Epistolas Paulinas - Teologia 16.44
Estudo 1 – O retrato do pecado ontem e hoje
Romanos 1:18-32
Se alguém pedisse para você dizer um
adjetivo que resumisse o estado (note-se em especial este conceito) do “ser
humano”, qual seria essa palavra?
Alguns talvez usassem
palavras como: “inteligente”, “belo”,
“criatura”, “frágil”. Mas
infelizmente, se quisermos
um atributo que resuma o
conjunto da humanidade teríamos que optar mesmo pelo terrível adjetivo de:
“pecador”.
A Bíblia resume os homens e mulheres
como obra rebelde, corrupta e perdida, cuja única chance de salvação está no
próprio Criador. Romanos pode ser
dividido em temas, e como podemos ver, tornou-se necessário explicar, logo no
primeiro capítulo, a condição do homem
para desenvolver todo o tema da Justificação pela Fé:
1.- O justo viverá pela fé
(1:16-17).
2.- A indesculpável situação de
pecado da humanidade (1:18-3:20).
3.- Justificação mediante a
redenção efetuada por Cristo (3:21-4:25).
4.- A nova vida de liberdade do justificados pela fé (5:1-8:39). 5.- A incredulidade de Israel
(9:1-11:36). 6.- A justificação pela
fé aplicada à nova vida (12:1-15:13).
a. A
justificação pela fé aplicada à nova vida em amor autêntico (12:1 até 21).
b. A
Justificação pela fé aplicada à nova vida em submissão às autoridades
instituidas por Deus (13:1 até 14)
c. A
Justificação pela fé aplicada à nova vida sem menosprezo pelo irmão mais fraco
(14:1 até 15:13)
7.- Epílogo da Epístola (15:14
até 16:27)
1.- Os planos evangelísticos do
apóstolos (15:14 até 33).
2.- Saudações, recomendações e
doxologia final (16:1-27).
O texto
que vamos estudar
abre a carta
de Paulo aos
Romanos, escrita para
descrever o Evangelho
de Cristo. Esta
carta, como nenhuma outra, evidencia para seus leitores,
logo de início, a situação de perdição irrestrita e completa de todas as
pessoas, homens e mulheres, crianças e
velhos. Todos estão condenados por Deus por terem dentro de si os germes da
corrupção, da rebelião, do pecado.
Paulo inicia seu argumento com uma
frase forte: “porque não me envergonho do evangelho de Cristo, pois é o poder
de Deus” (1:16). Paulo menciona com
estas palavras um tema que desenvolverá mais amplamente no resto da epístola.
Para Paulo “crer” inclui o fato de que
o ser humano aceita, com todo o seu ser, a iniciativa salvadora de Deus,
realizada por meio de Jesus Cristo. “O Evangelho de Cristo” é poder salvador. Este poder
salvador é mediante a fé que indica que o ser humano não pode alcançar a
salvação pelos seus próprios méritos,
senão como um
Dom de Deus,
oferecido a todos
(Romanos 10:9-13). Logo
em seguida, parte
para demonstrar a
primeira parte do seu argumento. Todos são merecedores da ira divina,
ira que se revela do céu (1.18 – Compare com Efésios 5:6 e Colossenses 3:6). O que significaria essa
expressão? É um castigo presente contra o pecado, a impiedade e a perversão. A
ira de Deus, que se revelará
diretamente no juízo final, já está agora se manifestando aos pecadores. De que
maneira? Ao entregar os pecadores aos
seus próprios pecados, ao príncipe deste mundo, à morte e às doenças.
Em Romanos
1 temos um
problema moderno e
tão antigo quanto
a época de
Abraão (1:26-27). Algumas
igrejas estão aceitando
a posição assumida pela moderna
psicologia que defende a homossexualidade como um distúrbio genético e não como
uma perversão ou “paixão infame”
(1:26). Cabe aqui um estudo de ética de comportamento e definir o que é correto
e incorreto. Mesmo porque as igrejas
defensoras do distúrbio genético se amparam na não discriminação, tão defendida
pelos meios de publicidade de massa. Paulo encara
o problema do
ponto de vista
judaico que coloca
qualquer relação “contrária
a natureza” como
pecado (1:26). Pode,
no conceito bíblico, alguma
coisa que era pecado ontem, deixar de ser pecado por causa de descobertas
“científicas”, como neste caso,
descobertas da psicologia e psiquiatria?
