30 de abril de 2018
História De Israel – Teologia 31.130 (Livro 11 Cap 8) ALEXANDRE, O GRANDE, REI DA MACEDÔNIA, PASSA DA EUROPA PARA A ÁSIA E DESTRÓI O IMPÉRIO DOS PERSAS. QUANDO SE JULGA QUE VAI DESTRUIR JERUSALÉM, ELE PERDOA OS JUDEUS E TRATA-OS FAVORAVELMENTE.
História De Israel – Teologia 31.130
CAPÍTULO 8
ALEXANDRE, O GRANDE, REI DA MACEDÔNIA, PASSA DA EUROPA PARA
A
ÁSIA E DESTRÓI O IMPÉRIO DOS PERSAS. QUANDO SE JULGA QUE VAI
DESTRUIR JERUSALÉM, ELE PERDOA OS JUDEUS E TRATA-OS FAVORAVELMENTE.
449. Nesse mesmo
tempo, Filipe, rei da Macedônia, foi morto à traição na cidade de Egéia, por
Pausânias, filho de Ceraste, que era da família dos Orestes. Alexandre, o
Grande, seu filho, sucedeu-o. E, passando o estreito do Helesponto, entrou na
Ásia e venceu, numa grande batalha perto do rio Grânico, os que comandavam o
exército de Dario. Conquistou em seguida a Lídia e a Jônia, e atravessando a
Caria, entrou na Panfília.
450. No entanto, os
mais ilustres de Jerusalém não podiam tolerar que Manasses, irmão de jado, sumo
sacerdote, tivesse desposado uma estrangeira, porque isso violava as leis
referentes aos casamentos e estabelecia uma mistura profana com nações
idolatras. Além disso, fora exatamente essa a causa do cativeiro e de tantos
males que haviam sofrido. Assim, eles insistiam em que Manasses ou despedisse a
sua mulher ou não servisse mais no altar. Jado, forçado pelas queixas dos
outros, fez valer essa proibição.
Manasses então procurou Sanabalete, seu sogro, e disse-lhe
que, ainda que amasse extremamente a sua mulher, o sacerdócio era uma tão
grande honra entre os seus nacionais que ele não podia privar-se dela.
Sanabalete respondeu-lhe que, se ele conservasse consigo sua filha, não somente
o faria desfrutar aquela honra, mas obteria para ele o cargo de sumo sacerdote
e príncipe da Judéia e conseguiria do rei Dario o consentimento para construir
um templo semelhante ao de Jerusalém sobre o monte Gerizim, que é o mais alto
da região e situa-se em Samaria.
Sanabalete era então muito idoso, porém Manasses não deixou
de sentir o efeito de suas promessas, pelo favor de Dario. Assim,
estabeleceu-se em Samaria, e vários outros sacerdotes e judeus, que também
haviam contraído semelhantes matrimônios, uniram-se a ele. Sanabalete,
secundando a ambição do genro, deu-lhe dinheiro, casas e terras. Tudo isso veio
causar grande agitação em Jerusalém.
451. Dario, tendo
sabido da vitória obtida por Alexandre sobre os seus generais, reuniu todas as
suas forças, para marchar contra ele antes que se tornasse senhor de toda a
Ásia. Depois de passar o Eufrates e o monte Tauro, que está na Cilícia,
resolveu dar-lhe combate. Quando Sanabalete viu que ele se aproximava de
Jerusalém, disse a Manasses que cumpriria a sua promessa logo que Dario tivesse
vencido Alexandre, pois tanto ele quanto os povos da Ásia duvidavam que os
macedônios, sendo em tão pequeno número, ousassem combater o formidável
exército dos persas. Os fatos, no entanto, mostraram o contrário. A batalha
travou-se, e Dario foi vencido, com graves perdas. Sua mãe, sua mulher e seus
filhos foram feitos prisioneiros, e ele foi obrigado a fugir para a Pérsia.
Alexandre, depois da vitória, chegou à Síria. Tomou Damasco,
apoderou-se de Sidom e sitiou Tiro. Durante o tempo em que esteve empenhado
nessa empresa, escreveu a Jado, sumo sacerdote dos judeus, pedindo-lhe três
coisas: auxílio, comércio livre com o seu exército e a mesma assistência
dispensada a Dario. Se o fizesse, garantia-lhe que não teria motivo para se
arrepender de ter preferido a sua amizade à de Dario. O sumo sacerdote
respondeu que os judeus haviam prometido com juramento a Dario jamais tomar
armas contra ele, e por isso não podiam fazê-lo enquanto ele vivesse.
Alexandre ficou tão irritado com essa resposta que mandou
dizer-lhe que, logo que tivesse tomado Tiro, marcharia contra ele com todo o
seu exército para ensinar a ele e aos demais a quem se devia guardar um
juramento. Em seguida, atacou Tiro com tanta força que dela se apoderou. E,
depois de haver regularizado todas as coisas, foi sitiar Gaza, onde Baemes
governava em nome do rei da Pérsia.
452. Voltemos, porém,
a Sanabalete. Enquanto Alexandre ainda estava ocupado no cerco de Tiro, ele
julgou que o tempo era próprio para realizar o seu intento. Assim, abandonou o
partido de Dario e levou oito mil homens a Alexandre. O grande príncipe
recebeu-o muito bem. Sanabalete disse-lhe então que tinha um genro de nome
Manasses, irmão do sumo sacerdote dos judeus, que vários daquela nação se
haviam juntado a ele pelo afeto que ele lhes tinha e que desejava construir um
templo próximo de Samaria, sendo que o rei poderia disso tirar grande vantagem,
porque assim dividiria as forças dos judeus e impediria que aquela nação
pudesse se revoltar por inteiro e causar-lhe dificuldades, tal como fizeram os
antepassados deles aos reis da Síria.
Alexandre consentiu nesse pedido, ordenou que se trabalhasse
com incrível diligência na construção do templo e constituiu Manasses sumo
sacerdote. Sanabalete sentiu grande alegria por ter granjeado tão grande honra
aos filhos que ele teria de sua filha. Ele morreu depois de passar sete meses
junto de Alexandre no cerco de Tiro e dois no de Gaza. O ilustre conquistador,
depois que tomou essa última cidade, avançou para Jerusalém, e o sumo sacerdote
Jado, que bem conhecia a sua cólera contra ele, vendo-se com todo o povo em tão
grave perigo, recorreu a Deus, ordenou orações públicas para implorar o seu
auxílio e ofereceu-lhe sacrifícios. Deus apareceu-lhe em sonhos na noite
seguinte e disse-lhe que espalhasse flores pela cidade, mandasse abrir todas as
portas e fosse ao encontro de Alexandre revestido de suas vestes sacerdotais,
acompa-nhado pelos demais, que deveriam estar vestidos de branco, sem nada
temer do soberano, porque ele os protegeria.
Jado comunicou com grande alegria a todo o povo a revelação
que tivera, e todos se prepararam para esperar a vinda do rei. Quando se soube
que ele já estava perto, o sumo sacerdote, acompanhado pelos outros sacerdotes
e por todo o povo, foi ao seu encontro com essa pompa tão santa e tão diferente
da de outras nações até o lugar denominado Safa, que em grego significa
"mirante", porque de lá se pode ver a cidade de Jerusalém e o Templo.
Os fenícios e os caldeus que integravam o exército de Alexandre não duvidavam
de ele, na cólera em que se achava contra os judeus, lhes permitiria saquear
Jerusalém e daria um castigo exemplar ao sumo sacerdote.
Mas aconteceu justamente o contrário, pois o soberano,
apenas viu aquela grande multidão de homens vestidos de branco e os sacerdotes
revestidos com os seus paramentos de linho e o sumo sacerdote com o seu éfode
de cor azul adornado de ouro e com a tiara sobre a cabeça, que continha uma
lâmina de ouro sobre a qual estava escrito o nome de Deus, aproximou-se sozinho
dele, adorou aquele augusto nome e saudou o sumo sacerdote, ao qual ninguém
ainda havia saudado. Então os judeus reuniram-se em redor de Alexandre e
elevaram a voz para desejar-lhe toda sorte de felicidade e de prosperidade.
Porém os reis da Síria e os grandes que o acompanhavam ficaram tão espantados
que julgaram que ele havia perdido o juízo.
Parmênio, que desfrutava grande prestígio, perguntou-lhe
como ele, que era adorado em todo mundo, adorava o sumo sacerdote dos judeus.
Respondeu Alexandre: "Não é a ele, ao sumo sacerdote, que adoro, mas ao
Deus de quem ele é o ministro, pois quando eu estava ainda na Macedônia e
imaginava como poderia conquistar a Ásia, ele me apareceu em sonhos com essas
mesmas vestes e exortou-me a nada temer. Disse-me que passasse corajosamente o
estreito do Helesponto e garantiu que Deus estaria à frente de meu exército e
me faria conquistar o império dos persas. Eis por que, jamais tendo visto antes
alguém revestido de trajes semelhantes a esses com que ele me apareceu em
sonho, não posso duvidar de que tenha sido por ordem de Deus que empreendi esta
guerra, e assim vencerei Dario, destruirei o império dos persas, e todas as
coisas suceder-me-ão segundo os meus desejos".
Alexandre, depois de assim responder a Parmênio, abraçou o
sumo sacerdote e os outros sacerdotes, caminhou no meio deles até Jerusalém,
subiu ao Templo e ofereceu sacrifícios a Deus da maneira como o sumo sacerdote
lhe disse para fazer. O sumo sacerdote mostrou-lhe em seguida o livro de
Daniel, no qual estava escrito que um príncipe grego destruiria o império dos
persas e disse-lhe que não duvidava de que era dele que a profecia fazia
menção. Alexandre ficou muito contente. No dia seguinte, mandou reunir o povo e
ordenou que dissessem que favores desejavam receber dele. O sumo sacerdote
respondeu que eles suplicavam permissão para viver segundo as suas leis e as de
seus antepassados e isenção, no sétimo ano, do tributo que lhe pagariam nos
outros anos. Ele concordou. E, tendo eles também pedido que os judeus que
moravam na Babilônia e na Média desfrutassem os mesmos favores, ele o prometeu
com grande bondade e disse que se alguém desejasse servir em seus exércitos ele
permitiria a tal pessoa viver segundo a sua religião e observar todos os seus
costumes. Vários então alistaram-se.
Esse grande príncipe, depois de agir desse modo em
Jerusalém, passou às cidades vizinhas, que lhe abriram as portas. Os
samaritanos, cuja capital então era Siquém, situada sobre o monte Gerizim e
habitada por judeus desertores de sua nação, vendo que o conquistador tratara
com bondade os de Jerusalém, resolveram dizer-lhe que também eram judeus. Pois,
como dissemos há pouco, eles não nos reconhecem por compatriotas quando as
coisa vão mal para nós e então falam a verdade. Mas quando a sorte nos é
propícia eles procuram provar que têm a mesma origem, que são do nosso sangue,
como descendentes de José por Manasses e Efraim, seus filhos.
Assim, logo que Alexandre saiu de Jerusalém, eles foram,
acompanhados pelos soldados que Sanabalete lhes havia mandado, à presença do
soberano com grande aparato e demonstrações de alegria para pedir-lhe que fosse
à sua cidade e honrasse o seu templo com a sua presença. Ele prometeu fazê-lo
na volta. Quanto a um pedido para que também lhes perdoasse no sétimo ano os
tributos, porque eles não semeavam a terra nessa ocasião, ele perguntou de que
nação eles eram. Responderam que eram hebreus, mas que os sidônios os chamavam
de siquemitas. Ele perguntou-lhes então se eram judeus. Eles responderam que
não, e então ele lhes disse: "Eu concedi esse favor somente aos judeus,
mas vou me informar desse assunto quando voltar e, depois que souber de tudo
detalhadamente, farei o que for mais justo". Depois de assim lhes falar,
despediu-os, mas ordenou às tropas de Sanabalete que o seguissem ao Egito, onde
lhes daria terras, o que ele fez logo em seguida, e os aquartelou como guarnições
da Tebaida.
Depois da morte de Alexandre, o império foi dividido entre
os seus sucessores, e o templo construído no monte Gerizim permaneceu em seu
primitivo estado. Os judeus que moravam em Jerusalém e pecavam contra a fé,
quer comendo alimentos proibidos, quer não observando o sábado, ou coisa
semelhante, refugiavam-se entre os siquemitas, alegando que haviam sido
injustiçados. Jado, sumo sacerdote, morreu nessa época, e Onias, seu filho,
sucedeu-o.
