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11 de junho de 2018

História De Israel – Teologia 31.214 (Livro 15 Cap 13) HERODES MANDA CONSTRUIR UMA SOBERBA CIDADE EM HONRA DE AUGUSTO, À QUAL DÁ O NOME DE CESARÉIA. ENVIA A AUGUSTO OS SEUS DOIS FILHOS, ALEXANDRE E ARISTÓBULO, QUE TIVERA DE MARIANA. AUGUSTO CONCEDE-LHE AINDA NOVOS FAVORES. CAUSA DO BOM TRATAMENTO QUE HERODES DISPENSAVA AOS ESSÊNIOS.

História De Israel – Teologia 31.214

 
CAPÍTULO 13

HERODES MANDA CONSTRUIR UMA SOBERBA CIDADE EM HONRA DE
AUGUSTO, À QUAL DÁ O NOME DE CESARÉIA. ENVIA A AUGUSTO OS SEUS
DOIS FILHOS, ALEXANDRE E ARISTÓBULO, QUE TIVERA DE MARIANA. AUGUSTO
CONCEDE-LHE AINDA NOVOS FAVORES. CAUSA DO BOM TRATAMENTO QUE
HERODES DISPENSAVA AOS ESSÊNIOS.

669. Herodes, tendo notado ao longo do mar a torre de Estratão, cuja situação era muito vantajosa, edificou ali uma cidade de forma e beleza admiráveis. Não somente os palácios eram magníficos, construídos de mármore branco, como também apresentavam belíssima arquitetura as casas dos particulares. E o porto, com dimensões semelhantes às do Pireu, onde os navios podiam ancorar em segurança, sobrepujava a tudo o mais. A estrutura era maravilhosa. Havia dentro grandes magazines para receber toda sorte de mercadoria e de objetos. Foi necessário, para levar a cabo tão grande obra, um trabalho extraordinário e uma despesa fabulosa, porque era preciso trazer de muito longe todo o material.
Essa cidade está na Fenícia, situada no lugar onde se embarca para passar ao Egito, entre Jope e Adora, que são duas pequenas cidades marítimas. Os portos destas, porém, não são seguros, porque são batidos pelo vento áfrico, cuja impe-tuosidade levanta tão grande quantidade de areia contra a praia que os navios carregados de mercadorias aí não podem estar seguros, e os pilotos são obrigados a lançar as âncoras ao mar. Para remediar esse inconveniente, Herodes mandou construir o porto de Cesaréia em forma de crescente, capaz de conter um grande número de navios. E, como o mar mede ali vinte braças de profundidade, mandou lançar pedras de tamanho enorme, a maior das quais tinha cinqüenta pés de comprimento, dezoito de largura e nove de altura. E havia ainda maiores.
A extensão do cais era de duzentos pés, cuja metade servia para quebrar a violência nas ondas, e construiu-se na outra metade um muro fortificado com torres, sendo que a maior e mais bela recebeu de Herodes o nome de Druso, filho da imperatriz Júlia,* mulher de Augusto, que morreu jovem. Havia ainda diversos arcos em forma de pórticos, para alojar os marinheiros. Uma descida muito suave e que poderia servir de belíssimo passeio rodeava todo o porto, cuja entrada estava exposta ao aquilão, que é o mais forte de todos os ventos. Havia do lado esquerdo, por onde se entrava no porto, uma torre construída sobre uma plataforma muito larga, feita para resistir à violência das vagas.
Do lado direito, estavam duas colunas de pedra, tão grandes que superavam a altura da torre. Via-se ao redor do porto uma fileira de casas cujas pedras eram muito bem talhadas, e construiu-se sobre uma colina que está meio o Templo consagrado a Augusto. Os que navegam podem vê-lo de bem longe, e há duas estátuas, uma de Roma e outra desse príncipe, em honra do qual Herodes deu o nome de Cesaréia a essa cidade, não menos admirável pela riqueza de suas construções que pela magnificência de seus ornamentos.
Fizeram-se em terra longos arcos, distantes igualmente uns dos outros, que se dirigiam todos para o mar, e havia um que os atravessava para levar até ele a água da chuva e as imundícies da cidade e receber ao mesmo tempo as águas do mar, quando este se achasse muito agitado, a fim de lavar assim a maior parte das ruas. Herodes mandou também construir um circo de pedra e, ao lado do porto que está voltado para o sul, um enorme anfiteatro, de onde se pode ver bem ao longe por sobre o mar. E, como ele não economizava nem trabalho nem dinheiro em tão grandes obras, empregou doze anos para fazê-la chegar à sua maior perfeição.

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* Josefo chama-a Júlia, mas na verdade é a princesa Lívia.

