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30 de novembro de 2017

História De Israel – Teologia 31.81 (Livro 7 Cap 7) JOABE, GENERAL DO EXÉRCITO DE DAVI, DERROTA OS QUATRO REIS QUE VIERAM EM SOCORRO DE HANUM, REI DOS AMONITAS. DAVI VENCE EM PESSOA GRANDE BATALHA SOBRE O REI DOS SÍRIOS. E NAMORA-SE DE BATE- SEBA, TOMA-A E É CAUSA DA MORTE DE URIAS, SEU MARIDO. DESPOSA BATE-SEBA. DEUS, POR MEIO DO PROFETA NATA, REPREENDE-O PELO SEU PECADO. DAVI ARREPENDE-SE. AMOM, FILHO MAIS VELHO DE DAVI, VIOLENTA TAMAR, SUA IRMÃ, E ABSALÃO, IRMÃO DE TAMAR, MATA-O.

História De Israel – Teologia 31.81
 
CAPÍTULO 7

JOABE, GENERAL DO EXÉRCITO DE DAVI, DERROTA OS QUATRO REIS QUE
VIERAM EM SOCORRO DE HANUM, REI DOS AMONITAS. DAVI VENCE EM
PESSOA GRANDE BATALHA SOBRE O REI DOS SÍRIOS. E NAMORA-SE DE BATE-
SEBA, TOMA-A E É CAUSA DA MORTE DE URIAS, SEU MARIDO. DESPOSA
BATE-SEBA. DEUS, POR MEIO DO PROFETA NATA, REPREENDE-O PELO SEU
PECADO. DAVI ARREPENDE-SE. AMOM, FILHO MAIS VELHO DE DAVI,
VIOLENTA TAMAR, SUA IRMÃ, E ABSALÃO, IRMÃO DE TAMAR, MATA-O.

277. Os grandes preparativos dos amonitas e a união de tantos reis não atemorizaram Davi, porque a guerra que empreenderia para ressarcir tão grande ultraje não podia ser mais justa. Mandou contra eles as melhores tropas, sob o comando de Joabe, que sem perder tempo lhes foi sitiar a capital, de nome Rabá. Os inimigos saíram da cidade para combatê-lo e dividiram as suas forças em duas partes.
Os exércitos auxiliares puseram o seu campo de batalha em uma planície, e as tropas dos amonitas colocaram-se perto das muralhas, em frente aos aliados. Joabe marchou com tropas escolhidas contra os reis que vieram em socorro de Hanum. Deu o comando do restante a Abisai, para atacar os amonitas, com ordem para este vir socorrê-lo se fosse acossado. Do mesmo modo Joabe o socorreria, caso não pudesse resistir aos amonitas. Exortou os soldados a combater valorosamente, de forma que não pudessem ser acusados de recuar. Os reis estrangeiros sustentaram com bastante energia os primeiros ímpetos de Joabe, mas por fim, após a perda de um grande número de homens, fugiram. Os amonitas, vendo-os derrotados, não ousaram combater contra Abisai e voltaram para as suas cidades. Joabe então regressou vencedor para junto do rei em Jerusalém.
Embora a derrota tivesse feito conhecer aos amonitas a sua fraqueza, eles não se mostraram sensatos, recusando-se a estabelecer a paz. Mandaram embaixadores a Calama, rei dos sírios que moram além do Eufrates, para tomar tropas sob pagamento, e ele lhes enviou oitenta mil homens de infantaria e dez mil cavaleiros, comandados por Sobaque, seu lugar-tenente e general. Davi, percebendo que os inimigos eram perigosos, não quis mais fazer guerra por meio de seus chefes, mas determinou ir em pessoa. Passou o Jordão, marchou contra eles, deu-lhes combate e venceu-os, matando no campo de batalha quarenta mil homens de infantaria e sete mil cavaleiros. Sobaque foi ferido e morreu.
Tão gloriosa vitória abateu o orgulho dos mesopotâmios, e eles enviaram embaixadores com presentes a Davi para pedir-lhe a paz. Como se aproximava o inverno, Davi retornou a Jerusalém, mas logo que veio a primavera mandou Joabe continuar a guerra contra os amonitas. Devastou-lhes todo o país e sitiou pela segunda vez a Rabá, sua capital.
278. 2 Samuel 11. Esse rei tão justo, tão temente a Deus, tão zeloso pela observância das leis de seus antepassados, caiu em grave pecado. Numa tarde, segundo o seu costume, ele passeava por uma galeria alta do palácio, quando viu numa casa vizinha uma mulher que se banhava. Chamava-se Bate-Seba e era tão formosa que ele não pôde resistir à paixão que concebeu por ela. Mandou buscá-la e a reteve em sua companhia. Mas ela ficou grávida e pediu ao rei que a livrasse da morte, à qual a lei de Deus condenava as mulheres adúlteras.
Davi, com esse fim, mandou Joabe chamar Urias, seu escudeiro e marido de Bate-Seba, e pediu-lhe notícias sobre o cerco. Ele respondeu que tudo ia muito bem. Então enviou-lhe como jantar alguns pratos de sua mesa, mandando-o dormir em casa. Mas Urias, em vez de obedecer, passou a noite com os guardas. Davi soube-o e perguntou-lhe por que não tinha ido ver a esposa e passado aquele tempo com ela, depois de tão longa ausência, pois ninguém agia assim ao regressar de uma viagem. Ele respondeu que o seu general e os seus companheiros estavam dormindo no campo, sobre a terra, e por isso ele não quis passar o seu período de descanso em casa com a esposa.
Davi mandou-o ficar ainda aquele dia e só o despediu no dia seguinte. Pela tarde, fê-lo vir novamente para jantar, convidou-o a beber, a fim de que, estando mais alegre que de costume, desejasse ir dormir em sua casa. Mas ele passou também aquela noite à porta do quarto do rei, com os guardas. Davi, encoleriza-do por nada conseguir, escreveu a Joabe, para que este o expusesse ao perigo mais iminente, como castigo por uma ofensa que teria cometido, e que os soldados o abandonassem a fim de que, sozinho, não pudesse escapar. Ele entregou a carta fechada e lacrada com o seu sinete nas mãos de Urias.
Joabe recebeu-a e, para obedecer ao rei, imediatamente ordenou que Urias e alguns dos mais valentes de suas tropas atacassem um lugar que ele sabia ser dos mais perigosos, assegurando-lhe que o seguiria com todo o exército se conseguisse abrir uma passagem na muralha, para atacar também por aquela brecha. Exortou-o a corresponder pela coragem à estima que o rei lhe dedicava e à fama que já havia conquistado. Urias aceitou o encargo com alegria, embora fosse uma empresa muito arriscada. Joabe, em segredo, ordenou aos companheiros de Urias que o abandonassem e se retirassem quando vissem o inimigo cair sobre ele.
Os amonitas, vendo-se assim atacados e temendo o êxito dos israelitas, assaltaram-nos com os mais valentes dentre os seus. Os que acompanhavam Urias então fugiram, menos alguns que não sabiam da ordem. Urias deu-lhes o exemplo de preferir a morte à fuga, ficou firme e susteve o ímpeto dos inimigos, matando vários deles. E, depois de fazer tudo o que se poderia esperar de um militar tão valoroso, morreu gloriosamente, rodeado por todos os lados e crivado de golpes, assim como os poucos que lhe imitaram a coragem e virtude. Joabe mandou imediatamente dizer ao rei que, estando enfadado pela demasiada duração do cerco, julgara que devia fazer um último esforço, mas não lograra êxito, pois os inimigos lhe resistiram com tanta energia que ele fora repelido, sob muitas pedras. Instruiu aquele que enviara a dizer ao rei, caso este se mostrasse irado com o mau desfecho, que Urias fora um dos mortos no ataque.
O que fora previsto aconteceu, pois Davi disse com ardor que Joabe havia cometido uma grande falta em ordenar aquele ataque sem antes empregar as máquinas para abrir as brechas; que o general deveria lembrar-se de Abimeleque, filho de Gideão, que embora muito valente terminara a vida de maneira vergonhosa, morto por uma mulher, por querer temerariamente tomar à força a torre de Tebas; e que isso não era saber tirar vantagem do exemplo de outros generais, caindo nas mesmas faltas que eles, em vez de imitá-los nos feitos de valor em que haviam demonstrado sensatez e inteligência.
Depois que o enviado de )oabe ouviu Davi falar desse modo, disse-lhe, entre outras coisas, que Urias fora morto no combate. Logo a cólera do rei se acalmou, e ele mudou de linguagem. Ordenou ao mensageiro que dissesse a joabe para não se admirar do mau resultado da empresa, pois é coisa comum nas guerras, mas que o atribuísse à sorte das armas, nem sempre favorável, e aproveitasse aquela desgraça para continuar o cerco com mais firmeza, construindo outros fortes e levando as máquinas para poder tornar-se senhor do lugar. E, depois de tê-lo tomado, queria que o destruísse e exterminasse todos os seus habitantes.
279.  Bate-Seba chorou a morte do marido durante alguns dias, e, quando terminou o tempo do luto, Davi desposou-a. Ela teve em seguida um filho.
280. 2 Samuel 12. Deus olhou com cólera para esse ato de Davi e ordenou a Nata, num sonho, que o repreendesse severamente de sua parte. Como o profeta era muito sensato e sabia que os reis, na violência de suas paixões, consideram pouco a justiça, julgou que, para melhor conhecer as disposições do soberano, devia começar por falar-lhe docemente antes de chegar às ameaças que Deus havia ordenado.
Assim, falou deste modo ao rei: "Havia numa cidade dois homens, um dos quais era muito rico e possuía muitas cabeças de gado. O outro, ao contrário, era tão pobre que todos os seus bens consistiam somente numa ovelha, que ele amava temamente e nutria com todo o carinho, como se fosse uma filha, com o pouco de pão que possuía. Então um amigo do homem rico chegou para visitá-lo, mas este não quis tocar no seu gado para lhe dar de comer e mandou tirar à força a ovelha do homem pobre. Matou-a e assim hospedou o amigo à custa do outro". Davi, diante de tamanha injustiça, disse que aquele homem era mau e devia ser nhrinario a restituir o auádruplo ao pobre e depois ser condenado à morte.
O profeta respondeu-lhe: "Vós mesmo vos condenastes e pronunciastes o decreto do castigo que merece tão grande crime como o que cometestes". Fez-lhe ver como havia atraído sobre si a cólera de Deus, em troca do favor extraordinário que Ele lhe fizera, constituindo-o rei sobre todo o seu povo. Deus fizera-o também vitorioso sobre muitas nações, estendera até bem longe o seu domínio e o preservara de todos os esforços de Saul em eliminá-lo. E era horrível que ele, tendo várias esposas legítimas, houvesse desprezado os mandamentos de Deus e chegado a uma violência tão cruel e ímpia, como tomar a mulher de outro e fazer morrer-lhe o marido, entregando-os aos inimigos.
Deus, porém, exerceria deste modo a sua vingança sobre ele: permitiria que um dos próprios filhos de Davi abusasse de suas mulheres à vista de todos e tomasse armas contra ele, para puni-lo publicamente pelo crime que cometera em segredo. A isso acrescentou que ele teria o desprazer de ver morrer o filho que havia sido o fruto infeliz de seu adultério. Davi, espantado com essas ameaças, desfez-se em pranto, com o coração atravessado pela dor. Ele reconheceu e confessou a enormidade de seu pecado, pois era um homem justo e, exceto esse pecado, jamais havia cometido outro.
Deus, comovido com o seu grande arrependimento, prometeu conservar-lhe a vida e o reino e esquecer o seu pecado. E, segundo dissera o profeta, enviou uma grave enfermidade ao filho que tivera de Bate-Seba. O extremo amor que Davi nutria pela mãe da criança o fez sofrer tão vivamente essa aflição que ele passou sete dias inteiros sem comer. De luto, vestiu-se de saco e ficou deitado por terra, pedindo ardentemente a Deus que lhe conservasse o filho. Mas Deus não ouviu a oração, e o menino morreu no sétimo dia.
Nenhum dos seus ousava dar-lhe a notícia, temendo que, estando já tão aflito, se obstinasse ainda mais em não tomar alimento e continuasse a descuidar do corpo. Imaginavam que, se a enfermidade da criança lhe causava tanta dor, a morte dela o afligiria ainda mais. Davi, porém, percebeu na angústia manifestada em todos os rostos o que eles se esforçavam por esconder e não teve dificuldade em imaginar que o menino havia morrido. Indagou deles, e lhe contaram. Então ele logo levantou-se e pediu que lhe trouxessem de comer.
Os parentes e servidores do rei, admirados de tão repentina mudança, perguntaram-lhe a razão, e ele respondeu: "Não compreendeis que enquanto o menino vivia a esperança de obter de Deus a sua conservação fazia-me empregar todos os meus esforços para procurar comovê-lo? Mas agora que morreu, a minha aflição e o meu pranto seriam inúteis". Essa resposta tão sábia os fez louvar a sua prudência, e Bate-Seba deu-lhe um segundo filho, que teve o nome de Salomão.
281.  joabe continuava apertando o cerco a Rabá. Rompeu os aquedutos que levavam água à cidade e impediu que recebesse víveres. Assim os seus habitantes viram-se oprimidos ao mesmo tempo pela falta de água e pela fome, porque tinham apenas um poço, e não era suficiente. Joabe pediu então ao rei que viesse ao seu exército, a fim de ter ele mesmo a honra de tomar e examinar a cidade. Davi louvou-lhe a fidelidade e o afeto e foi até onde estava o cerco, levando ainda outras tropas. Tomou-a então à força e entregou-a ao saque dos soldados.
Os despojos foram grandes, e Davi contentou-se em tomar para si a coroa de ouro do rei dos amonitas, que pesava um talento e era enriquecida com grande quantidade de pedras preciosas, no meio das quais brilhava uma sardônica de grande valor. Ele usou muitas vezes essa coroa. Fez morrer todos os habitantes, de diversas maneiras, sem poupar um sequer e não tratou mais humanamente as outras cidades do mesmo país que depois conquistou pela força.
282.  2 Samuel 13. Depois de tão gloriosa conquista, voltando a Jerusalém, sentiu estranha aflição, e a causa foi esta:
A princesa sua filha, de nome Tamar, sobrepujava em beleza todas as moças e mulheres de seu tempo. Amnom, seu filho mais velho, apaixonou-se tão perdi-damente por ela que, não podendo satisfazer a sua paixão, porque ela era cuidadosamente vigiada, ficou em tal estado que se tornou irreconhecível. Jonadabe, seu primo e amigo particular, julgou que aquela enfermidade só podia vir de uma causa semelhante e rogou-lhe que dissesse qual era. Amnom revelou o amor que sentia pela irmã, e Jonadabe, que era um homem inteligente, deu-lhe um conselho, o qual ele pôs em prática.
Fingiu estar muito doente e se pôs de cama. Quando o rei seu pai foi visitá-lo, pediu-lhe que enviasse a irmã. Ela veio, e ele pediu que ela lhe fizesse alguns bolos, dizendo que se fossem feitos pela mão dela os comeria com mais prazer. Ela os fez imediatamente e os levou até ele. Amnom rogou-lhe então que os levasse ao quarto dela, porque queria dormir, e ordenou que saíssem todos. Em seguida, ele levantou-se e foi até o quarto onde estava Tamar — sozinha. Manifestou-lhe a sua paixão e quis dominá-la à força. Ela gritou e disse tudo o que podia para dissuadi-lo de cometer uma ação criminosa e ao mesmo tempo tão vergonhosa para a família real.
Vendo que as suas razões não o demoviam, rogou-lhe que, se não podia vencer a sua paixão, a pedisse em casamento ao rei, seu pai. Mas Amnom estava fora de si, levado pelo furor da paixão, e não a quis ouvir. E violou-a, por mais resistência que ela fizesse. E, por mais estranho que pareça, no mesmo instante, por uma mudança de que jamais se ouviu falar, passou logo após esse ardente afeto que nutria por ela ao ódio mais violento, proferindo injúrias e expulsando-a de sua presença.
Ela queria esperar a noite, a fim de evitar a vergonha de aparecer aos olhos de todos em pleno dia depois de haver recebido o maior de todos os ultrajes. Mas Amnom recusou permiti-lo e ainda a fez castigar. Cheia de dor e de amargura, a princesa rasgou o seu véu, que lhe descia até o chão e que só as filhas dos reis podiam usar, colocou cinzas na cabeça e assim atravessou toda a cidade, publicando com gritos misturados a soluços e lágrimas a horrível violência que lhe haviam feito.
Absalão, de quem ela era irmã por parte de mãe e de pai, encontrando-a naquele estado, soube do motivo de seu desespero. Fez o que pôde para consolá-la, e ela ficou muito tempo com ele, sem se casar. Davi ficou muito triste diante dessa ação tão detestável, mas como tinha afeto especial por Amnom, porque era o mais velho de seus filhos, não quis castigá-lo como ele merecia. Absalão dissimulou o ressentimento e conservou-o no coração até que pôde satisfazê-lo, por meio de uma vingança proporcional à magnitude da ofensa.
Passaram-se dois anos desse modo. Mas, devendo Absalão ir a Baal-Hazor, na tribo de Efraim, para fazer a tosquia de suas ovelhas, convidou o rei seu pai e todos os seus irmãos para um banquete que desejava oferecer. Davi desculpou-se, porque não queria que ele fizesse tão grandes despesas, e Absalão rogou-lhe que pelo menos enviasse todos os irmãos. Ele concordou, e todos se apresentaram. Quando Amnom começou a ficar alegre por causa de excesso de vinho, Absalão o matou.

