Antropologia - Teologia 03.38
Capítulo 5
A teoria da evolução,
também chamada evolucionismo, afirma que as espécies animais e vegetais
existentes na Terra não são imutáveis, mas sofrem ao longo das gerações uma
modificação gradual, que inclui a formação de raças e espécies novas.
Até o
século XVIII, o mundo ocidental aceitava a doutrina do criacionismo, segundo a
qual cada espécie, animal ou vegetal, tinha sido criado independentemente, por
ato divino.
O pesquisador
francês Jean-Baptiste Lamarck foi dos primeiros a negar esse postulado e a
propor um mecanismo pelo qual a evolução se teria verificado.
A partir da
observação de que fatores ambientais podem modificar certas características dos
indivíduos, Lamarck imaginou que tais modificações se transmitissem à prole: os
filhos das pessoas que normalmente tomam muito sol já nasceriam mais morenos do
que os filhos dos que não tomam sol. Chegava, mesmo, a admitir que era a
necessidade de adaptar-se ao ambiente que fazia surgir nova característica, a
qual, uma vez adquirida pelo indivíduo, se transmitiria a sua prole. Em
contraposição, a inutilidade de um órgão faria com que ele terminasse por
desaparecer.
A necessidade de
respirar na atmosfera teria feito aparecer pulmões nos peixes que começaram a
passar pequenos períodos fora d'água, o que teria permitido a seus descendentes
viver em terra mais tempo, fortalecendo os pulmões pelo exercício; as
brânquias, cada vez menos utilizadas pelos peixes pulmonados, terminaram por
desaparecer.
Assim, o mecanismo
de formação de uma nova espécie seria, em linhas gerais, o seguinte: alguns
indivíduos de uma espécie ancestral passavam a viver num ambiente diferente; o
novo ambiente criava necessidades que antes não existiam, as quais o organismo
satisfazia desenvolvendo novas características hereditárias; os portadores dessas
características passavam a formar uma nova espécie, diferente da primeira.
A doutrina de
Lamarck foi publicada em Philosophie zoologique (1809; Filosofia zoológica), e
teve, como principal mérito, suscitar debates e pesquisas num campo que, até
então, era domínio exclusivo da filosofia e da religião. Estudos posteriores
demonstraram que apenas o primeiro postulado do lamarckismo estava correto; de
fato, o ambiente provoca no indivíduo modificações adaptativas; mas os
caracteres assim adquiridos não se transmitem à prole.
Em 1859, Charles
Darwin publicou The Origin of Species (A origem das espécies), livro de grande
impacto no meio científico que pôs em evidência o papel da seleção natural no
mecanismo da evolução.
Darwin partiu da observação segundo a qual, dentro de
uma espécie, os indivíduos diferem uns dos outros.
Há, portanto, na luta pela
existência, uma competição entre indivíduos de capacidades diversas.
Os mais
bem adaptados são os que deixam maior número de descendentes.
Se a prole herda os
caracteres vantajosos, os indivíduos bem dotados vão predominando nas gerações
sucessivas, enquanto os tipos inferiores se vão extinguindo.
Assim, por efeito
da seleção natural, a espécie aperfeiçoa-se gradualmente.
Entretanto, o sentido
em que age a seleção natural é determinado pelo ambiente, pois um caráter que é
vantajoso num ambiente pode ser inconveniente em outro.
Os indivíduos que
têm o corpo recoberto por uma espessa camada de pêlos levam vantagem num clima
frio, mas estão menos adaptados a um clima quente.
Se uma espécie tem
indivíduos dos dois tipos (peludos e desprovidos de pêlos), a seleção natural
fará com que venham a predominar os primeiros nas regiões frias e os outros nas
regiões quentes.
Isso será o início da diferenciação de duas raças que,
tornando-se cada vez mais diferentes, acabarão por constituir espécies
distintas.
O darwinismo
estava fundamentalmente correto, mas teve de ser complementado e, em alguns
aspectos, corrigido pelos evolucionistas do século XX para que se transformasse
na sólida doutrina evolucionista de hoje.
As idéias de Darwin e seus
contemporâneos sobre a origem das diferenças individuais eram confusas ou
erradas.
