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8 de julho de 2018

História De Israel – Teologia 31.268 (Livro 20 Cap 2) IZATE, REI DOS ADIABENIANOS, E A RAINHA HELENA, SUA MÃE, ABRAÇAM A RELIGIÃO DOS JUDEUS. SUA EXCELSA PIEDADE E GRANDES FEITOS DESSE PRÍNCIPE QUE DEUS PROTEGE VISIVELMENTE. FADO, GOVERNADOR DA JUDÉIA, MANDA CASTIGAR UM HOMEM QUE ENGANAVA O POVO E OS QUE O TINHAM SEGUIDO.


História De Israel – Teologia 31.268
 
CAPÍTULO 2

IZATE, REI DOS ADIABENIANOS, E A RAINHA HELENA, SUA MÃE, ABRAÇAM
A RELIGIÃO DOS JUDEUS. SUA EXCELSA PIEDADE E GRANDES FEITOS DESSE
PRÍNCIPE QUE DEUS PROTEGE VISIVELMENTE. FADO, GOVERNADOR DA
JUDÉIA, MANDA CASTIGAR UM HOMEM QUE ENGANAVA
O POVO E OS QUE O TINHAM SEGUIDO.

837. Por esse tempo, a rainha Helena e Izate, seu filho, rei dos adiabenianos, abraçaram a religião dos judeus, pelo motivo que vou expor. Monobazo, cognominado Bazeu, rei daquela nação, ficou possuído de uma paixão violenta por aquela princesa, que era sua irmã, e a desposou. Ela ficou grávida, e, estando ele deitado junto dela, adormecido, pôs a mão sobre o ventre da esposa e então ouviu uma voz que lhe ordenava que a retirasse, para não ferir a criança concebida, a qual, por uma determinação particular de Deus, deveria ser muito feliz. Ele despertou muito perturbado e contou a esposa o que havia escutado. Quando o menino veio ao mundo, deu-lhe o nome de Izate. Tinha ele já outro filho daquela princesa, de nome Monobazo, como ele, e ainda outros, de outras mulheres. Mas a sua ternura por Izate era tão grande que todos notaram que, mesmo que fosse aquele o único filho, não o teria amado mais.
O grande amor do rei por Izate causou inveja aos outros irmãos. Eles não se conformavam que o pai o preferisse. E Monobazo não podia se mostrar descontente pelo fato de eles estarem manifestando um sentimento que não provinha de malícia, mas somente do desejo que cada qual possuía de ocupar o primeiro lugar no seu coração. Para livrar Izate do perigo que a ira de seus irmãos dava motivo para temer, enviou-o com ricos presentes a Abemeric, rei de Spazim, confiando-lhe a sua proteção. Esse príncipe recebeu-o muito bem e teve por ele grande afeto, tanto que lhe deu em casamento a princesa Samacho, sua filha, bem como uma província de grande rendimento.
Estava Monobazo já muito velho e, percebendo que lhe restava pouco tempo de vida, desejou, antes de morrer, ver ainda uma vez aquele filho que lhe era tão caro. Mandou buscá-lo e, após demonstrar-lhe toda a ternura que um pai pode sentir, presenteou-o com uma província de nome Ceron, muito fértil e rica de plantas odoríferas e onde se vêem ainda hoje os restos da arca que salvou Noé do dilúvio. Izate lá ficou até a morte do rei seu pai, e então a rainha Helena, depois de reunir todos os maiorais do reino e todos os chefes dos soldados, disse-lhes: "Não ignorais, sem dúvida, que o falecido rei meu marido queria Izate como seu sucessor, julgando-o o mais digno dessa honra. Mas, a esse respeito, desejo saber a vossa opinião, porque nenhum príncipe será feliz se não subir ao trono por um consentimento unânime, que lhe permita reinar no coração de todos os súditos".