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História De Israel – Teologia 31.80 (Livro 7 Cap 6) DAVI DERROTA HADADEZER, REI DE DAMASCO E DA SÍRIA, EM GRADE BATALHA. O REI DOS BAMATENIANOS PROCURA A SUA ALIANÇA. DAVI SUBJUGA OS IDUMEUS. CUIDA DE MEFIBOSETE, FILHO DE JÔNATAS. DECLARA GUERRA A HANUM, REI DOS AMONITAS, QUE TRATARA INDIGNAMENTE OS SEUS EMBAIXADORES.

História De Israel – Teologia 31.80
 
CAPÍTULO 6

DAVI DERROTA HADADEZER, REI DE DAMASCO E DA SÍRIA, EM GRADE
BATALHA. O REI DOS BAMATENIANOS PROCURA A SUA ALIANÇA. DAVI
SUBJUGA OS IDUMEUS. CUIDA DE MEFIBOSETE, FILHO DE JÔNATAS. DECLARA
GUERRA A HANUM, REI DOS AMONITAS, QUE TRATARA INDIGNAMENTE OS
SEUS EMBAIXADORES.

272.  Hadadezer, rei de Damasco e da Síria, que era muito amigo de Adrazar, tendo sabido que Davi lhe fazia guerra, marchou em seu auxílio com um grande exército. A batalha travou-se próximo do Eufrates. Hadadezer foi vencido, perdeu vinte mil homens, e o resto salvou-se na fuga. O historiador Nicolau fala nestes termos desse feito no quarto livro de sua história: "Muito tempo depois, o mais poderoso de todos os príncipes daquele país, de nome Hadadezer, reinava em Damasco e em toda a Síria, exceto a Fenícia. Fez guerra a Davi, rei dos judeus, e depois de diversos combates foi vencido por ele em grande batalha, que se travou junto do Eufrates, onde praticou feitos dignos de grande general e grande rei".
Esse mesmo autor fala também dos descendentes desse príncipe, que reinaram sucessivamente depois dele e herdaram dele não menos a coragem que o reino. Estas são as suas palavras: "Depois da morte desse príncipe, seus descendentes, que tiveram todos o mesmo nome, como os Ptolomeus no Egito, reinaram até a décima geração e não sucederam menos à sua glória que à coroa. O terceiro deles, que foi o mais ilustre de todos, querendo vingar a derrota que seu avô havia sofrido, atacou os judeus sob o reinado de Acabe e devastou todo o país nos arredores de Samaria".
Assim fala esse historiador, e segundo a verdade, pois é certo que Hadadezer devastou os arredores de Samaria, como diremos a seu tempo. Davi, depois de submeter à sua obediência, por meio de suas armas vitoriosas, o reino de Damasco e todo o resto da Síria, colocou fortes guarnições nos lugares mais importantes e tornou tributários todos esses povos, voltando depois triunfante a Jerusalém. Consagrou a Deus as aljavas de ouro e as outras armas dos guardas do rei Hadadezer, mas quando Sisaque, rei do Egito, venceu Roboão, filho de Salomão, e tomou Jerusalém, ele as levou junto com tantos outros ricos despojos, como diremos a seu tempo, mais particularmente na continuação desta história.
Esse poderoso e sábio rei dos israelitas, para aproveitar o auxílio que recebia de Deus, atacou as duas principais cidades do rei Adrazar, chamadas Beta e Malcom. Tomou-as, saqueou-as e lá encontrou, além de grande quantidade de ouro e prata, uma espécie de cobre que é considerado melhor que o ouro e do qual Salomão, quando construiu o Templo, mandou fazer aquelas belas bacias e o grande vaso a que deram o nome de mar.
273.  A ruína do rei Adrazar fez Toí, rei dos hamatenianos, pensar que não teria melhor sorte, e então ele resolveu mandar o príncipe Jorão, seu filho, ao rei Davi, para regozijar-se com ele pela vitória obtida sobre um inimigo comum, bem como para pedir a sua aliança e oferecer-lhe ricos vasos de ouro, de prata e de cobre, de uma obra muito antiga. Davi prestou a esse príncipe todas as honras que eram devidas, tanto a ele quanto ao seu pai. Fez a desejada aliança, recebeu os presentes e consagrou-os a Deus com o resto do ouro encontrado nas cidades que conquistara.
Agia assim porque a sua piedade o fazia reconhecer que não se podia agradecer demasiado a bondade divina, pois ela o tomava vitorioso não somente quando marchava em pessoa à frente dos exércitos, mas até mesmo quando fazia guerra por meio de seus lugar-tenentes, como na que empreendeu contra os idumeus, sob o comando de Abisai, irmão de Joabe, que não somente os submeteu e tornou tributários, depois de matar dezoito mil homens numa batalha, como também impôs a todos eles um tributo por cabeça.
274. O amor que esse rei admirável nutria naturalmente pela justiça era tão grande que ele não pronunciava sentença alguma que não fosse muito eqüitativa. Joabe era o general de seu exército. O chefe dos registros públicos era josafá, filho de Ailude, secretário do conselho. Sifã era o capitão da guarda, à qual pertenciam os mais velhos de seus filhos e Benaia, filho de Joiada. Ele juntou Zadoque a Abiatar no sumo sacer-dócio, pois tinha afeto particular por aquele e porque era da família de Finéias.
275.  2 Samuel 9. Depois de ajustar todas as coisas, Davi lembrou-se da aliança que fizera com Jônatas e das muitas provas que recebera de sua amizade, pois dentre outras excelentes qualidades tinha extrema gratidão. Indagou então se não restava algum filho de Jônatas, para com o qual pudesse mostrar a gratidão de que era devedor. Levaram-lhe um dos libertos de Saul, de nome Ziba, que sabia existir ainda um dos filhos desse príncipe, de nome Mefibosete, que era coxo porque a sua ama, ao saber da derrota na batalha e da morte de Saul e de Jônatas, ficara tão assustada que o deixara cair.
Davi mandou procurá-lo com todo empenho. Pouco tempo depois, informaram-no que Maquir o educava na cidade de Labate,* e mandou buscá-lo imediatamente. Quando Mefibosete chegou, prostrou-se diante do rei. Davi disse-lhe que nada temesse e esperasse dele um tratamento muito favorável: dar-lhe-ia de novo a posse de todos os bens que pertenciam ao seu pai e ao rei Saul, seu avô, e queria que viesse sempre tomar as suas refeições com ele.
Mefibosete, fora de si diante de tantas gentilezas, prostrou-se outra vez diante do rei, para humildemente agradecer-lhe. Davi ordenou a Ziba que fizesse chegar às mãos de Mefibosete os bens que lhe restituíra, que lhe trouxesse todos os anos a renda a Jerusalém e que o servisse com os quinze filhos e os vinte servidores que possuía. Assim, Davi tratou o filho de Jônatas como se fosse seu próprio filho, deu o nome de Mica a um dos filhos desse príncipe e tomou cuidado particular de todos os outros parentes de Saul e de jônatas.

________
* Ou Lo-Debar.

276.  2 Samuel 10. Naás, rei dos amonitas e aliado de Davi, morreu naquele tempo, e Hanum, seu filho, sucedeu-o. Davi enviou-lhe embaixadores para manifestar que tomava parte na sua dor e para garantir a continuação da amizade que tivera com o rei seu pai. Porém os principais da corte de Hanum, por injuriosa desconfiança, imaginaram que a embaixada era pretexto para observar o estado de suas forças e disseram ao novo rei que ele não podia, sem se colocar em grande perigo, prestar fé às palavras do rei dos israelitas.
O príncipe, deixando-se levar pelo mau conselho, mandou raspar a metade da barba dos embaixadores e cortar-lhes a metade das vestes. Essa ação tão ultrajosa foi a resposta que lhes deram. Davi, sentido com tal injúria, que violava mesmo o direito das gentes, declarou em alta voz que se vingaria pelas armas. O temor fez os amonitas prepararem-se para a guerra. O rei deles enviou embaixadores a Siro, rei da Mesopotâmia, com mil talentos, para obrigá-lo a ajudar os amonitas. O rei Zobá uniu-se a ele, e esses dois príncipes juntos levaram a Hanum vinte mil soldados de infantaria. Dois outros reis, um de Maaca e o outro de nome Tobe, levaram-lhe vinte e dois mil homens.



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História De Israel – Teologia 31.79 (Livro 7 Cap 5) GRANDES VITÓRIAS OBTIDAS POR DAVI SOBRE OS FILISTEUS, OS MOABITAS E O REI DOS SOFONIANOS.

História De Israel – Teologia 31.79
 
CAPITULO 5

GRANDES VITÓRIAS OBTIDAS POR DAVI SOBRE OS FILISTEUS, OS MOABITAS E
O REI DOS SOFONIANOS.

271. 2 Samuel 8. Pouco tempo depois, Davi, que não queria passar a vida na ociosidade, mas desejava aumentar o reino por meio de guerras justas e santas e torná-lo poderoso a ponto de os seus filhos o possuírem em paz, como Deus lhe havia predito, resolveu atacar os filisteus. Para executar essa deliberação, reuniu todas as tropas nas proximidades de Jerusalém e marchou contra eles. Venceu-os em grande batalha e conquistou parte de seu país, que anexou ao reino. Fez também guerra aos moabitas, dos quais matou um número muito grande. O resto entregou-se, e ele lhes impôs tributo. Atacou depois os sofonianos, derrotando em batalha, perto do Eufrates, ao seu rei, Adrazar, filho de Araque, matando dois mil soldados de infantaria e cinco mil cavaleiros e tomando mil carros, dos quais conservou somente cem e queimou o resto.



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História De Israel – Teologia 31.78 (Livro 7 Cap 4) DAVI OBTÉM GRANDES VITÓRIAS SOBRE OS FILISTEUS E SEUS ALIADOS. FAZ LEVAR COM GRANDE POMPA A ARCA DO SENHOR PARA JERUSALÉM. UZÁ MORRE POR TER QUERIDO TOCÁ-LA. MICAL ZOMBA DE DAVI POR TER ELE CANTADO E DANÇADO DIANTE DA ARCA. DAVI QUER CONSTRUIR O TEMPLO, MAS DEUS LHE ORDENA QUE RESERVE ESSA EMPRESA A SALOMÃO.

 História De Israel – Teologia 31.78

CAPÍTULO 4

DAVI OBTÉM GRANDES VITÓRIAS SOBRE OS FILISTEUS E SEUS ALIADOS. FAZ
LEVAR COM GRANDE POMPA A ARCA DO SENHOR PARA JERUSALÉM. UZÁ
MORRE POR TER QUERIDO TOCÁ-LA. MICAL ZOMBA DE DAVI POR TER ELE
CANTADO E DANÇADO DIANTE DA ARCA. DAVI QUER CONSTRUIR O TEMPLO,
MAS DEUS LHE ORDENA QUE RESERVE ESSA EMPRESA A SALOMÃO.

