História De Israel – Teologia 31.190
CAPÍTULO 17
ANTÍPATRO CONQUISTA GRANDE PRESTÍGIO POR SUA VIRTUDE.
FAZAEL, SEU FILHO MAIS VELHO, EFEITO GOVERNADOR DE FERUSALÉM, E HERODES MANDA
MATAR VÁRIOS LADRÕES CONDENADOS À MORTE. INVEJA DE ALGUNS GRANDES
CONTRA ANTÍPATRO E SEUS FILHOS. ELES OBRIGAM HIRCANO A
PROCESSAR
HERODES POR CAUSA DAQUELES HOMENS QUE MANDARA MATAR. HERODES
COMPARECE PERANTE O TRIBUNAL E DEPOIS RETIRA-SE. VEM SITIAR
JERUSALÉM
E A TERIA TOMADO SE ANTÍPATRO E FAZAEL NÃO O TIVESSEM FEITO
DESISTIR.
HIRCANO RENOVA A ALIANÇA COM OS ROMANOS. DEMONSTRAÇÕES DE
ESTIMA E DE AFETO DOS ROMANOS POR HIRCANO E PELOS JUDEUS.
CÉSAR É
MORTO NO CAPITÓLIO POR CÁSSIO E BRUTO.
594. A incapacidade e a indolência de Hircano deram a
Antípatro motivo para lançar as bases da grandeza em que a sua família mais
tarde se viu elevada. Ele constituiu Fazael, seu filho mais velho, governador
de Jerusalém e de toda a província. Herodes, o segundo filho, foi feito
governador da Galiléia. Este, embora não tivesse ainda quinze anos, era tão
inteligente e corajoso que bem depressa mostrou uma virtude superior à idade.
De uma feita, prendeu Ezequias, chefe de uns ladrões que assaltavam todo o país
e mandou matá-lo, havendo-o condenado à morte com todos os seus companheiros.
Esse ato tão útil à província suscitou-lhe tanto afeto entre os sírios que
estes proclamavam em todas as cidades e nos campos que lhes eram devedores da
tranqüilidade e da posse pacífica de seus bens.
Obteve ainda outra vantagem: travou conhecimento com Sexto
César, governador da Síria e parente do grande César. Essa estima produziu
grande emulação em Fazael, que, não querendo ser inferior ao irmão em mérito e
em virtude, não media esforços para conquistar o afeto do povo de Jerusalém.
Ele desempenhava em pessoa os cargos públicos e com tanta justiça e de maneira
tão agradável que ninguém tinha motivo de queixa nem podia acusá-lo de abuso de
poder. Como a glória dos filhos vem recair sobre o pai, a nossa nação concebeu
tanto amor por Antípatro que lhe prestava as mesmas honras, como se ele fosse
rei. Tão sábio ministro, em vez de se deixar dominar pelo brilho de tão grande
prosperidade, como a maior parte dos homens, conservou sempre o mesmo afeto e a
mesma fidelidade para com Hircano.
Mas os grandes dos judeus, vendo-o elevado — com os seus
filhos — a tão grande autoridade, tão amado pelo povo e tão rico com o que
recebia das rendas da Judéia e das gratificações de Hircano, deixaram-se
dominar por uma extrema inveja, que aumentou quando souberam que ele havia
conquistado também o afeto dos imperadores. Diziam que ele persuadira Hircano a
enviar-lhes uma grande soma de dinheiro e, em lugar de apresentá-la em nome do
rei, oferecera-a em seu próprio nome. Disseram o mesmo de Hircano, mas ele
riu-se disso. O que os aborrecia acima de tudo era que Herodes lhes parecia tão
violento e ousado que não duvidavam de que ele aspirava a um governo tirânico.
Resolveram então procurar Hircano para acusar abertamente
Antípatro e lhe falaram deste modo: "Até quandoVossa Majestade permitirá o
que acontece debaixo dos vossos olhos? Não vedes que Antípatro e seus filhos
desfrutam todas as honras da soberania e deixam-vos somente o nome de rei? Não
vos importa então saber disso? Não vos importa dar a tudo um remédio? Julgais
estar em segurança descuidando-vos da salvação do Estado e de vossa própria
vida? Esses indivíduos não agem mais por vossa ordem nem como vossos
dependentes. Seria bajular a si mesmo acreditar neles, mas eles agem
abertamente como soberanos. QuerVossa Majestade prova melhor do que ver que,
embora as nossas leis proíbam mandar matar um homem, por mais perverso que
seja, antes de ele ser condenado juridicamente, Herodes não teve receio de
violar essas leis, mandando matar Ezequias e seus companheiros sem mesmo vos
pedir licença para isso?"
