outros. Depois dessa resposta,
Abraão não ousou mais falar em favor deles.
34. Os anjos chegaram
a Sodoma, e Ló, a exemplo de Abraão, também se mostrou muito atencioso para com
os estrangeiros, rogando-lhes que ficassem em sua casa. Os habitantes dessa
detestável cidade, vendo-os tão belos e tão apresentáveis, pediram a Ló, em
cuja casa eles haviam entrado, que os entregasse, para que se servissem deles.
Esse homem justo censurou-os, rogando-lhes que tivessem mais compostura, que
não lhes fizessem injúria alguma, ultrajando os estrangeiros que estavam
hospedados em sua casa, e que não violassem em suas pessoas os direitos da
hospitalidade. Acrescentou que, se essas razões não os persuadissem, ele
preferia entregar-lhes as próprias filhas. Mas nem isso os convenceu. Deus
contemplava com olhares de cólera a ousadia daqueles celerados, e feriu-os com
tal cegueira que não puderam achar a saída da casa de Ló. Resolveu então
exterminar aquele povo abominável. Ordenou a Ló que se retirasse com toda a sua
família e avisasse àqueles aos quais as suas duas filhas, que ainda eram
virgens, haviam sido prometidas em casamento que também partissem. Mas eles
zombaram do aviso, dizendo que era uma das habituais imaginações de Ló. Deus
então lançou do céu os raios de sua cólera e de sua vingança contra essa cidade
criminosa. Ela foi imediatamente reduzida a cinzas, com todos os seus
habitantes. O mesmo fogo destruiu toda a região vizinha, como já disse na minha
história da Guerra dos Judeus.
35. A mulher de Ló, que fugia com ele, contrariando a
proibição divina, voltou-se para trás, a fim de ver a cidade e o terrível incêndio.
Foi transformada numa estátua de sal e assim castigada pela sua curiosidade.
Falei em outro lugar dessa estátua, que ainda hoje pode ser vista.
Assim, Ló retirou-se com as duas filhas a um recanto do
país, o único poupado, que até hoje tem o nome de Zoar, isto é,
"pequeno". Eles viveram algum tempo com muita dificuldade, tanto
porque estavam sozinhos quanto por trazerem consigo de casa muito pouco
alimento. As duas filhas, julgando que toda a raça dos homens havia perecido,
acharam que lhes era permitido, para conservá-la, enganar o pai. Dessa maneira,
a mais velha teve dele um filho, a que chamou Moabe, que significa "de meu
pai", e a mais jovem deu à luz Ben-Ami, isto é, "filho de minha
raça". Do primeiro vieram os moabitas, que ainda hoje são um povo
poderoso. Os amonitas são descendentes do segundo, e alguns deles habitam a
Síria de Ceiem. Eis de que maneira Ló se salvou do incêndio de Sodoma.
36. Gênesis 20. Quanto a Abraão, ele retirou-se a Gerar, na
Palestina. O medo que tinha do rei Abimeleque levou-o a fingir uma segunda vez
que Sara era sua irmã. E esse príncipe não deixou de se enamorar dela. Mas Deus
lhe impediu o perverso desígnio enviando-lhe uma grave enfermidade, e quando
estava abandonado pelos médicos avisou-o em sonhos de que não fizesse ultraje
algum a Sara, porque era esposa daquele estrangeiro, e não sua irmã.
Abimeleque, encontrando-se um pouco melhor ao despertar,
contou o sonho aos que estavam junto dele e por conselho destes mandou chamar a
Abraão. Disse-lhe que nada temesse por sua mulher, pois Deus se havia tornado
protetor dela, e que tomava Abraão como testemunha, tanto quanto ela, de que a
devolvia pura às suas mãos. Disse-lhe também que, se tivesse sabido que era sua
esposa, não lha teria tirado, mas julgara ser ela somente sua irmã, e que não
lhe faria injustiça alguma. Suplicou-lhe então que não guardasse ressentimento
contra ele, mas, ao contrário, rogasse a Deus que lhe fosse favorável. E,
ademais, se desejasse habitar nos seus estados, receberia toda sorte de
atenções, ou, se pensasse em retirar-se, fá-lo-ia acompanhar e dar-lhe-ia todas
as coisas que viera buscar em seu país.
Abraão respondeu-lhe que nada dissera contra a verdade ao
chamá-la de irmã, pois ela era filha de um irmão seu, e que havia assim
procedido apenas por medo do perigo ao qual se julgava exposto. Estava muito
aborrecido por ter sido a causa da enfermidade do rei e de todo o coração
desejava-lhe a saúde. E ficaria com muito prazer em suas terras. Abimeleque,
ante essa resposta, deu-lhe dinheiro e terras e fez aliança com ele,
confirmando-a com juramento junto aos poços ainda hoje denominados Berseba,
isto é, "poço do juramento".
