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6 de janeiro de 2017

Geografia Bíblica - Teologia 25.55 - Tito

 Geografia Bíblica - Teologia 25.55



2 - Tito

Ao rejeitar o seu Cristo, os judeus disseram: "Caia sobre nós o seu sangue, e sobre nossos filhos!" (Mt 27.25.) Essas duras e irresponsáveis palavras foram pronunciadas ante Pôncio Pilatos que pretendia indultar alguém por ocasião da Páscoa. Ao pedir que escolhessem entre Jesus e
Barrabás. eles não titubearam. Com os seus corações cheios de ódio, optaram por um salteador e entregaram o bondoso -Jesus à morte.
Com essa insana escolha, os filhos de Abraão começa­vam a escrever um dos mais tristes e funestos capítulos de sua atribulada história. O sangue do Nazareno começaria a cair-lhes sobre a cabeça a partir do ano 70 d.C, com a destruição de Jerusalém e do Templo pelos romanos.
Nessa época, o Cristianismo já havia alcançado os mais longínquos rincões do Império Romano. A religião do Nazareno, inclusive, já havia conquistado considerável terreno na luxuriante e orgulhosa Roma.
Na Judéia, enquanto isso, os israelitas foram obriga­dos a suportar toda a sorte de arbitrariedade das autorida­des romanas. O governador Gesius Florus, por exemplo, assumiu o poder com o espírito eivado de preconceitos con­tra os judeus. O carrasco, como era conhecido, quebrantou as leis mosaicas e desrespeitou, acintosa e publicamente, as mais caras tradições do povo de Israel. Para esse procu­rador, os hebreus não passavam de um bando de fanáticos e desequilibrados.
Em Cesaréia, os gregos, vendo a forma como Florus tratava os judeus, começou a persegui-los com redobrado fervor. A vida da comunidade judaica, nessa cidade, trans­formou-se num inferno. Os israelitas nem mesmo podiam adorar a Deus. Em frente às sinagogas, os helenos promo­viam grandes tumultos, impedindo a realização dos ofícios religiosos.
Uma delegação judaica foi enviada a Gesius Florus para pedir-lhe proteção. O governador romano, no entan­to, ordenou a matança dos representantes judeus.
A notícia da aflição dos israelitas de Cesaréia chegou a Jerusalém e causou profunda comoção. Os zelotes entra­ram em ação e iniciaram uma guerra de guerrilhas contra as forças romanas. Deteriorou-se a situação quando Florus exigiu 17 talentos de ouro que se encontravam no Templo.
A partir daí, alastrou-se o conflito romano-judaico.
O governador da Síria, Céstius Gallus, viajou a Jeru­salém para investigar as causas do levante. Sua presença, no entanto, provocou profundo mal-estar, por incorporar a 80 imagem da opressora Roma. Embora estivesse acolitado por poderoso exército, foi ele obrigado a deixar a cidade. Após sofrer vergonhosa e fragorosa derrota, refugiou-se no território sírio.
Os nacionalistas judeus, entusiasmados com essa vi­tória, preparam-se para novos combates. Inicialmente, apenas os pobres compunham os quadros da resistência. Com os primeiros sucessos, porém, os ricos e nobres passa­ram, com o mesmo ímpeto, a atacar os exércitos romanos. O historiador Flávio Josefo, de origem aristocrática, en­contrava-se entre os combatentes judeus.
Nero foi notificado do levante na Judéia, quando se encontrava na Grécia assistindo aos jogos olímpicos e par­ticipando de alegres festas. Para sufocar a rebelião, enviou à Palestina um de seus mais competentes militares. Estra­tegista de primeira grandeza, o general Vespasiano começa a tomar cidade após cidade dos revoltosos. Quando prepa­rava-se para sitiar Jerusalém, foi chamado às pressas à ca­pital do império. Com a morte do desvairado Nero, foi ele aclamado imperador.
A tarefa de sitiar e tomar a Cidade Santa é entregue, então, ao filho de Vespasiano. Com a mesma determinação do pai, o general Tito lança-se sobre Jerusalém, no ano 70 d.C.
O historiador israelita, Simon Dubnow, narra-nos, com vivas cores, como a mais amada das cidades judaicas foi destruída:
