Eclesiologia - Teologia 25.23
MATEUS 18:
Nesta
passagem, encontra-se o ensino bíblico mais claro e específico em termos gerais com respeito à disciplina na igreja.
Vale salientar que o tema central da
passagem de 18.10-35
não é disciplina,
mas reconciliação e
o oferecer perdão
imerecido.
No
início do capítulo, Jesus trata da necessidade de fazer pouco da
importância própria, colocando a vida
em dependência para com Deus. Neste contexto, Jesus começa ensinando sobre a seriedade do
pecado, já que teve que responder às
preocupações dos discípulos
em defender as
suas posições de
importância no reino.
Respondida a preocupação
de grandeza no
reino, Jesus relaciona
esta preocupação e contesta todo
o esforço dos judeus para manter o corpo inteiriço, mesmo
depois da morte,
para poder entrar
no reino apocalíptico
(no seu conceito de ressurreição) com o corpo
inteiro. A resposta crítica de Jesus é
de que
estão se preocupando
com o aspecto
errado, até mesmo
insignificante. A preocupação
de ter o
corpo intacto estava
gerando neglicência no
necessário para o
mero ingresso no
reino. Jesus coloca,
portanto, que os
judeus, como
também os
seus discípulos, estavam
enfatizando detalhes insignificantes, servindo
assim de tropeço
para os demais.
Neste contexto, Jesus
salienta a seriedade do tropeço e de levar o outro a
tropeçar.
Para
seguir no ensino da importância do indivíduo aparentemente insignificante (paralítico, coxo
ou deformado), Jesus
refere a parábola
da ovelha perdida.
O indivíduo insignificante deve
ser procurado e restaurado ao rebanho. Voltando à questão colocada antes, o insignificante ou
até desprezível perante a sociedade é
de grande importância para Deus, podendo até ser visto na resposta de
indicar “Quem é
o maior no
reinar de Deus?”
em termos do
indivíduo que carece
de atenção para ser resturado ao
rebanho.
Jesus
segue o ensino, definindo a necessidade do indivíduo tratar de restaurar a comunhão com o próximo. Se o irmão errar
contra o discípulo, o discípulo deve
procurá-lo para restaurar o
relacionamento quebrado. Deve
tratar primeiramente apenas com
o ofensor. Só quando não conseguir a reaproximação deveria
seguir com testemunhas
para ajudarem na
reconciliação. Quando esta
intervenção não surtir efeito, então pode-se levar o caso para a
assembléia, para um posicionamento
público. Somente depois de esgotar todos os recursos para reconciliar
o errante é
que aceita-se sera
inútil prosseguir no
esforço de
reconciliação. Com
esta tarefa reconciliadora, Jesus
coloca a sua
própria presença e
mediação entre os
irmãos, mostrando a
importância que ele
a dá. “Onde estão dois ou três reconciliados em
meu nome, ali estou em seu meio”.
Um
pouco inconformado com a necessidade de procurar tanto a reconciliação, mas indo além do ensino vigente na temática,
Pedro levanta a questão de saber o
número de vezes que deveria perdoar o irmão pela mesma ofensa. Quando cita o
número sete, ele
excede o ensino
dos fariseus de
seu dia, que
diziam que perdoar a mesma ofensa três vezes era o
suficiente. A resposta de Jesus é, no
entanto, ainda mais
significativa, já que
contraria não apenas
a definição da
norma farisaica, mas a própria questão de haver um limite.
Alguns ainda
questionam, “deve-se perdoar
quando o ofensor
não se houver
arrependido?”. Pode alguém
estar arrependido e
cometer contra o
mesmo indivíduo o mesmo erro
setenta e sete vezes? De forma alguma mede Jesus aqui o
arrependimento do ofensor,
mas sim a
responsabilidade do discípulo
em reconciliar o irmão perdido,
errante.
Para
explicar de forma mais ilustrativa, Jesus conta a parábola sobre o escravo que queria ser perdoado, porém sem perdoar.
Vale observar que a dívida desse
servo
é muitíssimo maior do que lhe era devido em retorno, e muito mais do que jamais
conseguiria pagar. O
talento tinha valor
superior a quinze
anos do rendimento do serviço de obreiro. Este
recebia um denário (um denário: um por
dia). Como o escravo devia mais de dez mil talentos, seria o equivalente
a mais do que um milhão e oitocentos
salários mínimos (mais do que R$275 milhões no
primeiro semestre de 2007). Qualquer que seja o “cálculo exato”, é uma
quantia de dívida
que nem acertando
na loteria acumulada
poderia qualquer escravo
saldar. São estas
as condições do
perdão divino recebido
pelo discípulo um
perdão completamente imerecido e além de qualquer esforço para saldar.
Jesus ensina que é com
o mesmo proceder
que o discípulo
deve também perdoar
o irmão errante.
É
dentro desse contexto que Jesus enquadra o ensino referente à “disciplina”
e ao
perdão. A ênfase
de Jesus é
na necessidade de
reconciliar o irmão,
mesmo abusando de
recursos para conseguir
a reconciliação. Uma
pergunta tem sido
sugerida: “Deve-se perdoar
mesmo se…?” Pelo
texto de Mateus
18, deve-se perdoar sem motivo qualquer. Perdoa-se por
questão de graça a graça de Deus. Se
as palavras de
Jesus no versículo
22 devem ser
compreendidas como quatrocentos e noventa vezes ou se devem ser
lidas como “somente” setenta e sete
vezes, que tipo de perdão condicional abriria brecha para tanta repetição
do mesmo erro contra o mesmo indivíduo?
Aparentemente aqui basta a intenção de regularizar
o relacionamento, mesmo que haja muita fraqueza no desenvolver a boa intenção.
Quando Jesus
expressa suas colocações
referentes à reconciliação, deve-se
lembrar que esta
questão tem a
ver com desavenças
entre irmãos, não
em termos de
afrontas a Deus.
Nesses casos, em
termos de disciplina
eclesiástica deve-se ler em
conjunto com este texto a passagem de 1a Coríntios 5.1-5, tendo sempre
em mente o
imperativo de buscar
a reconciliação e
a qualidade do
perdão que Deus estende.
Ao
mesmo tempo, deve-se manter em tensão a seriedade do pecado e o aspecto imerecido
do perdão. Práticas
comuns de disciplina
eclesiástica tendem a
concentrar-se no tratamento
de uma lista específica
de pecados públicos,
ignorando pecados mais
privativos. A regra
desta passagem é
de buscar a
reconciliação entre irmãos,
não de punir
pecados. Ao faltar
arrependimento, deve-se investigar
o motivo disciplinar,
tanto como os
meios aplicados para
ajudar o errante a desejar a reconciliação.
Que o Santo Espirito do Senhor, ilumine o nosso entendimento
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