37. Gênesis 21. Algum
tempo depois, Abraão teve de sua mulher, Sara, segundo a promessa que Deus lhe
havia feito, um filho ao qual chamou Isaque, isto é, "riso", porque
Sara havia sorrido quando, sendo já bastante idosa, o anjo lhe anunciou que
teria um filho. Ele foi circuncidado ao oitavo dia, segundo o costume que ainda
hoje se observa entre os judeus. E, enquanto eles fazem a circunci-são ao
oitavo dia do nascimento da criança, os árabes a realizam à idade de treze
anos, porque Ismael, do qual são originários e de quem irei falar em seguida,
foi circuncidado com essa idade.
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História De Israe l – Teologia 31.10 (Livro 1 Cap 10) ABRAÃO PERSEGUE OS ASSÍRIOS, AFUGENTA-OS, LIBERTA LÓ E TODOS OS OUTROS PRISIONEIROS. O REI DE SODOMA E MELQUISEDEQUE, REI DE JERUSALÉM, PRESTAM-LHE GRANDES HONRAS. DEUS PROMETE-LHE QUE ELE TERÁ UM FILHO COM SARA. NASCIMENTO DE ISMAEL, FILHO DE ABRAÃO E AGAR. CIRCUNCISÃO ORDENADA POR DEUS.
História De Israe l – Teologia 31.10
CAPÍTULO 10
ABRAÃO PERSEGUE OS ASSÍRIOS, AFUGENTA-OS, LIBERTA LÓ E TODOS
OS
OUTROS PRISIONEIROS. O REI DE SODOMA E MELQUISEDEQUE, REI DE
JERUSALÉM, PRESTAM-LHE GRANDES HONRAS. DEUS PROMETE-LHE QUE
ELE
TERÁ UM FILHO COM SARA. NASCIMENTO DE ISMAEL, FILHO DE
ABRAÃO E
AGAR. CIRCUNCISÃO ORDENADA POR DEUS.
26. Gênesis 14.
Abraão ficou tão comovido com a derrota dos habitantes de Sodoma, que eram seus
vizinhos e amigos, e com o cativeiro de Ló, seu sobrinho, que resolveu
ajudá-los. Sem retardar um só momento, seguiu os assírios e alcançou-os no
quinto dia, perto de Dã, uma das nascentes do Jordão. Surpreendeu-os à noite
vencidos pelo vinho e pelo sono e matou grande parte deles. Pôs os restantes em
fuga e perseguiu-os todo o dia seguinte até Soba de Damasco. Esse grande feito
fez ver que a vitória não depende do grande número, mas da coragem dos
combatentes, pois Abraão tinha com ele apenas trezentos e dezoito homens e três
de seus amigos quando derrotou aquele grande exército. Os poucos assírios que
restaram fugiram para o seu país cobertos de vergonha e de confusão. Assim,
Abraão libertou Ló e todos os outros prisioneiros e voltou plenamente
vitorioso.
27. O rei de Sodoma veio até ele no lugar a que chamam Campo
Real, onde o rei de Salém, que agora é Jerusalém, o recebeu com grandes
demonstrações de estima e de amizade. Esse príncipe chamava-se Melquisedeque,
isto é, "rei justo". E ele era verdadeiramente justo, pois a sua
virtude era tal que, por consentimento unânime, havia sido feito sacerdote do
Deus Todo-poderoso. Ele não se contentou em receber penas a Abraão, mas também
a todos os seus. Deu-lhes, no meio dos banquetes que realizou, os louvores
devidos à sua coragem e virtude e prestou a Deus públicas ações de graças por
tão gloriosa vitória. Abraão, por sua vez, ofereceu a Melquisedeque a décima
parte dos despojos que tomara dos inimigos, e este aceitou, já o rei de Sodoma,
ao qual Abraão ofereceu também parte dos despojos, teve dificuldade em receber
a oferta, contentando-se com a parte de seus súditos. Mas Abraão o obrigou a
receber tudo, reservando-se somente alguns víveres para os seus homens e uma
parte dos despojos para os seus três amigos, Escol, Aner e Manre, que o haviam
acompanhado.
