Nos Sentimos Perdidos
pobres
a metade dos meus bens; e se nalguma cousa tenho
defraudado alguém, restituo quatro vezes
mais"
(Lucas 19.8)
Freqüentemente muitos se sentem
"perdidos", sem saber muito bem quem são, para que nasceram....
Isso
se deve a um não conhecimento de si mesmos, uma alienação existencial que faz
com que se questione se realmente vale a pena viver a vida que se vive...
Esta
alienação existencial leva o ser humano à busca do auto-conhecimento e,
conseqüentemente, do propósito da sua vida.
João
Calvino, o ‘reformador de Genebra’, escreveu: “(...) é evidente que o homem
jamais alcançará um conhecimento perfeito de si mesmo, a menos que
primeiramente vislumbre o rosto de Deus e daí desça para a contemplação de si
mesmo”.
O
conhecimento de nós mesmos, se não passa por Cristo, é sempre distorcido.
Uma
auto-análise nunca é isenta de equívocos, pois, ou há uma rejeição do ser,
julgando-se um fracassado, o que leva a um conformismo e acomodação com o seu destino,
ou, por outro lado, incorre-se no erro de supervalorizar o “eu”, julgando-se
melhor e mais forte dos que outros.
Daí advém o orgulho, o preconceito, a
vaidade...
Faz-se
necessário um "conhece-te a ti mesmo", que passa por Cristo.
Ele vai
dizer quem somos, vai mostrar nossas qualidades, mas também nossas fraquezas,
vai revelar nossas mazelas, nossos medos interiores, nossas incapacidades,
nossos limites, vai mostrar o porquê dos nossos impedimentos e recalques.
E não
adianta apresentar a Deus um falso "eu", pois Ele nos conhece muito
bem e sabe quem somos. Por isso mesmo, Jesus não olha para o "rótulo"
de ninguém. Seja rótulo de "santo" ou de "prostituta"...
Jesus é o Único capaz de olhar além das aparências.
E, ao nos confrontar com o
que de fato somos, nos leva a uma crise entre o que pensávamos que éramos e o
que Ele está agora nos revelando que somos.
Podemos
ver claramente essa "crise" acontecer em uma das mais fantásticas
conversões do Novo Testamento - a de Zaqueu. Um homem rico, ‘mal visto’ por
todos, cobrador de impostos (publicano),
sem amigos verdadeiros, e com um "rótulo" intragável para a
maioria das pessoas. Até havia um ditado na palestina nos dias de Jesus: ”Mais vale um cachorro morto do que um
publicano vivo”.
Mas
havia algo lá dentro dele que só Jesus conhecia e podia libertar. Jesus não
apenas sabia o seu nome ao olhar para o alto da árvore, mas Jesus conhecia o
seu potencial do que ele poderia "vir a ser". Se perguntássemos a
Zaqueu até aquele dia quem ele era, a resposta seria - "eu sou um rico miserável, não sou
feliz, sou um solitário, ninguém me ama...”.
Na
verdade há o que os outros pensam de nós; há o que nós pensamos sobre nós, e há
o que Jesus diz que somos.
Somente diante de Jesus Cristo somos perfeitamente
conhecidos.
Ele nos revela o que nós somos na realidade....
Havia
algo dentro de Zaqueu que precisava ser curado. Conversão é cura!
Cura das
mazelas, cura das feridas, cura do passado, cura da totalidade do ser.
Zaqueu
jamais poderia dizer o que disse ("dou metade dos meus bens aos pobres e
restituo quatro vezes mais a quem defraudei"), se não tivesse passado por
uma profunda conversão “do ser”.
Chama a atenção a alegria e o desprendimento
demonstrado por Zaqueu.
Quando sabemos o que somos em Cristo, não há espaço
para o medo, para a reserva, para as meias palavras.
Quem sabe o que é não tem
nada a esconder.
Esse
encontro do “nosso ser” com Cristo, liberta-nos da angústia causada pela
alienação pessoal, ao mesmo tempo em que nos traz a consciência do sentido da
nossa vida.
Isto significa a possibilidade de mudar o comportamento.... não
mais nos rejeitarmos... não mais nos conformarmos e acomodarmos... não mais
fugir da realidade.
No encontro pessoal com Cristo a “questão
do ser” encontra a resposta final!
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