"...a fome se alastrava cada vez mais por Jerusalém; os cereais armazenados já se haviam esgotado há muito tempo; os ricos entregavam suas propriedades e os pobres seus últimos pertences em troca de um pedaço de pão. His­tórias terríveis se gravaram na memória do povo a respeito dos acontecimentos daqueles dias. Martha, a abastada viúva do sumo sacerdote Jesus Ben Gamaliel, em cuja pas­sagem, quando se dirigia ao Templo, se estendiam, outrora, preciosos tapetes, se via agora na contingência de ali­viar sua fome com restos recolhidos nas ruas; outra mulher rica, levada pela fome, degolou o próprio filhinho para co­mê-lo. As ruas estavam repletas de cadáveres e de gente desfalecida, e não havia tempo para enterrar os mortos. Os cadáveres espalhados por toda a parte empestavam o ar. A fome, a epidemia e as setas do inimigo provocaram a ruína nas fileiras dos defensores; mas os que ainda resistiam não perdiam as esperanças. Este heroísmo e pertinácia do povo assombrou até os heróicos romanos. Finalmente, eles diri­giram suas máquinas de assédio contra as fortificações do Templo. Quando os romanos tomaram a Torre Antônia, descobriram repentinamente espessas muralhas que cir­cundavam o Templo, e, como fosse impossível derrubá-las, Tito ordenou que se incendiassem os portões exteriores, dos quais partia uma série de colunas que chegavam até o próprio Templo; os guerreiros judeus lutaram como leões, e cada passo para o Templo custava ao inimigo rios de san­gue.
"De repente, um soldado romano agarrou um lenho ar­dente e lançou-o ao interior do Templo, através de uma ja­nela. As portas de madeira das salas do Templo se infla­maram e logo todo o Templo se achava envolto em cha­mas. Tito, que se dirigiu imediatamente para o lugar atin­gido, proferiu aos soldados, em altas vozes, a ordem de su­focar o incêndio e salvar o esplêndido edifício. Mas devido ao estrépido ensurdecedor das construções que caíam, aos gritos desesperados dos sitiados e ao ruído das armas, tor­nou-se impossível perceber a voz do chefe. Os enfurecidos romanos lançaram-se sobre as câmaras não afetadas ainda pelo fogo, com o fim de roubar os tesouros ali acumulados, mas somente puderam penetrar pisando os cadáveres dos guerreiros judeus, que lhes opunham uma grande resistên­cia no meio das labaredas. Então, os vencedores deram li­vre expansão à sua cólera. Velhos, mulheres e crianças fo­ram assassinados sem compaixão; muitos hebreus encon­traram a morte nas chamas, às quais se precipitaram va­lentemente. O Templo, orgulho da Judéia, transformou-se em um monte de escombros, sendo destruído na mesma data (nove e dez de Aw) em que fora destroçado antiga­mente o primeiro templo por Nabucodonosor. Dos objetos contidos no Templo, só permaneceram intatos o cande­labro, a mesa sagrada e um rolo da Tora. Tito ordenou le­vá-los e conservá-los como lembrança de seu triunfo. "Com a ruína de Jerusalém, desmembrou-se por completo o Estado Judeu. Esta luta tão singular na história, luta entre um Estado minúsculo e o Império mais poderoso do mundo, absorveu uma infinidade de vítimas e cerca de um milhão de judeus pereceu na guerra com os romanos (66-70) e uns cem mil foram feitos prisioneiros. Desses ca­tivos, alguns foram mortos, outros enviados a trabalhos forçados ou vendidos como escravos nos mercados da Ásia e África; mas os mais fortes e belos ficaram para lutar com feras nos circos romanos e acompanhar Tito em sua solene entrada em Roma. Sempre que Tito celebrava o aniversá­rio de seu pai e de seu irmão, organizava jogos militares e lutas de gladiadores, nos quais se arrojavam muitos judeus às feras do circo, para que os destroçassem, divertindo o público."
Para comemorar a sua vitória, o imperador Vespasiano ordenou a cunhagem de moedas especiais que traziam uma mulher acorrentada e a seguinte expressão: "Judéia cativa, Judéia vencida."
Poucos anos após a queda de Jerusalém, judeus e ro­manos voltariam a enfrentar-se. O renhido combate foi travado em Massada. Mostrando mais uma vez sua audá­cia e coragem, a resistência judaica preferiu autodestruir-se, a entregar-se ao opressor romano. A partir de então, toda a Judéia passou a pertencer aos imperadores roma­nos, que passaram a doar seus lotes ou vendê-los.

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