28. Gênesis 15. Esse ato generoso de Abraão foi tão
agradável aos olhos de Deus que Ele afirmou que não o deixaria sem recompensa,
pelo que Abraão respondeu: "E como, Senhor, os vossos benefícios me
poderiam dar alegria, pois que não deixarei a ninguém depois de mim que deles
possa gozar e possuí-los?" Ele ainda não tinha filhos. Então Deus prometeu
que lhe daria um filho e que a sua posteridade seria tão grande que igualaria o
número das estrelas. Ordenou-lhe em seguida que oferecesse um sacrifício, e eis
a ordem que ele observou: tomou uma novilha de três anos, uma cabra e um
carneiro da mesma idade, que cortou em pedaços, e uma rola e uma pomba, que
ofereceu inteiras, sem partir. Antes de erguer o altar, quando as aves adejavam
em torno das vítimas, para se alimentar de seu sangue, ele ouviu uma voz do céu
vaticinando que os seus descendentes sofreriam durante quatrocentos anos grande
perseguição no Egito, mas que triunfariam enfim sobre os seus inimigos,
venceriam os cananeus e se tornariam senhores de seu país.
29. Gênesis 16.
Abraão morava naquele tempo num lugar chamado Carvalho de Manre, muito próximo
da cidade de Hebrom. Como vivia sempre aflito, por ver que sua mulher era
estéril, não deixava de rogar a Deus que lhe desse um filho. E Deus não somente
confirmou a promessa que lhe fizera, como lhe garantiu ainda todas as outras
coisas que lhe havia prometido quando ele fora obrigado a deixar a Mesopotâmia.
30. Sara, então, deu a Abraão uma de suas escravas, de nome
Agar, egípcia, a fim de que esta lhe desse um filho. Quando a escrava se sentiu
grávida, desprezou a sua senhora e vangloriou-se de que os seus filhos seriam
um dia os herdeiros de Abraão. Esse homem justo ficou horrorizado com aquela
ingratidão e deixou Sara à vontade para castigar a escrava eômo bem entendesse.
Agar, cheia de dor e de sofrimento, fugiu para o deserto e rogou a Deus que
tivesse compaixão de sua miséria. Estava ainda nesse estado quando um anjo
ordenou-lhe que voltasse à sua senhora, asseverando-lhe que esta a perdoaria,
contanto que Agar reconhecesse a sua falta e aceitasse o castigo que devia
receber como justa punição por sua ingratidão e por seu orgulho. Acrescentou
que, se em vez de obedecer a Deus, ela se afastasse mais, pereceria
miseravelmente. Todavia, se se submetesse de boa vontade, seria mãe de um filho
que um dia haveria de reinar naquela província. Ela obedeceu, pediu perdão à
sua senhora, e o obteve, e pouco tempo depois deu à luz um filho, que foi
chamado Ismael, isto é, "atendido", para mostrar que Deus atendera às
orações de sua mãe.
31. Gênesis 17.
Abraão tinha oitenta e seis anos quando nasceu Ismael e noventa e nove anos
quando Deus lhe apareceu e disse que Sara teria um filho, o qual se chamaria
Isaque, cuja posteridade seria muito grande e da qual nasceriam dois reis, que
submeteriam pelas armas toda a terra de Canaã, desde Sidom até o Egito. E, a
fim de distinguir a sua raça de outras nações, mandou circunci-dar todas as
crianças do sexo masculino, oito dias após o nascimento, de que darei ainda
outra razão. E, sobre o que Abraão pediu a Deus, se Ismael viveria, Ele
respondeu-lhe que viveria muito tempo e que a sua posteridade também seria
muito grande. Abraão deu graças a Deus por esses favores e logo fez-se
circunci-dar com toda a sua família, tendo já Ismael a idade de treze anos.
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27 de setembro de 2017
História De Israe l – Teologia 31.09 (Livro 1 Cap 9) OS ASSÍRIOS DERROTAM SODOMA. LEVAM DIVERSOS PRISIONEIROS, DENTRE ELES LÓ, QUE VIERA PRESTAR AUXÍLIO.
História De Israel – Teologia 31.09
CAPÍTULO 9
OS ASSÍRIOS DERROTAM SODOMA. LEVAM DIVERSOS PRISIONEIROS,
DENTRE ELES LÓ, QUE VIERA PRESTAR AUXÍLIO.
25. Gênesis 14. O
império da Ásia achava-se então nas mãos dos assírios, e o país de Sodoma
estava tão populoso e tão rico que era governado por cinco reis de nome Bera,
Birsa, Sinabe, Semeber e Bela. Os assírios atacaram-nos com grande e poderoso
exército, que dividiram em quatro corpos, comandados por quatro chefes. Tendo
obtido a vitória depois de sangrento combate, obrigaram os reis de Sodoma a
pagar tributo. Estes lhes estiveram sujeitos durante doze anos. No décimo
terceiro ano, revoltaram-se. Os assírios, para se vingar, voltaram segunda vez,
sob o comando de Marfede, de Arioque, de Codologomo e de Tidal, devastaram toda
a Síria, subjugaram os descendentes dos gigantes e entraram nas terras de
Sodoma, onde acamparam no vale que tinha o nome de Poços de Betume, por causa
dos poços de betume natural que ali existiam, mas que depois da destruição de
Sodoma foi mudado num lago que se chama Asfaltite, porque o betume dele sai
continuamente aos borbotões. Travou-se grande combate, que foi muito renhido:
vários de Sodoma foram mortos e muitos foram feitos prisioneiros, dentre os
quais estava Ló, que viera prestar auxílio.