268.  Quando os filisteus souberam que Davi fora constituído rei de todo o Israel, reuniram um grande exército e vieram acampar próximo de Jerusalém, num vale chamado de Refaim. Davi, que jamais empreendia coisa alguma sem consultar a Deus, rogou ao sumo sacerdote que se revestisse do éfode para saber qual seria o resultado daquela guerra. Deus respondeu que o seu povo seria vencedor. Davi marchou imediatamente contra os inimigos, surpreendeu-os, matou um grande número deles e pôs o restante em fuga.
Não se deve no entanto imaginar que, por ter ele conquistado tão facilmente essa vitória, o exército dos filisteus fosse fraco ou pouco aguerrido. Eles haviam chamado em seu auxílio toda a Síria e toda a Fenícia, que são nações muito valentes, como bem o deram a conhecer, porque, em vez de perder a coragem após uma derrota, voltaram a atacar os israelitas com três poderosos exércitos, acampando no mesmo lugar onde haviam sido derrotados.
Davi rogou mais uma vez ao sumo sacerdote que consultasse ao Senhor. Ele o fez, e Deus ordenou-lhe que ficasse com o exército na floresta chamada Os Lamentos e só saísse para o combate quando visse que os ramos das árvores se moviam por si mesmos, embora o tempo estivesse tão calmo que não havia no ar o menor vento para causar aquele efeito. Davi obedeceu rigorosamente e, quando Deus deu a conhecer por aquele milagre que o favorecia com a sua presença, marchou com inteira certeza de obter a vitória.
Os inimigos não sustentaram nem o primeiro choque. Voltaram imediatamente as costas aos israelitas, e assim estes os matavam sem dificuldades. Perseguiram-nos até Gezer, que está na fronteira dos dois reinos, e voltaram depois de saquear o acampamento, onde encontraram grandes riquezas e os ídolos de seus deuses, aos quais fizeram em pedaços.
269. Depois desses dois combates tão favoráveis, Davi, juntamente com o conselho dos maiorais do povo e dos chefes do exército, mandou as principais forças da tribo de Judá acompanhar os sacerdotes e os levitas, que deviam ir buscar a arca do Senhor em Quiriate-Jearim e trazê-la para Jerusalém, cidade destinada a realizar no futuro os sacrifícios que se ofereciam a Deus, a prestar as honras que lhe são agradáveis e a cumprir tudo o que se relaciona ao culto divino. (Se Saul o tivesse observado religiosamente, não teria sido vítima de tantas desgraças, que o fizeram perder a coroa e a vida.)
Depois de tudo preparado, Davi quis assistir à grande cerimônia. Os sacerdotes tomaram a arca da casa de Abinadabe e a puseram sobre um carro novo, puxado por bois. Tal encargo foi confiado aos irmãos e filhos de Abinadabe. O rei caminhava à frente, e todo o povo seguia cantando salmos, hinos e cânticos ao som de trombetas, címbalos e de vários outros instrumentos. Quando chegaram a um lugar conhecido como a eira de Quidom, os bois desgarraram-se um pouco e fizeram pender a arca. Então Uzá estendeu a mão para segurá-la e caiu morto no mesmo instante, fulminado pela cólera de Deus, porque, não sendo sacerdote, tivera a ousadia de querer tocá-la. Esse lugar, depois, foi chamado Perez-Uzá.
Davi, espantado com o milagre, teve receio de que a mesma coisa lhe acontecesse se levasse a arca à cidade, pois Uzá fora severamente castigado apenas por querer tocá-la, e a mandou colocar na casa de campo de um homem de bem muito conhecido: Obede-Edom, que era da raça dos levitas. Lá ficou três meses, e a felicidade que ela trouxe cumulou-o, e a toda a família, de inúmeros bens. Davi, vendo que aquele homem pobre se tornara rico e que muitos começavam a invejá-lo, não receou mais que algum mal fosse lhe suceder se levasse a arca para Jerusalém. E assim fez.
Os sacerdotes, acompanhados por sete ordens de músicos, levaram-na sobre os ombros. E ele mesmo, andando diante dela, dançava e tocava harpa. Esse proceder pareceu a Mical, sua esposa, tão abaixo de sua condição de rei, que ela zombou dele. Quando a arca chegou à cidade, foi colocada num tabernáculo que Davi mandara construir especialmente para ela. Fizeram-se tantos sacrifícios nessa ocasião que parte dos animais imolados foi suficiente para alimentar todo o povo. Não houve homem, mulher ou criança que não recebesse um pedaço de carne, um bolo e uma empada.
Depois que todos voltaram para as suas casas e Davi ao seu palácio, Mical veio ter com ele e, depois de lhe ter desejado toda sorte de felicidade, disse que achava estranho um príncipe tão ilustre quanto ele agir de modo tão inconveniente, como dançar diante de todos sem que houvesse em seus vestess o menor indício de realeza. Ele respondeu-lhe que não estava arrependido do que fizera, porque sabia que aquele seu gesto fora agradável a Deus, que o havia preferido ao rei, pai dela, e a todos os de sua nação, e que nada o impediria de se comportar sempre do mesmo modo. Essa princesa não teve filhos dele, mas teve cinco de Paltiel, como diremos a seu tempo.
270. 2 Samuel 7. Davi, notando que tudo lhe saía às mil maravilhas, pelo auxílio que recebia de Deus, julgou não poder, sem ofendê-lo, morar em um magnífico palácio, todo construído em madeira de cedro e enriquecido com toda espécie de ornamentos, e permitir ao mesmo tempo que a arca da aliança repousasse num simples tabernáculo. Assim, ele resolveu construir em honra de Deus um templo soberbo, tal como Moisés dissera que deveria no futuro existir. Falou disso ao profeta Nata, o qual respondeu que julgava que Deus o aprovaria e o ajudaria naquela empresa.
Na noite seguinte, porém, Deus apareceu em sonhos a Nata e ordenou-lhe que dissesse a Davi que, apesar de louvar a sua intenção, não queria que ele a executasse, porque as suas mãos haviam sido muitas vezes manchadas com o sangue dos inimigos; que quando a sua vida terminasse, todavia, numa feliz velhice, Salomão, seu filho e sucessor, começaria e levaria a cabo o empreendimento; que Ele teria por esse príncipe o cuidado que um pai tem por seu filho; que, depois dele, faria reinar os seus filhos; e que, se eles o ofendessem, afligiria o reino com doenças e carestias, como castigos.
Davi, ao saber pelo profeta, com grande alegria, que o reino passaria aos seus descendentes e que a sua posteridade seria ilustre, foi imediatamente prostrar-se diante da arca para adorar a Deus e agradecer-lhe, uma vez que Ele, não se contentando em tê-lo elevado de simples pastor a tão grande poder, queria ainda passá-lo aos seus sucessores e porque a sua providência não deixava de velar pela salvação do seu povo, a fim de fazê-los desfrutar a liberdade que lhes havia conquistado, salvando-os da escravidão.



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29 de novembro de 2017

História De Israel – Teologia 31.77 (Livro 7 Cap 3) DAVI ESTABELECE RESIDÊNCIA EM JERUSALÉM E EMBELEZA MUITO A CIDADE. O REI DE TIRO BUSCA ALIANÇA COM ELE. MULHERES E FILHOS DE DAVI.

História De Israel – Teologia 31.77
 
CAPÍTULO 3

DAVI ESTABELECE RESIDÊNCIA EM JERUSALÉM E EMBELEZA MUITO A CIDADE. O REI DE TIRO BUSCA ALIANÇA COM ELE. MULHERES E FILHOS DE DAVI.

266.  Depois que Davi tomou a cidade de Jerusalém, expulsou dela todos os jebuseus, mandou consertar as brechas, deu seu nome à cidade e nela estabeleceu a sua corte durante todo o resto de seu reinado, deixando Hebrom, onde havia passado sete anos e meio e durante os quais reinara somente sobre a tribo de Judá. Desde então os seus interesses prosperaram sempre e cada vez mais, pelo auxílio que recebia de Deus. Embelezou de tal modo Jerusalém que a tornou célebre por isso.
267.  Hirão, rei de Tiro, mandou embaixadores a Davi, propondo-lhe aliança e amizade e presenteando-o com grande quantidade de madeira de cedro e operários muito hábeis, para a construção de um palácio. Davi uniu a cidade à fortaleza, deu a Joabe o encargo de encerrá-las numa mesma fortificação e mandou mudar o nome da cidade.
Desde os tempos de Abraão, que consideramos o autor de nossa raça, era chamada Salém ou Solima, e alguns afirmam que assim a chama o próprio Homero, pois a palavra "templo" significa em hebreu "segurança" ou "fortaleza". Quinhentos e quinze anos se haviam passado desde que Josué repartira as terras conquistadas aos cananeus até o dia em que Davi tomou Jerusalém, sem que jamais os israelitas dela tivessem podido expulsar os jebuseus.
Não devo deixar de dizer que Davi salvou a vida e os bens de um dos mais ricos habitantes de Jerusalém, de nome Orfana, tanto porque ele havia demonstrado afeição aos israelitas quanto porque havia agradado ao rei. Davi desposou ainda outras mulheres, das quais teve filhos, a saber: Samua, Sobabe, Nata, Salomão, Ibar, Elisua, Elpelete, Nogá, Nefegue, Jafia, Elisama, Beeliada e Elifelete.



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História De Israel – Teologia 31.76 (Livro 7 Cap 2) BAANÁ E RECABE ASSASSINAM O REI ISBOSETE E LEVAM A SUA CABEÇA A DAVI, QUE, EM VEZ DE RECOMPENSÁ-LOS, OS MANDA MATAR. TODAS AS TRIBOS RECONHECEM DAVI COMO REI. ELE REÚNE AS SUAS FORÇAS E TOMA JERUSALÉM. JOABE SOBE POR PRIMEIRO À MURALHA ABERTA.

História De Israel – Teologia 31.76
 
CAPÍTULO 2

BAANÁ E RECABE ASSASSINAM O REI ISBOSETE E LEVAM A SUA CABEÇA A
DAVI, QUE, EM VEZ DE RECOMPENSÁ-LOS, OS MANDA MATAR. TODAS AS
TRIBOS RECONHECEM DAVI COMO REI. ELE REÚNE AS SUAS FORÇAS E TOMA
JERUSALÉM. JOABE SOBE POR PRIMEIRO À MURALHA ABERTA.

262. 2 Samuel 4. Isbosete ficou extremamente aflito com a morte de Abner porque, além de ser um parente muito próximo, devia a ele o fato de ter sucedido ao pai no governo. Mas ele também não viveu muito tempo depois de sua morte. Baaná e Recabe, filhos de Rimom, dois dos principais da tribo de Benjamim, assassinaram-no no leito, julgando que estavam prestando um grande serviço a Davi e que assim conquistariam um cargo elevado. Aproveitaram o momento em que ele dormia a sesta, pelo meio-dia, por causa do calor, estando os guardas também adormecidos. Então cortaram-lhe a cabeça e partiram apressadamente, como se fossem perseguidos, para levá-la a Davi.
Relataram a Davi o que haviam feito, enaltecendo a importância do serviço que a ele prestavam, pois haviam eliminado aquele que lhe disputava o reino. Em vez da recompensa que esperavam, porém, receberam esta terrível resposta, proferida com cólera: "Celerados que sois, sereis imediatamente castigados segundo a gravidade de vosso crime. Ignorais, talvez, o modo como tratei aquele que disse ter matado Saul e me trouxe a sua coroa? Ou julgais que mudei tanto de caráter que agora estime os maus e considere um favor que vos deva agradecer o crime que acabais de cometer contra o vosso senhor? Covardes e ingratos! Não tendes horror em matar no próprio leito um príncipe que jamais fez mal a alguém e que ainda vos agraciou com tantos benefícios? Mas eu vos castigarei como merece a vossa perfídia e pela ofensa que me fizestes, julgando-me capaz de aprovar e mesmo de me regozijar com tão detestável ação". Davi, depois de assim falar, mandou que os matassem de modo cruel e ordenou magníficos funerais a Isbosete, colocando a cabeça dele no sepulcro de Abner.
263.  2 Samuel 5. Logo depois, todos os chefes dos israelitas e os oficiais do exército vieram procurar esse generoso príncipe em Hebrom para prometer-lhe fidelidade como rei. Lembraram-lhe os serviços que lhes havia prestado, mesmo durante a vida de Saul, e o respeito com o qual o obedeciam quando comandava parte das tropas desse príncipe. Acrescentaram que havia muito tempo sabiam que Deus declarara pelo profeta Samuel que ele e seus filhos depois dele reinariam sobre o povo e que ele subjugaria os filisteus. Davi demonstrou muita satisfação pela boa vontade deles, exortou-os a continuar e garantiu que não lhes daria jamais motivo para se arrependerem. Deu-lhes depois um grande banquete e, após externar todo o afeto que poderiam desejar, despediu-os com ordem de trazerem a Hebrom, de cada tribo, todos os que estavam armados e em condições de servir.
264.  7 Crônicas 12. Em cumprimento a essa ordem, vieram a Hebrom seis mil e oitocentos homens da tribo de Judá, armados com lanças e escudos. Eles pertenciam ao partido de Isbosete e não contavam entre os da mesma tribo que haviam escolhido Davi como rei.
Da tribo de Simeão, vieram sete mil e cem homens, comandados por Jodã, com os quais estava Zadoque, o sumo sacerdote, e vinte e dois de seus parentes. Da tribo de Benjamim, três mil homens somente, porque ela sempre esperava que alguém da família de Saul viesse a reinar. Da tribo de Efraim, vinte mil e oitocentos homens, muito robustos e valentes. Da metade da tribo de Manasses, dezoito mil homens. Da tribo de Issacar, vinte mil homens e com eles duzentos homens que adivinhavam as coisas futuras. Da tribo de Zebulom, cinqüenta mil homens, todos escolhidos dentre a elite, pois essa tribo foi a única que passou completa para o lado de Davi, e estavam armados como os da tribo de Gade. Da tribo de Naftali, mil homens escolhidos, todos armados com escudos e dardos, seguidos por uma multidão enorme de soldados menos importantes. Da tribo de Dã, vinte e oito mil e seiscentos homens, todos escolhidos. Da tribo de Aser, quarenta mil homens. E das tribos de Rúben e de Gade e da outra metade da tribo de Manasses, que estavam do outro lado do Jordão, cento e vinte mil homens, todos armados com dardos, escudos, capacetes e espadas.
265.  Essas foram as tropas que vieram encontrar-se com Davi em Hebrom, trazendo consigo grande quantidade de munições de guerra e de boca. Todos, de comum acordo, declararam Davi como rei. Depois de passarem três dias em festas e banquetes públicos, marcharam todos para Jerusalém. Os jebuseus, que a habitavam e eram descendentes dos cananeus, vendo-os aproximar-se, fecharam as portas e, para mostrar o seu desprezo, colocaram sobre os muros da cidade somente os cegos, os coxos e outros aleijados, dizendo que eram suficientes para defendê-la, de tanto que confiavam nas suas fortificações.
Davi, irritado com tanta insolência, resolveu atacá-los com a máxima energia, a fim de pela tomada dessa cidade incutir o terror em todas as outras que lhe quisessem fazer resistência. Ele apoderou-se da cidade baixa, mas era muito difícil tomar a fortaleza. Para animar os seus homens a empregar o máximo de esforço, prometeu recompensas e honras aos que mais se distinguissem pela coragem e o cargo de general ao comandante que por primeiro subisse as muralhas. O desejo de conquistar tão grande honra levou-os a fazer de tudo para merecê-la. Mas Joabe a todos sobrepujou e pediu então ao rei em alta voz que cumprisse a promessa.