A sábia princesa falara assim para conhecer os sentimentos de seus convidados. E todos eles, depois de a ouvir, prostraram-se diante dela, segundo o costume da nação, e responderam que não podiam reprovar uma resolução tomada pelo falecido rei. Se ele havia preferido Izate aos demais irmãos, obedecer-Ihe-iam com alegria e, se ela quisesse, até mesmo matariam todos os outros irmãos e parentes, a fim de que, não restando mais ninguém para odiá-lo e invejar-lhe a coroa, ele reinasse em completa segurança. A rainha agradeceu a dedicação que eles demonstravam a ela e a Izate, mas disse que não julgava conveniente eliminar os outros irmãos antes de ele chegar e se pronunciar sobre o assunto.
Todos aprovaram, mas disseram que era prudente conservá-los prisioneiros até que ele retornasse, para garantir que nada tentassem contra ele na sua ausência, e que por enquanto se desse o governo a alguém que fosse da inteira confiança da princesa. Ela então colocou a coroa sobre a cabeça de Monobazo, irmão mais velho de Izate, e entregou-lhe o anel sobre o qual estava o selo do falecido rei e o veste real, a que eles chamam de sampsere, concedendo-lhe o poder de agir na qualidade de vice-rei até a chegada do irmão. E, logo que este chegou, Monobazo entregou-lhe imediatamente o poder.
Antes de sua ascensão ao trono, Izate morava no castelo de Spazim, e um negociante judeu, de nome Ananias, iniciara algumas damas da corte no conhecimento do Deus verdadeiro e as persuadira a prestar-lhe o mesmo culto que os judeus. Por meio delas, conseguiu aproximar-se de Izate e inculcou-lhe os mesmos sentimentos. Assim, quando o rei seu pai mandou chamá-lo para vê-lo antes de morrer, Izate obrigou Ananias a acompanhá-lo na viagem. Aconteceu que naquele mesmo tempo um outro judeu instruíra também a rainha Helena na nossa religião. Izate, já embebido pelo espírito de piedade e feliz por ter sido escolhido para rei por consentimento unânime, não se agradou em ver os irmãos e parentes encarcerados. Julgou que seria crueldade matá-los ou conservá-los na prisão, mas temia que, se os pusesse em liberdade, eles procurassem vingar a injúria recebida. Para equilibrar os dois extremos, enviou uma parte deles, com os filhos, para Roma, entregando-os como reféns ao imperador Cláudio, e a outra parte, sob a mesma condição, enviou a Artabano, rei dos partos.
Quando esse virtuoso príncipe soube que a rainha sua mãe estava também, como ele, afeiçoada à religião dos judeus, achou por bem não protelar mais o seu desejo de professá-la. E, como sabia que ninguém pode ser verdadeiramente judeu sem se circuncidar, dispôs-se a fazê-lo. Mas a princesa, ao saber disso, procurou demovê-lo de seu intento, fazendo com que atentasse para o perigo a que se iria expor, pelo descontentamento que suscitaria entre os súditos, os quais nunca iriam admitir que ele abraçasse uma religião estrangeira e nem aceitariam um judeu como rei.
Esses argumentos contiveram o seu ímpeto, e, quando ele relatou a Ananias o que ela dissera, declarou-lhe também que o despediria se não o fizesse. Ananias então quis se afastar, pois temia ser castigado, já que era o orientador do rei naquela questão, acrescentando que não era necessário que ele se circuncidasse para servir a Deus e prestar-lhe o culto que a religião dos judeus obrigava, porque a adoração a Deus era de natureza superior à da circuncisão. E, se era para evitar que os seus súditos se revoltassem, ele sem dúvida seria perdoado por não cumprir aquele ritual. Assim, Ananias confirmou o que a rainha dissera ao rei, e este ficou convencido, mas não de todo.