670.  Depois que construiu essas duas grandes cidades, Sebaste e Cesaréia, o magnífico monarca enviou a Roma Alexandre e Aristóbulo, filhos que tivera de Mariana, para que se fixassem na corte de Augusto. Poliom, que era seu íntimo amigo, preparou-lhes um belo alojamento, mas sem necessidade, porque Augusto quis hospedá-los no palácio real. Esse grande imperador recebeu-os com singular gentileza e demonstrações de afeto, deixando ao pai deles a liberdade de tomar por sucessor aquele que quisesse escolher para tal. Aumentou ainda o reino de Herodes em três províncias: Traconites, Batanéia e Auranite, pelo fato que vou narrar.
671.  Zenodoro, que se havia apoderado dos bens de Lisânias, não se contentando com os rendimentos que deles podia tirar legitimamente, tentou aumentá-los, favorecendo os roubos pelos de Traconites, que costumavam assaltar os arredores de Damasco. Assim, em vez de se opor a eles, Zenodoro tinha parte no produto do roubo. Foram então queixar-se a Varo, governador da província, e ele escreveu a Augusto, que lhe ordenou destruir completamente os redutos desses salteadores e que desse o país a Herodes, a fim de que ele impedisse, com os seus cuidados, a continuação de tal desordem.
Seria muito difícil remediá-la, pois os que viviam desses roubos não iam nem para as cidades nem para as aldeias, mas para as cavernas, onde viviam como animais. Fazendo provisões de víveres e de água, lá se escondiam quando eram atacados ou perseguidos. A entrada dessas cavernas é tão estreita que só é possível entrar uma pessoa por vez, porém no interior são muito espaçosas, mais do que se pode imaginar. A terra que as cobre é plana, mas tão pedregosa e áspera que dificilmente sexonsegue andar ali. Não se pode percorrer sem um guia as estradas que levam a essas cavernas, tão tortuosas e emaranhadas elas são. Aqueles homens eram ainda tão maus que quando não podiam roubar mais ninguém, roubavam uns aos outros.
Logo que Herodes se tornou senhor dessas terras, pela doação de Augusto, ele conseguiu, valendo-se de bons guias, chegar até as cavernas e reprimir todos os assaltos, restituindo a calma a todos os países das redondezas. Zenodoro, abatido de dor pela perda de seus bens e pelo ódio contra Herodes, que os havia tirado, foi a Roma para queixar-se, mas inutilmente.
672.  Por esse mesmo tempo, Augusto enviou Agripa, a quem ele tinha uma estima muito particular, para governar a Ásia. Herodes foi procurá-lo em Mitilene e voltou depois a Jerusalém. Os habitantes de Cadara, querendo fazer queixas dele a Agripa, dirigiram-se para lá. Agripa, no entanto, não somente não os escutou como ainda os despediu acorrentados.
673.  Então os árabes, que não toleravam o domínio de Herodes, procuravam havia muito oportunidade para se revoltar e julgaram ter encontrado uma ocasião favorável. Zenodoro, de quem acabamos de falar, vendo malparados os seus negócios, vendeu Auranite, que fazia parte do que ele antes possuía, por cinqüenta talentos. E, como estava compreendida na doação feita por Augusto a Herodes, os árabes julgaram que lhes estavam fazendo uma enorme injustiça e não iriam tolerá-la. Assim, esforçam-se de todos os modos para conservar a província, tanto afirmando o seu direito perante os juizes quanto pela força, servindo-se de alguns soldados que se compraziam em tomar parte em agitações. Herodes, para evitar que sucedesse alguma rebelião, julgou conveniente remediar esse mal mais pela conciliação que pela violência.
No décimo sétimo ano de seu reinado, Augusto veio à Síria e ouviu ali muitas queixas contra Herodes, da parte dos habitantes de Gadara, que o acusavam de tirania. Zenodoro, principalmente, os levava a isso, prometendo-lhes com juramento jamais descansar até libertá-los da dominação de Herodes e trazê-los de volta à de Augusto. Mas o que os tornou ainda mais atrevidos em se rebelar contra Herodes foi o fato de este não castigar os que Agripa lhe mandara acorrentados, pois quanto ele era severo com os seus súditos tanto era afável com os estrangeiros. E atreveram-se ainda a acusá-lo de haver feito exações. Herodes, sem se comover, preparava-se para se justificar, mas Augusto o recebeu muito bem e demonstrou que de nenhum modo se deixara impressionar para aquelas queixas. Disse-lhe somente alguma coisa no primeiro dia e depois não tocou mais no assunto.
Quando os habitantes viram que os sentimentos de Augusto e dos de sua maior confiança eram favoráveis a Herodes, o temor de serem abandonados à vontade dele levou alguns a cometer suicídio na noite seguinte, outros a se precipitar nos abismos e outros ainda a se afogar. Assim, tendo eles mesmos se condenado, Augusto não encontrou dificuldade em absolver Herodes. Aconteceu também a esse rei dos judeus outro fato auspicioso: Zenodoro morreu em Antioquia, por causa de uma disenteria, e Augusto deu-lhe então todos os outros bens que ele possuía na Galiléia e Traconites, que era muito extensa, porque compreendia Ulata, Paneada e as terras vizinhas. Augusto acrescentou-lhe ainda outro favor: ordenou aos governadores da Síria que nada fizessem sem ordem do rei da Judéia.