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História De Israel – Teologia 31.08 (Livro 1 Cap 8) UMA GRANDE CARESTIA OBRIGA ABRAÃO A IR AO EGITO. O FARAÓ APAIXONA-SE POR SARA. DEUS A PRESERVA. ABRAÃO RETORNA PARA CANAÃ E DIVIDE OS SEUS BENS COM LÓ, SEU SOBRINHO.
História De Israel – Teologia 31.08
CAPÍTULO 8
UMA GRANDE CARESTIA OBRIGA ABRAÃO A IR AO EGITO. O FARAÓ
APAIXONA-SE POR SARA. DEUS A PRESERVA. ABRAÃO RETORNA PARA
CANAÃ E DIVIDE OS SEUS BENS COM LÓ, SEU SOBRINHO.
23. Gênesis 12 e 13. O país de Canaã foi então assolado por
grande carestia, e Abraão, tendo sabido nesse mesmo tempo que o Egito desfrutava
grande abundância, resolveu tanto mais facilmente ir para lá quanto lhe era
interessante conhecer os sentimentos dos sacerdotes daquele país com relação à
Divindade. E, se eles fossem mais bem instruídos do que ele, conformar-se-ia à
sua crença, mas se, ao contrário, ele fosse o mais instruído, comunicaria a
eles a sua fé. Como Sara, sua esposa, era muito formosa, e sabendo ele da
incontinência dos egípcios, e temendo que o rei se apaixonasse por ela e o
mandasse matar, fingiu que ela era sua irmã e ensinou-lhe como proceder para
evitar esse perigo.
O que ele havia previsto aconteceu. A fama da beleza de Sara
espalhou-se logo. O rei quis vê-la e não somente vê-la, como também possuí-la.
Deus, porém, impediu a realização do seu mau desígnio por meio de uma peste,
que lhe avassalou o reino, e pela revolta dos seus súditos. Por isso o príncipe
consultou os seus sacerdotes, para saber de que maneira se poderia aplacar a
cólera divina. Responderam-lhe que a violência que ele queria fazer à mulher de
um estrangeiro era a causa daquilo. Faraó, espantado com a resposta, perguntou
quem era essa mulher e quem era esse estrangeiro. Depois de haver sabido de
tudo, pediu grandes desculpas a Abraão, disse-lhe que julgara que fosse sua
irmã, e não sua mulher, e que em vez de querer fazer-lhe afronta não tivera
outro intento senão contrair aliança com ele. Deu-lhe em seguida grande soma de
dinheiro e permitiu-lhe conversar com os homens mais instruídos do reino.
Essa conversa tornou conhecida a sua virtude e granjeou-lhe
grande renome, pois apesar de os sábios do Egito serem de sentimentos diversos,
impondo essa diversidade uma grande divisão entre eles e Abraão, ele tão
claramente lhes deu a conhecer que estavam longe da verdade que eles lhe
admiraram mais a grandeza de espírito que o dom de persuadir. Ele ensinou-lhes
até mesmo a aritmética e a ciência dos astros, que lhes eram desconhecidas: foi
por meio dele que essas ciências passaram dos caldeus aos egípcios e dos
egípcios aos gregos.
24. Abraão, ao voltar a Canaã, dividiu o país com Ló, seu
sobrinho. Os guardas de seus rebanhos estavam brigados uns com os outros por
causa das pastagens. Então ele disse a Ló que escolhesse e tomou para si o que
o outro não quis, contentando-se com as terras que estão ao pé das montanhas.
Estabeleceu em seguida a sua moradia na cidade de Hebrom, que é sete anos mais
velha que Tanis, no Egito. Quanto a Ló, escolheu ele as planícies que estão ao
longo do rio Jordão e próximas da cidade de Sodoma, que estava então em franco
progresso, mas que agora se acha inteiramente destruída pela justa vingança de
Deus — e nada resta dela, nem mesmo o menor vestígio, como diremos em seguida.
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História De Israel – Teologia 31.07 (Livro 1 Cap 7) ABRAÃO, NÃO TENDO FILHOS, ADOTA LÓ, SEU SOBRINHO, DEIXA A CALDÉIA E VAI MORAR EM CANAÃ.
História De Israel – Teologia 31.07
CAPÍTULO 7
ABRAÃO, NÃO TENDO FILHOS, ADOTA LÓ, SEU SOBRINHO, DEIXA A
CALDÉIA E VAI MORAR EM CANAÃ.
