Neste ponto
precisamos fazer uma distinção.
A infalibilidade (ou a isenção de todo erro) só
se reivindica necessariamente para os manuscritos originais (os autógrafos) dos
livros bíblicos.
Forçosamente, eram isentos de todo e qualquer erro, se não,
não poderiam ter sido inspirados por Deus, o Deus da verdade, pois n'Ele não há
treva nenhuma.
Deus nunca poderia ter inspirado um autor humano das Escrituras
escrever algo errado ou falso.
Mas, que se pode
dizer do texto da Bíblia, conforme o possuímos agora? Será que o texto é
necessariamente livre de todos os erros, de qualquer tipo? Não quando se trata
de erros de copistas, pois realmente descobrimos discrepâncias entre as cópias
manuscritas que têm entre aquelas que datam dos primeiros séculos.
Alguns erros
de pena decerto se introduziram nas primeiras cópias feitas dos manuscritos
originais, e erros adicionais típicos da transmissão do texto conseguiram
entrar nas cópias das cópias.
É quase inevitável que isto tenha sido o caso.
Não há nenhum homem que pode sentar-se e copiar o texto de um livro inteiro sem
surgir algum erro de algum tipo. (Quem duvida desta declaração, pode fazer a
experiência!).
Seria nada menos do que um milagre, garantir a infalibilidade da
cópia de um manuscrito original.
Aceitando-se o fato que erros se infiltram em
nossos textos conforme os temos em mãos, como podem servir como meio certeiro
de desvendar a vontade de Deus? Será que não voltamos ao problema dos livros
que contêm uma mistura de verdade e de erro? De modo nenhum, pois há uma grande
diferença entre um documento que era errado desde o princípio, e um documento
que começou correto mas que depois foi erroneamente copiado.
Qualquer pessoa
pode ler uma carta de um amigo ou parente, e achar nele errinhos comuns como
“em” no lugar de “um”, “por” no lugar de “para”, e pode, por meio de um
processo simples de correção à luz do contexto, facilmente chegar ao verdadeiro
sentido daquilo que o autor queria dizer.
Só se os erros que entraram no texto
são tão sérios que pervertem totalmente o sentido, é que a mensagem desvia-se
da verdade.
Mas se a carta chegou da parte de um correspondente, que estava
confuso, errado ou desejando iludir, então os erros e as falsas informações que
contém seriam irremediáveis, e o leitor seria prejudicado por ela.
Isto levanta a
questão da fidelidade da transmissão do texto bíblico.
Há numerosos tipos de
erros de manuscrito que o crítico textual pode descobrir nos manuscritos antigos
do Antigo Testamento. (Estes serão discutidos no capítulo quatro).
Eles são de
natureza tão séria que corrompem a própria mensagem, impossibilitando-a de
transmitir o verdadeiro significado? Se são, então o propósito de Deus foi
frustrado: não conseguiu transmitir Sua revelação de tal maneira que pessoas de
gerações posteriores pudessem compreendê-la corretamente.
Se não exerceu Sua
influência restritiva sobre os escribas que escreveram as cópias normativas e
autorativas das Escrituras, então corromperam e falsificaram a mensagem.
Se a
mensagem foi falsificada, o propósito inteiro de doar humanidade uma revelação
escrita deu em nada, pois Escrituras assim corrompidas seriam uma mera mistura
de verdade e de erro, necessariamente sujeitas a julgamentos humanos (quando,
de fato, devem julgar o homem).
Temos alguma
evidência objetiva que Deus não tenha permitido que os erros da transmissão do
texto tenham corrompido e pervertido sua revelação? Sim, temos, pois um estudo
cuidadoso das variações (ou leituras diferentes) dos vários manuscritos mais
antigos, revela que nenhuma delas afeta uma única doutrina das Escrituras.
O
sistema de verdades espirituais, contido no texto geralmente aceito do antigo
Testamento em hebraico, não se altera nem se compromete por nenhuma das
variações que têm sido achadas nos manuscritos hebraicos de data mais antiga
que foram descobertos nas cavernas do Mar Morto ou em outros lugares.
Para
averiguar isto, basta examinar o registro das variações bem atestadas que
constam na edição de Rudolfo Kittel da Bíblia hebraica.
É muito evidente que a
vasta maioria delas são tão insignificantes que o sentido da doutrina de cada
frase não sofreu qualquer efeito.
Deve ser claramente entendido que neste respeito o
Antigo Testamento é diferente de qualquer outra obra literária antes da era
cristã sobre as quais temos notícia.
É verdade que normalmente não possuímos
tantos manuscritos diferentes de produções pagãs, vindos de épocas tão
separadas no tempo, como é o caso do Antigo Testamento.
Mas quando temos muitos
manuscritos, como é o caso do Livro dos Mortos, do Egito, então as variações
são de natureza mais extensiva e séria.
Diferenças bem marcantes aparecem, por
exemplo, entre o capítulo 15 no Papiro de Ani, escrito durante a 18ª Dinastia,
e o Papiro de Turino, da 26ª Dinastia ou posteriormente.
Cláusulas inteiras são
inseridas ou omitidas, e o sentido, em colunas correspondentes do texto, em
certos casos é inteiramente diferente. Se não houvesse a superintendência
divina da transmissão do texto hebraico, não há nenhum motivo específico de não
haver semelhantes discrepâncias e mudanças entre os manuscritos hebraicos que
têm séculos de diferença entre eles.
Posto que as duas cópias de Isaías
descobertas na Cayerna N° 1 de Qumran, perto do Mar Morto, em 1947 eram mil
anos mais antigas do que o mais antigo manuscrito datado, previamente conhecido
(980 d.C.), foi constatado que eram idênticos, palavra por palavra, à nossa
conhecida Bíblia hebraica, em mais do que 95% do texto.
As variações, em 5%, consistem
mormente de óbvios erros de pena e variações na ortografia.
Mesmo aqueles
fragmentos de Deuteronômio e de Samuel achados perto do Mar Morto, que apontam
para uma outra família de manuscritos do que aquela que subjaz nosso texto
hebraico aceito, não indicam qualquer diferença em doutrina ou em ensinamentos.
Que o Santo Espirito do Senhor, ilumine o nosso entendimento
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