Algum tempo depois, veio da Galiléia outro judeu, de nome Eleazar, que era muito instruído nas coisas da nossa religião. Quando foi saudar o rei, encontrou-o a ler os livros de Moisés e disse-lhe: "Ó rei! Acaso ignorais a injúria que cometeis contra a Lei e contra o próprio Deus? Julgais que é suficiente conhecer os seus mandamentos, sem pô-los em prática? Quereis ficar para sempre incircunciso? Se não sabeis ainda que a Lei ordena a circuncisão, lede-a, e vereis que grande pecado é negligenciá-la". O rei ficou tão impressionado com essas palavras que, sem mais delongas, retirou-se a um quarto, mandou chamar um cirurgião e assim foi circuncidado. Logo depois, mandou chamar a rainha sua mãe e Ananias e contou-lhes o que fizera.
O terror tomou conta deles, porque temiam que os súditos, não querendo ser governados por um príncipe de uma religião contrária à deles, se revoltassem e lhe tirassem o reino. Temiam também por eles mesmos, pois haviam inspirado nele aqueles sentimentos. Mas Deus não somente livrou esse religioso príncipe de todos os perigos de que parecia estar ameaçado como livrou também os seus filhos no momento em que as coisas pareciam mais desesperadas. Deus mostrou que todos os que põem nEle a sua confiança e são piedosos podem esperar dEle todas as coisas, como a continuação desta história irá mostrar.
A rainha Helena, vendo que por uma providência particular de Deus o seu filho, o rei Izate, governava em profunda paz e que a sua felicidade era admirada não somente pelos estrangeiros, mas também pelos seus súditos, desejou ir adorar a suprema Majestade e oferecer-lhe sacrifícios no mais célebre de todos os Templos, construído em sua honra, em Jerusalém. O filho não somente lhe deu alegremente a permissão como também acompanhou-a durante uma parte do caminho. E ela chegou a Jerusalém com um soberbo séquito e grande quantidade de dinheiro.
A sua visita foi muito vantajosa para os habitantes da cidade, porque naquela época a carestia era tão grande que muitos morriam de fome. A rainha, para remediar esse mal, mandou comprar grande quantidade de trigo em Alexandria e figos secos na ilha de Chipre. Distribuiu-os aos pobres e granjeou assim entre os judeus a fama de generosa, como de fato merecia, depois de tão grande caridade. O rei seu filho foi também generoso, pois, ao saber que a fome continuava, enviou grandes auxílios aos maiorais de Jerusalém, para que fossem entregues em favor dos pobres. Mas deixarei para mais adiante o relato dos benefícios de que nossa cidade é devedora a esse príncipe e à princesa.
Artabano, rei dos partos, sabendo que os governadores das províncias de seu reino estavam conspirando contra ele e julgando que não estava mais seguro entre eles, resolveu ir procurar o rei Izate para se aconselhar com ele sobre o que devia fazer e até mesmo tentar, por meio dele, voltar a se estabelecer em seus domínios. Partiu então com os parentes e os principais servidores, cerca de mil pessoas. Encontrou Izate pelo caminho e não teve dificuldade em reconhecê-lo pelo seu séquito, mas Izate não o reconheceu.
Artabano prostrou-se diante dele, segundo o costume de seu país, e falou-lhe nestes termos: "Não me desprezeis, virtuoso príncipe, por me verdes neste estado de súplica, obrigado a abandonar o meu reino. Um grande revés de sorte reduziu-me a este estado, e vim implorar o vosso auxílio. Pensei em quão pouco devemos contar com as grandezas da terra e refleti sobre vós mesmo, considerando a quantos acidentes estamos expostos. Preciso de vosso auxílio, e esse socorro será benéfico a vós também, pois a vossa recusa em ajudar-me na vingança dos crimes de meus súditos iria fortalecer a ousadia e a revolta de outros povos contra os seus reis". Artabano falava com o rosto triste, e as lágrimas acompanhavam suas palavras.
