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9 de agosto de 2013

Apologética - Teologia 04.52 - Objeções Históricas Contra sua Autenticidade

Apologética - Teologia 04.52


2.6.1. Objeções Históricas Contra sua Autenticidade

Para apoiar esta teoria do caráter quase-histórico, ou mesmo alegórico do Livro de Jonas, levantam-se pelo menos quatro objeções contra a credibilidade da narrativa bíblica aqui registrada. 
Cada objeção será estudada aqui pela ordem, com as fraquezas específicas do argumento, devidamente indicadas. 

1) Tem sido dito que era inconcebível que um rei da Assíria pudesse ter sido chamado “rei de Nínive” apenas, por um autor hebraico vivendo no período assírio. 
Só um escritor que vivia numa época bem posterior, muito depois do desaparecimento da Assíria, teria empregado tal terminologia. 
Mas esta maneira de tratar o uso que Jonas fez do título “rei de Nínive” dificilmente pode ser considerada satisfatória. 
Nenhum autor antigo que se tenha referido a Nínive em qualquer registro que sobreviveu até nós (em acadiano, hebraico, grego ou latim) parece ter ignorado ser Nínive capital do império assírio. 
Seria uma atitude simplória querer crer que um autor, vivendo no ano 430 a.C., supusesse que o rei de Nínive não fosse também o rei da Assíria. 
Certamente os autores gregos, tais como Heródoto no quinto século e Xenofonte no quarto século, conheciam bem o império assírio, e Heródoto, pelo menos, sabia que Nínive era sua capital. 
Devemos, portanto, procurar outra explicação deste título “rei de Nínive” no terceiro capítulo de Jonas. 
A linguagem hebraica bem atestada nos Livros históricos do Antigo Testamento oferece boas analogias para este título. 
Por exemplo, embora seja declarado que Acabe era rei de Israel (do Reino do Norte inteiro, portanto), ocasionalmente é chamado “rei de Samaria” (1 Reis 21.1), sendo que Samaria era a capital do reino. Da mesma forma,
Bem-Hadade era bem conhecido como rei da Síria, para o autor das Crônicas (Aram), mas nem por isso deixou de chamá-lo “rei de Damasco” em certas ocasiões (2 Cr 24.23). Mais uma vez, o nome da cidade capital foi empregado no título real. 
A expressão de Jonas, “rei de Nínive” é uma maneira paralela de se escrever, conforme os exemplos supra. 

2) Insiste-se, também, que Nínive é descrita com o verbo no passado (hãyetah - “era”), em 3.3. Isto indicaria, decerto, que a cidade não existia mais; senão, o autor teria dito, “E Nínive estava sendo (tihyeh) uma cidade grande”. Reconhece-se que o autor poderia ter mencionado o tamanho da cidade com o verbo no imperfeito (tihyeh) se quisesse; mas evidentemente seu propósito especial naquela altura da narrativa era enfatizar o fato que Nínive já se tinha transformado numa cidade de grandes proporções (e provavelmente estava maior ainda na data da composição do Livro, ou seja, em 760 a.C.) A única maneira de se exprimir este pensamento “viera a ser”, era por meio do tempo perfeito, hãyetah. 

3) O tamanho enorme atribuído a Nínive seria obviamente um elemento fabuloso na narrativa. 
O autor declara que levou três dias para atravessar a cidade, por causa das suas vastas dimensões (3.3, 4). Mas deve ser notado que o texto não diz realmente que Jonas levou três dias a percorrer Nínive sem parar. 
Só declara que levou três dias ao passar por ela na sua missão de pregador. 
Pregar nas esquinas das ruas exige uma parada de certo tempo em cada lugar onde se prega a mensagem. 
Três dias realmente não seriam um período longo demais para completar esta tarefa numa cidade que pode ter contido até 600.000 habitantes (a julgar pelo número de 120.000 crianças sugerido em Jonas 4.11) no oitavo século. 
Acrescenta-se a população dos subúrbios, que naturalmente pode ter sido considerável. 
A distância toda através do distrito administrativo de Nínive era de 50 a 100 km? Pelo contexto, é justo supor-se que a frase “caminho dum dia” (mahalak yõm ’ehãd) se referisse àquela parte da metrópole que conseguiu cobrir enquanto fazia uma pausa para pregar em cada ponto vantajoso donde poderia atrair a atenção do povo. 

4) Declara-se ser inconcebível que qualquer cidade pagã como Nínive pudesse ter-se arrependido tão rapidamente e de maneira tão geral em resposta à exortação dum estrangeiro desconhecido vindo dum país pequeno e distante. 
O decreto do rei de que todos os habitantes devessem vestir-se de pano de saco, vestindo até os animais com os símbolos de luto, seria nada menos do que absurdo. 
Isto, também, deve ser considerado como elemento de fábula. 
Precisa ser reconhecido, porém, que tal resposta da parte duma população pagã era nada menos do que milagre, mas a narrativa explica com clareza que a vontade e o poder do Deus onipotente estavam por trás de todo o acontecimento. 
Não teria havido muita razão de ser, a insistência de Deus que Jonas fosse a Nínive se Ele mesmo não estivesse disposto a tornar eficaz a pregação do profeta. 
Quem pode definir limites ao poder do Espírito Santo em convencer pessoas quando Sua verdade está sendo pregada? Se os ninivitas tivessem ficado apreensivos com uma destruição geral que envolveria a cidade inteira, inclusive os animais domésticos, e não somente os habitantes humanos, não seria mais apropriado, do ponto de vista deles, revestir os próprios animais com tais símbolos de contrição? 

Além de tais considerações teóricas, há também algumas evidências históricas que durante o ministério de Jonas, havia épocas durante as quais teria ele achado uma atmosfera muito favorável às suas mensagens monoteísticas. 
É provável que o rei de Nínive e de Assíria naquela época fosse Adade-Nirari III (810-783 a.C.). 
É sabido que este rei confinou sua adoração ao deus Nebo exclusivamente, tendo avançado mais na direção da monolatria do que quaisquer outro ocupante do trono da Assina. 
Em segundo lugar, Steinmueller (CSS, Vol. II, p. 289) sugeriu que se Jonas tivesse chegado em Nínive um pouco mais tarde, durante o reinado de Assurdã III (771-754), teria achado a população psicologicamente disposta a aguardar uma catástrofe total, porque uma praga severa sobreveio à cidade em 765, e tinha havido um eclipse total do sol em 15 de junho de 763. Seguiu-se outra praga em 759.


Que o Santo Espirito do Senhor, ilumine o nosso entendimento
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