História De Israel – Teologia 31.181
CAPÍTULO 8
POMPEU, DEPOIS DE UM CERCO DE TRÊS MESES, TOMA O TEMPLO DE
ASSALTO, MAS NÃO O SAQUEIA. DIMINUI O PODER DOS JUDEUS.
DEIXA O
COMANDO DO EXÉRCITO A ESCAURO. LEVA ARISTÓBULO PRISIONEIRO A
ROMA, COM ALEXANDRE E ANTÍGONO, SEUS DOIS FILHOS, E SUAS
DUAS
FILHAS. ALEXANDRE ESCAPA DA PRISÃO.
577. A cidade de Jerusalém estava dividida. Uns diziam que
era preciso abrir as portas a Pompeu. Os do partido de Aristóbulo afirmavam, ao
contrário, que deviam fechá-las e se preparar para a guerra, pois ele era
mantido prisioneiro. E, sem adiar mais, apoderaram-se do Templo, destruíram a
ponte que o unia à cidade e resolveram defendê-lo. Os outros receberam o
exército de Pompeu e entregaram-lhe a cidade e o palácio real. Ele logo mandou
Pisão, seu lugar-te-nente-general, com as tropas para tomar posse dela. Pompeu,
por sua vez, forti-ficava também as casas e os outros lugares próximos do
Templo. Mas antes de tentar qualquer outro esforço, ofereceu condições de paz
aos que pretendiam defendê-lo. Quando viu que eles as recusavam, fortificou com
muralhas o que estava em redor. Hircano fornecia com prazer tudo o que era
necessário.
Pompeu escolheu atacá-lo pelo lado norte, porque era o mais
fraco, embora fortificado por altas e fortes torres e por um grande fosso,
feito com grande dificuldade num vale muito profundo, pois do lado da cidade
onde ele havia estabelecido o seu quartel havia somente um precipício, por
onde, depois que a ponte fora destruída, não se podia mais passar. Os romanos
trabalharam com infatigável ardor para elevar as plataformas e cortaram para
isso todas as árvores em redor. Depois, atacaram o Templo com máquinas que
Pompeu fizera vir de Tiro e que lançavam grandes pedras à maneira de balas.
Eles não teriam podido realizar esse feito com as
plataformas se as leis de nossos antepassados, que proíbem trabalhar no dia de
sábado, não tivessem impedido os sitiados de se opor a essa atividade naquele
dia. Os romanos, sabendo disso, não lançavam pedras nem atacavam de qualquer
outro modo, mas continuavam a elevar as plataformas e a fazer avançar as
máquinas, para se servirem delas no dia seguinte. Pode-se, pois, imaginar o
nosso zelo para com Deus e pela observância de nossas leis, pois nem o medo de
sermos atacados nos afastou da celebração de nossos sacrifícios. Os sacerdotes
não deixavam um dia sequer de oferecer sacrifícios a Deus sobre o altar, pela
manhã e às nove horas. O perigo, por maior que fosse, não conseguia
interrompê-los.
Depois de três meses de cerco, o Templo foi tomado, num dia
de jejum, na Olimpíada cento e setenta e nove, sendo cônsules C. Antônio e M.
Túlio Cícero. Embora os romanos matassem todos os que encontravam, o medo da
morte não impediu os que estavam ocupados nas sagradas cerimônias de continuar
a celebrá-las, tanto estavam persuadidos de que o maior de todos os males é o
abandono dos altares e a não-observância das santas leis. Para provar que o que
digo não são palavras ditas apenas por mera formalidade, para pôr em evidência
o espírito de piedade de nossa nação, basta ler o que referem todos os que
narram os feitos de Pompeu, como Estrabão, Nicolau e particularmente Tito
Lívio, que escreveu a História Romana. Mas devemos retomar a nossa narração.