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História Do Cristianismo - Teologia 32.16 - MARTÍRIO DE POLICARPO
História Do Cristianismo -
Teologia 32.16
MARTÍRIO DE POLICARPO
A maior força da tempestade que
se aproximava sentiu-se na Ásia Menor, onde saíram os novos editos, e o nome
de Policarpo, bispo em Esmirna, apareceu brilhantemente na lista dos mártires
daquele tempo. Ao contrário de Inácio que se expunha desnecessariamente à
vontade cega da populaça, Policarpo não recusou escutar os conselhos e pedidos
dos seus amigos, e quando viu que estava sendo espiado em Esmirna retirou-se
para uma aldeia próxima, e ali continuou o seu trabalho.
Sendo perseguido, foi para
outra aldeia, exortando o povo que se encontrava no seu caminho; e assim foi
vivendo dessa maneira errante até que os seus inimigos descobriram o lugar
onde se refugiava. Então o velho bispo (avisado, segundo dizem, num sonho de
que deveria glorificar a Deus, sofrendo morte de mártir) resignou-se com paciência
à vontade de Deus, e entregou o seu corpo às mãos dos oficiais encarregados de
o prenderem. Antes de deixar a casa, deu ordem para que lhes dessem de comer;
e, em seguida, parecendo saber antecipadamente o que esperava, encomendou-se a
Deus. Diz-se que o fervor de sua oração comoveu de tal maneira os oficiais que
eles se arrependeram de ser os instrumentos da sua captura. Montaram-no num
jumento, e trouxeram-no para Esmirna, onde estava reunida uma grande multidão
para celebrar a festa dos pães asmos.
Por consideração pela sua idade
avançada e pela sua sabedoria, Nicites, homem de grande influência, e seu filho
Herodes, oficial da cidade, foram ao seu encontro e, fazendo-o entrar no seu
carro, instaram com ele para que assegurasse a sua liberdade, tributando
honras a César e consentindo em oferecer sacrifícios aos deuses. Ele recusou-se
a isto e, por esse motivo, foi empurrado do carro com tal violência abaixo que
na queda torceu uma coxa. Mas o velho servo de Deus continuou pacificamente o
seu caminho, sem se perturbar com a rudeza de Herodes, indiferente aos gritos
da multidão que, no seu ódio, empurrava-o de um lado para outro; e deste modo
chegaram à arena.
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História De Israel – Teologia 31.129 (Livro 11 Cap 7) JOÃO, SUMO SACERDOTE, MATA SEU IRMÃO JESUA NO TEMPLO. MANASSES, IRMÃO DEJADO, SUMO SACERDOTE, DESPOSA AFILHA DE SANABALETE, GOVERNADOR DE SAMARIA
História De Israel – Teologia 31.129
CAPÍTULO 7
JOÃO, SUMO SACERDOTE, MATA SEU IRMÃO JESUA NO TEMPLO.
MANASSES,
IRMÃO DEJADO, SUMO SACERDOTE, DESPOSA AFILHA DE SANABALETE,
GOVERNADOR DE SAMARIA.
448. Depois da morte de Eliasibe, sumo sacerdote, Judas, seu
filho, sucedeu-o. Tendo morrido Judas, João, seu filho, sucedeu-o, e foi causa
de que Bagose, general do exército de Artaxerxes, profanasse o Templo e
impusesse aos judeus um tributo de quinhentas dracmas, pagas à custa do
público, para cada cordeiro que oferecessem em sacrifício. Isso aconteceu por
um motivo, que relatarei a seguir.
Bagose estimava muito Jesua, irmão de João, e prometera
obter-lhe o cargo de sumo sacerdote. Um dia, quando os dois irmãos estavam no
Templo, tiveram por esse motivo uma discussão, e João, arrebatado pela cólera,
matou o irmão naquele santo lugar, cometendo assim um crime abominável, tanto
que não há exemplo de semelhante impiedade entre os gregos e nem mesmo entre os
povos mais bárbaros. E Deus não deixou impune esse sacrilégio: por essa causa,
os judeus perderam a liberdade, e o Templo foi profanado pelos persas. Logo que
Bagose soube disso, veio gritando com furor: "Ai! Miserável que sois, não
tendes medo de cometer no vosso próprio santuário um crime tão espantoso?"
Ele quis em seguida entrar lá e, como quisessem impedi-lo, disse com voz ainda
mais forte: "Credes-me então mais impuro que esse corpo morto que vejo aí
estendido?" Dizendo essas palavras, entrou no Templo e serviu-se desse
pretexto para perseguir os judeus durante sete anos.
Depois da morte de João, Jado, seu filho, sucedeu-o no cargo
de sumo sacerdote. Ele tinha um irmão de nome Manasses, o qual havia desposado
Nicasis, filha de Sanabalete, chuteense, e governador de Samaria, criado por
Dario, rei dos persas. Sanabalete o escolhera para genro, porque, vendo que
Jerusalém era uma cidade célebre e que causara muitas preocupações aos assírios
e à Baixa Síria, tentou por esse meio conquistar o afeto dos judeus.
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História Do Cristianismo - Teologia 32.15 - UMA NOVA PERSEGUIÇÃO
História Do Cristianismo -
Teologia 32.15
UMA NOVA PERSEGUIÇÃO
UMA NOVA PERSEGUIÇÃO
Contudo, com a subida ao trono
de Marco Aurélio, começou uma nova opressão, e no segundo ano do seu reinado,
as nuvens da perseguição começaram de novo a amontoar-se.
As várias inquietações quase se
seguiram uma após outra com espantosa rapidez, e que pareciam, às vezes, perturbar
as próprias instituições do Império, forneceram um pretexto fácil para a
renovação das perseguições; e logo em seguida o antigo ódio pelos cristãos que
havia muito estava guardado nos corações dos ímpios, começou mais uma vez a
manifestar-se pelo antigo grito "Lancem os cristãos aos leões!" tão
terrivelmente familiar aos ouvidos de muitos, e que passou como um sopro
pestilento pelo Império Oriental. Assim teve origem a quarta perseguição
geral.
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29 de abril de 2018
História De Israel – Teologia 31.128 (Livro 11 Cap 6) ARTAXERXES, SUCEDE A XERXES, SEU PAI, NO REINO DA PÉRSIA. REPUDIA A RAINHA VASTI, SUA MULHER, E DESPOSA ESTER, SOBRINHA DE MARDOQUEU. HAMÃ PERSUADE ARTAXERXES A EXTERMINAR TODOS OS JUDEUS E ENFORCAR MARDOQUEU, MAS ELE MESMO É ENFORCADO. MARDOQUEU É POSTO EM SEU LUGAR COM GRANDE AUTORIDADE.
História De Israel – Teologia 31.128
CAPÍTULO 6
ARTAXERXES, SUCEDE A XERXES, SEU PAI, NO REINO DA PÉRSIA.
REPUDIA A RAINHA VASTI, SUA MULHER, E DESPOSA ESTER, SOBRINHA DE MARDOQUEU.
HAMÃ PERSUADE ARTAXERXES A EXTERMINAR TODOS OS JUDEUS E
ENFORCAR MARDOQUEU, MAS ELE MESMO É ENFORCADO. MARDOQUEU É
POSTO EM SEU LUGAR COM GRANDE AUTORIDADE.
446. Ester 1. Depois da morte do rei Xerxes, Ciro, seu
filho, que os gregos chamam Artaxerxes,* sucedeu-o. Os judeus correram grande
perigo de ser inteiramente exterminados durante o seu reinado, conforme vamos
narrar. Antes, porém, falaremos do soberano, dizendo que ele desposou uma
mulher judia que era de família real e à qual toda a nossa nação reconhece
dever, abaixo de Deus, a sua salvação. Quando esse novo rei subiu ao trono de
seu pai e estabeleceu governadores nas cento e vinte e sete províncias sujeitas
ao império, desde as índias até a Etiópia, ele resolveu, no terceiro ano de seu
reinado, entreter a eles e aos amigos durante cento e oitenta dias na cidade de
Susã, capital da Pérsia, com uma suntuosidade extraordinária. Os embaixadores
de várias nações lá ficaram durante sete dias.
Os banquetes realizaram-se sob os pavilhões sustentados por
colunas de ouro e de prata e cobertos de ricos tapetes, tão espaçosos que
podiam abrigar um grande número de pessoas. Toda a baixela de que se serviam
era de ouro e enriquecida de pedras preciosas. Artaxerxes ordenou aos seus
serventes que não obrigassem ninguém a beber segundo o costume dos persas, mas
deixassem a cada qual a liberdade de fazer como quisesse. Mandou ao mesmo tempo
proclamar por toda parte de seu território que o povo deixasse de trabalhar
durante alguns dias e pensasse apenas em se regozijar e em desejar-lhe um feliz
reinado.
A rainha Vasti, ao mesmo tempo, cuidava das damas de seu
palácio com magnificência igual à que o rei dispensava aos grandes e aos
príncipes. Artaxerxes, querendo mostrar que ela sobrepujava a todas as outras
mulheres em beleza, mandou que comparecesse à grande assembléia. Mas como o
costume dos persas não permite às mulheres se apresentarem diante de
estrangeiros, ela decidiu não aparecer, embora o rei enviasse diversas vezes os
eunucos para buscá-la.
Essa teimosia o aborreceu. Ele saiu do banquete, reuniu os
magos, que entre os persas interpretam as leis, e queixou-se a eles de ter
várias vezes pedido à rainha que comparecesse ante a assembléia e que ela não
queria obedecer. Ordenou-lhes então que dissessem a que a lei se obrigava
naquele caso. Memucã, um deles, respondeu que aquela desobediência da rainha e
a injúria que ela fizera ao rei não somente atingia e ofendia o soberano, mas
também a todos os persas. Porque as suas mulheres, vendo que a rainha não temia
ofender tão poderoso príncipe com aquele insolente desprezo, seriam também
levadas a des-prezar os maridos, para imitar-lhe o exemplo. E assim,
aconselhava-o a castigá-la severamente e a mandar publicar em todo o seu
território o que fosse determinado contra ela. Os outros magos, depois dessa
opinião, deram também cada qual o seu parecer e chegaram à conclusão de que o
rei deveria repudiar a rainha e desposar uma outra.
_____________________
* A Bíblia chama-o Assuero.
447. Ester 2. Tal determinação deixou o príncipe muito
aflito porque, de um lado, ele não queria contrariar as leis e, de outro,
nutria uma violenta paixão pela rainha, por causa de sua extrema beleza. Seus
amigos, vendo-o tão agitado, aconselharam-no a afastar do coração aquele afeto
que o atormentava inutilmente, a mandar procurar em todas as províncias as mais
belas jovens e a despo-sar a que mais lhe agradasse. O amor que teria por ela
diminuiria cada vez mais a paixão por Vasti, até desaparecer por completo. O
rei aprovou a proposta e mandou imediatamente, para esse fim, que em todo o seu
território se escolhessem as mais belas jovens.
Trouxeram-lhes as moças mais formosas, dentre as quais
distinguia-se uma da Babilônia, de nome Ester, que não tinha nem pai nem mãe e
fora criada por seu tio, de nome Mardoqueu, da tribo de Benjamim, um dos mais
ilustres dentre os judeus. A beleza dessa moça, a sua modéstia e a sua graça
eram tão extraordinárias que atraíam os olhares e a admiração de todos.
Puseram-na entre quatrocentas outras que foram entregues ao cuidado dos
eunucos, e tudo se fez para que fossem cercadas de todos os bens. Durante seis
meses, foram alvo de todas as atenções. Eram bem alimentadas e cuidadas e
adornavam-se e perfumavam-se com requinte. Passado esse tempo, julgou-se que já
estavam em condições de agradar ao rei. Assim, eles lhe mandavam uma por dia, a
qual o príncipe devolvia no dia seguinte.
Quando chegou a vez de Ester, Artaxerxes agradou-se tanto
dela que a escolheu para esposa, e as bodas foram celebradas no sétimo ano de
seu reinado, no décimo segundo mês, de nome adar. Ele mandou em seguida aos
chamados agares que proclamassem por todo o seu território que o povo deveria
festejar o seu matrimônio e tratou magnificamente durante um mês os principais
cidadãos, tanto dos persas e dos medos quanto dos de outras nações que lhe
estavam sujeitas. Depois de instalar a nova rainha em seu palácio, pôs-lhe a
coroa na cabeça e amou-a sempre como sua esposa, sem lhe perguntar de que nação
ela era e sem que ela também nada dissesse a esse respeito. Mardoqueu, que a
amava como se fosse sua própria filha, deixou a Babilônia para ir morar em
Susã. E não se passava um dia sem que ele desse uma volta ao redor do palácio,
para ter notícias dela.
