História De Israel – Teologia 31.160
CAPÍTULO 11
OS JUDEUS ESCOLHEM SIMÃO MACABEU PARA SEU GENERAL, NO LUGAR
DE JÔNATAS, SEU IRMÃO, PRISIONEIRO DE TRÍFON, O QUAL, APÓS RECEBER CEM
TALENTOS E DOIS DE SEUS FILHOS COMO REFÉNS PARA LIBERTÁ-LO,
FALTA À
PALAVRA E O MANDA MATAR. SIMÃO ERGUE-LHE UM SOBERBO TÚMULO E
É
CONSTITUÍDO PRÍNCIPE E SUMO SACERDOTE DOS JUDEUS. SEU
ADMIRÁVEL
PROCEDER. ELE LIBERTA A NAÇÃO DA ESCRAVIDÃO DOS MACEDÔNIOS.
TOMA DE ASSALTO A FORTALEZA DE FERUSALÉM, ARRASANDO-A,
BEM COMO AO MONTE SOBRE O QUAL ESTAVA CONSTRUÍDA.
526. A notícia do que havia acontecido a Jônatas encheu de
dor os habitantes de Jerusalém, tanto pelo afeto que lhe dedicavam quanto pelo
temor de que as nações vizinhas, as quais eram contidas apenas pelo medo que
tinham dele, vendo-os privados de seu auxílio e de tão sábio e generoso chefe,
lhes viessem mover guerra no futuro e os reduzissem aos extremos. Ao que
parece, eles não se enganavam, pois esses povos, mal souberam da notícia da
morte de Jônatas, que se espalhara, declararam-lhes guerra. Trífon, por sua
vez, reuniu um grande exército para também entrar na Judéia.
Simão, para dar coragem aos judeus, que via tão assustados,
mandou reunir o povo no Templo e falou: "Não ignorais, meus irmãos, a
quantos e terríveis momentos meu pai, meus irmãos e eu nos vimos expostos para
reconquistar e conservar a nossa liberdade. Assim, tendo na minha família
exemplos que me obrigam a desprezar a morte para manter as leis e a religião de
meus antepassados, perigo algum me impedirá de preferir a minha honra e o meu
dever à minha vida. E agora, que já não vos falta um chefe zeloso de vosso bem
e que nada há de difícil que ele não esteja pronto a empreender para
consegui-lo, segui-me corajosamente aonde eu vos levar. Como não tenho maiores
méritos que meus irmãos, não devo poupar a minha vida, assim como eles não
pouparam a sua. Eu não poderia, sem faltar à coragem, deixar de seguir-lhes as
pegadas, mas teria a glória de imitá-los, morrendo feliz pela defesa de nossa
pátria, de nossas leis e de nossa religião. Espero que se co-nheça, pelos meus
atos, que não sou um indigno irmão daqueles ilustres e generosos chefes, cuja
feliz e sábia orientação nos levou a tantas e tão grandes vitórias.
Vingar-vos-ei, com o auxílio de Deus, de vossos inimigos, defender-vos-ei, bem
como às vossas mulheres e filhos, dos ultrajes que vos quiserem fazer e impedirei
que a sua insolência venha a nos profanar o Templo, pois esses idolatras vos
desprezam e vos atacam com tanta ousadia apenas porque imaginam que não tendes
mais um chefe".
O povo, animado por essas palavras, retomou o ânimo e
alimentou melhores esperanças. Clamaram todos a uma voz que o escolhiam para
ocupar o lugar de judas e de Jônatas e que lhe obedeceriam com prazer. O novo
general reuniu imediatamente todos os que ele julgava aptos para a guerra e não
tardou em rodear Jerusalém com muralhas e com altas e fortes torres. Ele enviou
o seu grande amigo Jônatas, filho de Absalão, a Jope, com muitas tropas e com
ordem de expulsar de lá todos os seus habitantes, para que não entregassem a
cidade a Trífon, e ficou em Jerusalém.
527. Trífon partiu de
Ptolemaida com um grande exército, para entrar na Judéia, e levou consigo
Jônatas, seu prisioneiro. Simão, com as forças de que dispunha, foi contra ele,
até a aldeia de Adida, situada sobre um monte, abaixo do qual estão os campos
da Judéia. Logo que Trífon soube que Simão comandava o exército dos judeus,
enviou alguns homens a ele, para enganá-lo também. Propôs-lhe que, se quisesse
libertar o irmão, mandasse cem talentos de prata e também dois dos filhos de
Jônatas, como reféns e como prova da palavra, que o pai deles lhe daria, de não
afastar os judeus da sujeição ao rei. Acrescentou que conservaria Jônatas
prisioneiro até que ele pagasse também ao príncipe uma soma que lhe devia.
