Inerrância
significa que a verdade é transmitida em palavras que, entendidas no sentido em
que foram empregadas, entendidas no sentido que realmente se destinavam a ter,
não expressam erro algum.
A
inspiração garante a inerrância da Bíblia. Inerrância não significa que os
escritores não tinham faltas na vida, mas que foram preservados de erros os
seus ensinos. Eles podem ter tido concepções errôneas acerca de muitas coisas,
mas não as ensinaram; por exemplo, quanto à terra, às estrelas, às leis
naturais, à geografia, à vida política e social etc.
Também
não significa que não se possa interpretar erroneamente o texto ou que ele não
possa ser mal compreendido.
A
inerrância não nega a flexibilidade da linguagem como veículo de comunicação. É
muitas vezes difícil transmitir com exatidão um pensamento por causa desta
flexibilidade de linguagem ou por causa de possível variação no sentido das
palavras.
A
Bíblia vem de Deus. Será que Deus nos deu um livro de instrução religiosa
repleto de erros? Se ele possui erros sob a forma de uma pretensa revelação,
perpetua os erros e as trevas que professa remover. Pode-se admitir que um Deus
Santo adicione a sanção do seu nome a algo que não seja a expressão exata da
verdade?.
Diz-se
que a Bíblia é parcialmente verdadeira e parcialmente falsa. Se é parcialmente
falsa, como se explica que Deus tenha posto o seu selo sobre toda ela? Se ela é
parcialmente verdadeira e parcialmente falsa, então a vida e a morte estão a
depender de um processo de separação entre o certo e o errado, que o homem não
pode realizar.
Cristo
declara que a incredulidade é ofensa digna de castigo. Isto implica na
veracidade daquilo que tem de ser crido, porque Deus não pode castigar o homem
por descrer no que não é verdadeiro (Sl.119:140,142; Mt.5:18; Jo.10:35;
Jo.17:17). Aqueles que negam a infalibilidade da Bíblia, geralmente estão
prontos a confiar na falibilidade de suas próprias opiniões. Como exemplo de
opinião falível encontramos aqueles que atribuem erro à passagem de IRs.7:23
onde lemos que o mar de fundição tinha dez côvados de diâmetro de uma borda até
a outra, ao passo que um cordão de trinta côvados o cingia em redor. Sendo assim,
tem-se dito que a Bíblia faz o valor do Pi ser 3 em vez de 3,1416. Mas uma vez
que não sabemos se a linha em redor era na extremidade da borda ou debaixo da
mesma, como parece sugerir o versículo seguinte (v.24) não podemos chegar a uma
conclusão definitiva, e devemos ser cautelosos ao atribuir erro ao escritor.
Outro
exemplo utilizado para contrariar a inerrância da Bíblia, encontra-se em
ICo.10:8 onde lemos que 23.000 homens morreram no deserto, enquanto que Nm.25:9
diz que morreram 24.000. Acontece que em Números nós temos o número total dos
mortos, ao passo que em I aos Coríntios nós temos o número parcial que somado
ao restante dos homens relacionados nos versículos 9 e 10, deverá contabilizar
o total de 24.000.
A
inerrância não abrange as cópias dos manuscritos, mas atinge somente os
autógrafos, isto é, os originais. Desse modo encontramos os seguintes tipos de
erros nos manuscritos:
A)
Erros Involuntários: Cometidos pelos escribas do N.T. devido a sua falta ou
defeito de visão, defeitos de audição ou falhas mentais.
1) Falhas de Visão: Em Rm.6:5 muitos manuscritos (MSS) tem ama
(juntos), mas há alguns que trazem alla (porém). Os dois lambdas juntos deram
ao copista a idéia de um mi. Em At.15:40 onde há eplexamenoc (tendo escolhido)
aparece no Códice Beza epdexamenoc (tendo recebido) onde o lambda maiúsculo é
confundido com um delta maiúsculo.
Há também confusão de sílabas, como é o caso de ITm.3:16 onde o
manuscrito D traz homologoumen ôs (nós confessamos que) em vez de
homologoumenôs (sem dúvida).
O erro visual chamado parablopse (um olhar ao lado) é facilitado
pelo homoioteleuton, que é o final igual de duas linhas, levando o escriba a
saltar uma delas, ou pelo homoioarchon, que são duas linhas com o mesmo início.
O Códice Vaticano, em Jo.17:15, não contém as palavras entre
parênteses: "Não rogo que os tires do (mundo, mas que os guardes do)
maligno". Consultando o N.T. grego veremos que as duas linhas terminavam
de maneira idêntica, em autos ek tou, no manuscrito que o escriba de B copiava.