Quando a maior das torres cedeu à potência das máquinas e,
caindo, fez cair também o muro que estava perto, os romanos apressaram-se a
entrar pela brecha. O primeiro que subiu foi Cornélio Fausto, filho de Sila,
seguido por seus comandados. Fúrio entrou pelo outro lado com a sua companhia,
e Fausto passou entre ambos e entrou com a sua. Todos os lugares ficaram
juncados de cadáveres. Parte dos judeus foi morta pelos romanos, os outros
matavam-se entre si ou se precipitavam do alto ou incendiavam as próprias
casas. A morte parecia-lhes mais doce que tão horrível desolação. Doze mil
judeus vieram a perecer, mas poucos romanos. Absalão, tio e sogro de
Aristóbulo, foi aprisionado.
A santidade do Templo foi violada de maneira singular. Até
então os profanos não somente jamais tinham posto o pé no Santuário, como nem
mesmo o tinham visto. Pompeu, todavia, entrou nele com o seu séquito e viu o
que não era permitido, senão aos sacerdotes. Lá encontrou a mesa, os
candelabros e as taças de ouro, grande quantidade de perfumes e, no tesouro
sagrado, cerca de dois mil talentos. Sua piedade impediu-o de tocar em qualquer
coisa, e nada ele fez então que não fosse digno de sua virtude. No dia
seguinte, ordenou aos oficiais do Templo que o purificassem, para oferecer
sacrifícios a Deus, e deu a Hircano o cargo de sumo sacerdote, tanto por causa
dos auxílios que dele recebera quanto porque impedira os judeus de abraçar o
partido de Aristóbulo. Mandou em seguida cortar a cabeça aos que haviam
insuflado a guerra e deu a Fausto e a outros, por terem sido os primeiros a
subir às muralhas, recompensas dignas de seu valor.
Quanto à cidade de Jerusalém, ele a tornou tributária dos
romanos. Tirou ao judeus as cidades que haviam conquistado na Baixa Síria,
determinou que obedecessem aos governadores e fixou, assim, em seus primeiros
limites, o poder de nossa nação, antes tão grande e tão extenso. A cidade de
Gadara algum tempo antes fora destruída, mas foi reconstruída em favor de
Demétrio, seu liberto, que dela era oriundo. Pompeu restituiu aos seus antigos
habitantes as que estavam bem dentro, em terra firme, a saber: Hipona,
Citópolis, Pela, Diom, Samara, Maressa, Azoto, Jamnia e Aretusa, como também as
que a guerra destruíra completamente. Quis ele que as cidades marítimas ficassem
livres e fizessem parte da província, a saber: Gaza, Jope, Adora e a torre de
Estratão, que Herodes depois mandou reconstruir com grande magnificência e
enriqueceu com portos e belos Templos, mudando-lhe o nome para Cesaréia.
Foi assim que a divergência entre Aristóbulo e Hircano
causou tantos males, fazendo-nos perder a liberdade, sujeitando-nos ao Império
Romano e nos obrigando a entregar o que havíamos conquistado da Síria pelas
armas. A isso devemos acrescentar que esses novos senhores exigiram de nós,
logo depois, mais de dez mil talentos e transferiram o reino, que antes sempre
pertencera à casta sacerdotal, a homens cujos nascimentos nada tinham de
ilustre. Falaremos mais particularmente, a seu tempo, de todas essas coisas.
578. Pompeu deixou a
Escauro o governo da Baixa Síria até o Eufrates e as fronteiras do Egito,
dirigiu-se para a Cilícia com duas legiões e foi para Roma rapidamente, levando
consigo Aristóbulo como prisioneiro, bem como os seus dois filhos e as suas
duas filhas. O mais velho chamava-se Alexandre, e o mais novo, Antígono. O mais
velho, Alexandre, porém, conseguiu escapar, e o mais novo, Antígono, chegou a
Roma com as suas irmãs.
Que o Santo Espirito do Senhor, ilumine
o nosso entendimento
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