Augusto reinava sobre quase toda a terra, e podia-se dizer que Agripa governava depois dele esse poderoso império. Nisso era grande a felicidade de Herodes, pois Augusto, depois de Agripa, não estimava ninguém como a ele, e Agripa não estimava ninguém mais que a Herodes, depois de Augusto. Dois apoios tão poderosos davam-lhe motivo de esperar todo poder, então ele pediu e obteve de Augusto para Feroras, seu irmão, a vice-govemança de todo o seu reino e recolheu imediatamente cem talentos de sua renda a fim de que o irmão tivesse com que viver depois de sua morte, sem depender dos filhos. Depois acompanhou Augusto até o embarque e construiu em sua honra, nas terras de Zenodoro, perto de Panio, um soberbo Templo de mármore branco. Panio é uma enorme caverna sob um monte muito agradável, onde nascem as águas do Jordão. Como esse lugar era já muito célebre, Herodes escolheu para lá consagrar esse Templo a Augusto.
674. Nesse mesmo tempo, Herodes dispensou os seus súditos da terça parte dos tributos, dizendo que o fazia para que se refizessem dos males causados pela carestia. Mas a verdadeira razão era que ele queria acalmar-lhes o espírito por aquelas grandes obras, tão contrárias à sua religião e pelas quais eles não dissimulavam o seu descontentamento. Temendo as conseqüências dessa indisposição, tudo ele fez para diminuí-la e mesmo impedi-la. Ordenou que cada qual se ocupasse apenas de seus assuntos particulares e proibiu, sob grandes castigos, as assembléias e os banquetes em Jerusalém. Prezava tanto a observância desse edito que havia guardas nas cidades e nos grandes caminhos para vigiar e prender os que desobedecessem, os quais eram secreta ou mesmo abertamente levados à fortaleza de Hrrcânia e ali castigados com rigor. Diz-se que ele próprio se disfarçava-eom freqüência e à noite misturava-se com o povo para auscultar-lhe os sentimentos com relação ao governo. E castigava sem misericórdia os que condenavam o seu proceder, obrigando os outros com juramento a jamais lhe faltar à fidelidade.
Assim, a maior parte fazia por medo tudo o que ele ordenava, e não havia meios de que ele não se servisse para condenar os que, não suportando aquele tratamento, tinham a coragem de se queixar. Quis também obrigar Poliom Fariseu, Sameas e a maior parte de seus discípulos ao mesmo juramento. Porém, ainda que eles recusassem fazê-lo, não os castigou como aos demais, pelo respeito que tinha a Poliom, e dispensou também do juramento os que nós chamamos essênios, cujos sentimentos são semelhantes aos dos filósofos e aos quais os gregos chamam pitagóricos, como já dissemos alhures. Sobre isso, creio não me afastar do assunto de minha história se disser a razão que levou Herodes a ter deles uma opinião tão favorável.
675. Um essênio, de nome Manaém, que levava uma vida muito virtuosa e era louvado por todos, recebeu de Deus o dom de predizer o futuro. Tendo ele visto Herodes ainda bastante jovem estudar com as crianças de sua idade, disse-lhe que ele reinaria sobre os judeus. Herodes julgou que ele não o conhecia ou que estava zombando dele e por isso respondeu-lhe que bem via que ele desconhecia a sua origem e o seu nascimento, que não eram tão ilustres que o fizessem esperar tal honra.
Manaém retrucou, sorrindo e dando-lhe uma palmadinha nas costas: "Eu vo-lo disse e vo-lo digo ainda que sereis rei e reinareis venturosamente, porque Deus assim o quer. Lembrai-vos então desta pancadinha que vos acabo de dar, para indicar as diversas mudanças de sorte, e nunca vos esqueçais de que um rei deve ter continuamente diante dos olhos a piedade que Deus lhe pede, a justiça que deve ministrar a todos e o amor que é obrigado a ter pelos seus súditos. Mas sei que não o fareis quando fordes elevado a tão alto grau de poder. Pois sereis feliz em tudo o mais e digno de glória imortal tanto quanto sereis infeliz por vossa impiedade para com Deus e vossa injustiça para com os homens. Mas não podereis escapar à vista desse Senhor soberano do universo. Ele penetrará os vossos pensamentos mais ocultos, e experimentareis no fim de vossa vida os efeitos de sua cólera".
Herodes não deu então grande importância a essas palavras, mas quando se viu elevado ao trono e em tão grande prosperidade, mandou buscar Manaém e perguntou-lhe sobre a duração de seu reinado, se chegaria a dez anos. Ele respondeu: "De vinte a trinta", sem nada determinar de positivo. Herodes, muito satisfeito com essa resposta, despediu-o corwnuita gentileza e depois disso tratou sempre os essênios muito favoravelmente. Não duvido de que isso, para muitos, pareça inacreditável. No entanto, julguei dever relatá-lo, porque há vários dessa seita aos quais Deus se digna revelar os seus segredos, por causa da santidade de sua vida.


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