595. Essas palavras persuadiram Hircano. As mães daqueles
que Herodes condenara à morte aumentaram ainda a sua cólera, pois não se
passava um dia sem que elas fossem ao Templo rogar a ele e a todo o povo que
obrigasse Herodes a se justificar perante os judeus por uma ação tão criminosa.
Assim, ele intimou-o a comparecer perante o tribunal. Logo que Herodes recebeu
a notificação, pôs em ordem as coisas da Galiléia e partiu para Jerusalém. Mas,
em vez de levar uma comitiva particular, se fez acompanhar, a conselho de seu
pai, por tantas pessoas quantas julgou necessárias, para não despertar
suspeitas a Hircano e estar ao mesmo tempo em condições de se defender, caso o
atacassem.
Sexto César, governador da Síria, não se contentou em
escrever a Hircano em favor de Herodes, mas ordenou que ele fosse absolvido,
empregando até mesmo ameaças, para o caso de não ser atendido. Tão forte
recomendação, porém, não era necessária, pois Hircano amava Herodes como se
fosse seu filho. Quando ele compareceu diante dos juizes com os que o
acompanhavam, os seus acusadores ficaram tão atônitos que nem um sequer ousou
abrir a boca e sustentar o que haviam dito contra ele na sua ausência.
Saméias, então, que era homem de grande virtude e não tinha
receio de se expressar com toda a liberdade, levantou-se e falou, dirigindo-se
a Hircano e aos juizes: "Majestade e vós, senhores, que aqui estais
reunidos para julgar este acusado: quem já viu um homem obrigado a se
justificar apresentar-se desta maneira? Creio que se teria dificuldade em citar
exemplo semelhante. Todos os que até aqui compareceram a esta assembléia vieram
com humildade e temor, vestidos de preto e com os cabelos em desalinho, em
atitude de mover à compaixão. Este, ao contrário, acusado de haver cometido
vários assassínios, quer evitar o castigo e comparece diante de nós vestido de
púrpura, com os cabelos bem penteados e acompanhado por uma tropa de homens
armados, a fim de que, se o condenarmos, segundo as leis, ele zombe delas e
estrangule a todos nós também. Não o censuro, porém, de agir assim, pois se
trata de salvar a própria vida, que lhe é mais cara que a observância de nossas
leis, mas censuro a todos vós por tolerá-lo, e particularmente ao rei". E,
voltando-se para os juizes, acrescentou: "Mas vós sabeis, senhores, que
Deus não é menos justo que poderoso, e assim, Ele permitirá que este mesmo
Herodes, que quereis absolver para agradar a Hircano, nosso rei, vos castigue
por isso um dia e castigará também a ele".
596. Essas palavras foram uma profecia, que mais tarde se
verificou: Herodes, tendo sido constituído rei, mandou matar todos aqueles
juizes, exceto Saméias, a quem sempre tratou com grande honra, tanto por sua
virtude quanto porque, quando junto com Sósio sitiou Jerusalém, ele exortou o
povo a recebê-lo, dizendo que faltas passadas não deveriam impedir que se
submetessem a Herodes, como diremos mais particularmente a seu tempo. Mas,
voltando ao nosso assunto, Hircano, vendo que o sentimento dos juizes tendia a
condenar Herodes, adiou o julgamento para o dia seguinte e mandou dizer-lhe
secretamente que escapasse. Assim, com o pretexto de temer Hircano, ele
retirou-se para Damasco e, quando se viu em segurança junto de Sexto César,
declarou em voz alta que, se o citassem uma segunda vez, estava resolvido a não
comparecer.
Os juizes, irritados com essa declaração, esforçaram-se por
demonstrar a Hircano que o propósito de Herodes era destruí-lo, o rei não podia
mais ignorá-lo. Mas ele era tão covarde e estúpido que não sabia que
deliberação tomar.
Enquanto isso, Herodes obteve de Sexto César, por meio de
uma soma de dinheiro, a nomeação para governador da Baixa Síria, e então
Hircano começou a temer que Herodes tomasse as armas contra ele. Seu temor não
foi em vão. Herodes, para vingar-se por o haverem citado em juízo, pôs-se em
campo com um exército, a fim de tomar Jerusalém. E nada o impediria, não fossem
os rogos de Antípatro, seu pai, e de Fazael, seu irmão.
