História Da Igreja - Teologia
30.84
MARTINHO LUTERO (1483‐1546)
Era um destacado monge agostiniano,
doutor em teologia e pregador na cidade de Wittemberg, quando ocorreu uma
grande transformação em sua vida. Ele mesmo contou: Desejando ardentemente
compreender as palavras de Paulo, comecei o estudo da Epístola aos Romanos.
Porém, logo no primeiro capítulo consta que a justiça de Deus se revela no
Evangelho (vs 16 e 17). Eu detestava as palavras “a justiça de Deus”, porque
conforme fui ensinado, eu a considerava
como um atributo
do Deus santo
que o leva
a castigar os
pecadores. Apesar de
viver irrepreensivelmente, como
monge, a consciência perturbada me mostrava que era
pecador perante Deus. Assim odiava a um Deus justo, que castiga os pecadores...
Senti‐me ferido de consciência, revoltado intimamente, contudo voltava sempre
ao mesmo versículo, porque queria saber o que Paulo ensinava. Contudo, depois
de meditar sobre esse ponto durante muitos dias e noites, Deus, na sua graça,
me mostrou a palavra “o justo viverá da fé”. Vi então que a justiça de Deus,
nessa passagem, é a justiça que o homem piedoso recebe de Deus pela fé, como
dádiva. Então me achei recém nascido e no Paraíso. Todas as Escrituras tinham
para mim outro aspecto; perscrutava‐as para ver tudo quanto ensinam sobre a
justiça de Deus. Antes, estas palavras eram‐me detestáveis; agora as recebo com
o mais intenso amor.
A passagem me servia como a porta do
Paraíso. Em outubro de 1517, Lutero afixou à porta da Igreja do Castelo de
Wittemberg as 95 teses, o teor das quais é
que Cristo requer o arrependimento e
a tristeza pelo pecado e não a penitência. Lutero afixou as teses para um
debate público, na porta da igreja, como era
costume nesse tempo. Estas teses,
escritas em latim, foram logo traduzidas para o alemão, holandês e espanhol.
Logo, estavam na Itália, fazendo estremecer
os alicerces de Roma. Foi desse ato
de afixar as 95 teses que nasceu a Reforma. Um ano depois de afixar as teses,
Lutero era o homem mais popular em toda
a
Alemanha. Quando a
bula de excomunhão,
enviada pelo Papa,
chegou a Wittemberg,
Lutero respondeu com
um tratado dirigido
ao Papa Leão
X, exortando‐o, no nome do Senhor, a que se arrependesse. A bula do Papa
foi queimada fora do muro da cidade de Wittemberg, perante grande ajuntamento
do povo. Lutera era um erudito em
hebraico e grego, o que facilitou sua grande obra, a tradução da Bíblia para o
alemão. Ele mesmo escreveu para o seu povo: Jamais em todo o mundo se escreveu
um livro mais fácil de compreender do que a Bíblia. Comparada aos outros
livros, é como o sol em contraste com
todas as demais luzes. Não vos
deixeis levar a abandona‐la sob qualquer pretexto. Se vos afastardes dela por
um momento, tudo estará perdido; podem levar‐vos para onde quer que desejem. Se
permanecerdes com as Escrituras, sereis vitoriosos. Depois de abandonar o
hábito de monge, Lutero resolveu deixar por completo a vida monástica,
casando‐se com Catarina von Bora, freira que também saíra do claustro, e
geraram seis filhos.
Que o Santo Espirito do Senhor, ilumine
o nosso entendimento
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