Eclesiologia - Teologia 25.05
“O Reinar de Deus”: Part 2/2
Jesus
pregava muito referente ao reinar de Deus. Em conseqüência, esse reinar é uma temática especial dos evangelhos
sinópticos, porém principalmente do livro
de Mateus, onde encontra-se a terceira parte das referências
neotestamentárias ao Reinar
de Deus/dos céus.
Os discípulos continuaram
a temática do
reinar divino, como vemos na
preservação sinóptica do ensino. Para Jesus, a temática era
urgente. Ele queria
preparar os discípulos
para esta vida.
“O reino estava
vindo, e
o único aspecto
especialmente ressaltado foi
o arrependimento…. Em
comparação com o reino [de Deus], nada realmente tem valor”.
A ênfase
de Jesus sobre
o reinar visava
a clarificar e
oferecer resposta a
dois erros essenciais a preocupação em termos judiciais com o
mundo por vir que se desvinculava da
interiorização dos princípios do reinar de Deus e a expectativa messiânica
politizada dos judeus
da época. A
ênfase de Jesus
não recai sobre
rituais de ingresso
ao reinar, mas
no viver esta
qualidade de vida
expressa na frase “vida das eternidades”. O elemento
essencial desta vida é a sua declarada
dependência de Deus para suprir todas as necessidades daquele que se
entrega a serviço do reino. O ingresso no reinar era
muito importante no seu ensino, mas em
sentido de alerta para que o indivíduo verificasse que ingressaria no reinar. O judeu que procurava pela politização do
reinar de Deus não encontrava consolo
nas palavras de Jesus, pois as características do viver sob o reinar de
Deus eram contrárias às expectativas de
libertação política e da dominância dos opressores. Viver esta condição de vida entregue a Deus
é a salvação que Jesus oferece. O
reinar de Deus já começou, mas não acaba neste lado do túmulo. A
salvação não é apenas futura ela oferece o meio de viver no presente sob
o senhorio divino, já desfrutando
de comunhão íntima
com Deus. A
vida das eternidades
já começou a ser vista e vivenciada
na vida do povo que ingressa neste reinar de
Deus. No outro lado da morte é apenas mais vívida e direta.
Em
outras partes do Novo Testamento, o ensino direto sobre o reinar não vem a ser tão notório, mas é o ensino referente à
vida no reino que gera a moral e a
ética na prática da vida cristã tão visível nas epístolas paulinas e
joaninas, bem como a carta de Tiago. Em
Apocalipse, encontra-se uma mensagem referente ao reino semi-invisível de Cristo, colocado
como sendo a realidade maior do que o
reino visível do
governo imperial. A
mensagem do Apocalipse
é um chamado
para respeitar o reinar de Cristo com toda sinceridade, mesmo que não se
possa enxergar o Seu reino tão
claramente.
Deve-se
ter sempre presente que o ensino de Jesus referente ao reinar de Deus vinha
responder as preocupações
messiânicas judaicas referente
a um reino
político terrestre. O anelo dos discípulos registrados em Atos 1.6 é o
clamor do judeu que
esperava a independência
da nação da
opressão política romana:
“Senhor, é neste
o tempo que
restauras o reinar
a Israel?” Mesmo
depois da ressurreição era difícil para que
compreendessem o caráter desse reinar do qual
Jesus tanto falara.
Jesus havia dito
a Pilatos que
o seu reinar
não era deste
mundo, mas era uma mensagem difícil para os discípulos
compreenderem.
Criticar
os discípulos é fácil, pois já vivenciamos que não houve a inauguração de um
país teocrático com
Jesus atuando politicamente. Mesmo
assim, é difícil
compreendermos o reinar
de Deus, pois
insistimos em designar
o reinar em
termos da história
política humana. O
reinar que Jesus
pregou é de
caráter interior, uma vida
entregue aos cuidados de Deus. Ingressa-se no reinar divino ao aceitar
o pacto ou aliança oferecido
por Jesus. As
exigências desse reinar
são contrárias aos valores da
sociedade à nossa volta, pois são valores espirituais e relacionais, não matérias e
físicos.
O
reinar de Deus depende de uma entrega relacional a Deus como Pai amoroso. Depende de uma obediência e disposição de
desprender-se do ego, procurando dar primeira
importância aos demais,
mantendo-se em último
lugar. É um
relacionamento de confiança
e desprendimento, um
desprendimento que concede a oportunidade para servir ao
próximo em amor e sinceridade.
O
discípulo fiel pode servir e doar-se ao próximo, pois a sua vida não pertence
a si,
pertence a Deus.
Este pode perdoar
a ofensa feita
a si, pois
não defende privilégios e direitos pessoais. Pode doar a
sua capa, caminhar mais uma milha,
oferecer a outra face, e até amontoar brasas vivas para ajudar o inimigo
preparar o seu fogo, pois nada lhe
pertence. O cidadão que tem Jesus como seu Rei pode
dispor
sua vida a serviço do próximo, pois não é nada mais do que mordomo das bênçãos de Deus. Como o reinar de Cristo não
pertence a este mundo, também o cidadão
do reinar de Cristo aceita pertencer a outro mundo e outro padrão de vida e valores.
O reinar
de Deus é
interno e difícil
de definir, pois é como
a real adoração
de Elias, um
de sete mil
que não haviam
dobrado os seus
joelhos a Baal,
mesmo quando a nação se tornara
idólatra. O rei de Israel não seguia em retidão, mas Deus
ainda reinava na
vida de alguns.
Dois reinados existiam
em Israel, mas
apenas alguns desfrutavam da realidade do reinar de Deus. É essa
qualidade de reinar que Jesus inaugurou.
Não o externo, mas a entrega interna para seguir a Deus em fidelidade, confiança e
dependência.
O
reinar de Deus já foi inaugurado. Já é hora de optar pela cidadania celestial.
É
uma
cidadania a ser prestigiada e vivida já e para todo sempre.
Veja Também:
“O Reinar de Deus”: Part 1/2
Que o Santo Espirito do Senhor, ilumine o nosso entendimento
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