História De Israel – Teologia 31.157
CAPÍTULO 8
DEMETRIO NICANOR, FILHO DO REI DEMETRIO, ENTRA NA CILÍCIA
COM UM EXÉRCITO. O REI ALEXANDRE BALAS DÁ O COMANDO DE SEU EXÉRCITO A
APOLÔNIO, QUE INJUSTAMENTE ATACA JÔNATAS, SUMO SACERDOTE.
JÔNATAS O DERROTA, TOMA AZOTO E INCENDEIA O TEMPLO DE DAGOM.
PTOLOMEU FILOMETER, REI DO EGITO, VEM EM AUXÍLIO DO REI
ALEXANDRE,
SEU GENRO, QUE LHE ARMA EMBOSCADAS POR MEIO DE AMORNO.
PTOLOMEU TIRA-LHE AFILHA E A DÁ EM CASAMENTO A DEMÉTRIO. OS
HABITANTES DE ANTIOQUIA RECEBEM PTOLOMEU, E EXPULSAM
ALEXANDRE,
QUE RETORNA COM UM EXÉRCITO. PTOLOMEU E DEMÉTRIO COMBATEM E
VENCEM ALEXANDRE. PTOLOMEU MUITO FERIDO, MORRE, PORÉM ANTES
VÊ
A CABEÇA DE ALEXANDRE, ENVIADA POR UM PRÍNCIPE ÁRABE,
FÔNATAS
CERCA A FORTALEZA DE JERUSALÉM E APLACA COM PRESENTES O REI
DEMÉTRIO, QUE CONCEDE NOVAS GRAÇAS AOS JUDEUS. ESSE
PRÍNCIPE,
VENDO-SE EM PAZ, DISPENSA OS SEUS ANTIGOS SOLDADOS.
507. No ano cento e sessenta e cinco, Demétrio, cognominado
Nicanor, filho do rei Demétrio, tomou sob pagamento um grande número de
soldados que Lastene, de Creta, lhe forneceu, embarcou nessa ilha e foi à
Cilícia. Essa notícia deixou muito perturbado o rei Alexandre Balas, que então
estava na Fenícia. Ele partiu imediatamente para Antioquia, a fim de
prevenir-se antes da chegada de Demétrio, e deu o comando de seu exército a
Apolônio Davo. Esse general avançou para )amnia e mandou dizer a Jônatas, sumo
sacerdote, que era estranho que ele fosse o único a viver à vontade e em paz
sem prestar nenhum serviço ao rei; que não permitiria por mais tempo a censura que
todos lhe moviam de não obrigá-lo ao cumprimento do dever; que ele não se
iludisse na esperança de que não o poderiam atacar nos montes; que, se de fato
ele era valente e tinha confiança em suas forças, como queria que se pensasse,
viesse então à planície para encerrar aquela questão por meio de um combate,
cujo resultado haveria de mostrar qual dos dois era o mais valente; que ele
estivesse avisado de que tinha os melhores soldados, recrutados em todos os
lugares da terra, os quais estavam acostumados a vencer; e que aquele combate
se daria num lugar onde se teria necessidade de armas, e não de pedras, e onde
os vencidos não podiam esperar a salvação pela fuga.
Jônatas, irritado com tais bravatas, partiu imediatamente de
Jerusalém com dez mil homens escolhidos, acompanhado por Simão, seu irmão, e
foi acampar próximo da cidade de Jope. Os habitantes fecharam-lhes as portas.
Vendo, porém, que ele se preparava para forçá-las, abriram-nas. Quando Apolônio
soube que ele havia se apoderado da cidade, marchou por Azoto com oito mil
soldados de infantaria e três mil de cavalaria. Em seguida, aproximou-se de
Jope em marchas pequenas, sem rumor, e depois afastou-se um pouco para atacar
Jônatas na planície, porque confiava na sua cavalaria. Jônatas avançou e o
perseguiu até Azoto.
Apolônio, mal o viu na planície, mudou de idéia e mandou
sair ao mesmo tempo mil cavaleiros de uma emboscada que havia preparado numa
torrente a fim de atacar os judeus pela retaguarda. Jônatas, que previra o
movimento, não se admirou. Formou um batalhão compacto, em quadrados, para
poder resistir de todos os lados, e exortou os seus a mostrar toda a sua
coragem naquela eventualidade.