Simão facilmente percebeu que a proposta era um ardil e que,
ainda que lhe desse o que pedia e entregasse os filhos de seu irmão, ele não o
libertaria. No entanto, temendo que o acusassem de sua morte, caso recusasse
pagar, reuniu todo o exército e contou-lhes as exigências de Trífon, dizendo
que não duvidava de que ele os queria enganar mais uma vez. Todavia era de
opinião que se mandasse o dinheiro e esses dois filhos, antes de ser
considerado suspeito de não ter querido salvar a vida de seu irmão. E assim,
mandaram o dinheiro e os dois filhos. E Trífon faltou à palavra: não libertou
Jônatas e ainda devastou os campos com o seu exército. Dirigiu-se depois para a
Iduméia e chegou em Adora, que é uma cidade desse país, com intenção de avançar
até Jerusalém. Simão seguiu-o de perto com as suas tropas e acampou diante
dele.
528. A guarnição da
fortaleza de Jerusalém, nesse meio tempo, rogava com insistência a Trífon que
viesse em seu auxílio e enviasse víveres imediatamente.
Ele mandou a cavalaria, que deveria chegar naquela mesma
noite, mas isso não foi possível por causa da neve que caiu e cobriu as
estradas, de modo que os homens e os animais não puderam passar.
529. Trífon foi à Baixa Síria e, atravessando o país de
Galaade, mandou matar e enterrar Jônatas. Logo depois, voltou a Antioquia.
Simão transportou os despo-jos do irmão da cidade de Basca a Modim, onde o
sepultou. O povo sofreu imensamente a sua perda, e Simão mandou construir,
tanto para seu pai quanto para sua mãe e seus irmãos, um soberbo túmulo de
mármore branco e polido, tão alto que podia ser visto de longe. Ao redor dele,
havia arcos em forma de pórtico, e cada uma das suas colunas era feita de um
único bloco de pedra. Para indicar as sete pessoas da família, ele colocou sete
pirâmides de grande altura e de maravilhosa beleza. Essa obra tão magnífica
pode ser vista ainda hoje.
530. Com isso, pode-se imaginar o amor e a ternura que Simão
nutria pelos parentes, particularmente por seu irmão Jônatas, que morreu quatro
anos depois de ter sido elevado à honra e à dignidade de príncipe de sua nação
e sumo sacerdote. O povo escolheu Simão de comum acordo para substituí-lo.
Desde o primeiro ano, quando foi constituído nesses dois elevados cargos, ele
libertou os judeus da escravidão dos macedônios, aos quais não pagavam mais os
tributos, o que aconteceu cento e setenta anos depois que Seleuco, cognominado
Nicanor, se apoderou da Síria.
Toda a nossa nação apreciou e admirou tanto a virtude de
Simão, que não somente nos atos particulares, mas também nos públicos, se
dizia: "Feito no ano tal do governo de Simão, príncipe dos judeus, ao qual
toda a sua nação tanto deve". Pois eles desfrutaram durante o seu governo
toda espécie de prosperidade e obtiveram diversas vitórias sobre os povos
vizinhos, que lhes eram contrários.
Essa grande personagem saqueou as cidades de Cazara, Jope e
de Jamnia, tomou de assalto a fortaleza de Jerusalém, que arrasou até os
alicerces, para impedir que os inimigos se pudessem servir dela para fazer
ainda algum mal ao povo judeu. Mandou também arrasar o monte sobre o qual
estava situada, a fim de que somente o Templo estivesse em lugar elevado. Para
realizar tão grande obra, mandou reunir todo o povo e falou-lhe com tanta
energia dos males que eles haviam sofrido das guarnições daquelas fortalezas e
dos que poderiam ainda sofrer, se algum príncipe estrangeiro a reconstruísse,
que todos resolveram iniciar esse tão grande trabalho. Empregaram nessa obra
três anos, sem parar, nem de dia nem de noite, aplainaram todo o monte, e nada
mais ficou de elevado ao redor do Templo.
Que o Santo Espirito do Senhor, ilumine
o nosso entendimento
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