Eles foram procurá-lo e lhe fizeram ver que já era
suficiente fazer tremer os inimigos; que ele não devia tratar como inimigos os
que não o haviam ofendido; que não poderia, sem ingratidão, tomar as armas
contra Hircano, a quem devia a sua elevação e a sua grandeza; que não se devia
lembrar de ter sido chamado a juízo, e sim de não ter sido condenado; que a
prudência o obrigava a considerar que os eventos da guerra são duvidosos, pois
somente Deus tinha a vitória nas mãos, para dá-la como lhe aprouvesse; e que
ele não tinha motivos para esperar obtê-la combatendo contra o seu rei e
benfeitor, que jamais lhe fizera mal algum, pois só fora levado àquele ato
pelos maus conselhos que recebera. Herodes, persuadido por essas razões,
contentou-se em haver mostrado a toda a nação até onde chegava o seu poder e
adiou a execução de seus grandes desígnios e o gozo do efeito de suas
esperanças.
597. As coisas na Judéia chegaram a esse estado. César, que
tinha voltado a Roma, preparou-se para passar à África, a fim de combater
Cipião e Catão. Hircano enviou-lhe embaixadores para rogar que renovasse a
aliança. Creio dever relatar, a esse respeito, as honras que a nossa nação
recebeu dos imperadores romanos e os tratados de aliança feitos entre eles, a
fim de que todos saibam da estima e do afeto que os soberanos da Ásia e da
Europa tiveram por nós em razão de nosso valor e de nossa fidelidade.
Os historiadores persas e macedônios escreveram muitas
coisas que nos são muito honrosas — não somos os únicos a ter a própria história:
outros povos também as possuem. Porém, como a maior parte daqueles que nos
odeiam recusam-se a prestar-lhes fé, com o pretexto de que ninguém a conhece,
pelo menos não poderão contradizer os documentos emanados dos romanos,
publicados em todas as cidades e gravados em tábuas de cobre postas no
Capitólio. Júlio César quis também, pela inscrição que mandou colocar sobre uma
coluna de bronze, em Alexandria, dar testemunho do direito de burguesia que têm
os judeus nessa poderosa cidade. E acrescentarei a essas provas determinações
dos imperadores e decretos do senado concernentes a Hircano e a toda a nossa
nação.
"Caio Júlio César, imperador, sumo sacerdote e ditador,
pela segunda vez, aos governadores, ao senado e ao povo de Sidom, saudação.
Mandamo-vos a cópia da carta que escrevemos a Hircano, filho de Alexandre,
príncipe e sumo sacerdote dos judeus, a fim de que a façais traduzir para o
grego e para o latim nos vossos arquivos". Eis o que dizia essa carta:
"Júlio César, imperador, ditador pela segunda vez e
sumo sacerdote. Depois de reunidos em conselho, determinamos o que se segue.
Como Hircano, filho de Alexandre, judeu de nascimento, sempre nos deu provas de
seu afeto, tanto na paz como na guerra, como vários generais do exército no-lo
demonstraram, e por ter na última guerra de Alexandria levado por nossa ordem a
Mitridates mil e quinhentos soldados, não sendo em valor inferior aos outros,
queremos que ele e os seus descendentes sejam perpetuamente príncipes e sumos
sacerdotes dos judeus para exercer esses cargos segundo as leis e os costumes
de seu país, como também que sejam nossos aliados e amigos, e que desfrutem
todos os direitos e privilégios que pertencem ao sumo sacerdócio. E, se alguma
divergência surgir com relação à disciplina que se deve observar entre os de
sua nação, seja ele o juiz e não seja obrigado a dar quartéis de inverno aos
soldados nem a pagar qualquer tributo".
[Seguem-se outras cartas.]
"Caio César, cônsul, ordena que o principado dos judeus
fique para os filhos de Hircano, com o usufruto das terras que eles possuem e
que ele seja sempre príncipe e sumo sacerdote de sua nação e administre a
justiça. Queremos também que lhes sejam enviados embaixadores para firmar
amizade e aliança e que sejam colocadas no Capitólio e nos Templos de Tiro, de
Sidom e de Asquelom tábuas de cobre, onde todas essas coisas deverão ser
gravadas em caracteres romanos e gregos, e que esse ato seja comunicado a todos
os magistrados de todas as cidades, a fim de que todos saibam que consideramos
os judeus nossos amigos e desejamos que os seus embaixadores sejam bem
recebidos. A presente ata será mandada a toda parte".