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História De Israel – Teologia 31.75 (Livro 7 Cap 1) EXTREMA AFLIÇÃO DE DAVI PELA MORTE DE SAUL E DE JÔNATAS. DAVI É RECONHECIDO REI PELA TRIBO DEJUDÁ. ABNER CONSTITUI ISBOSETE, FILHO DE SAUL, REI SOBRE TODAS AS OUTRAS TRIBOS E MARCHA CONTRA DAVI. JOABE, GENERAL DO EXÉRCITO DE DAVI, DERROTA-O. ABNER, FUGINDO, MATA ASAEL, IRMÃO DE JOABE. ABNER, DESCONTENTE COM ISBOSETE, PASSA PARA O LADO DE DAVI, OBRIGANDO TODAS AS OUTRAS TRIBOS A PASSAR TAMBÉM. RESTITUI MICAL A DAVI. JOABE ASSASSINA ABNER. PESAR DE DAVI E HONRAS QUE PRESTA À SUA MEMÓRIA.

História De Israel – Teologia 31.75

Livro Sétimo

CAPÍTULO 1

EXTREMA AFLIÇÃO DE DAVI PELA MORTE DE SAUL E DE JÔNATAS. DAVI É
RECONHECIDO REI PELA TRIBO DEJUDÁ. ABNER CONSTITUI ISBOSETE, FILHO
DE SAUL, REI SOBRE TODAS AS OUTRAS TRIBOS E MARCHA CONTRA DAVI.
JOABE, GENERAL DO EXÉRCITO DE DAVI, DERROTA-O. ABNER, FUGINDO, MATA
ASAEL, IRMÃO DE JOABE. ABNER, DESCONTENTE COM ISBOSETE, PASSA PARA
O LADO DE DAVI, OBRIGANDO TODAS AS OUTRAS TRIBOS A PASSAR TAMBÉM.
RESTITUI MICAL A DAVI. JOABE ASSASSINA ABNER. PESAR DE DAVI E
HONRAS QUE PRESTA À SUA MEMÓRIA.

257. 2 Samuel 1. A batalha de que acabamos de falar deu-se ao mesmo tempo em que Davi derrotou os amalequitas. Dois dias após ele retomar a Ziclague, um homem que escapara daquele combate lançou-se aos seus pés com as vestes rasgadas e a cabeça coberta de cinzas. Davi perguntou-lhe de onde vinha, e ele respondeu que chegava do campo onde se havia travado a batalha; que os israelitas haviam sido derrotados; que muitos haviam perecido, estando o rei Saul e seus filhos entre os mortos; que não somente vira com os próprios olhos o que lhe relatava, mas encontrara o rei tão fraco pelos ferimentos que não conseguia nem se matar, por mais que fizesse; e que Saul, para não cair vivo nas mãos dos inimigos, ordenara-lhe que o acabasse de matar, e ele obedecera. Como prova do que estava dizendo, trazia-lhe os braceletes de ouro e a coroa que havia tirado do morto.
Não podendo Davi, diante de tais provas, duvidar de tão funesta notícia, rasgou as próprias vestes, derramou lágrimas e passou o resto do dia em luto e em pranto com os amigos e familiares. E, no meio de tal aflição, a sua maior dor foi ter-se privado, pela morte de Jônatas, de seu mais caro amigo, a cujo afeto e generosidade tantas vezes ficara devendo a vida. Devemos confessar que não se poderia louvar o suficiente a virtude de Davi para com Saul, pois ainda que este tudo fizesse para matá-lo, Davi não somente ficou vivamente sentido com a sua morte como ainda mandou matar aquele infeliz que confessava ter-lhe tirado a vida e que demonstrava, com o assassínio de um rei, ser verdadeiramente um amalequita. E Davi compôs em louvor de Saul e de Jônatas epitafios e versos que ainda hoje são conhecidos e estão cheios dos mais vividos sentimentos de dor.
258. 2 Samuel 2. Depois de se ter desincumbido das honras que podia prestar à memória de Saul e de seus filhos e de passar o tempo do luto, Davi consultou a Deus, por meio de profeta, para saber em que cidade da tribo de Judá lhe seria agradável que ele morasse. Deus respondeu-lhe que era em Hebrom. Partiu para lá imediatamente, levando com ele as suas duas mulheres e o que restava de seus soldados. Quando se espalhou a notícia de sua chegada, toda a tribo foi encontrá-lo e de comum acordo declarou-o rei. Ele soube então da generosidade dos habitantes de Jabes, de como demonstraram respeito e amor para com Saul e os príncipes seus filhos. Louvou-os muito e mandou agradecer-lhes, comunicando ao mesmo tempo que a tribo de Judá o havia reconhecido como rei.
259.  Depois da morte de Saul e de seus três filhos naquela grande batalha, Abner, filho de Ner, que comandava o exército, salvou Isbosete, único filho do sexo masculino que restava de Saul, e o fez passar o Jordão e ser reconhecido como rei por todas as outras tribos. Escolheu para moradia real a cidade de Maanaim, que em hebreu significa "os dois campos". Esse general era homem de muita coragem, capaz de levar a cabo grandes empresas, e não pôde tolerar que a tribo de Judá tivesse escolhido Davi para rei. Então marchou contra eles com o melhor de suas tropas.
Joabe, filho de Zur e de Sarvia, irmã de Davi, acompanhado por Abisai e Asael, seus dois irmãos, veio-lhe de encontro com todas as forças de Davi. Os dois campos estavam um em frente do outro, e Abner propôs que antes de travarem combate se experimentasse o valor de ambos os partidos por alguns de seus membros. Joabe aceitou a proposta, e escolheram-se doze de cada lado. Combateram entre os dois acampamentos, começando por lançar dardos e chegando depois ao cor-po-a-corpo. Cada qual tomou o seu inimigo pelo cabelo e, furiosamente, deram-se tantos golpes de espada que todos morreram na luta. Em seguida travou-se o combate: foi muito encarniçado, e o exército de Davi foi vencedor.
Abner foi obrigado a se unir aos fugitivos, enquanto Joabe e seus irmãos exortavam os soldados a não deixar de persegui-los. Asael, que avançava na corrida, ultrapassou não somente os próprios companheiros, mas também os cavalos mais rápidos e assim alcançou Abner. Sem se deter, seguiu-o com extrema obstinação. Abner vendo-se seguido de perto, gritou-lhe que se deixasse de persegui-lo dar-lhe-ia um par de armas completo. Mas quando percebeu que Asael continuava avançando, disse-lhe que não o obrigasse a matá-lo e assim fazer de Joabe, seu irmão, um inimigo irreconciliavel. Por fim, vendo que era acossado sempre mais, lançou o dardo, e o golpe foi tão forte que derrubou Asael morto por terra.
Os companheiros que vinham atrás dele pararam para recolher o corpo, mas Joabe e Abisai, inflamados pelo desejo de vingar a morte do irmão, continuaram perseguindo os inimigos com mais ardor ainda, até que o Sol se escondeu. Então eles pararam num lugar de nome Amom, isto é, "aqueduto". Abner gritou nesse momento a joabe que não se devia incitar os de mesmo sangue a novo combate e que ele, joabe, estava tão errado quanto o seu irmão Asael, cuja teimosia em persegui-lo fora a única razão de sua infelicidade, pois, por mais que lhe tivesse rogado para não continuar a perseguição, fora obrigado a desferir-lhe o golpe que o prostrara.
Joabe então mandou tocar a retirada, e acamparam imediatamente no lugar onde estavam. Abner, porém, sem se deter, marchou ainda durante toda a noite, passou o Jordão e foi reunir-se ao rei Isbosete. No dia seguinte, Joabe mandou enterrar os mortos, que eram mais ou menos uns trezentos e sessenta do lado de Abner e vinte somente, inclusive Asael, do seu lado. Fez levar o corpo deste para Belém, onde o sepultou no túmulo de seus antepassados, e voltou em seguida para junto de Davi, em Hebrom.
2 Samuel 3. Essa foi a origem da guerra civil entre os israelitas, que durou muito tempo. Mas o partido de Davi se fortalecia cada vez mais, enquanto o de Isbosete se enfraquecia.
260. Davi teve seis filhos de seis mulheres: de Ainoã, Amom, o mais velho; de Abigail, Quileabe, que era o segundo; de Maaca, filha de Talmai, rei de Gesur, Absalão, que era o terceiro; de Hagite, Adonias, que era o quarto; de Abital, Sefatias, que era o quinto; de Eglá, Itreão, que era o sexto.
261.  Durante a guerra civil entre os dois reis e nos diversos combates que se travaram, a principal força de Isbosete consistia no valor e na prudência de Abner, general de seu exército, cuja sábia orientação conservou por muito tempo o povo no partido do rei. Esse príncipe, porém, irritou-se fortemente contra Abner, porque lhe disseram que ele conservava consigo Rispa, filha de Aiá, a qual fora amada pelo rei Saul, seu pai. Vendo-se tão mal recompensado pelos seus serviços, Abner sentiu-se ofendido e ameaçou passar para o partido de Davi e fazer com que todos soubessem que Isbosete devia a coroa ao afeto dele, bem como à sua fidelidade e experiência na guerra.
As ameaças foram seguidas pelos fatos. Ele mandou dizer a Davi que proporia a todos abandonar Isbosete e escolher Davi para rei, contanto que este lhe prometesse com juramento que o receberia entre os seus amigos particulares e o honraria com a sua confiança particular. Davi aceitou o oferecimento com alegria e, para fortalecer ainda mais o trato, declarou que desejava que Abner lhe enviasse Mical, sua mulher, que conquistara com perigo da própria vida, dando a Saul, para merecê-la, os prepúcios de duzentos filisteus. Abner, para satisfazer esse desejo, tirou a princesa de Paltiel, a quem fora dada em casamento por Saul, como já dissemos, e a devolveu, com o consentimento de Isbosete, ao qual Davi já escrevera a esse respeito.
Abner reuniu em seguida os chefes do exército e os maiorais do povo e disse-lhes que, se desejavam deixar Isbosete para seguir Davi, ele não os proibia, mas deixava-os livres, pois soubera que Deus, pelas mãos de Samuel, elegera Davi rei de todo o seu povo e que o profeta havia predito que somente a ele estava reservada a glória de vencer os filisteus. Essas palavras de Abner, que bem manifestavam os seus sentimentos, causou tal impressão sobre os Espíritos deles que todos abertamente se declararam por Davi. Faltava porém, ganhar a tribo de Benjamim, da qual se compunha toda a guarda de Isbosete. Abner apresentou-lhes as mesmas razões e os persuadiu como aos demais.
Depois de haver assim cumprido a sua promessa, ele foi na companhia de vinte pessoas procurar Davi para prestar-lhe contas do que havia feito e obter a confirmação da palavra que lhe fora dada. Davi recebeu-o com demonstrações de afeto, tal como ele desejava, tratando-o magnificamente durante alguns dias, depois dos quais Abner rogou que lhe fosse permitido voltar para trazer o exército de Isbosete e fazer Davi reinar sozinho sobre todo o Israel.
Mal ele saiu de Hebrom, Joabe chegou e soube do que se passara. Conhecendo os méritos de Abner, que era um grande general e acabara de prestar a Davi um serviço tão importante, temeu que ele viesse a disputar-lhe o primeiro lugar e obtivesse até mesmo, com prejuízo seu, o comando do exército. Assim, para impedi-lo, procurou persuadir Davi a não prestar fé nas promessas de Abner, afirmando saber com muita certeza que ele faria todo o possível para manter a coroa sobre a cabeça de Isbosete, que tudo o que prometera era apenas um ardil para enganá-lo e que se havia retirado com grande alegria por ter obtido êxito em seus desígnios.
Quando percebeu que as suas palavras não causavam efeito algum no Espírito do sábio príncipe, joabe tomou uma resolução infame e, para executá-la, mandou a toda pressa dizer a Abner, como se fosse da parte de Davi, que voltasse imediatamente, porque havia se esquecido de falar .uma coisa muito importante. Encontraram Abner num lugar chamado Sira, distante de Hebrom uns vinte estádios. Como ele não desconfiava de nada, voltou imediatamente. Joabe, acompanhado por Abisai, seu irmão, foi ao encontro dele com grandes demonstrações de amizade, como costumam fazer os que têm maus desígnios: levou-o à parte, junto de uma porta, com o pretexto de querer falar-lhe em segredo sobre um assunto muito importante, e, sem dar-lhe tempo para defender-se, atravessou-lhe o corpo com a espada.
Alegou como desculpa para uma ação tão covarde e vergonhosa a morte do irmão, Asael, embora na realidade a tenha cometido pelo temor de perder o cargo e de ser diminuído em prestígio perante Davi. Pode-se ver, com esse exemplo, como nada há que o interesse e a ambição, bem como a inveja, não sejam capazes de levar os homens a cometer. Eles usam de todos os meios para consolidar a sua posição ou para elevar-se às honras e quando conseguem não sentem horror em recorrer ao crime para se manter ali. Consideram um mal menor não poder conquistar essas vantagens, mas estas lhes fazem a felicidade e toda a sua alegria, e então, depois de as haver conquistado, querem a todo custo conservá-las e tudo fazem para não perdê-las.
Nada se pode acrescentar à dor que sentiu Davi por esse tão infame assassinato. Ele protestou energicamente junto de Deus e, elevando as mãos para o céu, declarou que não estava informado dele e que não o havia encomendado e fez estranhas imprecações contra quem o havia cometido, contra os seus cúmplices e contra toda a família do assassino. Não podia tolerar que o tivessem por suspeito de um crime tão vergonhoso como o de faltar à palavra e violar um juramento. Determinou luto público por Abner e mandou prestar-lhe homenagens tão solenes que pessoas da mais alta condição acompanharam o corpo com a cabeça coberta por um saco e com vestes rasgadas. Ele mesmo quis assistir a essa triste cerimônia.
As sua lágrimas e suspiros revelaram ainda mais a sua tristeza por aquela morte e demonstraram o quanto ele estava longe de ter consentido em tão má ação. Mandou construir para ele, em Hebrom, um magnífico túmulo, no qual gravou um epitáfio que compôs em seu louvor. Chorou sobre o túmulo, e todos fizeram o mesmo, a seu exemplo, sem que fosse possível durante todo aquele dia, por mais que lhe rogassem, fazê-lo ingerir qualquer alimento antes do pôr-do-sol.
Tantos testemunhos de justiça e piedade granjearam a Davi o afeto de todo o povo, principalmente daqueles que admiravam e amavam Abner. Não deixavam de louvá-lo por conservar tão religiosamente depois da morte de Abner a palavra que lhe dera em vida e por lhe haver prestado homenagens como as que se fariam ao melhor amigo ou a um parente próximo, em vez de insultar-lhe a memória, já que fora seu inimigo. Assim, esse fato em nada diminuiu a reputação de Davi, pelo contrário, aumentou-a bastante. Não houve pessoa à qual a admiração de tão extrema bondade não fizesse esperar os seus efeitos no futuro. E não restou a menor suspeita de qualquer participação sua, por mínima que fosse, em tão odioso crime.
E, como nada quisesse omitir na demonstração de dor pela morte de Abner, acrescentou a todas as evidências estas palavras, ditas à multidão presente aos funerais: "Toda a nossa família sofreu enorme perda na pessoa de Abner, grande general e homem capaz de dirigir as mais importantes empresas. Mas Deus, cuja providência governa o mundo, não deixará impune a sua morte, joabe e Abisai sentirão os efeitos de sua justiça, e tomo-o como testemunha de que a única razão que me impede de castigá-los como merecem é serem eles mais poderosos do que eu".