O combate durou até a tarde. Jônatas deu o comando de uma
parte do exército a Simão, seu irmão, e ordenou às tropas perto dele que se
cobrissem com os escudos, para receber os dardos da cavalaria inimiga. Eles
fizeram assim, e a cavalaria gastou todos os seus dardos sem conseguir
causar-lhes mal algum. Quando Simão viu que os inimigos estavam cansados por
terem lançado tantos dardos inutilmente o dia todo, atacou-os com tanta
violência, principalmente a infantaria, que os derrotou. A fuga atemorizou
também a cavalaria, e assim ela foi desbaratada e fugiu desordenadamente,
jônatas os perseguiu até Azoto e matou um grande número deles. O resto
refugiou-se num templo de Dagom, mas ele entrou na cidade e mandou incendiá-la,
fazendo o mesmo com as cidades da vizinhança. Também não respeitou o templo e o
incendiou, e assim morreram queimados todos os que nele se haviam refugiado.
O número dos inimigos que pereceram nesse dia, tanto pelas
chamas quanto pelas armas, foi de dez mil homens. Jônatas, ao sair de Azoto,
acampou próximo de Asquelom. Os habitantes ofereceram-lhe presentes. Ele os
recebeu, agradeceu-lhes a boa vontade e retornou vitorioso a Jerusalém, com
ricos despojos. O rei Alexandre Balas mostrou-se satisfeito com a derrota de
Apolônio, porque este havia atacado o seu amigo e os seus confederados contra a
sua vontade. E, para mostrar a Jônatas em que estima ele tinha o seu valor,
mandou-lhe um broche de ouro que somente os parentes dos reis podiam usar e
deu-lhe perpetuamente Acarom e seu território.
508. Nesse mesmo
tempo, o rei Ptolomeu Filometer veio à Síria com forças de terra e de mar, em
socorro de Alexandre, seu genro, por ordem de quem todas as cidades o receberam
com alegria, exceto Azoto, que lhe fez grandes queixas de jônatas, por ele
haver incendiado o templo de Dagom e todo o país, passando-o a ferro e fogo, ao
que esse rei nada respondeu. Jônatas dirigiu-se a Jope, onde ele estava, e foi
muito bem recebido. Depois de acompanhá-lo até o rio de Eleutério, voltou a
Jerusalém com ricos presentes, ofertados pelo príncipe.
509. Enquanto
Ptolomeu estava em Ptolemaida, pouco faltou que não perecesse numa emboscada
que Alexandre lhe armara por meio de Amônio, seu amigo. Mas ele descobriu e
escreveu a Alexandre, dizendo que punisse aquele traidor como merecia. Vendo
que ele não fazia caso, não duvidou em pensar que fora o próprio Alexandre o
autor de tão grande traição e ficou irritado contra o pérfido príncipe, que já
se tornara odioso aos habitantes de Antioquia por causa desse mesmo Amônio, que
lhes havia feito muito mal. O detestável ministro de tão negra ação não deixou,
no entanto, de receber o castigo que merecia. Tendo se vestido de mulher, para
se salvar, foi morto nessa ocasião, perdendo a vida de forma vergonhosa, como
diremos mais tarde.
510. Ptolomeu,
arrependendo-se da aliança que fizera com Alexandre e de havê-lo ajudado,
tirou-lhe a filha e enviou embaixadores a Demetrio para oferecê-la a este em
matrimônio, com a promessa de restaurá-la no seu reino. Ele recebeu o
oferecimento com grande alegria, e assim, nada mais restava a Ptolomeu senão
persuadir os de Antioquia a receber esse jovem príncipe, contra o qual estavam
indispostos, por causa da lembrança do que haviam sofrido sob o reinado de seu
pai. E eles, devido ao ódio que sentiam de Alexandre, por causa de Amônio,
resolveram, sem mais, expulsá-lo da cidade.
Alexandre retirou-se para a Cilícia, e Ptolomeu Filometer
entrou em Antioquia, onde foi saudado como rei pelos habitantes e pelo seu
exército. Por isso foi obrigado permitir que lhe colocassem na cabeça dois
diademas: um de rei da Ásia e outro de rei do Egito. Mas ele era naturalmente
justo, muito prudente, moderado e pouco ambicioso, e não queria ofender os
romanos. Por essa razão reuniu todos habitantes dessa grande cidade e os
persuadiu a receber Demetrio como rei, garantindo-lhes que, por lhe dever
Demetrio muitas obrigações, este esqueceria a inimizade que houvera entre seu
pai e eles. A isso ele acrescentou que o orientaria sobre a maneira de bem
governar e recomendar-lhe-ia que nada fizesse que fosse indigno de um príncipe.
Quanto a ele, contentava-se com o reino do Egito. Assim, esse sábio rei os
persuadiu a receber Demetrio.