Nesse entretempo, o rei publicou uma ordem pela qual proibia
a todos os de sua casa, sob pena de morte, vir procurá-lo sem serem chamados
quando ele estivesse assentado no trono. Guardas armados junto de sua pessoa
tinham ordem para afastar qualquer um que ousasse se aproximar. Ele empunhava
uma vara de ouro e, quando queria conceder graça a alguém que se apresentara
sem ser chamado, ele o tocava com ela. A pessoa então deveria beijá-la, e assim
evitava a morte.
Algum tempo depois, dois eunucos, chamados Bigtã e Teres,
fizeram uma conspiração para matar o rei. Um judeu de nome Barnabas, que servia
a um deles, avisou Mardoqueu. Este comunicou-o imediatamente ao rei, por meio
de sua sobrinha, a rainha Ester. Eles foram presos e enforcados. Artaxerxes não
recompensou a Mardoqueu pelo serviço prestado, mandou apenas registrar o fato
em suas crônicas e permitiu-lhe entrar no palácio como se fosse um de seus
familiares.
Ester 3. Um amalequita chamado Hamã, filho de Hamedata,
desfrutava então tal prestígio que quando ele entrava no palácio os persas e os
estrangeiros eram obrigados, por ordem do rei, a se prostrar diante dele.
Mardoqueu era o único que não lhe prestava essa homenagem, porque a lei de Deus
o proibia. Hamã, tendo notado isso, perguntou-lhe de que nação ele era. Sabendo
que era judeu, ficou muito irritado e exclamou: "Ora! Os persas, que são
livres, põem o joelho em terra diante de mim, e esse escravo não se digna fazer
o mesmo!" Como ele era por natureza inimigo mortal dos judeus, porque os
amalequitas haviam sido outrora vencidos por eles, o seu furor cresceu tanto
que seria muito pouco, para a sua vingança, mandar matar Mardoqueu: seria
necessário exterminar toda a nação judaica.
Ele foi então falar com o rei e disse-lhe que existia
espalhado por todo o seu território um certo povo que era inimigo de todos os
demais e cujas leis, cerimônias e costumes eram totalmente estranhos, sendo
odiosos aos outros homens, e que o maior favor que podia fazer aos seus súditos
era exterminá-lo. Mas, para que as rendas do soberano não fossem diminuídas com
isso, ele lhe oferecia de boa mente quarenta mil talentos de prata, por prestar
tão grande serviço, ou seja, livrar o império de tal peste. O rei respondeu
que, quanto ao dinheiro, ele o restituiria de boa vontade. E, quanto ao que se
referia àquela classe de gente, deixava tudo ao critério de Hamã.
Hamã, depois de haver obtido o que desejava, mandou
publicar, em nome do rei, em todo o seu território um edito, cujas palavras
eram estas: "O grande rei Artaxerxes, aos cento e vinte e sete
governadores que constituímos desde as índias até a Etiópia, saudação. Muitas e
várias nações estão sujeitas ao nosso império, e estendemos o nosso domínio
sobre a terra o quanto quisemos, porque, em vez de tratar os nossos súditos com
rigor, não temos mais prazer que lhes dar todas as demonstrações de nossa
estima e bondade, fazendo-os desfrutar muita paz. E, para isso, envidamos os
maiores esforços para que a sua felicida-de seja eterna. Por isso, tendo sido
avisados por Hamã, a quem honramos mais que a qualquer outro com o nosso afeto,
pela sua fidelidade, probidade e sabedoria, de que há um povo espalhado por
toda a terra o qual é inimigo de todos os outros e possui leis e costumes
próprios e tem por inclinação natural um grande ódio aos reis, não tolerando
dominação alguma, nem a nossa, nem a prosperidade do nosso império, desejamos e
ordenamos que quando Hamã, a quem consideramos como pai, vos der a ordem,
extermineis inteiramente esse povo, com as suas mulheres e filhos, sem poupar
um sequer e sem que a compaixão seja mais forte sobre o vosso Espírito que a
obediência. O que entendemos seja feito no décimo terceiro dia do décimo
segundo mês do presente ano, a fim de que, sendo mortos num mesmo dia esses
inimigos públicos, possais passar em paz e tranqüilidade o resto de vossas
vidas".
Depois que essa carta em forma de edito foi publicada por
toda parte, todos se prepararam para exterminar os judeus no tempo determinado
e se dispuseram a fazer a mesma coisa na cidade de Susã, capital da Pérsia, que
por isso estava muito agitada. No entanto, o rei e Hamã passavam os dias em
banquetes.
Ester 4. Quando Mardoqueu soube do conteúdo daquele cruel
edito, rasgou as próprias vestes, cobriu-se com um saco, espalhou cinza sobre a
cabeça e saiu clamando por toda a cidade que era horrível querer destruir
daquele modo uma nação inocente. Mas ele foi obrigado a ficar à porta do
palácio, porque no estado em que se encontrava não lhe foi permitido entrar. A
aflição de todos os judeus não era menor em todas as outras cidades onde o
edito fora publicado, e, em tão geral desolação, o ar repercutia gritos e
lamentações. A rainha, perturbada por saber que Mardoqueu estava à porta do
palácio no deplorável estado em que o descrevi, mandou-lhe outras vestes, para
que as trocasse. Ele, porém, as recusou, porque a causa de seu penar subsistia
ainda e ele não podia se desfazer dos sinais.
A princesa, ante a recusa, mandou o eunuco Hataque perguntar
o motivo de tão grande aflição e de ele não querer deixar aqueles trajes tão
tristes. Mardoqueu mandou dizer-lhe pelo mesmo eunuco que Hamã oferecera ao rei
uma grande soma de dinheiro a fim de obter permissão para exterminar todos os
judeus e que sua majestade lhe concedera a licença. Assim, em Susã e em todas
as províncias do império fora publicado um edito, do qual lhe mandava uma
cópia. Tratava-se portanto da ruína de toda a nação judaica, na qual a própria
rainha tinha a sua origem. Ele suplicava que ela não temesse humilhar-se a
ponto de se prostrar aos pés do rei para suplicar-lhe graça, pois somente ela o
podia fazer. Além disso, Hamã, ao qual ninguém igualava em prestígio e em
autoridade, fazia continuamente crescer a irritação do rei contra eles. A
rainha respondeu que a menos que o rei solicitasse não podia ir ter com ele,
sob pena de perder a vida, caso ele não a tocasse com a vara de ouro que tinha
na mão.
Mardoqueu então rogou ao eunuco que dissesse à rainha que
ela não devia, em tal contingência, considerar tanto a sua vida quanto a de sua
nação. Se ela o fizesse, Deus não deixaria de ter cuidado dela, mas se ela
fosse insensível à ruína de seu próprio povo, Ele mesmo a castigaria,
destruindo-a com toda a nação. A rainha, comovida por essas palavras, mandou
dizer-lhe pelo mesmo eunuco que reunisse todos os judeus que estavam em Susã e
ordenasse um jejum de três dias e que fizessem orações a Deus em favor dela.
Ela faria o mesmo com as outras mulheres e iria em seguida falar com o rei sem
ser chamada, o que talvez lhe custasse a vida.
Mardoqueu executou a ordem e durante o jejum rogou a Deus
que não permitisse a destruição de seu povo, mas o ajudasse naquela ocasião,
tal como fizera tantas outras vezes, que lhes perdoasse os pecados e que os
livrasse de tão grave perigo, pois nele não se haviam metido por culpa própria.
Disse ainda: "Vós sabeis, meu Deus, que a cólera de Hamã, que jurou a nossa
ruína, provém de eu não ter querido violar as vossas santas leis, prostrando-me
diante dele para lhe prestar uma homenagem que somente a vós é devida".
Essa fervorosa oração foi acompanhada por todo o povo, que
pedia a Deus com não menor ardor que os ajudasse naquela grave contingência. A
rainha, por seu lado, em vestes de luto, passou esses três dias prostrada por
terra, sem comer nem beber e sem cuidar de sua pessoa. Ela pedia a Deus, sem
cessar, que tivesse compaixão dela, pondo-lhe na boca o que devia dizer ao rei
e tornando-a mais agradável aos seus olhos do que nunca, a fim de que, em tal
perigo, pudesse não somente atrair a sua clemência sobre ela e sobre os de sua
nação, mas fazer ele voltar a sua cólera contra os inimigos, de modo que
caíssem na mesma desgraça em que os queriam precipitar.
Ester 5. Depois de assim orar durante três dias, ela tirou
as vestes tristes e revestiu-se de outras, magnificamente ricas, às quais
ajuntou os ornamentos com os quais se podem enfeitar uma grande rainha. Foi em
seguida falar com o rei, acompanhada somente por suas damas, sobre uma das
quais se apoiava, enquanto outra sustentava a cauda de suas vestes, cujas
dobras pareciam flutuar sobre o pavimento. Via-se um modesto rubor tingir as
suas faces, e a majestade e a beleza resplandeciam igualmente em seu temor.
Quando ela viu o soberano assentado no trono resplandecente de pedras e jóias a
contemplá-la, quem sabe, de maneira pouco favorável, ficou tomada de tanto medo
que as forças quase lhe faltaram, e ela teve de se apoiar na mulher que vinha
ao seu lado.
O rei, cujo coração Deus sem dúvida tocou naquele momento,
temeu tanto por ela que desceu apressadamente do trono e a tomou nos braços. E,
com palavras repassadas de amor e ternura, disse-lhe que nada temesse por ter
vindo sem ser chamada, porque aquela lei havia sido feita somente para os seus
súditos, e não para ela, que com ele partilhava a coroa e por isso estava acima
de todas as leis. Depois de assim falar, ele pôs-lhe o cetro na mão e, para
tranqüilizá-la com-pletamente e não transgredir a lei, tocou-a docemente com a
vara de ouro.
Então a virtuosa rainha voltou a si, tomou ânimo e falou
deste modo: "Não vos posso dar outra razão do desfalecimento que de mim se
apoderou senão a grande surpresa de ver-vos cheio de glória, de beleza e de
majestade e ao mesmo tempo tão temível. Não sei o que se passou comigo".
Ela pronunciou essas poucas palavras com uma voz tão fraca que a apreensão do
rei aumentou, e ele tudo fez para tranqüilizá-la, garantindo que concederia qualquer
favor que ela pedisse: ainda que fosse metade de seu reino, lhe daria com
prazer. Ela respondeu que o único favor que almejava era obter consentimento
para cear com ele no dia seguinte, e que ele levasse também Hamã. Ele o
concedeu de boa mente. E, quando se puseram à mesa, ele insistiu em que ela
dissesse o que desejava, asseverando-lhe ainda que nada havia que ele não lhe
concedesse com prazer, mesmo que fosse uma parte de seu reino. Ela suplicou que
o seu pedido fosse protelado até o dia seguinte e que ele lhe concedesse ainda
a honra de vir novamente cear com ela, trazendo Hamã em sua companhia. Isso ela
também obteve facilmente.
Hamã estava muito satisfeito ao sair do banquete, pela honra
insigne que a rainha lhe concedia, escolhendo a ele somente para ter a honra de
comer com ela à mesa do rei. Contudo, encontrando Mardoqueu no palácio, ficou
fora de si pela cólera, ao constatar que ele continuava a não se prostrar
diante dele. Quando voltou ao seu aposento, contou à sua mulher, de nome Zeres,
e aos seus amigos o favor singular que o rei e a rainha lhe haviam concedido,
convidando a ele somente para sentar-se à sua mesa e repetindo o convite também
para o dia seguinte. Porém ele acrescentou: "Como poderia eu estar
plenamente satisfeito, tendo encontrado Mardoqueu, o judeu, no palácio, que tem
a ousadia de me desprezar?" Sua mulher respondeu-lhe que, para livrar-se
dele, devia mandar erguer uma forca de cinqüenta côvados de altura e pedir ao
rei licença para nela pendurar Mardoqueu no dia seguinte. Ele aprovou o
conselho e mandou erguer a forca em sua casa, o que foi feito.
Ester 6. Deus, que via o que estava para acontecer, zombou
de sua detestável esperança. Para confundir os seus desígnios, fez com que na
noite seguinte o rei não pudesse dormir e que para empregar utilmente o tempo
para o bem de sua nação mandasse trazer alguns registros, nos quais ele e os
seus predecessores faziam escrever as coisas mais importantes, a fim de lhes
conservar a memória. Ele ordenou ao seu secretário que o lesse e lá encontrou
que se haviam dado muitas terras a um homem para recompensá-lo por uma ação
insigne. Um outro recebera grandes presentes por haver se mostrado fiel, e
Mardoqueu descobrira a conjuração feita pelos eunucos Bigtã e Teres.
