Direção
de classe é a organização e apresentação das situações de ensino-aprendizagem,
visando ajudar o aluno no processo de construção do conhecimento. Como ensinar
é orientar a aprendizagem, e a direção de classe está basicamente relacionada à
situação de ensino, podemos dizer que ela é a orientação da aprendizagem, com o
objetivo de auxiliar o aluno a estruturar e sistematizar o conhecimento.
Algumas
pessoas, alegando serem adeptas do não-diretivismo e em nome do respeito às
diferenças individuais e da criatividade, alardeiam que a direção de classe é
algo ultrapassado e dispensável. Na opinião dessas pessoas, não cabe ao
professor intervir na aprendizagem dos alunos: cada um aprende o que quer na
hora que estiver disposto, e se não quiser não aprende. É o laissez-faire
total, uma situação de "deixar-fazer" levada ao extremo, onde cada um
age de acordo com sua própria conta e risco. E, com isso, o professor não
precisa ensinar. A nosso ver, esta posição é contrária à democratização do
conhecimento. Se o aluno está na escola, é para aprender, é para construir seu
conhecimento, e cabe ao professor ajudá-lo nesse processo. O conhecimento deve
ser coletivamente construído pelos alunos e pelo professor, sob a orientação
deste último. Nessa perspectiva, a direção de classe é necessária sim, e muito.
No
nosso entender, não se deve confundir o respeito à individualidade e à
criatividade com uma situação onde os alunos são deixados cada um por si,
abandonados na sala de aula, sem orientação, sem um rumo traçado, sem um
objetivo a atingir. A educação é um processo diretivo por natureza, pois sempre
visa alcançar certos objetivos. Por isso, cabe ao professor usar seu bom senso
para saber quando será mais ou menos diretivo. Mesmo quando deixa o aluno
descobrir por si próprio, o professor consciente tem certos objetivos a serem
atingidos.
Ao
aprender, o aluno está construindo seu conhecimento. Nesse processo, alguns
momentos são de descoberta, outros de generalização e transferência do que foi
aprendido, e outros, ainda, de estruturação e sistematização. Em cada um desses
momentos, cabe ao professor perceber se deve ser mais ou menos diretivo, se
deve ou não interferir mais diretamente na aprendizagem do aluno e como fazê-lo
sem tolher sua iniciativa. Portanto, a diretividade na educação em geral, e no
ensino em especial, é uma questão de grau.
Nossa
posição é corroborada pelo professor Libâneo, que assim se expressa: "A
nível do relacionamento psicossocial entende-se uma revisão das formas de
direção do trabalho escolar incluindo questões como autoridade, estrutura
organizacional e participação; propõe-se uma forma de relacionamento
professor-aluno onde o adulto não omite seu papel de guia, expressando uma
presença significativa para a criança: ainda que permaneça um facilitador, não
deve perder-se na ingenuidade do não-diretivismo. Numa perspectiva de educação
crítica, direcionada para uma pedagogia social que privilegia uma educação de
classe no rumo de um novo projeto de sociedade, a escola pública possui papel
relevante e indispensável. Para isso, é preciso sim, dar aulas, fazer planos,
controlar a disciplina, manejar a classe, dominar o conteúdo e tudo o mais...
Sabe-se que famílias pobres apreciam uma escola onde há uma disciplina rigorosa
e que exige dedicação aos estudos".
Sobre
o mesmo assunto, o trecho apresentado a seguir, de autoria do professor
Luckesi, aborda a mesma questão, só que do ponto de vista mais amplo do
processo educacional: "Primeiramente e de um modo genérico, diria que
educador é todo ser humano envolvido em sua prática histórica transformadora.
Em nossas múltiplas relações, estamos dialeticamente situados num contexto
educacional. Todos somos educadores e educandos, ao mesmo tempo. Ensinamos e
somos ensinados, numa interação contínua, em todos os instantes de nossas vidas
(...). Em segundo lugar, e aqui está o núcleo de interesse para o momento,
educador é o profissional que se dedica à atividade de, intencionalmente, criar
condições de desenvolvimento de condutas desejáveis, seja do ponto de vista do
indivíduo seja do ponto de vista do agrupamento humano".
Transpondo
essa idéia para o campo mais específico da construção do conhecimento, podemos
dizer que, embora todos nós estejamos constantemente ensinando e aprendendo,
cabe ao professor, como profissional que é, prever, organizar e apresentar aos
alunos situações didaticamente estruturadas no sentido de ajudá-los a
descobrir, generalizar e sistematizar o conhecimento, transformando o
conhecimento prévio de natureza empírica em conhecimento cientificamente
estruturado. Portanto, a direção de classe é necessária, como forma de
organizar e proporcionar atividades de ensino-aprendizagem, visando a
consecução de objetivos.
Que o Santo Espirito do Senhor, ilumine o nosso entendimento
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