Eclesiologia - Teologia 25.18
Pêssach:
O
Pêssach judaico é uma celebração anual do evento do Êxodo. É a celebração mais importante do calendário judaico desde
antes do tempo de Jesus. A parte
principal da semana celebrativa é a ceia do Seder. A importância do
Pêssach se deve ao fato de que celebra
o Êxodo, que marca o início da redenção e formação do
povo de Israel
como o povo
especial de Deus
. O Êxodo
era evento central
para toda a formulação de fé do povo, e esta é a festa do evento do
Êxodo. A celebração do Pêssach é demarcada
como tendo o propósito principal de ensinar
aos filhos a importância e o sentido do Êxodo. Para tanto, toda a
estrutura da celebração do Pêssach foi
elaborada para ajudar nesse ensino.
Na
celebração de recordar o Êxodo, o povo se vê sendo pessoalmente remido do Egito. A ação de Deus em prol do bando de escravos era algo único na época.
Para o povo
era o início
de sua existência
como um povo.
O Êxodo formou
também a base para a convocação divina, para que o povo estivesse pronto
para
aceitar a
aliança que Deus
estava prestes a
promulgar. Por causa
de tudo que
Deus havia feito ao resgatá-los do Egito, o povo estava agora pronto a
entregar- se a servir apenas a este
mesmo Deus poderoso. Vale lembrar que o povo que saiu do Egito era ainda idólatra e
politeísta. Ainda foi-lhes necessário caminhar
no deserto para
aprender que não
havia outro deus
no mesmo patamar
que Deus.
O Pêssach
é a celebração
deste início do
caminhar do povo com o
seu Deus, Deus. É uma celebração de que Deus fizera
deles não mais um bando de escravos
sofrendo nas mãos
do Faraó, mas
um povo indo
à terra que
lhe havia sido
prometida. “Éramos escravos de Faraó, mas Deus nos tirou do Egito com
forte mão e nos introduziu à terra
prometida”. Esta frase é o cerne da celebração. O Pêssach é um memorial da salvação e nova
vida que Deus operou para o povo ao
qual estava chamando.
Na ceia
de Jesus com
os seus discípulos,
era esta a
celebração esperada pelos
discípulos. Esperavam olhar
para trás, lembrando
a salvação que
Deus havia operado em suas vidas quando foram tirados
do Egito. Até os preparativos para a
festa visavam a
ajudar os participantes
a livrarem as
suas vidas do
orgulho e pecado para estarem prontos a celebrar a
libertação da sua escravidão pessoal.
Esperavam
olhar para trás e aproveitar para si o que Deus havia feito há mais de
mil
anos.
Ao
passar à celebração, porém, Jesus modificou a festa. Ele sim fez os
discípulos lembrar da saída do povo do
Egito, mas os levou a celebrar a páscoa original, não a
memorial. Na noite
da fuga do
povo da terra
do Egito, o
povo comeu o
primeiro Seder em
expectativa do Pêssach.
O animal sacrificado
foi comido às
pressas na esperança de que naquela mesma noite fugiram da terra do
Egito pela mão de
Deus. Assim, Jesus
tomou dois dos
elementos especiais da
noite, transformando-os em novos
memoriais.
Em
lugar de manter para a matsá o significado do pão da aflição e da
escravidão, Jesus o
transforma em símbolo
da nova aliança
futura. Jesus entrega
a matsá como
representando o seu
próprio corpo que
seria partido como
sacrifício da aliança. Ele toma também um ou mais dos
cálices (símbolos da alegria da festa),
transformando o seu sentido para representar a sua própria vida
derramada para selar a nova aliança com
Deus.
A
festa do Pêssach, portanto, passa a espelhar mais do que a saída do Egito no passado.
Mesmo que os
judeus já apropriavam
o evento do
Êxodo para suas
vidas
em particular e traçavam o vínculo do passado com o seu presente, tal não era o suficiente. Havia uma nova aliança a
ser instituída. Esta seria também para
aproveitamento pessoal. Seria
digno de uma
celebração alegre lembrar
a redenção do
indivíduo por Deus.
Havia também a
necessidade de haver
uma celebração prévia uma expectativa de libertação. Era necessário
um vínculo de fé, esperando
que Deus cumpriria
com a Sua
promessa de dar
nova vida para
que o homem pudesse pertencer a Seu povo particular.
O
Pêssach já espelhava o mesmo sentido básico da salvação alcançada por
Jesus. A celebração agora tem mais
sentido com o complemento da nova aliança em Jesus.
Os Salmos cantados
na celebração antiga
já anunciavam a
morte e sacrifício de Jesus a partir da celebração
do Seder nessa mesma festa. O único
aspecto de participação na nova aliança, no entanto, é o de fé e
compromisso de viver a nova vida sob a
soberania de Deus.
Os discípulos,
portanto, tomaram dos
símbolos da antiga
aliança alicerçada no
Exodo do Egito
e os revestiram
do novo significado
dado por Cristo.
Os elementos que lembravam a aflição
e a alegria resultante do Êxodo, passaram a
lembrar o sofrimento de Cristo para nos trazer nova vida e alegria
através de sua auto-entrega, selando
para nós o
novo pacto de Deus. Não
mais lembravam
apenas
o Êxodo do Egito, mas o ingresso ao novo reino de Jesus, alcançado na cruz. Jesus é o nosso cordeiro, a nossa
páscoa. Por meio dEle o destruidor passou
por cima das nossas casas e fomos expulsos do nosso Egito a uma nova
vida no reino de Deus.
Que o Santo Espirito do Senhor, ilumine o nosso entendimento
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