Quatro Princípios Fundamentais
1. Deus é soberano absoluto do seu universo Part 1
O título acima expressa um dos ensinamentos mais relevantes das Escrituras para o tema desse ensaio. Um soberano é alguém que está revestido da autoridade suprema, que governa com absoluto poderio, que exerce um poder supremo sem restrição nem neutralização. Quando dizemos que Deus é soberano, significa que ele tem poder ilimitado para fazer o que quiser com o mundo e as criaturas que criou, e que nenhuma delas pode, ao final, frustrar seus planos. Podemos fazer algumas afirmações quanto a essa doutrina.
A
soberania absoluta de Deus sobre sua criação percebe-se claramente nas
Escrituras. No Pentateuco Deus revela-se como o Criador do mundo visível e
invisível, e da raça humana. Ele é o Libertador dos seus e o Legislador que
soberanamente passa leis que refletem sua santidade e exigem obediência plena
de suas criaturas. Ele exerce total controle sobre a natureza que criou,
intervindo em suas leis naturais, suspendendo-as (milagres). Assim, em
contraste com os deuses das nações, ele é o supremo soberano do universo, acima
de todos os deuses, que os julga e castiga, bem como aos que os adoram. Nos
livros Históricos, lemos como Deus cumpre soberanamente suas promessas feitas a
Abraão de dar uma terra aos seus descendentes, introduzindo-os e
estabelecendo-os em Canaã, e ali mantendo-os até que os expulsasse por causa da
desobediência deles. Os Salmos e os Profetas celebram a soberania de Deus sobre
sua criação e sobre seu povo. É ele quem reina acima das nações e de seus
deuses falsos, quem controla o curso desse mundo. Nele seu povo sempre pode
confiar e depender.
O
mesmo reconhecimento encontramos nas Escrituras do Novo Testamento. Na
plenitude dos tempos Deus envia soberanamente seu filho, e dá testemunho dele
através de milagres poderosos, ressuscitando-o de entre os mortos. Esses
eventos, bem como os que se seguiram na vida dos apóstolos e da Igreja nascente,
ocorreram como o cumprimento da vontade de Deus. Esse ponto vemos claramente
nos Evangelhos e no livro de Atos: a morte e a ressurreição de Jesus (At 2.23),
bem como a oposição contra a Igreja (At 4.27-29) são simplesmente o cumprimento
da soberana vontade divina, acontecendo como cumprimento das Escrituras. Para
os apóstolos, "as profecias feitas no Antigo Testamento governavam o
decurso da história da Igreja". Assim, o derramamento do Espírito
(2.17-21), a missão aos gentios (13.47), a entrada dos gentios na Igreja
(15.16-18), a rejeição de Cristo por parte dos judeus (28.25-27)
–
todos esses eventos e outros mais são vistos pelos autores do Novo Testamento
como atos redentores de Deus na história. No livro de Atos encontramos
claramente o conceito de que a vida da Igreja foi dirigida por Deus. A cada
etapa do progresso missionários, Deus intervém para guiá-la, através da atuação
do Espírito (At 13.2; 15.28; 16.16), anjos (At 5.19-20; 8.26; 27.23), profetas
(At 11.28; 20.11-12), e às vezes o próprio Senhor (At 18.9; 23.11). A presença
dos sinais e prodígios realizados em nome de Jesus através dos apóstolos e de
pessoas associadas aos apóstolos (At 3.16; 14.3; 19.11) atestava que era o
próprio Deus que levava avante a história da Igreja (15.4).
A
soberania de Deus é ensinada no conceito de Reino de Deus. Mas, é o conceito
bíblico do Reino de Deus que melhor expressa a soberania de Deus sobre o
universo que formou. Tal conceito está presente em toda a Bíblia e mesmo
estudiosos renomados têm insistido em que é o conceito central das Escrituras,
do qual se derivam todos os demais. Para colocá-lo de maneira simples e
sucinta, significa o domínio supremo de Deus sobre suas criaturas, mesmo as que
se encontram em estado de rebelião aberta contra ele; embora na época presente
Deus permita que essa rebelião permaneça, já tem determinado o dia em que será
conquistada e quando então reinará tendo tudo
e
todos sujeitos debaixo do domínio de seu Filho (1 Co 15.23-28). O domínio de
Deus se estende no presente sobre as ações e vidas de suas criaturas, sem que
isso represente uma intrusão na liberdade delas em escolher e decidir
moralmente. Ao final, porém, a vontade do Rei prevalecerá sobre todas elas, sem
que nenhuma delas possa acusá-lo de determinista.
A
Igreja sempre reconheceu o ensino bíblico sobre esse ponto. Os autores da
Confissão de Fé de Westminster exprimiram o conceito da soberania de Deus de
forma muito adequada. Eles escreveram que existe apenas um Deus vivo e
verdadeiro,
que é um espírito puríssimo, infinito em seu ser e em seus atributos,
invisível, imutável, amoroso, misericordioso, gracioso, paciente, imenso,
incompreensível, Todo-Poderoso, santíssimo, livre e totalmente absoluto,
fazendo todas as coisas de acordo com sua santíssima vontade e de acordo com o
seu querer justo e imutável (Capítulo 2, § 1). Eles ainda acrescentaram que
Deus possui em si mesmo toda vida, glória, bem-aventurança, e que é suficiente
em si mesmo, e que não precisa de nenhuma das criaturas que fez, que ele exerce
o mais soberano domínio sobre elas, para através delas, para elas e sobre elas,
fazer o que lhe agradar. A ele é devido, da parte de anjos e homens, ou
qualquer outra criatura, a adoração, o serviço e a obediência que ele assim
requerer (Capítulo 2, § 2). Uma das evidências bíblicas que citam é que foi do
agrado desse Deus soberano escolher os que quis para salvação, e destinar os
rebeldes para o castigo eterno (Capítulo 3, § 7; cf. Mt 11.25,26; Rm
9.17,18,21,22; 2 Tm 2.19,20; Jd 4; 1 Pe 2.8).
A
tradição reformada – seguindo o ensino de Agostinho – entende o ensino bíblico
sobre a soberania de Deus em termos absolutos. Agostinho considerava
que
os planos de Deus não podiam ser obliterados, nem sua vontade obstruída
ao
final. Calvino, similarmente, concebia a soberania de Deus como o poder
determinante do universo (ao mesmo tempo em que insistia que a responsabilidade
dos seres morais não era aniquilada). Veja, por exemplo, o que ele escreveu nas
Institutas, no capítulo "O Resumo da Vida Cristã":
Veja Tambem:
Quatro Princípios Fundamentais
Que o Santo Espirito do Senhor, ilumine o nosso entendimento
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