22. Gênesis 12.
Abraão, não tendo filhos, adotou Ló, filho de seu irmão Arã e irmão de sua
mulher, Sara. E, para obedecer à ordem que havia recebido de Deus, deixou a
Caldéia na idade de setenta e cinco anos e foi morar na terra de Canaã, a qual
deixou à sua posteridade. Era homem muito sensato, prudente e de grande
espírito e tão eloqüente que podia persuadir sobre o que quisesse. Como nenhum
outro o igualava em capacidade e em virtude, deu aos homens um conhecimento
muito mais perfeito da grandeza de Deus, como jamais tiveram antes. Foi ele
quem primeiro ousou dizer que existe um só Deus, que o universo é obra das mãos
dEle e que a nossa felicidade deve ser atribuída unicamente à sua bondade, e
não às nossas próprias forças.
O que o levava a falar dessa maneira era o fato de ter
deduzido, após considerar atentamente o que se passava sobre a terra e sobre o
mar e o curso do Sol, da Lua e das estrelas, que há um poder superior regulando
esses movimentos, sem o qual todas as coisas cairiam em confusão e desordem,
por não terem de si mesmas poder algum para nos proporcionar os benefícios que
delas haurimos — elas os recebem dessa potência superior, à qual estão
absolutamente sujeitas, o que nos obriga a honrar somente a Ele e a reconhecer
o que lhe devemos por contínuas ações de graças. Os caldeus e os outros povos
da Mesopotâmia, não podendo tolerar as palavras de Abraão, levantaram-se contra
ele. Assim, por ordem e com o auxílio de Deus, ele saiu do país para ir morar
na terra de Canaã. Lá, construiu um altar e ofereceu a Deus um sacrifício.
Berose, sem nomeá-lo, fala nestes termos desse grande homem: "Na déci-ma
era, depois do dilúvio, havia entre os caldeus um homem muito justo e muito
hábil na ciência dos astros". Hecateu cita-o somente de passagem, mas
escreveu um livro inteiro sobre esse assunto. Lemos no quarto livro da história
de Nicoiau de Damasco estas apropriadas palavras: "Abraão saiu com grande
acompanhamento da terra dos caldeus, que está acima da Babilônia, reinou em
Damasco e partiu algum tempo depois com todo o seu povo, estabeleceu-se na
terra de Canaã, que agora se chama Judéia, onde a sua posteridade se multiplicou
de maneira incrível, como direi mais particularmente em outro lugar. O nome de
Abraão é ainda hoje muito célebre e tido em grande veneração na terra de
Damasco. Vê-se aí uma aldeia que tem o seu nome e onde se diz que ele
morou".
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26 de setembro de 2017
História De Israel – Teologia 31.06 (Livro 1 Cap 6) DESCENDENTES DE NOÉ ATÉ JACÓ. DIVERSOS PAÍSES QUE ELES OCUPARAM.
História De Israel – Teologia 31.06
CAPÍTULO 6
DESCENDENTES DE NOÉ ATÉ JACÓ. DIVERSOS PAÍSES QUE ELES
OCUPARAM.
18. Gênesis 10. Os filhos dos filhos de Noé, para honrar-lhe
a memória, deram os próprios nomes aos países onde se estabeleceram. Assim, os
sete filhos de Jafé, que se estabeleceram pela Ásia desde o monte Tauro e o Amã
até o rio de Tanais e na Europa até Gades, deram os seus nomes às terras que
ocuparam e que não eram ainda povoadas. Gomer fundou a colônia dos gôrneres,
que os gregos chamam gaiatas. Magogue fundou a dos magogianos, a que chamam
citas. Javã deu o nome à Jônia e a toda a nação dos gregos. Madai foi o
fundador dos madianos, que os gregos chamam medas. Tubal deu o seu nome aos
tubalinos, que agora se chamam iberos.* Meseque deu o próprio nome aos
mescinianos (o de capadócios, que eles têm agora, é novo), e ainda hoje uma de
suas cidades tem o nome de Malaca, o que nos mostra que essa cidade antigamente
se chamava assim. Tiras deu o seu nome aos tírios, dos quais foi o príncipe e
que os gregos chamam trácios. Assim, todas essas nações foram fundadas pelos
filhos de Jafé.
Gomer, que era o mais velho dos filhos de Jafé, teve três
filhos: Asquenaz, que deu o seu nome aos asquenázios, aos quais os gregos
chamam reginianos; Rifate, que deu o seu nome aos rifanianos, aos quais os
gregos chamam paflagonianos; Togarma, que deu o seu nome aos togarmanianos, aos
quais os gregos chamam frígios.
