Deve-se entender
desde o princípio que a apologética necessariamente envolve o investigador na
filosofia, formal e erudita, ou popular e individualista.
Assim é que, quando
alguém começa a apresentar um argumento baseado em raciocínio, já está falando
como um filósofo, quer queira quer não queira.
Tertuliano conhecia a filosofia,
e usava argumentos filosóficos contra os filósofos incrédulos.
Portanto, ele
era um filósofo que argumentava contra a filosofia.
Porém, se descrevermos
pontos de vista históricos relativos à apologética, para todos os propósitos
práticos isso equivalerá a descrever aquilo que vários pais da Igreja e
cristãos posteriores pensavam sobre a filosofia.
Quanto mais uma pessoa
distanciar-se da filosofia, menos valor dará à apologética, como uma atividade
legitima para os cristãos.
1) Tertuliano.
Supunha que a filosofia é produto da mente pagã, e conseqüentemente, inútil
para defender a fé cristã. Isso equivale a ignorar: a) a base bíblica da
apologética; e b) que não há razão pela qual não possa haver uma atividade
filosófica cristã. Se a razão vem da parte de Deus, e se alguém a usa de
maneira sistemática, já estará agindo como um filósofo, utilizando-se de um dom
divinamente outorgado. Podemos evitar os abusos. Houve pais latinos, como
Arnóbio, Lactâncio e outros que seguiram a idéia de Tertuliano.
2) Os pais
alexandrinos. Clemente, Orígenes etc. Proposital e habilidosamente eles usavam
filosofia platônica e estóica para dar à fé cristã uma expressão filosófica. A
filosofia pode aguçar os conceitos teológicos. Qualquer pessoa que tenha
estudado Filosofia pode usá-la para definir, aclarar e aprimorar seus
conhecimentos teológicos. Um teólogo que tenha estudado filosofia pode
tornar-se um melhor teólogo. Podemos evitar os abusos.
3) Agostinho
ensinava que a filosofia é uma criada útil que pode ser empregada em favor da
fé religiosa, esclarecendo-a e defendendo-a.
4) Tomás de Aquino
foi um apologeta refinado. Sua obra Suma contra Gentiles defendeu a fé cristã
contra a maneira materialista e não-espiritual como certos filósofos árabes
(como Averróis), utilizavam a filosofia de Aristóteles. A apologética de Tomás
de Aquino foi tão bem-sucedida que se transformou em uma força dominante
durante séculos, na Igreja ocidental.
5) Os ataques
desfechados por deístas e racionalistas contra a fé cristã produziram apologetas
modernos como o bispo Joseph Butler, da Igreja anglicana. Sua famosa obra,
Analogia da Religião, é urna obra apologética.
6) Karl Barth e
sua escola (início e meados do século XX) tomaram uma posição negativa em
relação à apologética, argumentando que tal atividade reflete uma espécie de
“falta de fé”, porquanto a fé não requereria defesa, por não estar alicerçada
sobre a razão humana e a filosofia. Porém, ao expressar-se assim, Barth fazia a
apologia de seu ponto de vista particular do conhecimento e da fé. Muitas
pessoas, outrossim, não tinham certeza se a fé de Barth era adequada, ou
representasse qualquer acúmulo considerável de verdade, pelo que se tornou
necessária toda a forma de atividade apologética para esclarecer as coisas.
7) Rudolf Bultmann
resolveu redefinir a kerigma (pregação) do Novo Testamento, erigindo uma
apologética elaborada a fim de levar avante o seu propósito. Alguns pensam que
ele chegou a ponto de querer satisfazer todas as categorias do pensamento
moderno, assim debilitando a mensagem que vem mediante a revelação, ao admitir
dúvidas demais e ao promover revisões evidentemente desnecessárias.
Quando a Igreja enfrenta os ataques dos ateus, dos
agnósticas, dos empiristas radicais, dos positivistas, dos relativistas, então
torna-se mister que a apologética continue sendo considerada um ramo da
teologia cristã.
Nunca é bastante dizer “fé somente”, porque a própria fé é
definida por uma atividade apologética, consciente ou inconscientemente.
Que o Santo Espirito do Senhor, ilumine o nosso entendimento
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