Izate, que conhecia a sua condição, desceu do cavalo e respondeu-lhe: "Tende coragem, grande príncipe! Não vos deixeis abater pela má sorte, como se fosse sem remédio. Tenho esperança de que bem depressa a vereis terminada. Encontrareis em mim um amigo e aliado, muito mais afeiçoado e fiel do que imaginastes, pois ou vos recolocarei em vosso reino ou vos cederei o meu". Depois que assim falou, fez Artabano subir ao seu cavalo e dispôs-se a segui-lo a pé, para homenagear um rei que ele sabia ser possuidor de maior honra. Artabano, porém, não consentiu. Jurou por toda a sua prosperidade que jamais o permitiria. Por fim, conseguiu convencer Izate a montar novamente e foi caminhando diante dele. Acompanhou-o até o palácio, onde não houve honra que não lhe fosse prestada.
O rei Izate dava-lhe sempre o primeiro lugar nas assembléias e nos banquetes, porque não o considerava no estado em que se encontrava então, mas em sua antiga dignidade, e dizia-lhe sabiamente que as mudanças de sorte são comuns a todos os homens. Escreveu em seguida aos maiorais dos partos para exortá-los a voltar à obediência ao seu rei, ao mesmo tempo em que empenhava a sua palavra, com promessa de confirmá-la por juramento, se eles o desejassem, na garantia de que aquele príncipe esqueceria todo o passado. Eles responderam que gostariam de atendê-lo, mas que isso já não estava em seu poder, porque haviam entregado a coroa a Cinamo e não a poderiam tomar de volta sem suscitar uma guerra civil.
Cinamo veio a saber o que se passava e ficou comovido ao ser informado das intenções de Artabano, porque havia sido educado com ele e conhecia a sua generosidade. Desse modo, escreveu-lhe dizendo que ele podia, sob a sua palavra, voltar com toda a segurança e que até mesmo estavam pedindo que o fizesse. Quanto a ele, Cinamo, de todo o coração lhe colocaria na mão o cetro com que havia sido honrado. Artabano não teve dificuldade em confiar nele. Partiu, e Cinamo veio recebê-lo, o qual, prostrando-se diante dele, saudou-o como rei e tirou a coroa da cabeça para entregá-la a Artabano, que assim reconquistou o reino, com o auxílio de Izate. As honras que Artabano prestou ao seu ajudador testemunharam a sua gratidão, pois lhe permitiu usar a tiara reta e deitar-se num leito de ouro, o que só pode ser feito pelos reis dos partos, e deu-lhe uma província, chamada Niside, que outrora pertencera ao rei da Armênia, na qual os macedônios haviam construído uma cidade, chamada Antioquia, que mais tarde veio a chamar-se Migdônia.
Artabano morreu pouco depois. Vardan, seu filho e sucessor, tentou induzir o rei Izate a se unir a ele para fazer guerra aos romanos, porém não conseguiu persuadi-lo, pois este conhecia muito bem o poder deles para iludir-se com o resultado de tal empresa. E, como Izate havia mandado cinco de seus filhos a Jerusalém para que aprendessem a nossa língua e se instruíssem nos nossos costumes, ao mesmo tempo em que a rainha Helena, sua mãe, fora adorar o verdadeiro Deus, no Templo, como dissemos, ele estava mais contido quanto a determinadas alianças. O sábio príncipe fez o que pôde para dissuadir Vardan desse empreendimento, advertindo-o do fabuloso exército dos romanos e de suas temíveis ações na guerra. Em vez de receber bem essas admoestações, todavia, ele se sentiu ofendido e declarou guerra a Izate. No entanto Deus, que protegia Izate, assegurou-lhe o seu auxílio: os partos, quando se convenceram de que ele estava resolvido a atacar os romanos, mataram-no e puseram Gotarso, seu irmão, no lugar dele. Algum tempo depois, esse rei também foi morto à traição, e Vologeso, seu irmão, substituiu-o. Esse príncipe, que tinha dois irmãos do mesmo pai, deu a Pacoro, o mais velho, o reino da Média e a Tiridate, o mais novo, o reino da Armênia.