O secretário queria continuar a ler, mas o rei o deteve,
para saber se havia menção de alguma recompensa a Mardoqueu por tão grande
serviço. O secretário respondeu que sobre isso nada havia escrito, e o soberano
mandou-o então suspender a leitura. Perguntou em seguida a um dos oficiais da
guarda que horas eram e mandou que fossem ver se havia à porta do palácio algum
daqueles aos quais ele mais estimava. Hamã lá estava, porque viera pedir a
morte de Mardoqueu. O rei mandou chamá-lo e, quando ele entrou, disse-lhe:
"Como estou certo de que ninguém tem mais afeto por mim do que vós,
rogo-vos que me digais o que posso fazer para honrar de maneira digna de mim um
homem ao qual estimo muitíssimo".
Hamã, que sabia que nenhum outro era mais estimado pelo rei,
julgou logo que aquelas palavras se referiam a ele. Assim, persuadido de que as
suas sugestões seriam aceitas e ainda reverteriam em seu favor, respondeu:
"Se vossa majestade quer cumular de favores aquele que merece toda a vossa
estima, ordenai que o façam montar sobre um de vossos cavalos vestido à maneira
dos reis e com uma cadeia de ouro e que um daqueles que vossa majestade mais
estima caminhe diante dele por toda a cidade, clamando como um arauto: E assim
que se deve honrar aquele a quem o rei concede os seus favores".
O rei acolheu com alegria essa sugestão, que Hamã pensava
estar dando em favor de si mesmo, e disse-lhe: "Tomai então um de meus
cavalos e levai um de meus mantos de púrpura e uma cadeia de ouro para pôr no
judeu Mardoqueu. E, estando ele assim revestido como acabais de descrever, ide
diante dele, clamando como um arauto o que julgastes conveniente dizer, pois
como não amo ninguém mais do que vós, é justo que sejais o executor do sábio
conselho que me destes para recompensar um homem ao qual sou devedor da
vida".
Hamã não ficou menos surpreendido com essas palavras do que
teria ficado se fosse atingido por um raio. Sendo, porém, obrigado a obedecer a
uma ordem tão clara, saiu do palácio com um cavalo, uma veste de púrpura e uma
cadeia de ouro e foi procurar Mardoqueu. Encontrou-o perto da porta e
ordenou-lhe que tomasse as vestes reais, a cadeia e montasse no cavalo.
Mardoqueu, que não tinha a menor idéia do que se passava e do que o levava a
falar daquele modo, pensou que Hamã estava zombando dele e respondeu:
"Homem mau, o mais perverso de todos os homens! É assim que zombais de
nossa infelicidade?" Mas, quando ele soube que o rei o honrava com aquele
favor em consideração ao serviço que lhe prestara, vestiu os trajes reais, pôs
a cadeia, montou no cavalo e assim percorreu a cidade, levado por Hamã, que
clamava diante dele: "É assim que se deve fazer àquele a quem o rei deseja
honrar".
Mardoqueu saiu em seguida do palácio, e Hamã, coberto de
confusão, foi com lágrimas contar à mulher e aos amigos o que lhe havia
acontecido. Eles disseram que, como parecia visivelmente que Deus ajudava
Mardoqueu, ele não podia mais esperar vingar-se dele. Ainda falavam desse
assunto quando dois eunucos da rainha vieram dizer-lhe que se apressasse para
ir ao banquete. Um deles, de nome Harbona, vendo a forca levantada, perguntou o
motivo e soube que estava preparada para Mardoqueu e que Hamã queria pedir ao
rei para o executar ali.
Ester 7. O rei, no meio do banquete, disse à rainha que lhe
pedisse o que quisesse, pois podia estar certa de o obter. Ela respondeu que o
perigo em que ela e todos os de sua nação se encontravam não lhe permitia falar
de outra coisa e que não tomaria a liberdade de importuná-lo se se tratasse de
condená-los todos a uma dura escravidão, pois tal aflição, por maior que fosse,
seria de algum modo suportável. Tratava-se, porém, de sua inteira destruição e
do extermínio de todo o seu povo, por isso ela não podia, em tão extremo
perigo, deixar de recorrer à sua clemência.
O rei, surpreendido com essas palavras, perguntou-lhe quem
havia concebido aquela trama. Ela respondeu que fora Hamã, o qual, pelo ódio
mortal que tinha aos judeus, deliberara exterminá-los. A surpresa do rei foi
tão grande que ele se levantou da mesa e, muito perturbado, foi para o jardim.
Então Hamã não duvidou mais de que estava perdido. Suplicou à rainha que o
perdoasse e, como naquele momento se inclinava, caiu junto do assento onde ela
estava. O rei entrou e, vendo-o naquela posição, exclamou, ainda mais irritado:
"Celerado! O mais pérfido de todos os homens! Quer ainda violar a
rainha?!" Essas palavras infundiram tão grande terror no Espírito e no
coração de Hamã que ele nada pôde responder. O eunuco Harbona, que estava
presente, disse ao rei que quando estivera na casa de Hamã, para chamá-lo ao banquete,
vira uma forca de cinqüenta côvados erguida na sua casa e soubera por um de
seus servidores que era destinada a Mardoqueu.
O rei ordenou que Hamã nela fosse enforcado imediatamente,
para castigá-lo com justiça com o mesmo suplício que ele tão injustamente
queria infligir a outro. Nisso eu não saberia admirar suficientemente a
sabedoria e o proceder de Deus, que não somente castigou Hamã como ele merecia,
mas empregou para isso o mesmo expediente de que ele planejara servir-se para
se vingar de seu inimigo. Os maus deveriam aproveitar-se desse exemplo, pois
vemos o mal que eles desejam para os outros cair muitas vezes sobre a cabeça
deles próprios.
Hamã assim veio a perecer, por haver insolentemente abusado
da excessiva afeição com que Artaxerxes o honrava. O soberano deu à rainha o
confisco de todos os seus bens. Sabendo então que Mardoqueu era tio da
princesa, entregou-lhe o anel que antes Hamã usava. A rainha deu-lhe também
todos os bens de Hamã e suplicou ao rei que a tirasse da dúvida em que a punham
as cartas que aquele malvado escrevera em nome do rei a todas as províncias do
império para fazer massacrar todos os judeus num mesmo dia, pois a morte
ser-lhe-ia muito mais doce que sobreviver à ruína de seu povo. O soberano não
teve dificuldade em lhe conceder o que ela pedia. Prometeu escrever outras
cartas como ela o desejasse, selá-las com o seu sinete e enviá-las a todas as
províncias, a fim de que ninguém ousasse desobedecer. Mandou depois escrever as
cartas e endereçá-las aos governadores e magistrados das cento e vinte e sete
províncias do império.
As cartas estavam assim exaradas: "O grande rei
Artaxerxes, a todos os governadores de nossas províncias e a todos os nossos
oficiais, saudação. Acontece muitas vezes que aqueles aos quais os reis, por um
excesso de bondade, cumulam de benefícios e de honras deles abusam, não somente
desprezando os seus inferiores, mas se elevando com insolência contra os seus
próprios benfeitores, como se tivessem deliberado abolir toda espécie de
gratidão entre os homens e julgassem poder enganar a Deus e esquivar-se à
justiça. Assim, eles, quando o favor de seus príncipes os constitui em
autoridade no governo de seus Estados, em vez de cuidar somente do bem público,
não temem surpreendê-los pelo excesso de suas inimizades particulares e nem
receiam em oprimir os inocentes com calúnias. E isso não é apenas uma idéia ou
simples suposição ou exemplos passados, mas um crime que os nossos próprios
olhos testemunharam e que nos obriga a no futuro não prestar fé tão facilmente
a qualquer acusação, mas cuidar antes de indagar da verdade, a fim de castigar
severamente os culpados e proteger os inocentes, julgando de uns e de outros
por suas ações, e não pelas palavras. Hamã, filho de Hamedata, amalequita de
nacionalidade e por isso estrangeiro, e não persa, educado por nós com tal
honra que o chamávamos nosso pai, razão pela qual havíamos ordenado que todos
se prostrassem diante dele, e considerado o primeiro depois de nós, não pôde
conservar-se em tanta honra nem guardar moderação em tão grande prosperidade.
Sua ambição levou-o a atentar contra o nosso país, chegando mesmo a querer
persuadir-nos de mandar matar Mardoqueu, a quem devemos a vida, e a procurar,
com os seus artifícios, fazer a rainha Ester, nossa esposa, correr o mesmo perigo,
a fim de que, privando-nos das pessoas mais queridas, afeiçoadas e fiéis, ele
pudesse apoderar-se da coroa. Como, porém, reconhecemos que os judeus, cuja
ruína ele nos fez decretar, não são culpados, mas, ao contrário, observam uma
disciplina muito santa e adoram ao Deus que nos pôs o cetro nas mãos, tal como
nas de nossos predecessores, e que conserva este império, não nos contentamos
em apenas isentar esse povo do castigo que lhe seria infligido pelas cartas que
Hamã nos persuadiu a escrever, das quais não deveis fazer nenhuma conta, mas
ordenamos que os trateis com muita honra. Assim, para fazer-lhes justiça e
obedecer à vontade de Deus, que nos governa e nos manda castigar os crimes,
mandamos enforcar às portas de Susã esse pérfido homem. Ordenamos que cópias
destas cartas sejam levadas a todas as províncias, a fim de que todos sejam
informados de nossa vontade e deixem viver em paz os judeus na observância de
suas leis, e que eles sejam até mesmo auxiliados na vingança que lhes
permitimos tomar dos ultrajes que sofreram durante esse tempo de amargura,
escolhendo para esse fim o décimo terceiro dia do décimo segundo mês, de nome
adar, em que Deus quer torná-los felizes — o mesmo dia que fora destinado à sua
completa ruína. Quanto a nós, desejamos que esse dia traga felicidade a todos
os que nos são fiéis e seja para sempre um sinal do devido castigo aos maus.
Todas as nações e cidades saberão também que os que deixarem de obedecer ao
determinado nas presentes cartas serão destruídos pelo ferro e pelo fogo. E,
para que ninguém possa duvidar, queremos que elas sejam publicadas em todas as
terras de nosso domínio, a fim de que os judeus se preparem para a vingança
contra os seus inimigos, no dia que determinamos".
Logo que essas cartas foram escritas, enviaram-se
mensageiros a levá-las por toda parte, com a maior rapidez possível. Mardoqueu,
ao mesmo tempo, saiu do palácio real vestido majestosamente, com uma coroa de
ouro na cabeça e uma cadeia de ouro. Os judeus que estavam em Susã, vendo o
grande prestígio que ele desfrutava, tomavam também parte na sua felicidade. Os
judeus das províncias, para onde as cartas do rei haviam sido levadas,
consideraram-nas, em transportes de alegria, uma luz favorável que lhes
anunciava a libertação, e os seus inimigos sentiram tanto medo do ressentimento
deles que vários se fizeram cir-cuncidar, a fim de não perecer. Os correios do
rei não deixaram de comunicar aos judeus que eles podiam, no décimo terceiro
dia do décimo segundo mês, ao qual chamamos adar, e os macedônios, distro,
vingar-se impunemente dos inimigos. Assim, não havia príncipe, governador,
grande ou magistrado que não prestasse honras aos judeus, de tanto que eles
temiam Mardoqueu.
Quando chegou o dia marcado para a vingança dos judeus, eles
mataram, em Susã, cerca de quinhentos homens. O rei disse-o à rainha e
perguntou-lhe se ela estava satisfeita, porque nada havia que ele não fizesse
para contentá-la. Ela rogou-lhe que prolongasse a vingança até o dia seguinte e
mandasse enforcar os dez filhos de Hamã. Ele a satisfez, e assim, no décimo
quarto dia daquele mesmo mês, os judeus mataram ainda em Susã cerca de
trezentos homens, sem tocar em coisa alguma de seus bens. O número dos que eles
mataram no dia precedente, em todas as outras cidades, foi de setenta e cinco
mil. Empregaram o dia seguinte em regozijar-se com banquetes, e, ainda hoje, os
judeus espalhados por todo o mundo solenizam esse dia e enviam uns aos outros
parte do que é servido nas festas e nos banquetes.
