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24 de maio de 2018

História Do Cristianismo - Teologia 32.64 - O IMPERADOR TEODÓCIO

História Do Cristianismo - Teologia 32.64



O IMPERADOR TEODÓCIO

Depois da morte do seu tio, o imperador Valente (um grande partidário de Ario), Graciano ficou como o único governador do império, mas, sentindo-se incapaz de supor­tar o peso de ansiedade inerente a esta nova responsabili­dade, determinou investir com a púrpura imperial Teodócio, um espanhol de nascimento nobre. Era este o filho do general Teodócio, que tinha prestado bons serviços na Bre­tanha, durante o reinado de Valenciano, reprimindo as in­cursões dos pictos e escosses; e Graciano tinha toda con­fiança na sua energia e habilidade. E tinha razão, porque Teodócio era homem de grande piedade e boas qualidades, e o seu reinado, que durou perto de dezesseis anos, foi no­tável pela sabedoria e moderação que mostrou, e que convinha a um governador cristão. Mas, assim como o Davi dos tempos antigos, também o seu caráter teve algumas manchas, e durante a sua vida praticaram-se atos negros e sangrentos. Os seguintes fatos falam por si.
Tinha havido um tumulto em Tessalônica, devido à prisão de um homem muito estimado. Durante esse tu­multo o general Botênio e vários oficiais perderam a vida. Teodócio, cheio de indignação por este ultraje, determinou vingá-lo; e para esse fim deu instruções secretas para se proceder a uma carnificina geral nos habitantes. Sob o pre­texto de que ia ter lugar uma exibição de jogos públicos, reuniu-se uma enorme multidão de gente no circo da cida­de, e seguiu-se uma cena medonha em que quinze mil pes­soas perderam a vida. Ambrósio, ao qual o imperador ti­nha prometido que não faria caso da ofensa, ficou cheio de pesar e admiração quando recebeu esta notícia e, retiran­do-se para um deserto próximo, escreveu ao imperador uma carta muito severa, repreendendo-o. O bispo era ho­mem de caráter bom e amável, e os mais pobres do seu re­banho podiam sempre chegar-se a ele; mas também sabia ser firme quando era preciso, e viu que era agora ocasião de o ser. Quaisquer que fossem os seus sentimentos íntimos para o imperador, nada se podia colocar no caminho do seu dever para com Deus. Na sua presença quaisquer senti­mentos ou distinções humanas haviam de desaparecer.
Tratava-se dos direitos da glória divina, e eles deviam ser sustentados a todo o custo. Ambrósio, compreendeu per­feitamente a sua posição, mas o seu desgosto não foi mais verdadeiro do que o de Teodócio. A consciência do impera­dor despertou verdadeiramente, e o seu coração sentiu o duplo peso da censura do bispo, e da sua própria culpabili­dade sanguinária. O seu primeiro pensamento foi recorrer à igreja, mas Ambrósio, que soube disso apressou-se em ir a Milão para o impedir de assim fazer. Os dois homens en­contraram-se no pórtico da igreja, e houve uma cena notá­vel entre eles. Quando o imperador avançava para entrar na igreja, o bispo agarrou-lhe o vestido e conjurou-o solene­mente a que recuasse. O imperador apresentou as suas ra­zões, mas Ambrósio conservou-se firme. As expressões par­ticulares de pesar foram inúteis: o fato tornara-se público, e o bispo nada queria admitir a não ser depois duma con­fissão pública. "Imperador", disse o inflexível bispo, "pa­rece que não conheces a enormidade do ato que praticaste; nem mesmo depois que cessou a tua raiva veio a razão fazer-te conhecer o crime cometido. Na verdade não convém que, enganado, pelo esplendor da púrpura, ignores a fra­queza do corpo que ela cobre. Imperador, tu governas cria­turas cuja natureza é igual à tua; e ainda mais, criaturas que são escravas como tu, porque Deus é o único Senhor e soberano de todos, sem exceção. Como pois hás de receber com as tuas mãos impuras o corpo supremamente santo do Senhor? E como hás tu, de, depois de derramares tanto sangue injustamente, aproximar da tua boca o cálice que fala do seu sangue? Afasta-te então deste lugar, e não ten­tes aumentar tuas transgressões passadas com novas cul­pas."
Teodócio aceitou esta censura e retirou-se. Passaram-se oito meses, e durante este tempo fechou-se no seu palá­cio, onde se dedicou à oração e à humilhação. Entretanto aproximava-se o Natal, e nesse dia apresentou-se nova­mente no pórtico da igreja. "Lamento profundamente", disse ele, "que o templo de Deus, e por conseqüência o Céu, esteja fechado para mim, ao passo que está aberto aos escravos e mendigos". Mas o bispo queria provas da since­ridade do seu arrependimento. "Que mudança de espírito tens apresentado?", perguntou-lhe, "depois de tão grande transgressão? E com que remédios tens curado as tuas feri­das?"
Então o imperador respondeu: "E vosso dever indicar os remédios, e o meu receber e fazer uso das vossas prescri­ções". "Nesse caso faz uma lei," replicou Ambrósio, "pela qual todos aqueles que têm a seu cargo fazer cumprir as or­dens imperiais, adiem por espaço de trinta dias o castigo dos que tenham sido condenados à morte, para que, este intervalo, dê tempo a que a cólera do imperador se abran­de, dando ocasião ao exercício da misericórdia, devido a qualquer mudança que tenha havido no seu espírito". Teodócio anuiu a isto, e deu ordens para que se publicasse imediatamente uma lei neste sentido. Ambrósio então dei­xou-o entrar na igreja. Despojando-se em seguida do seu manto imperial, Teodócio, com o rosto ao chão orou em voz alta as palavras do Salmo 119 versículo 25: "A minha alma está pegada ao pó: viuifica-me segundo a tua Pala­vra. " Esta cena foi enternecedora, e o povo, unindo-se à oração do imperador, misturou as suas lágrimas com as de­le.
Refletindo nesta notável ocorrência concordamos ple­namente com a seguinte opinião de um escritor moderno: "Livre das superstições e formalidades próprias dessa épo­ca, temos diante de nós um caso da mais genuína e salutar disciplina... O procedimento de Teodócio não foi o resulta­do de fraqueza ou de pusilanimidade, mas sim, de um sen­timento real do seu crime; duma consciência terna; dum conhecimento dos direitos de Deus, ao qual todas as gran­dezas do mundo estão sujeitas".

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