História De Israel – Teologia 31.201
CAPÍTULO 28
HERODES, AJUDADO POR SÓSIO, GENERAL ROMANO, TOMA JERUSALÉM E
RESGATA O SAQUE. SÓSIO APRISIONA ANTÍGONO E LEVA-O A ANTÔNIO.
623. Herodes levou
para o seu exército, depois de suas núpcias, um reforço de trinta mil homens.
Sósio, que havia mandado a ele o seu exército, que era poderoso tanto em
cavalaria quanto em infantaria, veio ao mesmo tempo pela Fenícia. Assim,
reuniram-se tropas de todos os lados para se juntar no cerco de Jerusalém, que
era atacada pelo norte. Havia cerca de onze legiões e seis mil cavaleiros, além
das tropas auxiliares da Síria. Os dois chefes desse célebre cerco eram Sósio,
enviado por Antônio em auxílio de Herodes, e este, que fazia guerra por si
mesmo, para arruinar Antígono, inimigo declarado do povo romano, e assim
garantir-se na coroa que o decreto do senado lhe havia conferido.
Os judeus, vindos de todas as partes do reino para reunir-se
naquela praça, defendiam-na com extrema coragem. Vangloriando-se da santidade
do Templo, afirmavam ao povo que Deus os livraria daquele perigo e faziam
secretamente incursões pelos campos, para estragar os víveres e a forragem, a
fim de que viessem a faltar aos que o cercavam. Herodes, para remediar isso, colocou
em diversos lugares tropas de emboscada e fez vir comboios de longe, que
trouxeram abundância de víveres e todas as coisas necessárias para o exército.
Empregou também um grande número de trabalhadores, pois, sendo verão, a estação
favorável os ajudava, sem retardar os trabalhos, de modo que ele terminou as
três plataformas que iniciara a construir. Batia ao mesmo tempo nos muros da
cidade com as suas máquinas e tudo fazia para chegar logo ao termo de tão
grande empresa.
Os sitiados, por sua vez, faziam todos os esforço
imagináveis para bem se defender: queimavam os trabalhos, não somente os
começados, mas também os já concluídos, e faziam ver, pelo seu extremo valor,
que os romanos os superavam somente na ciência da guerra. No lugar dos muros
derrubados pelas máquinas, eles construíam logo outros, retribuíam astúcia por
as-túcia e combatiam às vezes corpo a corpo. Assim, embora sitiados por um
poderoso exército e ao mesmo tempo oprimidos pela fome, porque aquele ano era
de sábado, o próprio desespero os animava, e nada os convencia a se entregar.
Por fim, no quadragesimo dia do cerco, vinte dos mais valentes soldados romanos
subiram a muralha seguidos por um de seus oficiais, que estava sob o comando de
Sósio, e, ajudados por outras tropas, apoderaram-se dela.
Quinze dias depois, o segundo muro também foi tomado, e
alguns pórticos do Templo foram incendiados, mas Herodes disso acusou Antígono,
para torná-lo odioso ao povo. A parte externa do Templo e a cidade baixa também
foram tomadas, e os sitiados retiraram-se para a cidade alta e para o Templo,
temendo que os romanos os impedissem de oferecer a Deus os sacrifícios
ordinários, e rogaram aos sitiantes que lhes permitissem fazer entrar somente
os animais necessários para esse fim. Herodes consentiu, na esperança de que
esse favor os dobrasse. Mas, vendo que se obstinavam mais do que nunca em
manter Antígono na realeza, redobrou os esforços para tomar a praça.
Viu-se então surgir, mais do que antes e de todas as partes,
a figura horrorosa da morte, pois os romanos estavam irritados porque o cerco
se prolongava demasiado, e os judeus afeiçoados a Herodes queriam destruir
inteiramente os compatriotas que haviam abraçado o partido contrário. Assim,
matavam-nos nas ruas, nas casas e mesmo quando se refugiavam no Templo. Não
poupavam velhos nem moços, e a fraqueza do sexo não lhes despertava a menor
compaixão pelas mulheres. E, embora Herodes ordenasse que fossem poupadas e
unisse rogos às suas ordens, eles não lhe obedeciam, pois estavam tão
inflamados pelo furor que haviam perdido todo o senso de humanidade.
624. Antígono, com um proceder indigno de seu glorioso
passado, desceu da torre onde estava e veio lançar-se aos pés de Sósio, que, em
vez de se comover, insultou-o ainda na sua infelicidade, chamando-o não de
Antígono, mas de Antígona. Tratou-o, porém, como mulher porque não confiou nele
e fez com que o custodiassem com muito cuidado.
625. Herodes, depois
de tanta dificuldade para vencer os inimigos, teve ainda graves embaraços para
reprimir a insolência daqueles estrangeiros que havia chamado em seu auxílio.
Eles lançaram-se em massa sobre o Templo e queriam até mesmo entrar no
Santuário. Para impedi-los, ele empregou não somente rogos e ameaças, mas
também a força, porque se julgava mais infeliz como vencedor do que se tivesse
sido vencido, uma vez que a sua vitória estava expondo a olhos profanos o que
não lhes era permitido ver.
Fez tudo o que foi possível para impedir o saque da cidade,
dizendo energicamente a Sósio que, se os romanos a queriam despovoar e saquear,
concluir-se-ia que ele fora constituído rei de um deserto. Declarou também que
não compraria nem mesmo o império do mundo, se lhe custasse o sangue de um
número tão grande de seus súditos. A isso Sósia respondeu que não se podia
negar aos soldados o saque de uma praça que eles haviam tomado. Herodes então
prometeu compensá-los com dinheiro. Assim, preservou a cidade e cumpriu
magnificamente a sua promessa, tanto para com os soldados quanto para com os
oficiais, particularmente Sósio.
Essa tomada de Jerusalém aconteceu sob o consulado de M.
Agripa e de Canísio Calo, na centésima octogésima quinta Olimpíada, no terceiro
mês, e durante um jejum solene, no mesmo dia em que Pompeu a havia tomado,
vinte e sete anos antes.
626. Sósio, depois de consagrar a Deus uma coroa de ouro,
partiu de Jerusalém e levou Antígono prisioneiro a Antônio. Isso pôs Herodes em
grande ansiedade, pois receava que Antônio o deixasse partir ou que Antígono,
quando chegasse a Roma, dissesse ao senado que, sendo de família real, devia
ser preferido a Herodes, o qual nada tinha de ilustre por nascimento, e que
mesmo que a sua revolta contra os romanos o impedisse de manter-se no reino,
pelo menos não poderiam com justiça privar dele os seus filhos, que não os
haviam ofendido. Para livrar-se dessas apreensões, conseguiu fazer com que
Antônio, por meio de uma grande soma de dinheiro, mandasse matar Antígono.
627. Assim, a família dos asmoneus, após reinar cento e
vinte e seis anos, perdeu o trono. Essa família foi ilustre não somente por ter
sido elevada ao poder, mas também porque sempre foi honrada com o sumo
sacerdócio e porque as muitas e ilustres ações de seus reis elevaram em muito a
glória de nossa nação. As dissensões domésticas, no entanto, causaram por fim a
sua ruína, e a sua grandeza passou à família de Herodes, filho de Antipatro, o
qual tinha origem numa família que nada possuía de nobre, para que fosse
distinguida do comum dos demais súditos dos reis.
Que o Santo Espirito do Senhor, ilumine
o nosso entendimento
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