Mardoqueu escreveu a todos os judeus súditos do rei
Artaxerxes que soleni-zassem aqueles dois dias e ordenassem aos seus
descendentes fazer o mesmo, para que fosse conservada a memória daquele fato,
pois era muito justo que, tendo o ódio mortal de Hamã feito com que corressem o
grande perigo de serem exterminados, eles agradecessem a Deus para sempre, não
somente por tê-los salvo do furor de seus inimigos, mas por lhes providenciar
um meio de se vingarem deles. Os judeus deram àquele mesmo dia o nome de Purim,
isto é, "dia de conservação", porque eles haviam sido milagrosamente
preservados. O prestígio de Mardoqueu crescia sempre, e o rei o elevou a tal
grau de autoridade que ele governava, sob dependência do soberano, todo o reino
e tinha também todo poder perante a rainha, de modo que a felicidade dos judeus
ia muito além do que eles podiam desejar.
O que acabo de narrar foi o que aconteceu de mais importante
à nossa nação durante o reinado de Artaxerxes.
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História Do Cristianismo - Teologia 32.14 - TRINTA ANOS DE SOSSEGO
História Do Cristianismo -
Teologia 32.14
TRINTA ANOS DE SOSSEGO
TRINTA ANOS DE SOSSEGO
No ano 117 morreu Trajano, e o
seu sucessor, Adriano, continuou as perseguições. E foi só no ano 138, quando
Antônio Pio subiu ao trono, que os cristãos ficaram de alguma maneira
aliviados dessa opressão. Com o seu reinado brando e pacífico começou um
período de sossego que durou perto de trinta anos; e durante esse tempo a
Palavra de Deus teve livre curso e Cristo foi glorificado. E certo que houve
alguns casos isolados de opressão, mas a perseguição geral tinha desaparecido e
o Evangelho depressa se espalhou por todas as províncias dos domínios romanos.
A gloriosa mensagem foi levada
para o Ocidente até nas extremidades da Gália e para o Oriente até a Armênia e
a Assíria; e milhares daqueles que em vão tinham procurado a paz de coração nas
mitologias de Roma e do Egito, escutaram avidamente as palavras da vida, e
espontaneamente se tornaram discípulos de Cristo.
Que o Santo Espirito do Senhor, ilumine
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História De Israel – Teologia 31.127 (Livro 11 Cap 5) XERXES SUCEDE A DARIO, SEU PAI, NO REINO DA PÉRSIA. PERMITE QUE ESDRAS, SACERDOTE, RETORNE COM GRANDE NÚMERO DE JUDEUS A JERUSALÉM E CONCEDE TUDO O QUE ELE DESEJA. ESDRAS OBRIGA OS QUE HAVIAM DESPOSADO MULHERES ESTRANGEIRAS A RESTITUÍ-LAS. SUA MORTE. NEEMIAS OBTÉM DE XERXES LICENÇA PARA RECONSTRUIR OS MUROS DE JERUSALÉM E TERMINA ESSA GRANDE OBRA.
História De Israel – Teologia 31.127
CAPÍTULO 5
XERXES SUCEDE A DARIO, SEU PAI, NO REINO DA PÉRSIA. PERMITE
QUE
ESDRAS, SACERDOTE, RETORNE COM GRANDE NÚMERO DE JUDEUS A
JERUSALÉM E CONCEDE TUDO O QUE ELE DESEJA. ESDRAS OBRIGA OS
QUE
HAVIAM DESPOSADO MULHERES ESTRANGEIRAS A RESTITUÍ-LAS. SUA
MORTE.
NEEMIAS OBTÉM DE XERXES LICENÇA PARA RECONSTRUIR OS MUROS DE
JERUSALÉM E TERMINA ESSA GRANDE OBRA.
443. Esdras 7. Xerxes sucedeu a seu pai, Dario, e não foi
menos herdeiro de sua piedade para com Deus que sucessor no trono. Nada mudou a
respeito do que fora determinado com relação ao culto a Ele, e Xerxes teve
sempre uma grande afeição pelos judeus. Joaquim, filho de jesua, era sumo
sacerdote durante o seu reinado, e Esdras era o primeiro e o mais considerável
dentre todos os sacerdotes que haviam ficado na Babilônia. Era um homem de bem
e muito instruído nas leis de Moisés. Desfrutava grande fama no meio do povo e
era muito amado pelo rei.
Assim, quando resolveu voltar a Jerusalém e levar consigo
alguns judeus que estavam morando na Babilônia, ele obteve desse príncipe
algumas cartas de recomendação endereçadas aos governadores da Síria, nestes
termos: "Xerxes, rei dos reis, a Esdras, sacerdote e leitor da lei de
Deus, saudação, julgando que é de nossa bondade permitir a todos os judeus,
quer sacerdotes, quer levitas, bem como a outros que desejarem voltar a
Jerusalém para lá servir a Deus, nós, com o conselho de nossos sete auxiliares,
concedemos essa graça e vos encarregamos de apresentar ao vosso Deus o que nós
e nossos amigos fizemos voto de lhe oferecer. Damo-vos o poder de levar todo o
ouro e toda a prata que os vossos conterrâneos ainda espalhados pelo reino da
Babilônia quiserem ofertar a Deus, a fim de que seja empregado na aquisição de
vítimas a serem oferecidas sobre o altar, na confecção de vasos de ouro e de
prata para o seu serviço e no que mais vós e vossos irmãos desejarem. Devereis
oferecer também ao vosso Deus os vasos sagrados que vos entregaremos. Damo-vos
o poder de fazer, além disso, tudo o que julgardes conveniente e entendemos que
o fundo necessário deva ser tirado de nosso tesouro. Para isso, estamos
escrevendo ao nosso tesoureiro-mor da Síria e da Fenícia que vos entregue sem
demora tudo o que lhe pedirdes. E, para que Deus seja favorável a nós e à nossa
posteridade, queremos que lhe sejam oferecidas, por nós, cem medidas de trigo,
de conformidade com a Lei. Proibimos a todos os nossos oficiais exigir algo dos
sacerdotes, dos levitas, dos cantores, dos porteiros e dos outros que servem no
Templo de Deus ou impor-Ihes tributos e obrigações. Quanto a vós, Esdras,
usareis da prudência e da sabedoria que Deus vos concedeu para estabelecer na
Síria e na Fenícia juizes que administrem a justiça, e que os já instruídos nas
vossas leis ensinem aos que ainda as ignoram e castiguem com multas ou mesmo com
a morte os que não temerem violar os vossos mandamentos e os nossos".
Esdras, ao receber essa carta, adorou a Deus e deu-lhe
imensas graças, pois só podia atribuir ao seu auxílio demonstrações de bondade
tão extraordinárias da parte do rei. Reuniu em seguida todos os judeus que
estavam na Babilônia, leu-lhes as cartas e, conservando o original, enviou
cópias aos judeus que estavam na Média. Pode-se imaginar a alegria que eles
sentiram por saber da piedade do rei para com Deus e de seu afeto por Esdras. Muitos
decidiram dirigir-se imediatamente à Babilônia com o que possuíam de bens a fim
de irem com Esdras a Jerusalém. Mas o resto dos israelitas não quis abandonar
esse país. Assim, somente as tribos de Judá e de Benjamim voltaram a Jerusalém,
e estão ainda hoje sujeitas, numa parte da Ásia e da Europa, ao domínio dos
romanos. As outras dez tribos permaneceram além do Eufrates, e é incrível o
quanto se multiplicaram.
Dentre os que se dirigiram em grande número a Esdras, havia
muitos sacerdotes, levitas, porteiros, cantores e outros consagrados ao serviço
de Deus. Ele os reuniu ao longo do Eufrates e, depois de jejuarem durante três
dias e orarem a Deus pedindo proteção na viagem, puseram-se a caminho no décimo
segundo dia do primeiro mês do sétimo ano do reinado de Xerxes, sem que Esdras
quisesse receber a escolta da cavalaria, oferecida pelo príncipe, declarando
que confiava no auxílio de Deus, que cuidava dele e de seu povo.
Chegaram no quinto mês do mesmo ano a Jerusalém. Esdras
entregou logo aos que tinham a guarda dos tesouros do Templo e que eram da
descendência dos sacerdotes o depósito sagrado que o rei, os amigos dele e os
judeus que moravam na Babilônia lhe haviam confiado e que consistia de
seiscentos e cinqüenta talentos de prata, vasos de prata no valor de cem
talentos, vasos de ouro no valor de vinte talentos e vasos de cobre, mais
preciosos que o ouro, no peso de doze talentos.
Em seguida, Esdras ofereceu a Deus em holocausto, como a Lei
ordenava, doze touros para a salvação do povo e, pelos pecados, setenta e dois
carneiros e cordeiros e doze bodes. Na Síria e na Fenícia, entregou aos
governadores e oficiais do rei a carta que o soberano lhes escrevera. E, como
não podiam deixar de obedecer, prestaram grandes honras à nação judaica e nos
ajudaram em nossas necessidades. Deve-se a Esdras a honra dessa transmigração.
E ele não somente a idealizou, como também não tenho dúvidas de que a sua
virtude e a sua piedade foram a causa do feliz êxito que Deus lhe quis
outorgar.
444. Pouco tempo depois, ele soube que alguns sacerdotes e
levitas, não querendo se sujeitar à disciplina, haviam, por um insolente
desprezo às leis de seus maiores, desposado mulheres estrangeiras e manchado a
pureza da ordem sacerdotal. Os que lhe deram esse aviso rogaram-lhe que se
armasse do zelo da religião para impedir que o crime de alguns atraísse a
cólera divina sobre todo o povo e os precipitasse de novo na desgraça da qual
acabavam de sair. Como eram de qualidade as pessoas culpadas desse pecado, esse
santo homem, considerando que uma ordem para despedir as mulheres e os filhos
não seria obedecida por eles, foi tomado de tão viva dor que rasgou as próprias
vestes, arrancou a barba e os cabelos e lançou-se por terra banhado em
lágrimas. Os outros homens de bem reuniram-se a ele e juntaram as suas lágrimas
às dele.
Nessa amargura de coração, ele elevou os olhos e as mãos ao
céu e disse: "Tenho vergonha, meu Deus, de ousar levantar os meus olhos ao
céu, quando penso que este povo recai sempre mais no pecado e perde logo a
lembrança dos castigos com que punistes a impiedade de seus maiores. Todavia,
Senhor, como a vossa misericórdia é infinita, tende, por favor, piedade destes
que restaram do antigo cativeiro que suportamos e que quisestes reconduzir à
antiga pátria. Perdoai-lhes, Senhor, mais esse crime e, embora eles mereçam a
morte, não vos canseis de lhes demonstrar a vossa bondade, conservando-lhes a
vida".
Esdras 10. Enquanto assim falava e todos os presentes,
homens e mulheres, choravam com ele, Secanias, que era o primeiro cidadão de
Jerusalém, aproximou-se e disse que, não se podendo duvidar de que os que
tomaram esposas estrangeiras haviam cometido um grande pecado, era preciso
convencê-los a restituí-las, bem como aos filhos que delas haviam gerado, e
castigar os que recusassem obedecer à lei de Deus. Esdras aprovou essa proposta
e fez jejuar os principais sacerdotes, os levitas e o povo, o qual os ajudaria
a obrigá-los a isso. Depois que saiu do Templo, foi para a casa de Joana, filho
de Eliasibe, e passou ali o resto do dia sem comer nem beber, tão abatido
estava pela dor. Mandou em seguida publicar por toda parte que todos os que
haviam voltado da escravidão deveriam vir dentro de dois ou três meses a
Jerusalém, sob pena de serem excomungados e de terem os seus bens confiscados
em favor do tesouro do Templo, segundo o juízo que seria pronunciado pelos
anciãos.
No terceiro dia, que era o vigésimo do nono mês, que os
hebreus chamam tebete, e os macedônios, apeléia, os da tribo de Judá e de
Benjamim dirigiram-se à parte superior do Templo, e os principais
assentaram-se. Esdras levantou-se e disse-lhes que os que haviam desposado
mulheres estrangeiras, contra a proibição da Lei, tinham cometido um grande
pecado e que Deus só tornaria a ser-lhes favorável se as mandassem embora.
Todos responderam em voz alta que o fariam de boa vontade, mas o número delas
era tão grande e a estação tão contrária, pois era inverno, de frio intenso,
que aquilo não podia ser feito imediatamente. Assim, seria necessário um pouco
de paciência. Enquanto isso, os principais dentre o povo que estivessem isentos
desse pecado, ajudados pelos anciãos, informar-se-iam com exatidão a respeito
dos que haviam transgredido a determinação da Lei.