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História De Israel – Teologia 31.74 (Livro 7 Cap 15) SAUL, VENDO-SE ABANDONADO POR DEUS NA GUERRA CONTRA OS FILISTEUS, CONSULTA POR MEIO DE UMA MÉDIUM A SOMBRA DE SAMUEL, QUE LHE PREDIZ DERROTA NA BATALHA E A MORTE DELE E DE SEUS FILHOS. AQUIS, UM DOS REIS DOS FILISTEUS, LEVA COM ELE DAVI PARA O COMBATE, MAS OS OUTROS PRÍNCIPES O OBRIGAM A REENVIÁ-LO A ZICLAGUE. DAVI DESCOBRE QUE OS AMALEQUITAS SAQUEARAM E INCENDIARAM ZICLAGUE, PERSEGUE-OS E OS DIZIMA. SAUL PERDE A BATALHA. JÔNATAS E DOIS OUTROS DE SEUS FILHOS SÃO MORTOS, E ELE FICA MUITO FERIDO. OBRIGA UM ESCUDEIRO A MATÁ-LO. BELA AÇÃO DOS HABITANTES DEJABES DE GILEADE PARA COM OS CORPOS DESSES PRÍNCIPES.

História De Israel – Teologia 31.74

CAPÍTULO 15

SAUL, VENDO-SE ABANDONADO POR DEUS NA GUERRA CONTRA OS
FILISTEUS, CONSULTA POR MEIO DE UMA MÉDIUM A SOMBRA DE
SAMUEL, QUE LHE PREDIZ DERROTA NA BATALHA E A MORTE DELE E DE
SEUS FILHOS. AQUIS, UM DOS REIS DOS FILISTEUS, LEVA COM ELE DAVI
PARA O COMBATE, MAS OS OUTROS PRÍNCIPES O OBRIGAM A REENVIÁ-LO
A ZICLAGUE. DAVI DESCOBRE QUE OS AMALEQUITAS SAQUEARAM E
INCENDIARAM ZICLAGUE, PERSEGUE-OS E OS DIZIMA. SAUL PERDE A
BATALHA. JÔNATAS E DOIS OUTROS DE SEUS FILHOS SÃO MORTOS, E ELE
FICA MUITO FERIDO. OBRIGA UM ESCUDEIRO A MATÁ-LO. BELA AÇÃO DOS
HABITANTES DEJABES DE GILEADE PARA COM
OS CORPOS DESSES PRÍNCIPES.

253.  Saul, informado de que os filisteus tinham avançado até Suném, marchou contra eles e acampou em frente ao exército inimigo, próximo do monte de Gilboa. Percebendo, porém, que eles eram incomparavelmente mais fortes, sentiu a coragem diminuir e rogou aos profetas que consultassem a Deus para saber qual seria o resultado daquela guerra. Deus não lhe respondeu, e esse silêncio duplicou-lhe o temor, pois se julgou abandonado por Ele. O seu ânimo abateu-se e ele resolveu, nessa dificuldade, recorrer à magia. No entanto Saul havia expulsado do país todos os magos e adivinhos e toda espécie de gente que costuma predizer o futuro, e assim, não sabendo onde buscá-los, mandou indagar de onde se poderia encontrar alguém dentre os que fazem voltar as almas dos mortos, para interrogá-las e saber coisas futuras.
Um dos seus disse-lhe que uma mulher na cidade de En-Dor poderia satisfazer esses desejos. Imediatamente e sem falar com quem quer que fosse, disfarçado e acompanhado por duas pessoas somente, foi procurar a mulher, rogando-lhe que predissesse o que estava para lhe acontecer e que para esse fim fizesse voltar a alma de um morto que ele ia nomear. Ela respondeu que não podia fazê-lo porque o rei proibira, por um edito, que se fizesse essa espécie de predição e rogou que, jamais tendo ela lhe feito mal, não lhe armasse cilada para fazê-la cair numa falta que custaria a ela a própria vida. Saul jurou-lhe que, acontecesse o que acontecesse, ele não o faria e que ela não corria risco algum. Esse juramento tranqüilizou-a, e ele pediu que fizesse vir a alma de Samuel.
Como ela não sabia quem era Samuel, obedeceu sem dificuldade. Quando, porém, a sua presença se fez notar, algo de divino que ela percebeu surpreendeu-a e a perturbou. Voltou-se então para Saul e disse-lhe: "Não sois vós o rei Saul?" (Ela o soubera pela visão.) Ele respondeu-lhe que sim, e ordenou-lhe que revelasse a causa da grande perturbação que notava nela. Ela respondeu que via aproximar-se um homem que parecia todo divino. Saul perguntou: "Que idade tem ele e como está vestido?" Ela respondeu: "Ele parece um velho muito venerável e está revestido de uma veste sacerdotal". Então Saul não duvidou de que era mesmo Samuel* e prostrou-se diante dele até o chão.
A sombra perguntou-lhe por que o havia obrigado a voltar do outro mundo. Respondeu Saul: "A necessidade me obrigou a isso, porque, tendo sido atacado por um exército muito poderoso, me encontro abandonado, sem o auxílio de Deus, que nem pelos seus profetas nem por outro modo me informa sobre o que está para acontecer. Assim, só me resta recorrer a vós, que sempre me testemunhastes tanto afeto". Samuel, sabedor de que o tempo da morte de Saul havia chegado, disse-lhe: "Sei que de fato Deus vos abandonou e em vão desejais que Ele diga o que vos deve suceder. Mas, visto que o quereis, sabei que Davi reinará e terminará venturosamen-te esta guerra e que, pelo castigo de não terdes executado as ordens que vos dei da parte de Deus, depois de terdes vencido os amalequitas, o vosso exército amanhã será desbaratado e perdereis a coroa, a vida e os vossos filhos nessa batalha".
Essas palavras gelaram o coração de Saul, e ele desmaiou, tanto pela dor excessiva quanto porque havia dois dias não se alimentava. A mulher rogou-lhe que tomasse algum alimento, para restaurar as forças e poder voltar ao exército. Ele recusou-o, mas ela insistiu, dizendo que não Ihç pedia outra recompensa por ter arriscado a vida para fazer o que ele desejava. Por fim, não podendo mais resistir àquelas súplicas insistentes, Saul disse-lhe que comeria alguma coisa. Logo ela matou um vitelo, que era tudo o que possuía, preparou-o e o serviu a ele e aos seus. Saul voltou naquela mesma noite para o seu exército.
Eu não poderia deixar de admirar a bondade dessa mulher, que, jamais tendo visto o rei, em vez de se ressentir por ele a ter reduzido a tão grande pobreza, proibindo-a de exercer a arte que era o seu meio de vida, teve tanta compaixão de sua infelicidade que não se contentou em consolá-lo. Sabendo que ele morreria no dia seguinte, deu-lhe tudo o que possuía, sem pretender recompensa alguma e sem dele nada esperar. Nisso ela é tanto mais louvável quanto os homens são naturalmente levados a fazer o bem somente àqueles dos quais podem também recebê-lo. E assim, ela nos dá um belo exemplo de como ajudar sem interesse os que têm necessidade de nosso auxílio, pois é uma generosidade tão agradável a Deus que nada pode levá-lo a nos tratar mais favoravelmente.
Julgo oportuno acrescentar outra reflexão, que poderá ser útil a todos, particularmente aos reis, aos príncipes, aos grandes, aos magistrados, às outras pessoas constituídas em dignidade e a todos os que, sob qualquer condição, têm a alma grande e nobre, a fim de inflamá-los de tal modo à virtude que não haja penas nem tributações que não aceitem ou perigos que não desprezem, até mesmo a morte, para conquistar uma reputação imortal, chegando a dar a própria vida pelo bem da pátria. Vimos o que fez Saul, pois, ainda que Samuel o tivesse avisado de que seria morto com os filhos na batalha, preferiu perder a vida a praticar um ato indigno de um rei, como, para conservá-la, abandonar o exército, o que seria o mesmo que entregá-lo nas mãos dos inimigos.
Assim, Saul não hesitou em expor-se com os filhos a uma morte certa, julgando que seria melhor e muito mais satisfatório terminar com estes gloriosamente os seus dias, em pleno combate pela salvação da pátria, e merecendo assim viver perenemente na memória da posteridade do que sobreviver à própria infelicidade e, além de não ter mais uma posição, ser pouco considerado pela opinião pública. Não poderia, pois, deixar de considerar esse soberano, nesse ponto, como muito justo, sensato e generoso. E, se algum outro fez ou fizer a mesma coisa, não haverá elogios de que não seja digno. Pois, ainda que quem faça guerra na esperança de obter a vitória mereça que os historiadores elogiem os seus feitos grandiosos, parece-me que somente devem ser considerados provectos na coragem os que, a exemplo de Saul, preferem a honra à própria vida, desprezando perigos certos e inevitáveis.
Nada é mais comum que empreender aquilo cujo desfecho é duvidoso e disso auferir grandes vantagens, se houver sorte favorável. Mas nada poder prometer senão coisas funestas, estar certo de que perderá a vida no combate e afrontar intrepidamente a morte é o que se pode chamar o cúmulo da generosidade e da coragem. Foi isso o que admiravelmente fez Saul. Ele deu exemplo a todos os que desejam eternizar a memória pela glória das ações, mas principalmente aos reis, aos quais a nobreza dessa condição não somente proíbe abandonar o cuidado dos súditos como os torna dignos de censura se nutrirem por eles apenas uma medíocre afeição. Poderia eu falar ainda muito mais em louvor de Saul, mas, para não ser demasiado longo, necessito retomar o fio de meu discurso.

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* "Então Saul não duvidou de que era mesmo Samuel". E possível que Flávio Josefo, para fazer tal asserção, se tenha baseado em targuns (paráfrases do Antigo Testamento usadas pelos rabinos). No entanto esse entendimento não pode ser aceito porque contraria o ensino da Bíblia a respeito do assunto. (N do E)

254. 1 Samuel 29. Os reis e os príncipes dos filisteus, como vimos, reuniram todas as suas forças. Aquis, rei de Gate, chegou por último com os seus, acompanhado por Davi e os seiscentos homens de sua nação. Os outros príncipes perguntaram a Aquis quem havia trazido aqueles israelitas. Ele respondeu que fora Davi, o qual, para evitar a cólera de Saul, estabelecera-se em suas terras e, como testemunho de sua gratidão por ser recebido em seu território e ao mesmo tempo para vingar-se de Saul, oferecera-se para servi-lo naquela guerra. Os príncipes não con-cordaram que ele confiasse num homem cuja fidelidade era suspeita e que, para se reconciliar com Saul, poderia naquela ocasião voltar as armas contra eles e fazer-Ihes ainda mais mal do que já fizera no passado, pois era o mesmo Davi de quem as filhas dos hebreus cantavam nas suas canções que havia matado um grande número de filisteus. E assim, aconselharam-no a mandá-lo de volta.
Aquis consentiu e aceitou as razões deles. Mandou chamar Davi e disse-lhe: "O conhecimento que tenho do vosso valor e de vossa fidelidade tinha-me feito desejar empregar-vos nesta guerra. Mas os outros príncipes e comandantes do exército não o aprovam. Embora eu não desconfie de vós è vos tenha sempre a mesma afeição, desejo que volteis para o lugar que vos concedi, a fim de vos opordes às incursões que os inimigos possam fazer por aquele lado. E nisso me prestareis não menor serviço do que se combatêsseis aqui conosco".
1 Samuel 30. Davi obedeceu e constatou, na sua volta, que os amalequitas, aproveitando-se da ausência do rei Aquis e de todas as suas forças, haviam tomado Ziclague e a incendiado, além de levar todas as mulheres e crianças com os despojos e de fazer o mesmo aos países dos arredores. Essa grande desgraça, tão inesperada, feriu tão vivamente Davi que ele rasgou as próprias vestes e entregou-se ao desespero e à dor. Os soldados, por sua vez, ficaram tão exaltados por terem perdido as suas coisas, mulheres e filhos que, atribuindo a ele a causa de sua infelicidade, estiveram prestes a apedrejá-lo.
Quando voltaram a si, ele elevou o espírito a Deus e rogou a Abiatar, sumo sacerdote, que se revestisse do éfode e perguntasse a Deus se, perseguindo os amalequitas, poderia ainda alcançá-los e se o ajudaria a vingar-se e a recuperar as mulheres e as crianças que eles haviam levado. Abiatar fez o que ele desejava e ordenou-lhe, da parte de Deus, que os perseguisse. Davi não perdeu tempo e, quando chegou à torrente de Besor, encontrou um egípcio, que de tão fraco quase não resistia mais, pois havia três dias não se alimentava. Davi deu-lhe comida e, quando o homem recobrou as forças, perguntou-lhe quem era. Ele respondeu-lhe que era egípcio e que o seu senhor o havia abandonado porque, estando doente, não podia prosseguir na retirada dos amalequitas, depois de haverem saqueado e incendiado Ziclague.
Davi pediu ao homem que o guiasse e assim conseguiu alcançar os inimigos. Como os amalequitas não desconfiavam de nada e estavam ainda possuídos pela alegria da presa conquistada, Davi encontrou-os embriagados e festivos. Muitos já estavam deitados, dormindo profundamente. Outros haviam bebido tanto que estavam sonolen-tos. Outros ainda traziam o copo na mão. Assim, não estavam em condições de se defender, e os que conseguiram pegar em armas foram logo atacados pelos israelitas, os quais mataram um número tão grande deles que apenas uns quatrocentos homens se puderam salvar, pois a matança durou desde a tarde até a noite.
Depois de um êxito tão feliz, que permitiu a Davi e aos seus recuperar não somente as suas mulheres e filhos, mas todos os despojos que os amalequitas haviam levado, eles voltaram ao lugar em que haviam deixado duzentos dos seus a guardar a bagagem. Os quatrocentos que haviam acompanhado Davi até o fim da expedição recusaram dar-lhes a sua parte nos despojos. Queriam que eles se contentassem em recuperar as mulheres e os filhos, alegando que a falta de coragem os fizera ficar para trás. Davi condenou-lhes a injustiça e declarou que fora Deus quem os fizera obter a vitória e que aqueles homens deviam ter parte igual à deles, pois não haviam tomado parte no combate porque receberam ordem para ficar e cuidar da bagagem. Esse juízo, tão eqüitativo, passou a ser nosso costume por uma lei que sempre foi observada. Após o regresso a Ziclague, Davi mandou aos parentes e amigos na tribo de judá uma parte dos despojos dos amalequitas.
255.  1 Samuel 31. Travou-se, nesse ínterim, a batalha entre os filisteus e os israelitas, e foi encarniçada de parte a parte. No entanto a vantagem pendeu finalmente para os filisteus, e Saul e seus filhos, que estavam empenhados no combate, não tendo mais esperança de obter a vitória, só pensavam em morrer gloriosamente. Praticaram atos de bravura tão extraordinários que atraíam sobre si todas as forças dos inimigos. E, depois de matarem um grande número deles, acabaram perecendo esmagados pela multidão.
Jônatas e seus dois irmãos, Abinadabe e Malquisua, caíram ali mesmo, e a morte deles fez os israelitas perderem totalmente o ânimo. Fugiram logo depois, e os filisteus promoveram grande matança. Saul retirou-se, em boa ordem, com o que pôde salvar. Os inimigos, porém, mandaram um grande número de ar-queiros e besteiros em sua perseguição, que mataram quase todos a golpes de dardos e de flechas. O próprio Saul, depois de ter feito o possível, ficou tão crivado de golpes que, desejando morrer, não lhe restavam mais forças para se matar. Então ordenou ao seu escudeiro que lhe atravessasse o corpo com a espada, para impedir que caísse vivo em poder dos inimigos. Vendo que o outro não se resolvia, colocou a ponta da espada sobre o estômago e lançou-se sobre ela. Quando o escudeiro viu morto o seu senhor, matou-se também. E todos os soldados de sua guarda foram mortos perto do monte de Cilboa.
Os israelitas que habitavam o vale além do Jordão, ao saber da derrota e da morte de Saul e de seus filhos, retiraram-se para lugares fortificados, abandonando as cidades que possuíam na planície, das quais os filisteus se apoderaram.
256.  No dia seguinte, depois desse grande combate, os vencedores, despojando os mortos, reconheceram o corpo de Saul e os de seus filhos. Cortaram a cabeça de Saul, e depois de terem anunciado a morte dele por todo o país e consagrado as almas no Templo de Astarote, seu falso deus, penduraram os corpos em forcas, perto da cidade de Bete-Seã, que hoje se chama Scitópolis.
Os habitantes de jabes-Gileade demonstraram nessa ocasião a grandeza de sua coragem. Indignados por ver que não somente haviam privado tão grandes príncipes da honra da sepultura como ainda os tratavam ignominiosamente, os mais corajosos dentre eles foram de noite apoderar-se dos corpos, à vista dos inimigos, e os levaram sem que estes se atrevessem a protestar. Toda a cidade prestou-lhes homenagem, organizando um honroso sepultamento. Passaram dias de lamentações em luto público, com as suas mulheres e crianças, num jejum tão rigoroso que durante todo esse tempo não beberam nem comeram, de tão sentidos e penetrados de dor que estavam pela perda de seu rei e de seus príncipes.
Eis como o rei Saul, segundo a profecia de Samuel, terminou a sua vida, tanto por haver desobedecido às ordens de Deus com relação aos amalequitas quanto por ter feito morrer, com toda a casa sacerdotai, o sumo sacerdote Aimeleque e reduzido a cinzas a cidade a eles destinada por Deus como moradia. Reinou dezoito anos durante a vida desse profeta e vinte e dois anos após a morte dele.