"Caio César, imperador, ditador e cônsul. Determinamos,
quer por motivo de honra, de virtude e de amizade, quer para o bem e benefício
do senado e do povo romano, que Hircano, filho de Alexandre e seus filhos sejam
sumos sacerdotes de Jerusalém e da nação do judeus, usufruindo esse cargo com
os mesmos direitos e privilégios de que desfrutaram os seus
predecessores".
"Caio César, cônsul pela quinta vez. Ordenamos que seja
fortificada a cidade de Jerusalém; que Hircano, filho de Alexandre, sumo
sacerdote e príncipe dos judeus, governe segundo o que julgar mais conveniente;
que coisa alguma se diminuirá aos judeus no segundo ano da renda de seus tributos;
e que eles não serão inquietados e ficarão isentos dos impostos".
"Caio César, imperador pela segunda vez. Ordenamos que
os habitantes de Jerusalém paguem todos os anos um tributo, do qual a cidade de
Jope estará isenta, mas que no sétimo ano, a que eles chamam ano do sábado,
nada pagarão, porque nesses anos eles não semeiam nem cultivam a terra, nem
recolhem os frutos das árvores; que pagarão de dois em dois anos, em Sidom, o
tributo que consiste em um quarto das sementes e os dízimos a Hircano e seus
filhos, como pagaram os seus predecessores. Determinamos também que nenhum
governador, comandante de tropas ou embaixador poderá recrutar soldados ou
fazer imposição alguma nas terras dos judeus, quer quanto aos quartéis de
inverno, quer por qualquer outro pretexto, mas que eles sejam isentos de todas
as coisas e desfrutem pacificamente tudo o que conquistaram ou compraram.
Queremos ainda que a cidade de Jope, que eles possuíam ao fazer aliança com o
povo romano lhes pertença, e que Hircano e seus filhos usufruam os rendimentos
que dela provierem, tanto do que lhes pagam os lavradores quanto do direito de
ancoragem ou da alfândega das mercadorias que se transportam a Sidom, que
perfazem a cada ano vinte mil e seiscentos e setenta e cinco medidas, exceto no
sétimo ano, a que os judeus chamam ano de descanso, no qual eles não cultivam
nem colhem os frutos das árvores. Quanto às cidades que Hircano e seus
predecessores possuíam no Grande Campo, apraz ao senado que Hircano e os judeus
delas desfrutem da mesma maneira que antes. Ele quer também que as convenções
feitas em todos os tempos entre os judeus e os sacerdotes sejam observadas e
que eles usufruam todos os favores que lhes foram concedidos pelo senado e pelo
povo romano, o que terá lugar mesmo com relação a Lida. Quanto às terras e
outras coisas que os romanos haviam cedido aos reis da Síria e da Fenícia por
causa da aliança que havia entre eles, o senador ordena que Hircano, príncipe
dos judeus delas também desfrute e que, como ele, os seus filhos e os embaixadores
tenham o direito de sentar-se com os senadores para assistir aos combates de
gladiadores e outros espetáculos públicos. E ainda, quando tiverem alguma coisa
que pedir ao senado, o ditador ou o coronel da cavalaria os introduzirá e lhes
fará saber dentro de dez dias a resposta que se lhes tiver de dar".
"Caio César, imperador, ditador pela quarta vez, cônsul
pela quinta vez e declarado ditador perpétuo, falou deste modo quanto aos
direitos que pertencem a Hircano, filho de Alexandre, sumo sacerdote e príncipe
dos judeus: Os que antes governaram as nossas províncias, tendo prestado
valiosos testemunhos a Hircano, sumo sacerdote dos judeus e aos de sua nação,
de que o senado e o povo romano testemunharam o seu contentamento, é bem
razoável que disso conservemos a memória e procuremos que o senado e o povo
romano continuem a manifestar a Hircano, aos seus filhos e a toda a nação dos
judeus todo o seu afeto".