A proposta foi aprovada, e no primeiro dia do décimo mês
começou-se a indagação dos que haviam contraído matrimônio ilícito. A
investigação durou até quase o primeiro dia do mês seguinte, e vários parentes
de Jesua, sumo sacerdote, dos outros sacerdotes, dos levitas e de outros dentre
o povo devolveram imediatamente as suas mulheres, preferindo assim a
observância da Lei à paixão que sentiam por elas, por maior que fosse. Depois
ofereceram a Deus carneiros em sacrifício, para aplacar-lhe a cólera. Eu
poderia citar nomes, mas não julgo necessário. Dessa forma, Esdras remediou o
erro cometido por esses matrimônios profanos e aboliu esse mau costume, no qual
ninguém mais caiu.
No sétimo mês, que era o tempo de se comemorar a festa dos
Tabernáculos, quase todo o povo reuniu-se próximo da porta do Templo, a qual
está do lado do oriente, e rogou a Esdras que lhes desse a lei de Moisés. Ele
consentiu, e essa leitura durou desde a manhã até a tarde. Eles se foram tão
comovidos que derramavam lágrimas, porque aquelas santas leis não somente lhes
mostraram o que eles deviam fazer no tempo presente e no futuro, como também
revelaram que, se as tivessem observado no passado, não teriam caído em tantas
desgraças. Esdras, vendo-os naquela aflição, disse-lhes que se retirassem para
as suas casas e enxugassem as lágrimas, pois não deviam chorar no dia de uma
festa tão solene, e sim alegrar-se e regozijar-se e aproveitar o arrependimento
que demonstravam pelas suas faltas passadas para não cometer outras semelhantes
no futuro. Essas palavras consolaram-nos, e eles celebraram alegremente durante
oito dias essa grande festa, gratos a Esdras pela reforma de seus costumes, e
voltaram cantando hinos de louvor a Deus. Um feito tão importante, somado às
outras obrigações de que a nação lhe era devedora, conquistou-lhe tanta glória
que quando ele terminou os seus dias, em venturosa velhice, enterraram-no em
Jerusalém com grande magnificência. Joaquim, sumo sacerdote, morreu também
nesse mesmo tempo, e Eliaquim, seu filho, substituiu-o.
445. Neemias 1. Depois da morte de Esdras, um judeu dentre
os escravos, de nome Neemias, que era mordomo do rei Xerxes, passeando um dia
fora da cidade de Susã, capital da Pérsia, viu uns estrangeiros que vinham de
províncias distantes e percebeu que eles falavam a língua hebraica.
Aproximou-se deles para perguntar de onde vinham e soube que eram da Judéia.
Perguntou-lhes como ia aquele país, particularmente Jerusalém. Responderam-lhe
que tudo estava em muito mau estado, que as muralhas da cidade estavam em
ruínas e que não havia males que os povos vizinhos não lhes causassem, pois
devastavam continuamente os campos, levavam prisioneiros os habitantes da
cidade, e freqüentemente encontravam-se cadáveres pelas estradas.
Neemias ficou tão desconsolado pela aflição do povo de seu
país que não pôde reter as lágrimas. E, elevando os olhos ao céu, disse a Deus:
"Até quando, Senhor, permitireis que a vossa nação seja perseguida e
torturada por tantos males? Até quando permitireis que ela seja presa de vossos
inimigos?" O sofrimento fez-lhe esquecer até o momento em que se
encontrava, pois vieram dizer-lhe que o rei estava prestes a se pôr à mesa, e
ele correu para servi-lo.
Neemias 2. O príncipe, que estava de bom humor, tendo notado
ao sair da mesa que Neemias estava muito triste, perguntou-lhe o motivo. Ele
respondeu, depois de rogar a Deus em seu coração que tornasse as suas palavras
bem persua-sivas: "Como poderia, majestade, não estar triste pela aflição
de saber a que estado se acha reduzida a cidade de Jerusalém, minha querida
pátria, onde estão os sepul-cros de meus antepassados? Os seus muros estão
completamente em ruínas, e as suas portas, reduzidas a cinzas. Fazei-me,
Senhor, o favor de permitir que eu vá reerguê-las e de fornecer o que falta
para completar a restauração do Templo!"
O soberano recebeu tão bem esse pedido que não somente
concedeu o que ele desejava, como também prometeu escrever aos seus
governadores para que o tratassem com muita honra e o ajudassem em tudo o que
ele desejasse. Acrescentou o príncipe: "Esquecei então a vossa aflição e
continuai a servir-me, com alegria". Neemias adorou a Deus e deu ao rei os
seus humildes e sinceros agradecimentos por tão grande favor. O seu rosto
tornou-se tão alegre quanto antes estava triste.
No dia seguinte, o rei entregou-lhe as cartas endereçadas a
Sadé, governador da Síria, da Fenícia e de Samaria, pelas quais ordenava tudo o
que dissemos há pouco. Neemias partiu com essas cartas para a Babilônia, de
onde levou várias pessoas de sua nação, e chegou a Jerusalém no vigésimo quinto
ano do reinado de Xerxes. Depois de entregar as cartas a Sadé e as que eram
endereçadas aos outros, mandou reunir todo o povo e falou: "Não ignorais o
cuidado que o Deus Todo-poderoso teve de Abraão, de Isaque e de Jacó, nossos
antepassados, por causa da piedade deles e de seu amor pela justiça. E hoje
ainda Ele nos faz ver que não nos abandonou, pois obtive do rei, por auxílio
dEle, permissão para reedificar as nossas muralhas e ultimar a construção do
Templo. No entanto, como não posso duvidar do ódio que nos têm as nações
vizinhas, as quais, quando virem o entusiasmo com que trabalhamos nestas obras,
tudo farão para nos atrapalhar, creio que temos duas coisas a fazer. A primeira
é pormos toda a nossa confiança no auxílio de Deus, que pode sem dificuldade
confundir os desígnios de nossos inimigos. A segunda é trabalhar dia e noite
com ardor infatigável, para terminarmos a nossa empresa sem perda de tempo,
pois este nos é favorável e deve ser para nós muito precioso".
Depois dessas palavras, Neemias ordenou aos magistrados que
mandassem medir o perímetro das muralhas. Dividiu o trabalho entre o povo,
fixou a cada porção um número de aldeias e de vilas, para também trabalharem
com eles, e prometeu ajudá-los o quanto possível. Todos animaram-se com essas
palavras e puseram mãos à obra. Foi então que se começou a chamar de judeus os
que de nossa nação regressaram da Babilônia e da judéia ao país, porque fora
outrora propriedade da tribo de Judá.
Neemias 4 e 6. Quando os amonitas, os moabitas, os
samaritanos e os habitantes da Baixa Síria souberam que a obra progredia,
sentiram grande desgosto, e nada houve que não fizessem para dificultar o
empreendimento: faziam emboscadas aos nossos, matavam os que lhes caíam nas
mãos e, como Neemias era o principal objeto de seu ódio, deram dinheiro a
alguns assassinos, para que o matassem. Procuraram também assustar os judeus
com vãos terrores, fazendo correr o boato de que um exército formado por
diversas nações avançava para atacá-los. Tantos esforços e artifícios acabaram
assustando o povo, e pouco faltou para que abandonassem o empreendimento.
Nada, porém, foi capaz de assustar ou desanimar Neemias.
Intrépido em meio a tantas dificuldades, continuou a trabalhar com mais ardor
do que nunca e fez-se acompanhar por alguns soldados, para lhe servirem de
guardas, não que tivesse medo da morte, mas por saber que os seus concidadãos
perderiam a coragem se não o tivessem mais entre eles para animá-los na
execução de tão santa empresa. Ordenou aos operários que, no trabalho,
mantivessem a espada sempre ao lado e perto de si os seus escudos, para deles
se servirem em caso de necessidade. Colocou trombeteiros de quinhentos em
quinhentos passos, para dar o alarme e obrigar o povo a tomar logo as armas se
aparecessem os inimigos. Ele mesmo fazia, durante toda a noite, a ronda pela
cidade. Para fazer o trabalho progredir não bebia, não comia e não dormia,
exceto quando obrigado pela necessidade. Isso ele fez não por pouco tempo, mas
de forma contínua pelo espaço de vinte e sete meses, que foi o quanto
empregaram na restauração das muralhas da cidade. Por fim, a obra foi
concluída, no nono mês do vigésimo oitavo ano do reinado de Xerxes.
Então Neemias e todo o povo ofereceram sacrifícios a Deus e
passaram oito dias em festas e banquetes de regozijo, o que causou aos sírios
visível desprazer. Neemias, vendo que Jerusalém não estava bastante povoada,
induziu os sacerdotes e os levitas que moravam no campo a vir para a cidade
morar nas casas que ele mandara construir e obrigou os camponeses a lhes trazer
os dízimos (o que eles fizeram com prazer), a fim de que nada os pudesse
impedir de se dedicar inteiramente ao serviço de Deus. Assim, Jerusalém
povoou-se, e esse grande homem, após realizar ainda outras coisas dignas de
mérito, morreu em idade avançada. Era um homem tão bom, justo e zeloso do bem
de sua pátria, a quem ela é devedora de tantos benefícios, que a sua memória
jamais há de perecer entre os judeus.
Que o Santo Espirito do Senhor, ilumine
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História Do Cristianismo - Teologia 32.13 - MARTÍRIO DE INÁCIO
História Do Cristianismo -
Teologia 32.13
MARTÍRIO DE INÁCIO
MARTÍRIO DE INÁCIO
Inácio, que dizem ter conhecido
os apóstolos Pedro e João, e ter sido ordenado bispo de Antioquia pelo apóstolo
João, foi martirizado durante essa época. O zelo com que ambicionava sofrer o
martírio o expôs a censuras de vários historiadores, e com certa razão.
Conta-se que na ocasião em
que Trajano visitou Antioquia, ele pediu para ser admitido a
presença do imperador, e depois de explicar, por bastante tempo, as principais
doutrinas da religião cristã, e mostrar o caráter inofensivo daqueles que a
professavam, pediu que se fizesse justiça. Contudo o imperador recebeu o seu
pedido com desprezo, e depois de censurar aquilo que Trajano se aprazia de
chamar a sua superstição incurável, ordenou que fosse levado para Roma e
lançado às feras.
Enquanto atravessava a Síria,
Inácio escreveu várias cartas às igrejas, exortando-as à fidelidade e
paciência, e avisando-as seriamente dos erros que se ensinavam. Em uma das
epístolas escreve: "Desde a Síria até Roma estou lutando com feras por
terra e por mar, de noite e de dia sendo levado preso por dez soldados cuja
ferocidade iguala a dos leopardos, e os quais, mesmo quando tratados com
brandura, só mostram crueldade. Mas no meio destas iniqüidades, estou
aprendendo... Coisa alguma, quer seja visível ou invisível, desperta a minha
ambição, a não ser a esperança de ganhar Cristo. Se o ganhar, pouco me
importarei que todas as torturas do Demônio me acometam, quer seja por meio do
fogo ou da cruz, ou pelo assalto das feras ou que os meus ossos sejam separados
uns dos outros e meus membros dilacerados, ou todo o meu corpo esmagado".
Quando Inácio chegou a Roma,
foi conduzido à arena e, na presença da multidão que enchia o teatro, tranqüilamente
esperou a morte. Quando o guarda dos leões veio soltá-los da jaula o povo quase
enlouqueceu, e batia as palmas e gritava com uma alegria brutal, mas o velho
mártir conservou-se firme.
"Sou, disse ele, como o
trigo debulhado de Cristo, que precisa de ser moído pelos dentes das feras
antes de se tornar em pão". Não precisamos entrar nos detalhes dos poucos
momentos que se seguiram.
O medonho espetáculo acabou-se
depressa, e antes de aquela gente ter chegado a suas casas, tinha Inácio recebido
a coroa que ambicionara, e estava já com o Senhor na Glória.
Que o Santo Espirito do Senhor, ilumine
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28 de abril de 2018
História De Israel – Teologia 31.126 .(Livro 11 Cap 4) DARIO, REI DA PÉRSIA, PROPÕE A ZOROBABEL, PRÍNCIPE DOS JUDEUS, E A DOIS OUTROS QUESTÕES PARA SEREM RESOLVIDAS. ZOROBABEL RESOLVE-AS E RECEBE COMO RECOMPENSA A RESTAURAÇÃO DE JERUSALÉM E DO TEMPLO. UM GRANDE NÚMERO DE JUDEUS VOLTA EM SEGUIDA PARA JERUSALÉM SOB O COMANDO DE ZOROBABEL E TRABALHA NESSA OBRA. OS SAMARITANOS E OUTROS POVOS PEDEM A DARIO QUE A IMPEÇA. MAS ESSE PRÍNCIPE FAZ JUSTAMENTE O CONTRÁRIO
História De Israel – Teologia 31.126
CAPÍTULO 4.