Javã, outro filho de Jafé, teve quatro filhos: Elisa,
Társis, Quitim e Dodanim. Elisa deu o seu nome aos elisamos, que hoje se chamam
ecolianos. Társis deu o seu nome aos tarsianos, que hoje são os cilicianos,
cuja principal cidade ainda hoje se chama Tarso. Quitim ocupou a ilha que agora
se chama Chipre, à qual deu o seu nome, razão por que os hebreus chamam de
Quitim todas as ilhas e todos os lugares marítimos. Ainda hoje, uma das cidades
da ilha de Chipre é chamada Citium por aqueles que dão nomes gregos a todas as
coisas, que pouco difere do nome Quitim. Eis as nações de que os filhos de Jafé
se tornaram senhores. Antes de retomar o fio de minha narração acrescentarei
uma coisa que talvez os gregos ignorem: esses nomes foram mudados segundo a
maneira de falar, para tornar a pronúncia mais agradável, pois entre nós não
serão jamais mudados.
* Ou espanhóis.
19. Os filhos de Cam ocuparam a Síria e todos os países que
estão além dos montes de Amane e do Líbano até o oceano, dando-lhes nomes dos
quais alguns são hoje inteiramente desconhecidos, e outros, modificados de tal
modo que mal se poderiam reconhecer. Somente os etíopes, dos quais Cuxe, filho
de um dos quatro filhos de Cam, foi príncipe, conservaram o nome ancestral, não
somente naquele país mas em toda a Ásia. Ainda hoje eles são chamados
cuxeenses. Os mizraenses, descendentes de Mizraim, também conservaram o seu
nome, pois nós chamamos Mizrau ao Egito e mizraenses aos egípcios. Pute povoou
a Líbia e chamou a esses povos com o seu nome: puteenses. Existe ainda hoje, na
Mauritânia, um rio que tem esse nome, e vários historiadores gregos o
mencionam, como também ao país vizinho, a que chamam Pute, mas que depois mudou
de nome, por causa de um dos filhos de Mizraim, Leabim. Direi em seguida por
que lhe deram o nome de África. Canaã, quarto filho de Cam, estabeleceu-se na
Judéia, a que chamou com o seu nome: Canaã.
Cuxe, o mais velho dos filhos de Cam, teve seis filhos:
Sebá, príncipe dos sebaenses; Havilá, príncipe dos havilenses, que agora são
chamados getulienses; Sabtá, príncipe dos sabataenses, a que os gregos chamam
astabarienses; Raamá, príncipe dos ramaenses (que teve dois filhos, que moram
entre os etíopes ocidentais: um de nome Dedã e outro de nome Sabá, que deu nome
aos sabaenses); Sabtecá. Quanto a Ninrode, sexto filho de Cuxe, ficou entre os
babilônios e tornou-se senhor deles, como já o disse anteriormente.
Mizraim foi pai de oito filhos, que ocuparam todos os países
que estão entre Gaza e o Egito. Mas somente um desses oito, Filistim, manteve o
nome no seu país — os gregos deram o nome de Palestina a uma parte dessa
província. Quanto aos sete outros irmãos, chamados Ludim, Anamim, Leabim,
Naftuim, Patrusim, Casluim e Caftorim, com exceção de Leabim, que fundou uma
colônia na Líbia e lhe deu o seu nome, nada sabemos de suas obras, porque as
cidades que construíram foram destruídas pelos etíopes, como diremos a seu
tempo.
Canaã teve onze filhos: Sidônio, que construiu na Fenícia
uma cidade à qual deu o seu nome e à qual os gregos chamam Sidom; Hamate, que
construiu a cidade de Hamate, que ainda hoje se vê e conserva o mesmo nome
entre os que nela habitam, embora os macedônios lhe chamem Epifania, nome de um
de seus príncipes; Arqueu, que teve como herança a ilha de Aruda; Amom, que
teve a cidade de Arce, situada no monte Líbano. Quanto aos outros sete irmãos,
chamados Heveu, Hete, Jebuseu, Arvadeu, Sineu, Zemarco e Cirgaseu, só ficaram
os nomes nas Sagradas Escrituras, porque os hebreus destruíram-lhes as cidades
por motivo que depois direi.
Gênesis 9. Quando, depois do dilúvio, a terra foi restaurada
ao seu estado primitivo, Noé cultivou-a como antes e plantou uma vinha, da qual
ofereceu as primícias a Deus. Bebeu vinho que dela fez e, como não estava
acostumado a uma bebida tão forte e ao mesmo tempo tão deliciosa, bebeu demais
e ficou embriagado. Dormiu em seguida, tendo-se descoberto ao dormir, contra o
que lhe permitia a decência. Cam, o mais novo de seus filhos, vendo-o naquele
estado, zombou dele e mostrou-o aos irmãos. Estes, porém, ao contrário,
cobriram a nudez do pai com o respeito que lhe deviam. Noé, ao saber o que se
havia passado, deu-lhes a sua bênção, e a ternura paternal fê-lo perdoar Cam,
conten-tando-se em amaldiçoar apenas os seus descendentes, que foram assim
castigados pelo pecado de seu pai, como iremos expor em seguida.