"Caio Júlio, ditador e cônsul, aos magistrados, ao
conselho e ao povo dos parianianos, saudação. Os judeus vieram de diversos
lugares procurar-nos em Delos e nos fizeram queixas, na presença de vossos
embaixadores, da proibição que lhes haveis feito de viver segundo as suas leis
e de fazer sacrifícios. Isso é exercer contra amigos e aliados nossos um rigor
que não podemos permitir, não sendo justo obrigá-los no que se refere à sua
disciplina e impedir-lhes de entregar o seu dinhei-ro, segundo o costume de sua
nação, em festins públicos e em sacrifícios, pois isso lhes é permitido na
própria cidade de Roma. E, pelo mesmo edito com que Caio César, cônsul, proibiu
as assembléias públicas nas cidades, ele excetuou os judeus. Assim, embora
proibamos essas assembléias, como ele o fez, permitimos aos judeus continuar as
suas, como eles fazem e fizeram em todos os tempos. Assim, se ordenastes alguma
coisa que fere os nossos amigos e aliados, é bem razoável que a revogueis em
consideração à sua virtude e afeição por nós".
Depois da morte de César, Antônio e Dolabela, que então eram
cônsules, reuniram o senado, fizeram lá entrar os embaixadores dos judeus e
apresentaram o que eles pediam. Foi-lhes concedido tudo, e renovou-se por um
decreto o tratado de confederação e de aliança. O próprio Dolabela, tendo
recebido cartas de Hircano, escreveu também para toda a Ásia, particularmente à
cidade de Éfeso, que era a principal.
Eis o que dizia a carta: "O imperador* Dolabela, aos
magistrados, ao conselho e ao povo de Éfeso, saudação. Alexandre, filho de
Teodoro, embaixador de Hircano, sumo sacerdote, príncipe dos judeus, nos disse
que os de sua nação não podem presentemente ir à guerra porque nos dias de
sábado as leis de seu país lhes proíbem usar armas, empreender viagem e até
mesmo cuidar do alimento. Eis por que, tencionando agir do mesmo modo como
agiram os nossos predecessores, em cuja dignidade estamos, nós os isentamos de
ir à guerra e permitimo-lhes viver segundo as suas leis e reunir-se como estão
habituados a fazer, segundo a sua religião o determina, a fim de se entregarem
às coisas santas e oferecerem sacrifícios. Entendemos que o comuniqueis a todas
as cidades de vossa província".
_____________________
* A palavra "imperador" era então um título de
honra que se dava aos generais que houvessem obtido alguma importante vitória
sobre os inimigos.
O cônsul Lúcio Lêntulo disse, opinando no senado, que os
judeus eram cidadãos romanos e viviam em Éfeso segundo as leis que a religião
deles prescrevia e que lá anunciara, do alto de seu tribunal, a dezoito de
setembro, que eles estavam isentos de ir à guerra.
Há vários decretos do senado e atos dos imperadores romanos
em favor de Hircano e de nossa nação e cartas escritas às cidades e aos
governadores das províncias relacionadas aos nossos privilégios. Os que os
lerem sem prevenção não terão dificuldade em lhes prestar fé. Assim, tendo
mostrado com provas tão claras e tão constantes a nossa amizade com o povo
romano, e sendo que as colunas e as tábuas de cobre que ainda hoje se vêem no
Capitólio são e serão sempre sinais indubitáveis disso, creio que nenhuma
pessoa sensata delas ainda queira duvidar. Ao contrário, estou certo de que se
julgará, pelo que acabo de dizer, da verdade das outras provas que eu ainda
poderia trazer, mas que suprimo como supérfluas, para não aborrecer o leitor.
598. Sobreveio nesse
mesmo tempo, pelo motivo que vou dizer, uma grande agitação na Síria. Basso,
que era do partido de Pompeu, mandou matar Sexto César à traição e apoderou-se
da província com tropas que comandava. Os do partido de César imediatamente
marcharam contra Basso, com todas as suas forças. Os arredores de Apaméia foram
teatro dessa guerra. Antipatro, para mostrar a sua gratidão pelos favores que
devia a César e vingar a morte deste, prestou-lhes socorro, sob o comando de
seu filho. Como essa guerra se prolongava, Marcos foi enviado para substituir
Sexto. César foi morto no senado por Cássio, por Bruto e por outros conjurados
após reinar três anos e meio, como se poderá ver mais particularmente em outras
histórias.
Que o Santo Espirito do Senhor, ilumine
o nosso entendimento
Não perca tempo, Indique esta maravilhosa
Leitura
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