Predominava o conceito lamarckista de que o ambiente faz surgir nos
indivíduos novos caracteres adaptativos, que se tornam hereditários.
Um dos primeiros a
abordar experimentalmente a questão foi o biólogo alemão August Weismann, ainda
no século XIX. Tendo cortado, por várias gerações, os rabos de camundongos que
usava como reprodutores, mostrou que nem por isso os descendentes passavam a
nascer com rabos menores.
Weismann estabeleceu também a distinção fundamental
entre células germinais e células
somáticas.
Nas espécies de
reprodução sexuada, todas as células de um indivíduo provêm da célula inicial
única que lhe deu origem.
No entanto, durante o desenvolvimento diferenciam-se
no corpo duas partes, com destinos biológicos diversos.
As células reprodutivas
(gametas) transmitem aos descendentes as características dos ancestrais.
As
células somáticas, que constituem o resto do corpo (soma), não passam à prole:
morrem com o indivíduo, o que explica por que as modificações produzidas no
soma pelo ambiente não passam à prole.
Complementando as
idéias de Weismann, em 1909 o geneticista dinamarquês Wilhelm Ludvig Johannsen
demonstrou que a variabilidade dos indivíduos dentro de uma espécie é, em
parte, produzida por diferenças nos genes que os indivíduos possuem e, em
parte, por influência do meio.
O fenótipo, ou aspecto do indivíduo resulta da
ação do genótipo, modificada por fatores ambientais.
Só o genótipo, ou conjunto
de genes, passa para a prole. Se o ambiente varia, o indivíduo passa a ter um
fenótipo diferente, sem que o genótipo se altere.
O caráter adquirido em
resultado da adaptação individual não passa, portanto, à prole.
As variações
hereditárias têm origem diferente.
Baseando-se em estudos feitos com a planta
denominada Oenothera lamarckiana, o botânico holandês Hugo de Vries elaborou em
1901 a
teoria das mutações.
De vez em quando, os genes sofrem modificações
espontâneas, não relacionadas com a influência do ambiente, e passam a
determinar novos caracteres hereditários.
Essas mutações quase nunca são
adaptativas; entretanto, pode acontecer, por acaso, que uma delas venha a ser
útil a seu portador, num determinado ambiente.
Nesse caso, tal indivíduo leva
vantagem na competição com os demais e tem maior probabilidade de deixar prole
numerosa, a qual herdará o gene mutado.
O novo caráter vai, aos poucos,
predominando, podendo mesmo vir a substituir o antigo numa população, dando
início a uma variedade que pode, por um mecanismo semelhante, transformar-se
numa espécie nova.
Os citologistas do
fim do século XIX tinham descrito o comportamento dos cromossomos durante a
mitose e a meiose.
Esses conhecimentos, combinados com as leis de Mendel,
mostravam claramente que os fatores hereditários antagônicos não se fundem no
híbrido, de modo que os caracteres surgidos por mutação, ainda que muito raros,
não se diluem por efeito dos cruzamentos que se processam ao longo das gerações
subseqüentes, como pensava Darwin.
Se o gene que
sofreu mutação determina um caráter inconveniente, será eliminado por seleção
natural; mas se, por acaso, a mutação é benéfica, a freqüência do gene
correspondente aumentará nas gerações sucessivas, e o gene não perderá suas
características por coexistir com seus alelos nos indivíduos híbridos.
Outra fonte de
variação hereditária, ao lado das mutações, é a recombinação entre os genes. O
estudo da meiose e da segregação mendeliana mostrou que, ao passar de uma
geração para a seguinte, os genes são, por três vezes, reagrupados ao
acaso.
Na metáfase, os cromossomos homólogos se separam e vão formar, nos gametas, conjuntos haplóides em que figuram cromossomos maternos e paternos em qualquer proporção.
Finalmente, na fecundação, os cromossomos assim reorganizados vão-se juntar com os provenientes de um outro indivíduo.
O número de genótipos diferentes que podem surgir em conseqüência da recombinação de genes é extraordinariamente grande.
Que o Santo Espirito do Senhor, ilumine o nosso entendimento
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