Lc.18:39 não aparece nos manuscritos 33, 57, 103 e b, devido a um
final de frase igual na sentença anterior no manuscrito do qual eles se
derivam.
O Códice Laudiano tem um exemplo no versículo 4 do Capítulo 2 do
livro de Atos: "Et repleti sunt et repleti sunt omnes spiritu
sancto", sendo este em caso de adição, chamado ditografia, que é a
repetição de uma letra, sílaba ou palavras.
2) Falhas de Audição: Era costume muitos escribas se reunirem numa
sala enquanto um leitor lhes ditava o texto sagrado. Desse modo o ouvido traía
o escriba até mesmo quando o copista solitário ditava a si próprio. Em Rm.5:1
encontramos um destes casos, onde as variantes echômen e echomen foram
confundidas. IPe.2:3 também apresenta um caso semelhante com as variantes
cristos (Cristo) e crestos (gentil), esta última encontrada nos manuscritos K e
L.
No grego coinê as vogais e ditongos pronunciavam-se de modo igual
dentro das respectivas classes. É o caso de ICo.15:54 onde o termo nikos
(vitória), foi confundido por neikos (conflito), sendo que aparece em P46 e B
como "tragada foi a morte no conflito".
Em Ap.15:6 onde se lê "vestidos de linho puro" a palavra
grega linon é substituída por lithon nos manuscritos A e C "vestidos de
pedra pura". Desse modo uma só letra que o ouvido menos apurado não
entendeu direito e que produziu completa mudança de sentido, torna-se erro
grosseiro e hilariante.
3) Falhas da Mente: Quando a mente do escriba o traía, chegava a
cometer erros que variavam desde a substituição de sinônimos, como o caso da
preposição ek por apo, até a transposição de letras dentro de uma palavra, como
o caso de Jo.5:39, onde Jesus disse "porque elas dão testemunho de
mim" (ai marturousai) e o escriba do manuscrito D escreveu "porque
elas pecam a respeito de mim" (hamartanousai).
B)
Erros Intencionais: Erros que não se originaram de negligência ou distração dos
escribas, mas antes de suspeita de alteração, principalmente doutrinária.
1) Harmonização: Ao copiar os sinópticos, o escriba era levado a
harmonizar passagens paralelas. E’ o caso de Mt.12:13 onde se lê
"...estende a tua mão. E ele estendeu; e ela foi restaurada como a
outra". Em alguns manuscritos de Marcos o texto pára em
"restaurada", sendo que em outros o escriba acrescentou as palavras
"como a outra" para harmonizá-lo com Mateus.
Outro tipo de harmonização ocorre quando os escribas faziam o
texto do N.T. conformar-se com o A.T. Por exemplo, em Mc.1:1 os escribas do W e
Bizantinos mudaram "no profeta Isaias" para "nos profetas"
porque verificaram que a citação não é só de Isaias.
2) Correções Doutrinárias: Certo escriba, copiando Mt.24:36 omitiu
as palavras "nem o Filho", pois o escriba sabia que Jesus era
onisciente, e deduziu que alguém havia cometido erro (Alefe, W, Bizantino).
Os manuscritos da Velha Latina e da Versão Gótica apresentam como
acréscimo, em Lc.1:3, a frase "e ao Espírito Santo" como
"empréstimo" de At.15:28.
3) Correções Exegéticas: Passagens de difícil interpretação eram
alvo dos escribas que tentavam completar o seu sentido através de interpolação
e supressões.
Um caso de interpolação encontra-se em Mt.26:15 onde as palavras
"trinta moedas de prata" foram alteradas para "trinta
estateres" nos MSS D, a e b, afim de definir o tipo de moeda mencionada.
Mais tarde outros escribas (dos manuscritos 1, 209 e h) que conheciam os dois
textos, juntaram-no produzindo a frase "trinta estateres de prata".
4) Acréscimos Naturais ou de Notas Marginais: Determinado leitor
do Códice 1518 anotou nas margens de Tg.1:5 a expressão êgeumatikês kai ouk anthrôpines
(espiritual e não humana). Quando este Códice foi copiado, o escriba do
manuscritos 603 incluiu esta expressão no texto: "Se alguém de vós tem
falta de sabedoria espiritual e não humana, peça-a a Deus...".
Que o Santo Espirito do Senhor, ilumine o nosso entendimento
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