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28 de novembro de 2017

História De Israel – Teologia 31.73 (Livro 6 Cap 14) DAVI DERROTA OS FILISTEUS. SUA FAMA AUMENTA A INVEJA DE SAUL. ESTE ATIRA-LHE UM DARDO PARA MATÁ-LO. MICAL, MULHER DE DAVI, AJUDA-O A ESCAPAR. DAVI VAI TER COM SAMUEL. SAUL PERSEGUE DAVI PARA MATÁ-LO E PERDE INTEIRAMENTE O JUÍZO DURANTE VINTE E QUATRO HORAS. JÔNATAS CONTRAI MAIS ESTREITA AMIZADE COM DAVI E FALA EM SEU FAVOR A SAUL, QUE TENTA MATAR O FILHO. ELE AVISA DAVI, QUE FOGE PARA GATE, CIDADE DOS FILISTEUS, E RECEBE DE PASSAGEM AUXÍLIO DE ABIMELEQUE, SUMO SACERDOTE. RECONHECIDO EM GATE, DAVI FINGE-SE DE LOUCO E RETIRA-SE PARA A TRIBO DE JUDÁ, ONDE REÚNE QUATROCENTOS HOMENS. VAI TER COM O REI DOS MOABITAS E VOLTA DEPOIS ÀQUELA TRIBO. SAUL MANDA MATAR ABIMELEQUE E TODA A SUA DESCENDÊNCIA SACERDOTAL, DA QUAL SOMENTE ABIATAR SE SALVA. SAUL TENTA DIVERSAS VEZES E INUTILMENTE APANHAR E MATAR DAVI, O QUAL TEM OPORTUNIDADE DE MATAR SAUL NUMA CAVERNA E DEPOIS NO PRÓPRIO ACAMPAMENTO, MAS SE CONTENTA EM LHE DAR PROVAS DE QUE PODERIA TÊ-LO FEITO. MORTE DE SAMUEL. RAZÃO POR QUE DAVI SE CASA COMABIGAIL, VIÚVA DE NABAL. DAVI SE ESTABELECE JUNTO DEAQUIS, REI DE GATE,FILISTEU QUE O INDUZ A SERVIR NA GUERRA CONTRA OS ISRAELITAS.

História De Israel – Teologia 31.73
 
CAPÍTULO 14

DAVI DERROTA OS FILISTEUS. SUA FAMA AUMENTA A INVEJA DE SAUL. ESTE ATIRA-LHE UM DARDO PARA MATÁ-LO. MICAL, MULHER DE DAVI, AJUDA-O A ESCAPAR. DAVI VAI TER COM SAMUEL. SAUL PERSEGUE DAVI PARA MATÁ-LO E PERDE INTEIRAMENTE O JUÍZO DURANTE VINTE E QUATRO HORAS. JÔNATAS CONTRAI MAIS ESTREITA AMIZADE COM DAVI E FALA EM SEU FAVOR A SAUL, QUE TENTA MATAR O FILHO. ELE AVISA DAVI, QUE FOGE PARA GATE, CIDADE DOS FILISTEUS, E RECEBE DE PASSAGEM AUXÍLIO DE ABIMELEQUE, SUMO SACERDOTE.
RECONHECIDO EM GATE, DAVI FINGE-SE DE LOUCO E RETIRA-SE PARA A TRIBO DE JUDÁ, ONDE REÚNE QUATROCENTOS HOMENS. VAI TER COM O REI DOS MOABITAS E VOLTA DEPOIS ÀQUELA TRIBO. SAUL MANDA MATAR ABIMELEQUE E TODA A SUA DESCENDÊNCIA SACERDOTAL, DA QUAL SOMENTE ABIATAR SE SALVA. SAUL TENTA DIVERSAS VEZES E INUTILMENTE APANHAR E MATAR DAVI, O QUAL TEM OPORTUNIDADE DE MATAR SAUL NUMA CAVERNA E DEPOIS NO PRÓPRIO ACAMPAMENTO, MAS SE CONTENTA EM LHE DAR PROVAS DE QUE PODERIA TÊ-LO FEITO. MORTE DE SAMUEL. RAZÃO POR QUE DAVI SE CASA COMABIGAIL, VIÚVA DE NABAL. DAVI SE ESTABELECE JUNTO DEAQUIS, REI DE GATE,FILISTEU QUE O INDUZ A SERVIR NA GUERRA CONTRA OS ISRAELITAS.