Ao contrário da mensagem de
alguns otimistas, o ser humano não evoluiu. Na verdade, teve uma queda moral
que envolve até uma “disposição mental”
(1:28) que leva o homem, em seu estado de pecador a cometer a longa lista dos
versos 29 até 31. Este catálogo de
vícios tem os seus paralelos na literatura judaica da época e,
inclusive, na não judaica. O homem saiu da presença da glória de Deus para a situação mais miserável possível. Ele
saiu da nobreza santa para a iniqüidade plena.
Numa leitura mais panorâmica,
podemos ver as razões pelas quais Deus condenou toda a humanidade.
Primeiro, por
suprimir a verdade
de Deus (1.18).
É o que
fazem os grandes
sistemas religiosos do
mundo que, enquanto
dizem conduzir a Deus, levam direto
para a perdição. Paulo estabelece que a ira de Deus tem como fundamento o fato
irrevogável de que o homem é capaz de
perverter a verdade. Daí se conclui a enorme importância que a verdade tem para
Deus. Qualquer mentira, seja esta
principalmente doutrinária é um sério atentado contra o próprio
Deus.
Segundo, por ignorar a revelação de
Deus (1.19). Deus revelou-se a toda a humanidade. Exatamente por isso
ninguém pode dizer, diante do julgamento
divino, que não conheceu Deus. Por mais rebelde que o homem seja, em seu íntimo
reconhece a soberania de Deus, pois em
todo momento “os atributos invisíveis de Deus, assim como o seu eterno poder,
como também a Sua própria divindade,
claramente se reconhecem” (1:20).
Terceiro, por
perverter a glória de
Deus (1.21-23). Para
Paulo a perversão
da Glória de
Deus se manifesta
pela adoração de
ídolos (verso 23)
A
conseqüência castigo de
Deus veio em
forma de abandono.
Deus abandonou o
homem à sua
própria sujeira. Abandonou-o
à fornicação (1.24s), à
perversão sexual (1.26s) e a um estilo de vida depravado (1.28s). Tal é a
situação do homem sem Deus. O homem
que despreza o
“conhecimento de Deus”
(1:28) está sujeito
a uma situação
de vida lamentável.
Por outro lado
se expressa a
necessidade do homem de conhecer Deus.
Da presente passagem nos tiramos
algumas lições:
• Você
deve ter grande alegria do Evangelho de Cristo, pois ele é poderoso. Quer prova
maior do seu poder do que a transformação
da sua vida? Olhe em volta e veja quantas pessoas tiveram suas vidas
transformadas pelo poder do Evangelho. Traficantes de drogas transformam-se em proclamadores da graça de
Jesus, prostitutas em respeitáveis divulgadoras do Evangelho, ladrões em
zelosos praticantes da Lei de Jesus,
homossexuais em honrados defensores da moral divina. Só mesmo o Evangelho pode
transformar uma vida. A graça de Deus se
manifesta ou revela de fé em fé (1:17), razão pela qual nos alegramos em
continuar a divulgar o Evangelho da Graça de Deus (Atos 20:24).
• O
Evangelho de Cristo é justo. É a expressão máxima da justiça de Deus. Ao mesmo
tempo em que demonstra a condenação, aponta
a salvação. Isso sem distinção. Tornando possível que pela aceitação da
obra de Salvação em nosso favor sejamos filhos verdadeiros de Deus.
• Contemplar
o ser humano como a passagem descreve não é pessimismo ou melancolia. É
realismo. Esta visão deve provocar em
nós duas coisas: gratidão a Deus pelo
que ele fez por nós e desejo de proclamar o Evangelho, como Paulo proclamou,
para que Deus continue salvando
pessoas, libertando-as da
situação miserável e
irremediável em que
se encontram. Percebemos
que Paulo apresenta o grave problema, mas não deixa o
problema sem solução, ao contrário apresenta a solução e essa única solução
chama- se Justificação pela Fé.
A imoralidade da sociedade
contemporânea não é fruto dos novos tempos. É conseqüência natural do pecado
humano. Nossos pais diziam que no passado
a imoralidade era menor. Como os corações dos homens nunca deixaram de ser
imorais, o que era diferente era a
visibilidade dessa corrupção. A corrupção existia, mas de uma forma mais
camuflada. Os meios de comunicação tornaram possível a divulgação da perversidade humana, agora
podemos saber da maldade do coração do homem em torno do mundo inteiro,
enquanto que no
passado às informações
eram restritas apenas
ao círculo mais
próximo, no máximo
à cidade ou
pais. O homossexualismo sempre existiu, apesar de que ele em nossos
dias ter se transformado até numa bandeira política. A idolatria sempre
existiu, apesar de em nossos dias ela
ter assumido um status de ciência respeitável, como o esoterismo ou o
espiritismo.
Que o Santo Espirito do Senhor, ilumine o nosso entendimento
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