CAPÍTULO 4.
DARIO, REI DA PÉRSIA, PROPÕE A ZOROBABEL, PRÍNCIPE DOS
JUDEUS, E A
DOIS OUTROS QUESTÕES PARA SEREM RESOLVIDAS. ZOROBABEL
RESOLVE-AS E
RECEBE COMO RECOMPENSA A RESTAURAÇÃO DE JERUSALÉM E DO
TEMPLO.
UM GRANDE NÚMERO DE JUDEUS VOLTA EM SEGUIDA PARA JERUSALÉM
SOB O COMANDO DE ZOROBABEL E TRABALHA NESSA OBRA.
OS SAMARITANOS E OUTROS POVOS PEDEM A DARIO QUE A IMPEÇA.
MAS ESSE PRÍNCIPE FAZ JUSTAMENTE O CONTRÁRIO.
439. Esdras 5 e 6. Dario era ainda um simples cidadão, mas
fizera a Deus um voto: se um dia subisse ao trono, restituiria ao Templo em
Jerusalém tudo o que estava ainda na Babilônia dos vasos sagrados. Quando ele
foi proclamado rei, aconteceu que Zorobabel, príncipe dos judeus, que era seu
velho amigo, estava próximo dele. E assim, confiou a ele e a dois outros dos
principais a direção de sua casa e de tudo o que mais de perto se referia à sua
pessoa.
O grande rei, no primeiro ano de seu reinado, ofereceu um
suntuoso banquete aos seus principais auxiliares, aos maiorais dos medos e dos
persas e aos governadores das cento e vinte e sete províncias sobre as quais
estendia o seu domínio, que ia desde as índias até a Etiópia. Terminado o
banquete, todos se retiraram, e Dario dormiu um pouco, mas logo acordou. Não
podendo conciliar o sono novamente, pôs-se a conversar com aqueles três
oficiais.
Ele prometeu conceder a quem melhor resolvesse o problema
que iria propor que se vestisse de púrpura, usasse um colar de ouro, bebesse em
taça de ouro, dormisse em um leito de ouro, passeasse num carro em que os arreios
dos cavalos eram de ouro, usasse uma tiara de fino linho, se sentasse perto
dele e fosse considerado seu parente. Perguntou então ao primeiro se a mais
forte de todas as coisas do mundo não era o vinho. Ao segundo, se não eram os
reis. Ao terceiro, se não eram as mulheres ou a verdade. Disse-lhes que
pensassem. No dia seguinte, pela manhã, mandou chamar os príncipes, os grandes
senhores da Pérsia e da Média, sentou-se no trono de onde costumava distribuir
a justiça e ordenou aos três oficiais que respondessem na presença de toda a
assembléia às perguntas que havia feito.
O primeiro, para mostrar a força do vinho, falou assim:
"Parece-me não haver melhor prova para mostrar que tudo cede à força do
vinho que vermos como ele perturba a razão e põe os próprios reis em tal estado
que eles se tornam como crianças, as quais têm necessidade de serem guiadas;
como dá aos escravos a liberdade de falar, deles tirada pela escravidão, e
torna os pobres tão contentes quanto os ricos; como muda de tal sorte o Espírito
dos homens que, mesmo nas maiores misérias, afoga os sentimentos de sua
desgraça; como os faz esquecer a própria desdita e os persuade de que estão em
tal abundância que só falam de milhões; como lhes põe na boca as palavras que
usam os que se encontram no cume da glória e lhes tira o medo das pessoas mais
temíveis e dos maiorais monarcas; como os faz não conhecer e até odiar os seus
melhores amigos. Depois eles adormecem e, despertando, encontram-se com o
Espírito tranqüilo e nem se lembram mais do que disseram ou fizeram durante a
embriaguez. Assim, creio que o vinho deve passar pela coisa mais forte do
mundo".
Depois que o primeiro assim falou em favor do vinho, o
outro, encarregado de mostrar que nada iguala ao poder dos reis, procurou
prová-lo com estas palavras: "Ninguém pode duvidar de que os homens são os
senhores do universo, pois dominam toda a terra e o mar e fazem uso dos
elementos para o que bem lhes parece. Mas os reis governam os homens e reinam
sobre aqueles que dominam todos os animais. Que há, pois, que se possa comparar
ao seu poder? Eles governam os seus súditos, e estes estão sempre prontos a
obedecê-lo. Ele os põe, quando lhe apraz, em todos os perigos da guerra, e,
embora seja necessário forçar muralhas ou combater em campo aberto ou atacar em
montes inacessíveis, eles não impõem dificuldade para se expor à morte e
obedecê-lo. Depois de vencerem as batalhas, obtendo vitórias à custa do próprio
sangue, toda a vantagem e toda a glória reverte em favor do rei, bem como o
fruto dos trabalhos e dos suores daqueles dentre o povo que, enquanto os demais
pegam em armas, cultivam a terra. Assim, os príncipes recolhem o que não
tiveram o trabalho de semear, desfrutam todas as espécies de prazer e dormem à
vontade, enquanto os seus guardas velam à porta sem dela se afastar, por
maiores que sejam as necessidades que os chamem a outros lugares. Pode-se,
pois, duvidar de que o poder dos reis não supere a todos os outros?"
Zorobabel, que devia falar por último, para mostrar que o
poder das mulheres e da verdade é o mais forte, assim se expressou: "Estou
de acordo com a força do vinho e o poder dos reis, mas ouso afirmar que o poder
das mulheres é ainda maior. Os homens e os reis têm nelas a sua origem, e, se
elas não tivessem posto no mundo os que cultivam as terras, a vinha não
produziria o fruto cujo suco é tão agradável. De tudo teríamos falta sem as
mulheres. Devemos ao seu trabalho as principais comodidades da vida: elas fiam
a lã e o tecido com que nos vestimos. Têm cuidado de nossas famílias, e não
poderíamos passar sem elas. A sua beleza tem tanto encanto que nos fazem
desprezar o ouro, a prata e tudo o que há de mais rico no mundo para ganharmos
o seu afeto. Para segui-las, abandonamos sem pesar mãe, pai, parentes, amigos e
a nossa própria pátria. Fazemo-las senhoras não somente de tudo o que
conquistamos com mil trabalhos na terra e no mar, mas de nós mesmos.
Acrescentarei que vi o rei, senhor de tantas nações, permitir que Apaméia, sua
senhora, filha de Rapsacés Temasim, lhe batesse no rosto e lhe arrancasse a
coroa para pô-la na própria cabeça e vi o grande príncipe rir-se quando ela
estava de bom humor, afligir-se quando ela estava triste, adulá-la, unificar-se
aos sentimentos dela e rebaixar-se até pedir-lhe desculpas quando julgava tê-la
desgostado em alguma coisa".
Todos os assistentes ficaram tão impressionados com essas
palavras que começaram a se entreolhar. Zorobabel então passou do louvor às
mulheres ao da verdade: "Mostrei qual o poder das mulheres, mas nem as
mulheres nem os reis são comparáveis à verdade. Por maior que seja a terra, por
mais alto que seja o céu, por mais rápido que seja o curso do Sol, é Deus que
os move e governa. Deus é justo e verdadeiro, e assim é evidente que nada se
iguala ao poder da verdade. A injustiça nada pode contra ela. Enquanto todas as
demais coisas são perecíveis e passam como um relâmpago, ela é imortal e
subsiste eternamente. Além disso, as vantagens com que nos enriquece não duram
menos que ela mesma: a fortuna não poderia tirá-la de nós nem o tempo alterá-la,
porque está acima do alcance deles. E ela é tão pura que nada a pode
corromper".
Zorobabel assim falou, e muitos louvaram-no e confessaram
que ele havia provado muito bem que nada é mais poderoso que a verdade, a qual
jamais envelhece e não está sujeita a mudanças. O rei disse-lhe que declarasse
o que desejava daquilo que prometera ao que melhor respondesse às questões
propostas, e o concederia de boa vontade, reconhecendo-o como o mais sábio e
mais inteligente de todos. Disse ainda que desejava, no futuro, receber os seus
conselhos e ter tanta consideração por ele como a um parente.
Zorobabel respondeu-lhe que não lhe pedia outra graça senão
que cumprisse o voto que havia feito antes de ser elevado à dignidade da coroa:
mandar reconstruir Jerusalém, restaurar o Templo de Deus e restituir todos os
vasos sagrados que o rei Nabucodonosor mandara tirar e levar para a Babilônia.
O rei então levantou-se do trono com o rosto alegre, beijou Zorobabel e ordenou
que se escrevesse aos governadores de suas províncias, para que o ajudassem a
reconstruir o Templo, bem como aos que o acompanhassem na viagem a Jerusalém.
Deu também aos magistrados da Síria e da Fenícia ordem para que mandassem
cortar cedros sobre o monte Líbano e os fizessem levar a Jerusalém e para que
ajudassem os que iam reconstruir a cidade.
Essas mesmas cartas diziam que o rei desejava que todos os
judeus que fossem a Jerusalém de volta do cativeiro fossem libertados, proibiam
a todos os seus oficiais fazer-lhes imposições ou obrigá-los a pagar tributo e
ordenavam que lhes fosse permitido cultivar todas as terras aproveitáveis. O
rei ordenava aos idumeus, aos samaritanos e aos da Baixa Síria que lhes
entregassem tudo o que os seus pais haviam possuído e contribuíssem com
cinqüenta talentos para a construção do Templo. Permitia também aos judeus
oferecer a Deus os mesmos sacrifícios e observar as mesmas cerimônias que seus
antepassados. Podiam ainda tomar do fundo dos bens reais o que fosse necessário
para as vestes dos sumos sacerdotees e dos outros sacerdotes e para os
instrumentos de música com os quais os levitas cantavam louvores a Deus, e a
cada ano se daria aos guardas do Templo e da cidade terras e o dinheiro
necessário à sua manutenção. Por fim, Dario confirmou tudo o que Ciro havia determinado,
tanto para a restauração da nação judaica quanto para a restituição dos vasos
sagrados.
440. Depois que Zorobabel obteve do soberano tudo o que
podia desejar, a primeira coisa que fez ao sair do palácio foi elevar os olhos
ao céu e agradecer a Deus o favor que Ele lhe fizera, ou seja, torná-lo perante
o príncipe o mais hábil e inteligente de todos. Confessou que devia toda a sua
felicidade ao auxílio dEle e pediu que Ele continuasse a ajudá-lo. Quando
chegou à Babilônia e deu essa grata notícia aos de sua nação, eles também deram
graças a Deus por Ele haver permitido que se restabelecessem em sua pátria e
passaram sete dias inteiros em festas de regozijo. As famílias escolheram em
seguida pessoas de sua tribo para que fossem levadas a Jerusalém e procuraram
cavalos e outros animais para carregar as suas mulheres e filhos. Assim uma
grande multidão de todas as idades e ambos os sexos, guiadas por aqueles que
Dario havia posto à frente, fez toda a caminhada com incrível alegria, ao som
de flautas e de timbales.
O temor de aborrecer o leitor e de interromper o fio de
minha narração não me deixará mencionar nomes em particular. Contentar-me-ei em
dizer o seu número. Havia nas tribos de Judá e de Benjamim, da idade de doze
anos para cima, quatro milhões seiscentas e vinte e oito mil pessoas. A
multidão era seguida por quatro mil e setenta levitas e quarenta mil setecentos
e quarenta e duas mulheres e crianças. Da estirpe dos levitas, havia cento e
vinte e oito cantores, cento e dez porteiros e trezentos e vinte e dois que
serviam no Santuário. Seis-centos e cinqüenta e dois se diziam israelitas,
rrias, sem poder prová-lo, não foram reconhecidos como tais. Quinhentos e vinte
e cinco haviam desposado mulheres que eles diziam ser da descendência dos
sacerdotes e dos levitas, mas os seus nomes não constavam das genealogias. Sete
mil trezentos e trinta e sete escravos caminhavam atrás deles, bem como
duzentos e quarenta cantores e cantoras. Havia ainda quatrocentos e trinta e
cinco camelos e quinhentos e vinte e cinco cavalos ou outros animais de carga
no transporte das bagagens.