241. Nesse mesmo tempo, os filisteus recomeçaram a guerra, e Davi foi mandado com o exército contra eles. Venceu-os, fez grande mortandade entre eles e voltou vitorioso a Saul. Mas não foi recebido como esperava nem como merecia o seu grande feito, porque a sua reputação era suspeita ao rei, e este, em vez de se alegrar com a vitória, enxergava apenas perigos e o tolerava com tristeza. Um dia, quando aqueles acessos com que o demônio o atormentava se mostravam mais violentos, ele ordenou a Davi que entoasse um cântico e tocasse harpa. Ele obedeceu, mas Saul, que tinha nas mãos um dardo, atirou-o contra ele com toda a força, e tê-lo-ia matado se ele não se desviasse do golpe. Fugiu então Davi para a sua casa e de lá não saiu mais o resto do dia.
Chegando a noite, Saul enviou guardas para cercar a casa, a fim de que ele não pudesse escapar, porque desejava julgar Davi e condená-lo à morte. Mical, mulher de Davi, soube de tudo, e, como o seu amor por um marido de tal mérito tê-la-ia feito preferir a morte à dor de perdê-lo, correu logo a avisá-lo: "Se o sol ao despertar vos encontrar ainda aqui, não mais vos tornarei a ver com vida. Fugi, enquanto a noite vo-lo permite. Rogo a Deus de todo o meu coração que a faça ainda mais longa que de ordinário, para que vos seja mais favorável, pois o rei resolveu mandar matar-vos e a não diferir mais esse cruel intento".
Depois de assim falar, ela amarrou uma corda à janela e o desceu para fora. Arrumou então o seu leito como para um enfermo e pôs deitada debaixo das cobertas uma estátua. Colocou-lhe na cabeça um tecido de pêlos de cabra e o cobriu com um manto. Ao despontar do dia, Saul mandou os homens prenderem Davi. Mical disse-lhe que ele estivera doente durante toda a noite. Assim, eles não duvidaram de que Davi estivesse enfermo naquele leito. Foram dizê-lo ao rei, e este ordenou-lhes que o trouxessem de qualquer modo, para o matar. Voltaram imediatamente, levantaram as cobertas e viram que a princesa os havia enganado. Saul fez graves censuras à filha por ter salvo um inimigo. Ela desculpou-se, dizendo que ele ameaçara matá-la se deixasse de ajudá-lo em tal contingência, e assim fora obrigada a fazê-lo. Não duvidava, porém, de que, tendo a honra de ser sua filha, o amor de seu pai por ela não era mais forte que o seu ódio por Davi. Saul, tocado por essas palavras, perdoou-a.
242. Davi, tendo conseguido salvar-se, foi procurar o profeta Samuel em Rama. Contou-lhe como Saul tentava sempre tirar-lhe a vida e que por bem pouco quase o matara atirando-lhe um dardo. Disse-lhe que, embora nunca tivesse feito algo que desagradasse a Saul, mas, ao contrário, com o auxílio contínuo de Deus, sempre o servira com muito proveito em todas as suas guerras, o bastante para conquistar-lhe a estima, conseguira apenas granjear-lhe o ódio e a inveja. Samuel, aborrecido pela injustiças de Saul, saiu de Rama e levou Davi a Gibeá, onde ele ficou algum tempo em sua companhia.
Logo que Saul o soube, enviou soldados para trazê-lo prisioneiro. Encontraram Samuel no meio de um grupo de profetas e, cheios do mesmo espírito, começaram a profetizar com eles. Saul mandou ainda outros com a mesma ordem, e aconteceu-lhes a mesma coisa. Mandou ainda outros, e eles também profetizaram. Isso o deixou tão encolerizado que resolveu buscá-lo em pessoa, mas ainda não se achava próximo de Samuel o suficiente para ser percebido quando o profeta fez com que ele também profetizasse. E, estando já perto de Samuel, perdeu completamente o juízo, despiu-se diante dele e de Davi e passou assim o resto do dia e toda a noite.
243. 1 Samuel 20. Davi foi em seguida procurar Jônatas para queixar-se de que, apesar de nunca ter dado ao rei motivo para insatisfação, este continuava a tentar por todos os meios tirar-lhe a vida. Jônatas rogou-lhe que tirasse aquela idéia da cabeça e não prestasse fé aos que faziam semelhantes declarações, mas confiasse em sua palavra: o rei, seu pai, não tinha aquela intenção. Se a tivesse, tê-la-ia comunicado a ele, Jônatas, pois nada fazia sem falar com ele e assim não deixaria de avisá-lo.
Davi, no entanto, afirmou com juramento que aquilo que se dizia era verdade. Rogou-lhe que o não pusesse em dúvida e pensasse antes em salvar-lhe a vida, acreditando no que ele lhe dizia em vez de esperar que a sua morte lhe causasse tristeza e remorso por não ter nele acreditado. Acrescentou que ele se devia admirar de que o rei, seu pai, conhecedor da estreita amizade entre ambos, nada lhe houvesse dito de suas intenções. Essas palavras persuadiram Jônatas e, muito triste, pediu a Davi que lhe dissesse em que poderia ajudá-lo.
Respondeu-lhe Davi: "Na certeza de que nada há que eu não possa esperar de vossa amizade, eis o que me vem à mente. Como amanhã é a primeira lua e o rei oferece nesse dia um grande banquete, ao qual eu costumava estar presente, es-perar-vos-ei fora da cidade, se vos aprouver, sem que ninguém o saiba. Quando o rei perguntar onde eu estou, far-me-eis o favor de responder-lhe que fui a Belém assistir à festa de minha tribo, depois de vos ter pedido licença. Se o rei disser, como costumam fazer as boas pessoas: 'Desejo-lhe boa viagem', será sinal de que não nutre má vontade contra mim. Mas se ele responder de outro modo, será prova do contrário, e far-me-eis o favor de me avisar. Esse favor, na infelicidade em que me encontro, será digno de vossa generosidade e da amizade que tão solenemente me prometestes. Se achardes que não a mereço e julgais que ofendi o rei, não espereis que ele me faça morrer: antecipai-vos, tirando-me a vida".
Essas últimas palavras partiram o coração de Jônatas. Ele prometeu a Davi fazer o possível para penetrar os sentimentos do rei, seu pai, e relatar-lhe fielmente tudo o que pudesse averiguar. Fez ainda mais. Para dar-lhe maior garantia, levou-o para fora, elevou os olhos para o céu e confirmou a sua promessa com juramento, proferindo estas palavras: "Tomo como testemunha da aliança que faço convosco o Deus eterno, que tudo vê, que está presente em toda parte e que conhece os meus pensamentos antes mesmo que a minha língua os possa exprimir, de que não deixarei de sondar o espírito do rei até saber o que ele tem na alma a vosso respeito e vos direi imediatamente tudo o que souber, de bem ou de mal. Deus sabe com quanta afeição lhe rogo que continue a vos ajudar, como fez até agora, e com que confiança acredito que Ele jamais vos abandonará, ainda que meu pai e eu nos tornássemos vossos inimigos. Lembrai-vos, de vossa parte, deste protesto que vos faço e, se me sobreviverdes, mostrai o vosso reconhecimento, pelo cuidado que tereis de meus filhos".
Depois desse juramento, Jônatas disse a Davi que o esperasse no campo destinado aos exercícios e que não deixaria de ir lá, acompanhado somente por um pajem logo que tivesse conhecido os sentimentos do rei, seu pai. Lá chegando, atiraria três flechas contra um alvo. Se os sentimentos do rei lhe fossem favoráveis, diria ao pajem que fosse buscar as flechas, mas se lhe fossem contrários não daria essa ordem. De qualquer modo, não importando como fossem as coisas, faria o possível para impedir que algum mal lhe acontecesse. Rogava-lhe apenas que se lembrasse, em sua boa sorte, da amizade que ele, Jônatas, lhe demonstrava e que tivesse afeto pelos seus filhos.
Como Davi não podia duvidar das promessas de Jônatas, compareceu ao lugar indicado. No dia seguinte, que era lua nova, o rei, depois de se purificar, segundo o costume, pôs-se à mesa para cear. Jônatas sentou-se à sua direita, e Abner, general do exército, à esquerda. Saul, percebendo vazio o lugar de Davi, julgou que ele não se havia purificado e nada disse. No dia seguinte, porém, não o vendo outra vez, perguntou a Jônatas porque ele não estivera presente a um banquete tão solene naqueles dois dias. Jônatas respondeu-lhe que ele fora a Belém assistir à festa de sua tribo, depois de lhe ter pedido licença, e que ainda o convidara a ir. E acrescentou: "Se vos aprouver, irei também, pois bem sabeis o quanto o estimo".
Jônatas então percebeu até que ponto chegava o ódio do pai contra Davi. Pois Saul, não podendo mais dissimulá-lo, ergueu-se em cólera contra ele, acusando-o de se ter tornado seu inimigo para ser amigo de Davi e perguntando-lhe se não tinha vergonha de abandonar assim o próprio pai para conspirar com o homem que lhe devia ser o mais odioso ou de não compreender que enquanto Davi estivesse vivo ninguém poderia reinar em segurança. Depois de assim falar, ordenou a Jônatas que o buscasse a fim de que sofresse o castigo que merecia. Perguntando então o generoso príncipe qual crime cometera Davi, para merecer a morte, o furor de Saul não se conteve mais nos limites das simples recriminações: passou às injúrias e das injúrias às ações. Tomou um dardo para matar o filho, e teria cometido tão horrível crime se os que estavam presentes não o houvessem impedido.
Assim, Jônatas não teve mais dúvida acerca do que Davi lhe dissera sobre o ódio mortal de Saul, principalmente depois que a amizade deles também quase lhe custara a vida. Saiu do banquete sem comer, passou toda a noite em grande sofrimento e ansiedade por ter sabido daquele modo, correndo risco de vida, em quão grave perigo vivia o seu amigo. Logo ao alvorecer, sob o pretexto de dar-se aos exercícios, dirigiu-se ao lugar onde Davi o esperava. Atirou três flechas e enviou o pajem sem lhe ordenar que as recolhesse, a fim de poder falar com Davi a sós. Davi lançou-se-lhe aos pés e confessou-se devedor da própria vida. Jônatas ergueu-o e o beijou. Ficaram depois abraçados por muito tempo, deplorando a infelicidade daquela separação, que lhes seria mais dolorosa que a própria morte, e não se podiam afastar um do outro. Por fim, separaram-se, embora com enorme desgosto e tristeza, não porém sem renovar ainda uma vez, com juramento, os protestos de sua inviolável amizade.
244. 1 Samuel 21. Davi, para evitar a perseguição de Saul, foi a Nobe falar com o sumo sacerdote Aimeleque. Este, admirando-se de o ver sozinho, perguntou-lhe o motivo. Davi respondeu-lhe que iria executar uma ordem do rei para a qual não precisava de ninguém e que ordenara aos seus homens que viessem encontrá-lo num lugar determinado. Assim, pediu a Aimeleque tudo o que necessitava para aquela pequena viagem e algumas armas. Aimeleque satisfez a sua vontade. Quanto às armas, disse-lhe que não as tinha, exceto a espada de Golias, que o próprio Davi consagrara a Deus. Ele a ofereceu, e Davi aceitou-a.
Um certo Doegue, porém, sírio de nascimento que cuidava das mulas de Saul, estava por acaso presente. Dali Davi foi a Gate, uma cidade dos filisteus, onde o rei Aquis tinha a sua corte. Mas foi reconhecido, e comunicaram imediatamente ao soberano que aquele hebreu, de nome Davi, que havia matado tantos filisteus, estava na cidade. Davi veio a sabê-lo e, vendo-se em tão grave perigo, pensou em fingir-se de louco para escapar. Ele fingiu tão bem que Aquis se encolerizou com os que o levaram, ordenando que lhe dessem a liberdade.
245. 1 Samuel 22. Depois de conseguir escapar usando desse expediente, Davi foi para a tribo de Judá, onde se escondeu numa caverna perto da cidade de Adulão, avisando disso os seus irmãos. Eles vieram vê-lo com todos os parentes, e vários outros reuniram-se também a ele, ou por causa do mau estado de seus negócios ou pelo medo que tinham de Saul. Elevou-se então o seu número a quatrocentos, e Davi desde então nada mais temeu. Foi ter com o rei dos moabitas e rogou-lhe que consentisse que ele e todos os que o acompanhavam ficassem em seu país até que a má sorte passasse. O soberano consentiu-o e tratou-o muito bem, assim como a todos os seus soldados, durante o tempo em que ele permaneceu naquelas terras.
Ele só saiu de lá por ordem do profeta Samuel, que lhe ordenou deixar o deserto para voltar à sua tribo. Davi então ficou na cidade de Sarim. Saul veio a sabê-lo e também que ele tinha consigo um grande número de homens armados. Ficou por isso muito perturbado, pois sabia que o valor e o proceder de Davi tornavam este capaz de tudo. Com tal apreensão, reuniu no palácio da cidade de Gibeá, que está situada sobre uma colina de nome Arnom, todos os seus amigos e toda a sua tribo e do trono, acompanhado dos guardas e oficiais de sua casa, falou-lhes: "Não podendo crer que esquecêsseis os benefícios com que aumentei a felicidade a que eu mesmo vos elevei, quisera saber se esperais recebê-los maiores da parte de Davi, pois bem conheço o afeto que lhe dedicais, o qual o meu próprio filho vos inspirou. Sei que Jônatas e ele se uniram, sem o meu consentimento, por uma estreita aliança, que confirmaram com juramento, e que Jônatas auxilia Davi contra mim com todas as suas posses. Vós ainda não vos deixastes influenciar por isso, mas esperais tranqüilamente pelo resultado".
Depois das palavras do rei, todos ficaram em silêncio. Doegue então quebrou-o, dizendo: "Majestade, eu presenciei Davi procurar o sumo sacerdote Aimeleque em Nobe, que lhe predisse o que devia acontecer, deu-lhe a espada de Golias e ajudou-o em tudo o que ele necessitava para continuar a viagem". Saul mandou chamar imediatamente Aimeleque e todos os seus parentes e disse-lhe: "Que motivos de queixa tendes contra mim, para receberdes tão bem a Davi, embora ele seja meu inimigo e conspire contra o meu governo, a ponto de lhe fornecerdes armas e predizerdes o que lhe deverá acontecer? Acaso ignorais que ele está fugitivo por causa do ódio que me tem e à casa real?"
Aimeleque não negou ter prestado a Davi o auxílio de que o acusavam. Mas, para mostrar que não fora tanto em consideração a ele quanto ao rei, respondeu: "Eu o recebi, majestade, não como vosso inimigo, mas como um de vossos fiéis servidores, como um dos principais oficiais do vosso exército e como tendo a honra de ser vosso genro. Poderia eu imaginar que um homem que vos é devedor de tantos favores pudesse ser vosso inimigo em vez de alguém dedicado ao vosso serviço? Quanto ao que ele me consultou sobre a vontade de Deus e ao que lhe respondi, procedi também do mesmo modo. Sobre o que lhe dei para continuar a viagem, ele me disse que vossa majestade o enviava em missão muito importante. Assim, julguei que, recusando-o, ofenderia vossa majestade. Enfim, por pior que pudesse ser o desígnio de Davi, vossa majestade não se deve persuadir de que eu tenha querido ajudá-lo em prejuízo vosso".
Saul, julgando que Aimeleque falava daquele modo apenas por medo, não prestou fé alguma às suas justificativas e ordenou que os guardas o matassem, bem como a todos os seus parentes. Como eles recusassem cometer tal sacrilégio, porque a lei de Deus não permitia tal obediência, o rei deu esse encargo àquele miserável Doegue. Este, juntamente com alguns celerados semelhantes a ele, massacrou Aimeleque e todos os de sua família, e o número total foi de trezentas e oitenta e cinco pessoas. Porque o horrível furor de Saul ainda não estava satisfeito. E enviou esses mesmos ímpios a Nobe, que era a moradia dos sumos sacerdotes e dos outros ministros da lei de Deus, onde mataram todos os que encontraram, sem poupar nem mesmo as mulheres e as crianças, e puseram fogo à cidade. Abiatar, um dos filhos de Aimeleque, foi o único a escapar de tão terrível crueldade. Essa infame matança realizou o que Deus revelara ao sumo sacerdote Eli, isto é, que a sua posteridade seria destruída por causa de seus dois filhos.
Essa detestável ação de Saul, que pela mais horrível das impiedades não receou derramar o sangue de toda a casta sacerdotal, sem mesmo poupar os velhos e as crianças, nem temeu reduzir a cinzas uma cidade que o próprio Deus escolhera para ser a moradia de seus sacerdotes e profetas, demonstra até onde pode chegar a corrupção do espírito humano. Enquanto a mediocridade de sua condição os impede de fazer o mal a que a sua inclinação os leva, parecem mansos e moderados, mostram amor pela justiça e pela piedade e estão conven-cidos de que Deus, que está presente em toda parte, vê todas as suas ações e penetra todos os seus pensamentos. Mas quando se vêem elevados pela autoridade e poder, mostram que não tinham no coração aqueles sentimentos e, tal como os atores, que depois de trocar as vestes apresentam-se no palco para representar um papel qualquer ou outro personagem, eles aparecem em seu natural. Tornam-se audaciosos e insolentes, desprezando a Deus e fazendo pouco caso dos homens.
Dessa forma, embora a grandeza de sua posição, que expõe até as menores de suas ações à vista de todos, os devesse fazer agir de maneira irrepreensível, eles julgam que o próprio Deus mantém os olhos fechados ou os teme, e passam a desejar que Ele aprove e que os homens achem justo tudo que o seu temor, o seu ódio e a sua imprudência lhes inspiram, sem preocupação com as conseqüências. De modo que, depois recompensar com muitas honras os grandes serviços, não se contentam em privar delas, por meio de falsas denúncias e calúnias, aqueles que os prestaram e que as tinham tão justamente merecido. Tiram-lhes até mesmo a vida. E agem assim não no uso legítimo de seu poder, como na punição dos culpados, mas com ações de injustiça e de crueldade, oprimindo inocentes, os quais, sendo-lhes inferiores, não se podem livrar de suas violências.