20. Gênesis 11. Sem, outro filho de Noé, teve cinco filhos,
que estenderam o seu domínio desde a Ásia, a partir do rio Eufrates, até o oceano
Índico. De Elão, o mais velho, vieram os elameenses, e dele os persas tiveram a
sua origem. Assur, o segundo, construiu a cidade de Nínive e deu o nome de
assírios aos seus súditos, os quais foram extraordinariamente ricos e
poderosos. Arfaxade, o terceiro, também chamou aos seus pelo seu nome, isto é,
arfaxadeenses, que são hoje os caldeus. De Arã, o quarto, vieram os arameenses,
aos quais os gregos chamam sírios, e de Lude, o quinto, vieram os ludeenses,
que hoje são chamados lídios.
Arã teve quatro filhos, dos quais Uz, o mais velho,
estabeleceu-se na Traconites e aí construiu a cidade de Damasco, que está
situada entre a Palestina e a Síria, cognominada Coelem. Hul, o segundo, ocupou
a Armênia. Geter, o terceiro, foi príncipe dos bactrianos. E Más, o quarto,
dominou os mesanianos, cujo país hoje se chama o vale de Pasin.
Arfaxade foi pai de Sala, e Sala, pai de Éber, de cujo nome
os judeus foram chamados hebreus. Éber teve por filhos Joctã e Pelegue, este
nascido quando se fazia a divisão das terras, pois Pelegue em hebreu significa
"partilha", joctã teve treze filhos: Almodá, Selefe, Hazar-Mavé,
Jerá, Hadorão, Uzal, Dicla, Obal, Abimael, Sabá, Ofir, Havilá e Jobabe, que se
espalharam desde o rio Confem, que está na índia, até a Assíria.
Depois de haver falado dos descendentes de Sem, é preciso
agora falar dos hebreus, descendentes de Éber. Pelegue, filho de Éber, teve por
filho Reú. Reú teve Serugue, Serugue teve Naor e Naor teve Terá, pai de Abraão,
que assim foi o décimo desde Noé e nasceu duzentos e noventa e dois anos após o
dilúvio, pois Terá tinha setenta anos ao nascer Abraão. Naor tinha vinte e nove
anos quando teve Terá, Serugue tinha trinta anos quando teve Naor, Reú tinha
trinta e dois anos quando teve Serugue, Pelegue tinha trinta anos quando teve
Reú, Éber tinha trinta e quatro anos quando teve Pelegue, Sala tinha trinta
anos quando teve Éber. Arfaxade tinha trinta e cinco anos quando teve Sala e
Arfaxade, filho de Sem e neto de Noé, nasceu dois anos após o dilúvio.
21. Abraão teve dois
irmãos: Naor e Harã. Este morreu na cidade de Ur da Caldéia, onde ainda hoje se
vê o seu sepulcro, e deixou um filho de nome de Ló e duas filhas: Sara e Milca.
Abraão desposou Sara, e Naor desposou Milca.
Terá, pai de Abraão, tendo concebido aversão pela Caldéia,
porque lá perdera o filho Arã, deixou-a e foi com toda a família para Harã, na
Mesopotâmia. E lá morreu, com a idade de duzentos e cinco anos — a duração da
vida humana já ia pouco a pouco diminuindo, continuou a diminuir até Moisés, e
foi então que Deus a reduziu a cento e vinte anos, o tempo que viveu esse
admirável legislador. Naor teve de sua mulher, Milca, oito filhos: Uz, Buz,
Quemuel, Quésede, Hazo, Pildas, jidlafe e Betuel; de Reumá, sua concubina, teve
Teba, Gaã, Taás e Maaca. Betuel, que foi o último filho de Naor, teve um filho
de nome Labão e uma filha de nome Rebeca.
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História De Israel – Teologia 31.05 (Livro 1 Cap 5) COMO OS DESCENDENTES DE NOÉ SE ESPALHARAM PELOS DIVERSOS LUGARES DA TERRA.
História De Israel – Teologia 31.05
CAPÍTULO 5
COMO OS DESCENDENTES DE NOÉ SE ESPALHARAM PELOS DIVERSOS
LUGARES DA TERRA.