Zorobabel, de que falamos há pouco, era filho de Sealtiel,
da tribo de Judá e da estirpe de Davi. Ele chefiava essa grande multidão,
auxiliado por Jesua, filho de Jozadaque, sumo sacerdote, Mardoqueu e Cerebeu,
escolhidos pelas outras duas tribos. Os dois últimos contribuíram, das próprias
economias, com cem peças de ouro e cinco mil de prata para as despesas dessa
viagem. Os sacerdotes, os levitas e uma parte do povo judeu que estava na Babilônia
voltaram para morar novamente em Jerusalém, e os que lá ficaram os acompanharam
durante uma parte do caminho e depois retornaram.
441. Sete meses depois, Jesua, sumo sacerdote, e o príncipe
Zorobabel enviaram a toda parte convites aos de sua nação, para que se
dirigissem a Jerusalém. Eles foram com grande alegria e, depois de construírem
um altar no mesmo local onde estivera o primeiro, ofereceram sacrifícios a Deus
segundo o que Moisés havia determinado. As nações vizinhas viram isso com
grande desprazer, por causa do ódio que lhe votavam. Os judeus celebraram
também nesse mesmo tempo a festa dos Tabernáculos, segundo fora instituída
anteriormente: fizeram as oblações e os sacrifícios que se deviam fazer todos
os dias, como também os dos sábados, das festas sagradas e das solenidades
ordinárias. Os que haviam feito votos cumpriram-nos, oferecendo sacrifícios
depois da lua nova do sétimo mês.
Começaram depois a trabalhar na construção do Templo, sem
lastimar a despesa necessária para o pagamento e a alimentação dos operários.
Os sidônios enviaram, com bastante agrado, grandes vigas de cedro, que haviam
cortado nas florestas do monte Líbano e ligado umas às outras, fazendo-as
flutuar nas águas do mar até o porto de Jope, como Ciro e Dario haviam determinado.
Depois de no segundo mês do segundo ano lançarem os
alicerces do Templo, começaram, no dia primeiro de dezembro, a construir a
parte superior. Todos os levitas com vinte anos ou mais, e Jesua, com os seus
três filhos e seus irmãos, e Cadmiel, irmão de Judá, filho de Aminadabe, com os
seus filhos, que haviam sido encarregados da direção dessa obra, nela
trabalharam com tanto empenho e solicitude que a concluíram muito antes do
esperado. Então os sacerdotes, revestidos de seus vestes sacerdotais, marcharam
ao som de trom-betas, enquanto os levitas e os descendentes de Asafe cantavam
em louvor a Deus hinos e salmos compostos pelo rei Davi. Os mais antigos do
povo, que haviam contemplado a magnificência e a riqueza do primeiro templo,
conside-rando o quanto esse estava longe de igualá-lo e julgando assim a grande
diferença entre a sua prosperidade no passado e a presente, sentiram tão
profunda dor que não puderam reter as lágrimas e soluços. O povo em geral,
porém, ao qual somente o presente podia impressionar, não fazia tal comparação.
Estava tão contente que as queixas de uns e os gritos de júbilo de outros
impediam que se ouvisse o som das trombetas.
442. Essa notícia chegou até Samaria, e os habitantes dessa
cidade vieram indagar o que se passava. Ao saber que os judeus, regressando do
cativeiro da Babilônia, haviam reconstruído o Templo, rogaram a Zorobabel, a
Jesua, sumo sacerdote, e aos principais das tribos que lhes permitissem
contribuir para aquelas despesas, dizendo que adoravam o mesmo Deus e que não
tinham outra religião desde que Salmaneser, rei da Assíria, os trouxera da
Chutéia e da Média para morar em Samaria. Todos de comum acordo responderam que
não podiam fazer o que desejavam, porque Ciro e Dario haviam permitido que só
eles, os judeus, reconstruíssem o Templo, mas que isso não impediria que eles e
todos os de sua nação viessem adorar a Deus, o que podiam fazer com toda a
liberdade.
Os chuteenses (pois é assim que chamamos os samaritanos)
ficaram tão ofendidos com essa resposta que persuadiram os sírios e seus
governados a empregar, para impedir a construção do Templo, os mesmos meios de
que se haviam servido outrora, nos tempos de Ciro e de Cambises, acrescentando
que não havia um momento a perder, por causa da pressa com que os judeus trabalhavam
naquela obra. Naquele mesmo tempo, Sisina, governador da Síria e da Fenícia,
acompanhado por Sarabazam e por alguns outros, veio a Jerusalém e perguntou aos
principais dos judeus quem lhes permitira reconstruir o Templo, fazendo-o tão
robustecido que mais parecia uma fortaleza, e também cercar toda a cidade com
muralhas tão espessas.
Zorobabel e o sumo sacerdote responderam que eram servidores
do Deus Todo-poderoso; que o Templo fora outrora construído em sua honra por um
de seus reis, que era um dos mais bem-aventurados príncipes do mundo, ao qual
nenhum outro jamais se igualara em sabedoria e em inteligência; que aquele
soberbo edifício fora conservado intacto durante vários séculos; que seus
antepassados, tendo desgostado a Deus com os seus pecados, haviam permitido que
Nabucodonosor, rei de Babilônia e da Caldéia, tomasse a cidade e a destruísse e
incendiasse, bem como ao Templo, depois de retirar dele tudo o que existia de
mais precioso, e levasse o povo escravo para a Babilônia; que Ciro, depois rei
da Pérsia e da Babilônia, ordenara expressamente, por cartas escritas a esse
respeito, que se reconstruísse o Templo e que depois de terminado se levassem
para lá os vasos sagrados que haviam sido dele retirados e que os confiara a
Zorobabel e a Mitredate, seu tesoureiro-mor; que antes, para apressar a
construção do Templo, havia mandado Abazar a Jerusa-lém, o qual então já lhe
lançara os alicerces; que desde então somente as nações inimigas haviam feito
esforços para impedir os trabalhos; e que, como prova daquela afirmação, ele
precisava apenas escrever ao rei, para que este lhe mostrasse nos registros dos
reis precedentes se tudo não se havia passado como estavam dizendo.
Sisina e os que o acompanhavam ficaram satisfeitos com essas
razões e não impediram a continuação dos trabalhos, mas indagaram antes da
vontade do rei e para isso lhe escreveram. No entanto os judeus temiam que esse
príncipe se arrependesse da permissão concedida, porém os profetas Ageu e
Zacarias disseram-lhes que nada temessem, nem de Dario nem dos persas, porque
estavam informados da vontade de Deus sobre aquele assunto. Assim,
tranqüilizaram-se e continuaram a trabalhar com o mesmo ardor. Os samaritanos
ou chuteenses não deixa-ram, por sua vez, de escrever ao rei Dario, contando que
os judeus fortificavam a sua cidade e construíam um templo que mais parecia uma
fortaleza que um lugar destinado ao culto a Deus. E, para testemunhar ao rei o
quanto aquilo lhe seria prejudicial, mandaram-lhe as cartas do rei Cambises
pelas quais ele havia proibido a continuação daquelas obras, pois não as
julgava proveitosas para o seu serviço.
Quando Dario recebeu essas cartas e as de Sisina, mandou
procurar os registros dos reis. Encontraram um deles no castelo de Ecbátana, na
Média, onde estava escrito assim: "O rei Ciro ordenou no primeiro ano de
seu reinado que se construísse em Jerusalém um templo de sessenta côvados de
altura e outros tantos de largura, com três ordens de pedras polidas e uma da
madeira que se encontra naquele país; que se edificasse um altar naquele
templo; que tudo seria feito às suas expensas; que os vasos sagrados retirados
por Nabucodonosor seriam levados para lá; e que Abazar, governador da Síria e
da Fenícia, e os oficiais da província tomariam o cuidado de mandar prosseguir
a obra sem no entanto ir a Jerusalém, porque os judeus, que eram servidores de
Deus, e seus príncipes deveriam assumir a direção. Seria suficiente ajudá-los
com o dinheiro que se obteria dos tributos das províncias e dar-lhes para os
seus sacrifícios touros, carneiros, cordeiros, cabritos, farinha, óleo, vinho e
todas as outras coisas que os sacerdotes lhes pedissem, a fim de que rogassem
pela prosperidade dos reis e pelo império dos persas. E, se alguém se atrevesse
a desobedecer a essa ordem, que fosse crucificado e tivesse todos os seus bens
confiscados. A isso acrescentou uma imprecação que atingiu a todos os que
quisessem impedir a construção do Templo. Ele rogava a Deus que fizesse
desencadear sobre eles a sua justa vingança, para castigá-los por tal impiedade".
Dario, tendo visto os registros de Ciro, escreveu a Sisina e
aos seus outros oficiais o que segue: "O rei Dario a Sisina,
lugar-tenente-general de nossa cavalaria, a Sarabazam e aos outros
governadores, saudação. Mandamo-vos a cópia das ordens do rei Ciro que
encontramos nos seus registros e queremos que o que elas contêm seja
rigorosamente executado. Adeus!" Sisina e os outros aos quais era
endereçada essa carta, tendo conhecido a intenção do rei, nada esqueceram, no
que dependia deles, para executá-la e ajudaram os judeus com todas as suas
forças para que pudessem continuar as obras do Templo.
Com esse auxílio, as obras progrediram e, pelo entusiasmo
que as profecias de Ageu e de Zacarias continuavam a dar ao povo, o Templo foi
terminado ao fim de sete anos, no nono ano do reinado de Dario e no vigésimo
terceiro dia do décimo primeiro mês a que chamamos adar, e os macedônios,
distro. Os sacerdotes, os levitas e o resto do povo deram graças a Deus por
lhes permitir recuperar a antiga felicidade depois de tão longo cativeiro e por
lhes dar o novo Templo. Ofereceram-lhe em sacrifício cem touros, duzentos
carneiros, quatrocentos cordeiros e doze bodes pelos pecados das doze tribos.
Os levitas escolheram entre eles alguns porteiros, para distribuí-los por todas
as portas do Templo, segundo ordenava a lei de Moisés.
A festa dos Pães Ázimos aproximava-se e devia ser celebrada
no primeiro mês, a que os macedônios denominam xântico, e nós, nisã. O povo das
aldeias e das cidades veio a Jerusalém com as suas mulheres e filhos e, depois
de se haverem purificado, ofereceram o cordeiro pascal no décimo quarto dia da
lua do mesmo mês, segundo o costume de nossos antepassados. Passaram sete dias
em banquetes de regozijo, sem deixar de oferecer a Deus os holocaustos e de
agradecer-lhe por haver tocado o coração do rei, que lhes permitira regressar
ao seu país.
Estabeleceram em seguida uma nova forma de governo
aristocrático, no qual os sumos sacerdotes tiveram sempre autoridade soberana,
até que os hasmoneus chegaram à realeza e assim os judeus tornaram a entrar no
governo monárquico, sob o qual tinham vivido durante quinhentos e trinta e dois
anos, seis meses e dez dias, desde Saul e Davi até o cativeiro. Antes também
haviam sido governados durante mais de quinhentos anos, desde Moisés e Josué,
por aqueles aos quais davam o nome de juizes.
No entanto os samaritanos, que além do ódio e da inveja que
tinham de nossa nação, não podiam tolerar a obrigação de contribuir com as
coisas necessárias para os nossos sacrifícios e além disso se vangloriavam de
ser do mesmo país que os persas, não deixavam do mesmo modo de nos fazer todo o
mal que podiam. E os governadores da Síria e da Fenícia não perdiam ocasião
alguma de secundá-los em seus desígnios. O senado e o povo de Jerusalém,
vendo-os tão animados con-tra si, resolveram enviar Zorobabel e quatro outros
dos mais ilustres a Dario para se queixar dos samaritanos.
Logo que esse príncipe escutou os deputados, mandou que lhes
dessem cartas endereçadas aos principais oficiais de Samaria, cujas palavras
são estas: "O rei Dario a Tangar e Sembabe, que comandam a cavalaria em
Samaria, e a Sadrague, Bobelom e outros, que estão encarregados dos nossos
negócios nesse país, saudação. Zorobabel, Ananias e Mardoqueu, deputados pelos
judeus junto de nós, queixaram-se das dificuldades que lhes moveis na
construção do Templo e de que recusais contribuir para os sacrifícios com
aquilo que ordenamos. Escrevemo-vos esta carta a fim de que logo que a tenhais
recebido não deixeis de cumprir as vossas obrigações e de tomar para esse fim,
no nosso tesouro proveniente dos tributos da Samaria, tudo o que os sacerdotes
de Jerusalém tiverem necessidade, porque a nossa intenção é que não se deixe de
oferecer sacrifícios a Deus pela nossa prosperidade e pela do império dos
persas".
Que o Santo Espirito do Senhor, ilumine
o nosso entendimento
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