511. Alexandre,
depois de reunir um grande exército, entrou na Cilícia e na Síria, devastou-as
e incendiou tudo. Ptolomeu e Demetrio, então seu genro, combateram-no e o
venceram, obrigando-o a fugir para a Arábia. Aconteceu nessa batalha que o
cavalo de Ptolomeu assustou-se com o barrido de um elefante e jogou-o por
terra. Os inimigos imediatamente o rodearam de todos os lados e o teriam matado
os seus guardas não o tivessem tirado daquele perigo. Mas ele recebeu tantas
feridas na cabeça que ficou quatro dias sem poder falar nem compreender o que
lhe diziam. No quinto dia, quando começava a voltar a si, um príncipe árabe, de
nome Zabez, mandou-lhe a cabeça de Alexandre. Assim ele soube ao mesmo tempo da
morte de seu inimigo e viu com os próprios olhos que a notícia era verdadeira.
Mas a sua alegria não durou muito, pois logo em seguida ela também terminou,
junto com a sua vida. Alexandre Balas reinou apenas cinco anos, como já
dissemos.
512. Demetrio
Nicanor, com a morte de Alexandre, entrou na posse do reino e logo deu mostras
de seu mau gênio. Esquecendo-se de todas as obrigações que devia a Ptolomeu
Filometer e da aliança que fizera com ele, pelo casamento com Cleópatra, tratou
tão mal os seus soldados que eles se retiraram para Alexandria, detestando a
sua ingratidão. Deixaram-lhe, porém, os elefantes.
513. Nesse mesmo
tempo, Jônatas, sumo sacerdote, reuniu todas as suas forças na Judéia, para
atacar a fortaleza de Jerusalém, onde havia uma guarnição de macedônios e para
onde os judeus desertores da religião de seus antepassados se haviam retirado.
A confiança na resistência da praça fez com que eles, no início, zombassem
daquela empresa, e alguns desses judeus foram avisar Demetrio do assédio. Ele
ficou tão encolerizado que partiu de Antioquia com o seu exército, para marchar
contra Jônatas. Quando chegou a Ptolemaida, escreveu-lhe dizendo que viesse
encontrá-lo, e jônatas foi, sem abandonar o cerco. Fez-se acompanhar por alguns
sacerdotes e anciãos do povo, e levou-lhe ouro, prata, ricos vestess e grande
quantidade de outros presentes, que aplacaram a sua cólera.
Ele o recebeu com grande honra, confirmou-o no sumo
sacerdócio, como os reis seus predecessores haviam feito, e não somente deixou
de prestar fé às acusações dos judeus trânsfugas como ainda decretou que toda a
Judéia e as três províncias que a ela estavam unidas, a saber, Samaria, Jope e
a Caliléia, pagariam doravante apenas trezentos talentos de tributo, no total,
como se vê pelas cartas que ele fez expedir, nestes termos: "O rei
Demetrio a Jônatas, seu irmão e à nação dos judeus, saudação. Mandamo-vos cópia
da carta que escrevemos a Lastenes, nosso parente, a fim de que vejais o que
ela contém: O rei Demetrio, a Lastenes, nosso pai, saudação. Querendo mostrar
aos judeus o quanto estamos satisfeitos pela maneira como correspondem por suas
ações ao afeto que lhes dedicamos e dar-lhes provas disso, ordenamos que os
três bailiados de Aferema, Lida e Ramate, com os seus territórios, sejam
tirados de Samaria e anexados à Judéia e lhes restituímos tudo o que os reis
nossos predecessores estavam habituados a receber dos que iam oferecer
sacrifícios em Jerusalém, bem como os outros tributos que deles tiravam,
provenientes dos frutos da terra e das árvores. Nós os dispensamos, além disso,
do imposto do direito de gabela e dos presentes que davam aos reis, sem que
nada mais, por esse motivo, se exija deles para o futuro. Dai, pois, ordem para
que o nosso desejo seja satisfeito e enviai uma cópia desta carta a Jônatas,
para ser conservada num lugar muito digno do santo Templo".
514. Demétrio,
vendo-se em paz, julgou nada mais ter a recear. Licenciou as suas tropas, das
quais antes havia diminuído o soldo, e conservou somente os estrangeiros por
ele trazidos de Creta e das outras ilhas. Assim, ele atraiu a ira de seus
próprios soldados, os quais os reis predecessores não trataram do mesmo modo,
pagando-os mesmo em tempo de paz, a fim de que eles estivessem sempre prontos
para servi-los com afeto quando deles tivessem necessidade na guerra.
Que o Santo Espirito do Senhor, ilumine
o nosso entendimento
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