Geografia Bíblica - Teologia 25.45
IV - OS GREGOS E OS JUDEUS
De acordo com alguns historiadores, o
contato de Alexandre Magno com os judeus foi rápido e emocionante. O cronista
hebreu Flávio Josefo narra-nos este encontro: "Dario, tendo sabido da
vitória obtida por Alexandre sobre seus generais, reuniu todas as forças, para
marchar contra ele, antes que se tornasse Senhor de toda a Ásia; depois de ter
passado o Eufrates e o monte Tauro, que está na Cilícia, resolveu dar-lhe
combate. Quando Sanabaleth viu que ele se aproximava de Jerusalém, disse a
Manasses que cumpriria sua promessa logo que Dario tivesse vencido Alexandre,
pois ele, e todos os povos da Ásia estavam convictos de que os macedônios,
sendo em tão pequeno número, não ousariam combater contra o formidável
exército dos persas. Mas os fatos mostraram o contrário. A batalha travou-se:
Dario foi vencido com graves perdas; sua mãe, sua mulher e seus filhos ficaram
prisioneiros e ele foi obrigado a fugir para a Pérsia. Alexandre, depois da
vitória, chegou à Síria, tomou Damasco, apoderou-se de Sidom e sitiou Tiro.
Durante o tempo em que ele esteve empenhado nessa empresa, escreveu a Jaddo,
Grão-Sacrificador dos judeus, pedindo-lhe três coisas: auxílio, comércio livre
com seu exército e o mesmo auxílio, que ele dava a Dario, garantindo-lhe que se
o fizesse, não teria de que se arrepender, por ter preferido sua amizade à dele. O Grão-Sacrificador respondeu-lhe que os
judeus tinham prometido a Dario, com juramento, jamais tomar as armas contra
ele e por isso não podiam fazê-lo, enquanto ele vivesse. Alexandre ficou tão
irritado com esta resposta, que mandou dizer-lhes que logo que tivesse tomado
Tiro, marcharia contra ele, com todo o seu exército, para ensinar-lhe, e a
todos, a quem é que se devia guardar um juramento. Atacou Tiro com tanta
força, que dela logo se apoderou; depois de ter regularizado todas as coisas,
foi sitiar Gaza onde Bahémes governava em nome do Rei da Pérsia.
"Voltemos, porém, a Sanabaleth.
Enquanto Alexandre ainda estava ocupado do cerco de Tiro, ele julgou que o
tempo era próprio para realizar seu intento. Assim, abandonou o partido de
Dario e levou oito mil homens a Alexandre. O grande príncipe recebeu-o muito
bem; disse-lhe então ele que tinha um genro de nome Manasses, irmão do
Grão-Sacrificador dos judeus, que vários daquela nação se tinham juntado a ele
pelo afeto que ele lhes tinha e que ele desejava construir um templo perto de
Samaria; que S. Majestade disso poderia tirar grande vantagem, porque assim
dividiria as forças dos judeus e impediria que aquela nação pudesse se revoltar
por inteiro e causar-lhe dificuldades, como seus antepassados tinham dado aos
reis da Síria. Alexandre consentiu no seu pedido; mandou que se trabalhasse com
incrível diligência na construção do templo e constituiu Manasses
Grão-Sacrificador; Sanabaleth sentiu grande alegria por ter granjeado tão
grande honra aos filhos que ele teria de sua filha. Morreu, depois de ter
passado sete meses junto de Alexandre no cerco de Tiro e dois no de Gaza.
Quando este ilustre conquistador tomou esta última cidade, avançou para
Jerusalém e o Grão-Sacrificador Jaddo, que bem conhecia a sua cólera contra
ele, vendo-se com todo o povo em tão grave perigo, recorreu a Deus, ordenou
orações públicas para implorar o seu auxílio e ofereceu-lhe sacrifícios. Deus
apareceu-lhe em sonhos na noite seguinte e disse-lhe para espalhar flores pela
cidade, mandar abrir todas as portas e ir revestido de seus hábitos
pontificais, com todos os sacrificadores, também assim revestidos e todos os
demais, vestidos de branco, ao encontro de Alexandre, sem nada temer do
soberano, por que ele os protegeria.