17. Gênesis 10. A diversidade de línguas obrigou a multidão
quase infinita desse povo a dividir-se em diversas colônias, segundo Deus, por
sua providência, os ia levando. Assim, não somente o meio da terra, mas também
as margens do mar encheram-se de habitantes. Houve mesmo quem embarcasse em
navios e passasse às ilhas. Algumas dessas nações conservam ainda os nomes
dados por aqueles que lhes deram origem, outras mudaram-nos e outras ainda, por
fim, em vez dos nomes bárbaros que antes possuíam, receberam nomes que eram do
agrado daqueles que nelas vinham se estabelecer. Os gregos foram os principais
autores dessa mudança, pois, havendo-se tornado senhores de todos esses países,
davam-lhes nomes e como bem desejavam impunham leis aos povos con-quistados,
usurpando, assim, a glória de passar por seus fundadores.
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História De Israel – Teologia 31.04 (Livro 1 Cap 4) NINRODE, NETO DE NOÉ, CONSTRÓI A TORRE DE BABEL, E DEUS, PARA CONFUNDI-LOS E DESTRUIR ESSA OBRA, MANDA A CONFUSÃO DE LÍNGUAS.
História De Israel – Teologia 31.04
CAPÍTULO 4
NINRODE, NETO DE NOÉ, CONSTRÓI A TORRE DE BABEL, E DEUS,
PARA CONFUNDI-LOS E DESTRUIR ESSA OBRA, MANDA A CONFUSÃO DE LÍNGUAS.
16. Gênesis 10 e 11 .Os três filhos de Noé, Sem, jafé e Cam,
nascidos cem anos antes do dilúvio, foram os primeiros a deixar as montanhas
para morar nas planícies, o que os outros não ousavam fazer, assustados ainda
com a desolação universal causada pelo dilúvio. Mas o exemplo daqueles animou
estes a imitá-los. Deram o nome de Sinar à primeira terra em que habitaram.
Deus ordenou que mandassem colônias a outros lugares, a fim de que,
multi-plicando-se e estendendo-se, pudessem cultivar mais terras, colher frutos
em maior abundância e evitar as divergências que de outro modo poderiam ser
suscitadas entre eles. Porém esses homens rudes e indóceis não obedeceram e,
pelo seu pecado, foram castigados com os males que lhes sucederam. E Deus,
vendo que o seu número crescia sempre, ordenou-lhes segunda vez que formassem novas
colônias.
Esses ingratos, porém, esquecidos de que deviam a Ele todos
os seus bens e atribuindo-os a si mesmos, continuaram a desobedecer-lhe e
acrescentaram à sua desobediência a impiedade de imaginar que era uma cilada
que se lhes armava, a fim de que, estando divididos, pudesse Deus mais
facilmente destruí-los. Ninrode, neto de Cam, um dos filhos de Noé, foi quem os
levou a desprezar a Deus dessa maneira. Ao mesmo tempo valente e corajoso,
persuadiu-os de que deviam unicamente ao seu próprio valor, e não a Deus, toda
a sua boa fortuna. E, como aspirava ao governo e queria que o escolhessem como
chefe, abandonando a Deus, ofereceu-se para protegê-los contra Ele (caso Deus
ameaçasse a terra com outro dilúvio), construindo uma torre para esse fim, tão
alta que não somente as águas não poderiam chegar-lhe ao cimo como ainda ele
vingaria a morte de seus antepassados.
O povo, insensato, deixou-se dominar pela estulta convicção
de que lhes seria vergonhoso ceder a Deus, e começaram a trabalhar nessa obra
com incrível ardor. A multidão e a atividade dos operários fez com que a torre
em pouco tempo se elevasse a uma altura acima de qualquer expectativa, mas a
sua debilidade fazia com que parecesse menos alta do que era de fato.
Construíram-na de tijolos, cimentando-a com betume, para torná-la mais forte.
Deus, irado com essa loucura, não quis no entanto exterminá-los, como fizera
aos seus predecessores, cujo exemplo, aliás, lhes havia sido de todo inútil,
mas pôs divisão entre eles, fazendo com que a única língua que falavam se
multiplicasse num instante, de tal modo que não mais se entendiam. A confusão
fez com que se desse ao lugar onde se havia construído a torre o nome de
Babilônia, pois Babel em hebreu significa "confusão". A Sibila assim
descreve esse grande acontecimento: "Todos os homens que então tinham uma
só língua construíram torre tão alta que parecia que ela se elevaria até o céu.
Mas os deuses levantaram contra ela tão violenta tempestade que ela foi
derribada e fizeram com que aqueles que a haviam construído falassem no mesmo
instante diversas línguas. Isso foi causa de que se desse o nome de Babilônia à
cidade que depois foi construída naquele mesmo lugar". Hestieu também fala
do campo de Sinar, onde Babilônia está localizada: "Diz-se que os sacerdotes
que se salvaram dessa grande catástrofe com as coisas sagradas, destinadas ao
culto de Júpiter, o vencedor, vieram a Sinar de Babilônia".
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