O Principio do Amor
"Mulher, onde estão eles? Não ficou ninguém para te condenar?
Nem Eu
tampouco te condeno. Vai e não peques mais.” (Jesus Cristo)
Com estas palavras Jesus despediu uma mulher trazida até a Sua
presença por fariseus e mestres da lei no pátio do Templo.
Este encontro,
registrado no capítulo oito de João, é fonte de muitas lições sobre uma
espiritualidade fundamentada no Princípio do Amor, manifesto através de atos de
compreensão e misericórdia.
Quando a mulher chegou até a presença de Jesus, já estava
sentenciada e praticamente executada.
Os homens que a levaram àquela situação
queriam apenas usá-la para incriminar Jesus por Suas próprias palavras.
E como
Ele age?
Primeiro, ignora a chegada dos religiosos,
sempre tão
prestigiados pela população em geral.
É necessário que insistam muito para
que Jesus dirija-lhes a palavra.
É como se Ele estivesse dizendo que aquele
tipo de pessoa não lhe atraía
– hodiernamente, correspondem exatamente aos
representantes eclesiásticos que nós mais tememos e veneramos, aqueles que têm
o poder de arrastar e julgar os pecadores em praça pública
- Jesus parecia
estar mais interessado num desenho na areia.
Quando resolve quebrar o silêncio, dirige-se aos religiosos e diz:
"Quem de vocês estiver sem pecado, que seja o primeiro a atirar uma pedra
nesta mulher" (v. xx)
- E volta a escrever
no chão.
Estas palavras invertem as posições.
De algozes, os religiosos passam
a réus de suas próprias consciências, e começando pelos mais velhos até os mais
novos, todos, emudecidos, deixam o local.
A espiritualidade do amor é aquela
que nos faz soltar as pedras, que nos faz voltar para dentro de nós mesmos
tomados pela consciência de que também precisamos de perdão e restauração.
Num segundo momento lindíssimo desse texto, Jesus pergunta à mulher
onde estavam os seus acusadores, e se alguém a havia condenado.
Vemos nestas questões um ato terapêutico profundo. Jesus se dirige a
uma mulher que se sabia pecadora e pergunta-lhe onde estavam os puros que a
condenavam e a julgavam. Onde estavam os perfeitos que, diferentemente
dela, não cometiam pecados? A mulher responde que eles haviam-se ido embora sem
condená-la.
A resposta da pecadora era necessária no processo da cura. Era
necessário que ela dissesse com os seus próprios lábios: "Não, ninguém me
condenou", para ouvir, em seguida, de Jesus: "Nem Eu tampouco te condeno.
Vai e não peques mais".
É isso que o amor faz: dá novas oportunidades, estende a mão para
curar a alma, a ferida, revela a semelhança de todos os homens em sua
miserabilidade e carência da bendita e surpreendente misericórdia do Pai...
0 Comentários :
Postar um comentário
Deus abençoe seu Comentario