"Jaddo comunicou com grande alegria
a todo o povo a revelação que tivera e todos se preparam para esperar a vinda
do rei. Quando se soube que ele já estava perto, o Grão-Sacrificador,
acompanhado pelos outros sacrificadores e por todo o povo, foi ao seu encontro,
com essa pompa tão santa e tão diferente da das outras nações, até o lugar denominado
Sapha, que, em grego, significa mirante, porque de lá se podem ver a cidade de
Jerusalém e o templo. Os fenícios e os caldeus, que estavam no exército de Alexandre,
não duvidaram de que na cólera em que ele se achava contra os judeus ele lhes permitiria
saquear Jerusalém e dai ia um castigo exemplar ao Grão-Sacrificador. Mas
aconteceu justamente o contrário, pois o soberano apenas viu aquela grande
multidão de homens vestidos de branco, os sacrificadores revestidos com seus
paramentos de Unho e o Grão-Sacrificador, com seu éfode, de cor azul, adornado
de ouro, e a tiara sobre a cabeça, com uma lâmina de ouro sobre a qual estava
escrito o nome de Deus, aproximou-se sozinho dele, adorou aquele augusto nome e
saudou o Grão-Sacrificador, ao qual ninguém ainda havia saudado. Então os
judeus reuniram-se em redor de Alexandre e elevaram a voz, para desejar-lhe
toda sorte de felicidade e de prosperidade. Mas os reis da Síria e os outros
grandes, que o acompanhavam, ficaram surpresos, de tal espanto que julgaram que
ele tinha perdido o juízo. Parmênio, que gozava de grande prestígio,
perguntou-lhe como ele, que era adorado em todo o mundo, adorava o
Grão-Sacrificador dos judeus. Não é a ele, respondeu Alexandre, ao
Grão-Sacrificador, que eu adoro, mas é a Deus de quem ele é ministro. Pois
quando eu ainda estava na Macedônia e imaginava como poderia conquistar a Ásia,
ele me apareceu em sonhos com esses mesmos hábitos e me exortou a nada temer;
disse-me que passasse corajosamente o estreito do Helesponto e garantiu-me que
ele estaria à frente de meu exército e me faria conquistar o império dos
persas. Eis por que, jamais tendo visto antes a ninguém revestido de trajes
semelhantes aos com que ele me apareceu em sonho, não posso duvidar de que foi
por ordem de Deus que empreendi esta guerra e assim vencerei a Dario, destruirei
o império dos persas e todas as coisas suceder-me-ão segundo meus desejos.
"Alexandre, depois de ter assim
respondido a Parmênio, abraçou o Grão-Sacrificador e os outros sacrificadores,
caminhou depois no meio deles até Jerusalém, subiu ao templo, ofereceu
sacrifícios a Deus da maneira como o Grão-Sacrificador lhe dissera que devia
fazer. O soberano Pontífice mostrou-lhe em seguida o livro de Daniel no qual
estava escrito que um príncipe grego destruiria o império dos persas e
disse-lhe que não duvidava de que era ele de quem a profecia fazia menção.
"Alexandre ficou muito contente; no
dia seguinte, mandou reunir o povo e ordenou-lhe que dissesse que favores
desejava receber dele. O Grão-Sacrificador respondeu-lhe que eles lhe
suplicavam permitir-lhes viver segundo suas leis, e as leis de seus
antepassados e isentá-los no sétimo ano, do tributo que lhe pagariam durante
os outros. Ele concedeu-lho. Tendo-lhe, porém, eles pedido que os judeus que
moravam na Babilônia e na Média, gozassem dos mesmos favores, ele o prometeu
com grande bondade e disse que se alguém desejasse servir em seus exércitos ele
o permitiria viver segundo sua religião e observar todos os seus costumes.
Vários então alistaram-se."
Após a morte de Alexandre Magno, como já
dissemos,
O Império Grego foi dividido entre quatro
generais: Lísimaco, Cassandro, Ptolomeu e Seleuco. Ambiciosos, auto-coroaram-se
e trataram de solidificar seus reinos. Seus interesses entrechocaram-se muitas
vezes, ocasionando violentas escaramuças. Esses potentados subsistiram até a
ascensão do Império Romano.
Deter-nos-emos, entretanto, apenas nas
crônicas ptolomaicas e selêucidas, por causa de seu relacionamento com os
filhos de Israel.
Que o Santo Espirito do Senhor, ilumine
o nosso entendimento
Não perca tempo, Indique esta maravilhosa
Leitura
Custo:O Leitor não paga Nada,
Você APENAS DIVULGA
E COMPARTILHA