Saul, como acabamos de ver, é disso um nítido exemplo. Pois, pode haver algo mais estranho que, após o governo aristocrático e o dos juizes, ele, o primeiro a ser feito rei sobre todo o povo de Deus, tenha, por uma simples suspeita, matado Aimeleque e mais de trezentos sacerdotes e profetas, queimado a cidade deles e os sepultado nas ruínas, sem se incomodar que, não restando mais nenhum ministro da vontade de Deus, o Templo ficasse inteiramente abandonado? Ou que o seu furor o tenha levado não somente a exterminar essas pessoas constituídas para prestar a Deus o culto supremo que lhe é devido, mas também a destruir até os alicerces o lugar que Ele lhes dera como moradia?
Abiatar, o único sobrevivente da mortandade, foi procurar Davi e contou-lhe como as coisas se haviam passado. Este não ficou admirado, pois quando foi falar com Aimeleque percebeu que Doegue estava presente e bem imaginou que ele não perderia ocasião para caluniar o sumo sacerdote. Ficou sensivelmente comovido por ter dado motivo a isso e rogou a Abiatar que ficasse com ele, pois em outro lugar não estaria em segurança.
246. 1 Samuel 23. Soube Davi, ao mesmo tempo, que os filisteus haviam entrado no território de Queila e feito grande destruição. Resolveu atacá-los, mas antes consultou Samuel para saber se era do agrado de Deus. O profeta garantiu que Ele daria a vitória a Davi, que os atacou imediatamente. Ele fez uma grande matança, apoderou-se de ricos despojos e entrou em Queila para proteger os habitantes até que trouxessem o trigo para a cidade. Como tão grande feito não podia permanecer oculto e a notícia se espalhasse por toda parte, ela chegou até Saul. Ele sentiu grande alegria por saber onde Davi se havia estabelecido, julgando ser aquilo um sinal de que Deus queria entregá-lo em suas mãos. Ordenou então que alguns soldados fossem cercá-lo, com ordem de não se levantar o cerco antes de se apoderarem dele e matá-lo.
Deus, no entanto, revelou a Davi que ele estaria perdido se não se retirasse imediatamente, porque os habitantes de Queila o entregariam nas mãos do rei, a fim de terem paz com ele. Assim, partiu com os seus seiscentos homens para o deserto, até uma colina de nome Haquila, e Saul viu frustradas as suas esperanças. Do deserto, Davi passou ao território de Zife, a um lugar de nome Horesa. jônatas foi até lá encontrar-se com ele, para abraçá-lo e para conversarem. Exortou-o a esperar para o futuro, não obstante a infelicidade presente. Assegurou que Davi ainda reinaria sobre todo o povo e que não era de admirar que para chegar a tão alta posição fosse mister suportar tão duros sofrimentos. Renovaram depois, com juramento, os protestos de amizade e tomaram a Deus como testemunha. Fizeram imprecações contra aquele que a eles faltasse, e Jônatas regressou, depois de ter dado a Davi essa consolação naquele momento de infelicidade.
Os habitantes de Zife, para agradar a Saul, avisaram-no de que Davi estava perto da cidade e asseguraram que fariam o possível para entregá-lo em suas mãos, o que lhes seria muito fácil de conseguir se o rei mandasse fechar algumas passagens por onde ele poderia escapar e avançasse com as suas tropas. Saul louvou-lhes a fidelidade, manifestando o seu agradecimento por aquele serviço e prometendo retribuí-lo. Mandou-lhes em seguida muitos soldados para procurar Davi nos lugares mais ocultos do deserto, com a garantia de que ele mesmo, o rei, os seguiria bem depressa. Os zifenianos serviram de guia a essas tropas e tudo fizeram, no que dependia deles, para agradar a Saul.
Assim, esses homens maléficos, que deveriam se conservar em silêncio, para salvar um homem que era não apenas inocente, mas muito virtuoso, fizeram por interesse e por bajulação tudo o que puderam para entregá-lo ao inimigo e à morte. Mas Deus não permitiu um êxito correspondente a essa má vontade. Davi, alertado dê que o rei se aproximava, abandonou os lugares para os quais se havia retirado e instalou-se num grande rochedo que está no deserto de Jesimom. Saul perseguiu-o, chegou ao outro lado da rocha, cercou-o por todos os lados e tê-lo-ia apanhado, não fora o aviso de que os filisteus haviam entrado no país. Ele julgou mais conveniente repelir os inimigos públicos, tão temíveis, a deixar-lhes o reino como presa por causa da obstinação em perseguir um inimigo particular. Davi salvou-se dessa maneira de um perigo que parecia inevitável e refugiou-se no estreito de En-Gedi.
247. 1 Samuel 24. Saul soube disso e, mal repeliu os filisteus, tomou três mil homens escolhidos de todas as suas tropas e marchou para esse lugar. Impelido por uma necessidade, o rei entrou sozinho numa caverna muito espaçosa e profunda, onde Davi se havia escondido com todos os seus homens. Um deles reconheceu o rei e foi logo dizer a Davi que Deus lhe oferecia ocasião a mais favorável para vingar-se do inimigo: fazendo-o perder a vida, livrar-se-ia para sempre daquela injusta perseguição. Davi, em vez de seguir tal conselho, julgou por um sentimento de piedade que não podia, sem ofender a Deus, dar a morte àquele que Ele fizera rei e que como tal era seu amo e senhor. Porque, por piores que sejam os nossos inimigos e por mais que façam para nos eliminar, jamais lhes devemos pagar o mal com o mal. Assim, contentou-se em cortar um pedaço do manto de Saul. E, quando ele saiu da caver-na, seguiu-o e gritou para ele. Saul reconheceu-o e voltou-se.
Então Davi prostrou-se diante dele, como de costume, e disse: "Será justo que vossa majestade preste fé aos caluniadores, que vos enganam, e desconfie daqueles que vos têm mais afeto e vos são mais fiéis, quando deveríeis julgar uns e outros por suas ações? As palavras podem enganar, mas as ações mostram o que eles têm no fundo da alma. Vossa majestade acaba de conhecer, pelos efeitos, a malícia daqueles que me acusam sem cessar de más intenções, em que jamais pensei e que não poderia executar mesmo que as tivesse. No entanto, eles levaram vossa majestade a empregar toda espécie de meios para me matar. Mas, como vossa majestade pode ver, a afirmativa de que atentei contra a vossa pessoa é falsa. Ter-me-ia sido tão fácil matá-lo como cortar este pedaço do vosso manto que tenho em minha mão. No entanto, por mais justo que seja o meu ressentimento, eu o contive, ao passo que vossa majestade se deixa levar pela ira, por mais injusta que seja. Deus nos julgará, senhor, e condenará aquele que de nós dois for culpado".
Saul, espantado pelo perigo que havia corrido e sem poder deixar de admirar a virtude e a generosidade de Davi, soltou um profundo suspiro, que arrancou làgrimas a Davi. Tocado por tão extrema bondade, disse-lhe o rei: "Eu é que deveria chorar, e não vós, porque depois de receber tantos serviços de vós tenho-vos perseguido com muita crueldade. Hoje mostrastes que sois um digno sucessor dos mais virtuosos de nossos antepassados, que, em vez de tirar a vida aos seus inimigos quando estes se encontram em posição desfavorável, gloriam-se de perdoar-lhes. Assim, não duvido de que Deus deseje pôr a coroa em vossa cabeça para fazer-vos reinar sobre todo o povo de Israel. E peço-vos que me prometais com juramento que, em vez de destruir a minha família, tomareis cuidado de conservá-la, sem vos lembrardes dos males que vos causei". Davi prometeu-o e jurou-lhe, e depois se separaram: Saul voltou ao seu reino, e Davi foi para o estreito dos masticianos.
248.  1 Samuel 25. A morte do profeta Samuel deu-se nesse mesmo tempo. E, como todo o povo o havia honrado extremamente pela sua eminente virtude, nada se pode acrescentar às demonstrações de afeto que prestou à sua memória. Depois de o enterrarem com grande magnificência em Rama, lugar de seu nascimento, eles o choraram por muito tempo. Não foi somente luto público, mas todos o lamentavam em particular, como se fosse um parente. Isso porque, além de seu amor pela justiça, a sua bondade era tão extraordinária que o tornou muito querido por Deus. Depois da morte de Eli, sumo sacerdote, ele governou sozinho todo o povo durante doze anos e viveu dezoito anos durante o reinado de Saul.
249. Um homem chamado Nabal, do país dos zifenianos, morava nesse tempo na cidade de Maom e era rico, principalmente em rebanhos: tinha três mil carneiros e mil cabras. Davi proibiu terminantemente aos seus soldados tocar em qualquer coisa que pertencesse a esse homem, por maiores que fossem as necessidades ou sob qualquer pretexto, porque ele sabia que não se pode tomar os bens alheios sem faltar aos mandamentos de Deus e, assim fazendo, julgava que agradaria a um homem de bem, que merecia as suas homenagens. Mas Nabal era um bruto, de mau caráter e muito cruel. Sua mulher, ao contrário, de nome Abigail, era gentil, prestimosa, virtuosa e além disso extremamente bela.
Quando Nabal foi tosquiar as ovelhas, Davi enviou dez dos seus para saudá-lo, desejar-lhe toda sorte de prosperidade por muitos anos e rogar-lhe que o ajudasse com alguma coisa para a subsistência de seus homens, pois podia informar-se com os guardas do rebanho que desde que estava no deserto, e isso havia muito tempo, nem ele nem os seus homens lhe haviam causado o menor prejuízo. Poderiam até dizer o contrário, isto é, que ele os havia conservado. E Nabal agora, obsequi-ando-o, faria bem a um homem muito grato. Esse homem, porém, em vez de dar uma resposta, perguntou-lhes quem era Davi. Eles disseram-lhe que era um dos filhos de Jessé. Nabal exclamou: "Ah! Um fugitivo, que se esconde com medo de cair nas mãos de seu senhor, agora quer passar por ousado e corajoso".
Essas palavras, tão ofensivas, foram referidas a Davi e o deixaram tão encole-rizado que ele jurou que antes de a noite acabar exterminaria Nabal e toda a sua família e destruiria a sua casa e todos os seus bens, pois, não satisfeito em demonstrar tanta ingratidão pelos favores recebidos, tivera ainda a insolência de ultrajá-lo daquele modo. Deixou para a guarda de sua bagagem duzentos dos seiscentos homens que então contava e partiu para executar a sua resolução. No entanto, um dos pastores de Nabal, que ouvira as palavras proferidas por seu senhor, avisou a mulher deste, alertando-a das perigosas conseqüências e afir-mando que nem Davi nem os seus jamais haviam feito mal algum aos rebanhos. Abigail mandou imediatamente carregar alguns asnos com uma grande quantidade de provisões e, sem nada dizer ao marido, que só tratava bem os de caráter semelhante ao dele, foi ter com Davi.
Encontrou-o num vale, desceu em terra logo que o viu e, prostrando-se diante dele, pediu-lhe que não levasse em conta o que dissera o marido, pois o próprio nome Nabal, que em hebreu significa "insensato", era-lhe muito conveniente. Ela declarou ainda que não estava presente quando os homens foram procurá-lo e continuou a falar, nestes termos: "Rogo-vos que nos perdoeis a ambos e considereis o motivo que tendes de dar graças a Deus, por não ter permitido que mergulhásseis as vossas mãos em sangue. Porque, conservando-as puras, vós o obrigareis a vingar os vossos inimigos e a fazer cair sobre as suas cabeças a infe-licidade que estava prestes a cair sobre a de Nabal. Confesso que a vossa cólera contra ele é justa, mas moderai-a, por amor de mim, que não tenho parte na culpa, pois a bondade e a clemência são virtudes dignas de um homem que Deus destinou para reinar um dia. Tende a bondade de aceitar estes pequenos presentes que vos ofereço".
Davi recebeu-os e respondeu-lhe: "Foi Deus quem vos trouxe aqui, do contrário, não teríeis visto o dia de amanhã, porque eu havia jurado exterminar esta noite Nabal e toda a sua família, para castigá-lo pela ingratidão e pelo ultraje que me fez. Devo, porém, perdoar-lhe, em consideração a vós, pois Deus vos inspirou a que vos opusésseis à minha cólera por meio de vossos rogos. Ele, porém, não evitará o castigo que merece e morrerá de qualquer modo". Abigail voltou muito consolada por resposta tão favorável e encontrou o marido tão embriagado que nada lhe pôde dizer. No dia seguinte, porém, contou-lhe tudo o que se havia passado. O grave perigo que correra assustou-o e perturbou-o de tal modo que ele ficou paralítico de todo o corpo e morreu dez dias depois.
Davi, quando o soube, disse que Nabal recebera a recompensa merecida. Louvou a Deus por não ter permitido que manchasse as suas mãos no sangue dele e aprendeu por aquele exemplo que, tendo os olhos voltados para todas as nações dos homens, Ele castiga os maus e recompensa os bons. A virtude e a sabedoria de Abigail, unidas à sua grande beleza, haviam causado a Davi tanta estima e afeto por ela que, vendo-a viúva, mandou perguntar-lhe se o queria desposar. Ela respondeu que não era digna nem mesmo de beijar-lhe os pés. Depois veio encontrar-se com ele, trazendo boa equipagem, e o des-posou. Ele já tinha outra esposa, de nome Ainoã, que era da cidade de Jezreel. Quanto a Mical, Saul a dera em matrimônio a Palti, filho de Laís, que era da cidade de Galim.
250. 1 Samuel 26. Pouco tempo depois, alguns zifenianos avisaram Saul de que Davi regressara àquele país, e, se quisesse ajudá-los, eles poderiam apanhá-lo. O rei se pôs imediatamente em campo com três mil soldados e acampou naquele mesmo dia em Haquila. Davi, alertado de sua marcha, mandou espiões para fazer um reconhecimento, e estes confirmaram o aviso. Ele partiu de noite, acompanhado somente por Abisai, e entrou no acampamento de Saul. Encontrou todos os soldados adormecidos, bem como o general Abner. Passou pela tenda do rei, que também dormia, e da cabeceira de sua cama apanhou-lhe o dardo. Abisai quis matá-lo, mas Davi lhe reteve o braço e o impediu, dizendo que, por pior que fosse Saul, não se poderia sem crime atentar contra a vida de um rei constituído por Deus e que tocava ao próprio Deus castigá-lo, quando julgasse que era tempo de o fazer.
Assim, Davi contentou-se em levar o dardo e um vaso que estava próximo do rei, de modo que não se pudesse duvidar de que poderia tê-lo matado, se o desejasse. Confiando na escuridão da noite e em sua coragem, saiu do acampamento do modo como havia entrado, sem que ninguém o percebesse. Depois de atravessar a torrente, subiu à montanha, de onde todo o acampamento de Saul poderia ouvi-lo, e gritou bem alto, chamando por Abner, que acordou com o barulho, bem como todos os soldados. Abner perguntou quem o chamava.
Ele respondeu: "Sou eu, Davi, filho de Jessé, que vós expulsastes. Como vós, que tão valente sois e gozais de tanta honra perante o rei, mais que qualquer outro, tendes tão pouco cuidado em defendê-lo e dormis em vez de zelar pela garantia de sua pessoa? Podeis negar que não sois culpado de um crime capital, tendo sido tão negligente a ponto de perceberdes que alguns dos meus homens entraram no vosso acampamento e até mesmo na tenda real? Vede onde estão o dardo do rei e o seu vaso e julgai agora se montastes boa guarda".
Saul reconheceu a voz de Davi e, diante das provas que apresentava, percebeu que, graças à negligência dos seus, ter-lhe-ia sido fácil matá-lo sem que nenhum estranho fosse encontrado. Confessou então ser-lhe devedor da vida e declarou que lhe permitia voltar para casa com toda a segurança, porque não podia mais duvidar de seu afeto e de sua fidelidade, depois de lhe poupar a vida diversas vezes, e porque ele, em vez de reconhecer os bons serviços que Davi lhe prestara, o havia exilado, privado da consolação de viver com os parentes e perseguido impiedosamente. Davi mandou em seguida que viessem buscar o dardo e o vaso do rei e protestou que Deus, que sabia que ele teria podido matar Saul, seria o juiz de suas ações.
251. 1 Samuel 27. Eis como Davi uma segunda vez poupou a vida a Saul. E, não querendo mais ficar naquele país, receando vir a cair nas mãos do rei, decidiu, com o consentimento de todos os que estavam com ele, passar às terras dos filisteus. Aquis, rei de Gate, uma das cinco cidades dessa nação, recebeu-o favoravelmente, e Saul, vendo como fora malsucedido e lembrando os graves riscos que correra, não pensou mais em persegui-lo. Davi não quis estabelecer-se na cidade, para não ser pesado aos seus habitantes, e rogou ao rei Aquis que lhe desse um lugar no campo. Ele deu-lhe a aldeia de Ziclague, pela qual Davi tomou tanto afeto que, depois de se tornar rei, veio a comprá-la, para tê-la como propriedade particular.
Lá ficou um ano e quatro meses, e durante esse tempo fazia secretamente incursões sobre as terras dos gerusianos, dos gersianos e dos amalequitas, que eram povos vizinhos dos filisteus, trazendo grande quantidade de cavalos, camelos e gado. Contudo não fazia prisioneiros, temendo que o rei descobrisse de quem ele trazia tais presas, das quais enviava-lhe uma parte. Quando o rei lhe perguntava onde as ia buscar, Davi respondia que era nas planícies da Judéia, do lado sul, no que o príncipe acreditava com tanta felicidade quanto desejava que fosse verdade. Porque Davi se poria em condição de jamais poder regressar àquele país caso tratasse como inimigos os seus súditos. Não sendo assim, porém, podia mantê-lo junto de si e servir-se dele vantajosamente.
252.  1 Samuel 28. Nesse mesmo tempo, os filisteus resolveram fazer guerra aos israelitas. O rei Aquis ordenou a reunião de todas as suas tropas na cidade de Suném e por isso mandou dizer a Davi que lá se encontrasse também, com os seus seiscentos homens. Ele respondeu que obedeceria com prazer, para testemunhar-lhe a sua gratidão pelos favores de que lhe era devedor. O rei, por sua vez, prometeu-lhe que se fosse vitorioso recompensaria os seus serviços com grandes honras e o faria comandante de sua guarda.
  

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