1. Deus é soberano absoluto do seu universo Part 2
Nós não somos de nós mesmos, nós somos de Deus. Para ele, então, vivamos ou morramos. Nós somos de Deus. Para ele, então, dirijamos cada parte de nossas vidas. Nós não somos de nós mesmos; então, até onde possível, esqueçamo-nos de nós mesmos e das coisas que são nossas. Nós somos de Deus; então, vivamos e morramos para ele (Rm 14.8) e deixemos a sua sabedoria presidir todas nossas ações.(6)
Não
quero com isso dizer que outras linhas teológicas não reconheçam o ensino
bíblico sobre a soberania de Deus. Na verdade, creio que teólogos em geral, de
qualquer orientação doutrinária, estão prontos a reconhecer o ensino bíblico
sobre esse assunto. Apenas destaco que, na minha opinião, foram os reformadores
e os puritanos que mais coerentemente entenderam e enfatizaram a soberania de
Deus sem com isso detrair da responsabilidade das criaturas moralmente
responsáveis, como os homens e os anjos, bons e maus, e Satanás, entre esses
últimos.
O
próprio Satanás está debaixo da soberania divina. Embora não esteja muito claro
na Bíblia, a Igreja cristã sempre entendeu que Satanás foi originalmente um dos
anjos criados por Deus, talvez um querubim de grande beleza e poder, que
desviou-se do seu estado original de pureza e motivado pela vaidade e pela
soberba, rebelou-se contra Deus, desejando ele mesmo ocupar o lugar da
divindade (Isaías 14 e Ezequiel 28). Punido por Deus com a destruição eterna, o
anjo rebelde tem entretanto a permissão divina para agir por um tempo na
humanidade, a qual, através de seu representante Adão, acabou por seguir o
mesmo caminho do querubim soberbo. Pela permissão divina, Satanás e os demais
anjos que aliciou dos exércitos celestiais, cumprem nesse mundo propósitos
misteriosos, que pertencem a Deus apenas. Alguns deles transparecem das
Escrituras, que é o de servir como teste para os filhos de Deus e agente de
punição contra os homens rebeldes.
O
ensino bíblico é claro. Satanás, mesmo sendo um ser moral responsável e retendo
ainda poderes inerentes aos anjos, nada mais é que uma das criaturas de Deus, e
portanto, infinitamente inferior a ele em glória, poder e domínio. Mesmo que a
Bíblia fale do reino de Satanás e de seu domínio nesse mundo (Ef 6.12; Lc 4.6;
Jo 14.30) e advirta os crentes a que estejam alertas contra suas ciladas (Ef
6.11; 1 Pe 5.8; Tg 4.7), jamais lhe atribui um poder independente de Deus, ou
liberdade plena para cumprir planos próprios, ou capacidade para frustrar os
desígnios do Senhor.
Assim,
a Bíblia nos ensina que Satanás não pode atacar os filhos de Deus sem
a
permissão dele. Foi somente assim que pode atacar o fiel Jó (Jó 1.6-12; 2.1-7),
incitar Davi a contar o número dos israelitas (1 Cr 21.1 com 2 Sm 24.1) e
peneirar Pedro e demais discípulos (Lc 22.31-32). Os crentes têm a promessa
divina de que ele só permitirá a tentação prosseguir até o limite individual de
cada um (1 Co 10.13), o que só faz sentido se o Senhor tiver pleno controle
sobre a atividade satânica. Os autores bíblicos não viam esse controle do Deus
santo e puro sobre a atividade satânica como uma insinuação potencial de que
Deus era o autor do mal ou mesmo pactuasse com ele. Num universo em estado de
rebelião contra o seu santo e soberano criador, onde habitavam seres morais
responsáveis, decaídos espiritual e moralmente, era perfeitamente concebível
que Deus, em seu plano de redenção, interagisse com homens e anjos decaídos,
usando-os conforme seu querer soberano. Em nossos dias, percebe-se claramente
que a doutrina da soberania de Deus, como entendida pelos reformados, não é muito
popular. Algumas dificuldades têm sido levantadas contra ela.
Homens
e anjos podem frustrar os planos de Deus. Essa estranha idéia predomina em
alguns arraiais evangélicos. Um exemplo é o artigo escrito por Marrs, onde
afirma que as pessoas estão sempre arruinando o bom plano de Deus, e que Deus
sempre está pronto para começar outra vez. Estou bem consciente de que a
doutrina de que há um Deus que reina supremo não é recebida favoravelmente
entre os incrédulos. O salmista menciona que os príncipes desse mundo se uniram
para tomar conselho contra Deus e seu Ungido (Sl 2.2-3). Nietzsche anunciou a
morte de Deus, e os secularistas e ateus resolveram ignorar Deus como uma
realidade. Essa resistência está presente até mesmo entre cristãos. Para alguns
deles, Deus é um ser divino afável, como eles mesmos. Devemos reconhecer que
até mesmo os crentes mais fiéis lutam com o conceito da plena soberania de Deus
quando estão passando por sofrimentos. Contudo, o conceito bíblico da soberania
do Senhor Deus permanece claramente expressa nas Escrituras. Não há uma
determinação última de Deus quanto ao universo. Teólogos famosos como Clark
Pinnock têm defendido em nossos dias uma compreensão mais "moderada"
da soberania de Deus do que a compreensão de Agostinho e de Calvino. Pinnock
afirma que um controle soberano da parte de Deus nega a habilidade e a
liberdade das pessoas em escolher obedecer a Deus ou voltar-se contra seu
propósito. Ele sugere que Deus criou o mundo com uma certa medida de
autodeterminação, e que governa um mundo livre e dinâmico, onde não há nada
determinado de forma fixa ou definitiva. A soberania de Deus, ele sugere, é
algo aberto e flexível. Pinnock tem recebido muitas críticas de teólogos
reformados hoje. Sua idéia de soberania de Deus não faz justiça ao ensino da
Bíblia acerca do reino de Deus nesse mundo.
A
soberania de Deus o torna autor do pecado e do mal. Muitas pessoas não
conseguem entender como Deus pode ser soberano e ao mesmo tempo permitir que o
mal impere. James Long, preocupado com essa questão, escreveu:
Veja Tambem:
Quatro Princípios Fundamentais
Que o Santo Espirito do Senhor, ilumine o nosso entendimento
Não perca tempo, Indique esta maravilhosa Leitura
Custo:O Leitor não paga Nada,
Você APENAS DIVULGA
E COMPARTILHA
0 Comentários :
Postar um comentário
Deus abençoe seu Comentario