Nesse mesmo tempo, Monobazo, irmão do rei Izate, e seus parentes, vendo que a piedade para com Deus tornava-o o mais feliz dos príncipes, cogitaram em também abandonar a sua religião e abraçar a dos judeus. Os grandes do país, todavia, vieram a sabê-lo e ficaram muito irados, mas resolveram dissimular, até que se encontrasse uma oportunidade favorável para matá-los. Escreveram a Abia, rei dos árabes, e prometeram-lhe uma grande soma de dinheiro, caso viesse com um grande exército fazer guerra ao seu rei, com a garantia de passarem para o seu lado logo que se iniciasse a batalha, porque estavam resolvidos a castigá-lo pelo desprezo que demonstrara pela religião de seu país. Eles confirmaram a promessa com um juramento e rogaram-lhe insistentemente que se apressasse.
O rei árabe veio com um grande exército, e Izate marchou contra ele, mas no momento do combate se viu abandonado pelos seus homens, como se um terror repentino os tivesse levado a fugir. Izate não teve dificuldade em compreender que fora traído pelos grandes. Não se admirou, todavia. Retirou-se para o seu acampamento com os fugitivos, onde, depois de identificar os traidores, os responsáveis por tão vergonhoso acordo com o inimigo, mandou castigá-los como mereciam. No dia seguinte, travou combate com o inimigo, matou um grande número deles e pôs o resto em fuga. Perseguiu Abia até o castelo de Arsame, o qual tomou de assalto e o saqueou, levando de lá muitos despojos e voltando glorioso a Adiabene. A única coisa que faltou ao seu triunfo foi trazer Abia vivo, porque este se suicidara, para não ser levado como escravo.
Os grandes, que haviam conspirado contra Izate, viram assim frustradas as suas esperanças. Deus entregou-os todos nas mãos dele, mas eles insistiam em sua perfídia. Escreveram a Vologeso, rei dos partos, pedindo-lhe que o mandasse matar e lhes desse por rei alguém de sua nação, porque não podiam consentir que ele reinasse após abandonar as leis de seu país para seguir as dos estrangeiros.
Vologeso, ante tal insistência, deliberou fazer guerra a Izate, embora este não lhe tivesse dado motivo para isso. Começou por abolir as graças que o rei Artabano, seu pai, lhe havia concedido e ameaçou em seguida entrar com armas em seu país, caso ele deixasse de fazer o que lhe estava sendo ordenado. Izate ficou perturbado com essa surpreendente notícia, mas julgou humilhante renunciar às honras que com justiça merecera. E, mesmo que o fizesse, Vologeso não o deixaria em paz. Assim, resolveu depositar toda a sua confiança no auxílio Todo-poderoso de Deus. Enviou a esposa e os filhos para um castelo muito bem defendido, recolheu toda a forragem que restava ainda nos campos e pôs se à espera dos inimigos.
O rei das partos, com muitas tropas de cavalaria e infantaria, chegou mais depressa do que se poderia imaginar e acampou às margens do rio que separa Diabene da Média. Izate acampou próximo dele com seis mil cavaleiros. Vologeso mandou-lhe dizer por um arauto que viera atacá-lo com todas as tropas de seu reino, o qual se estendia desde o Eufrates até as montanhas dos bactrianos, para castigá-lo pela desobediência ao seu senhor e que nem mesmo o Deus que ele adorava seria capaz de o impedir. Izate, horrorizado diante de tão grande blasfêmia, respondeu que não duvidava de que possuía tropas muito inferiores às dos partos; todavia, estava ciente de que o poder de Deus era infinitamente maior que o de todos os homens juntos.
Após despedir o arauto, ele cobriu a cabeça com cinza e jejuou, ordenando a mulher e aos filhos que jejuassem também. Prostrado em terra diante da majestade de Deus e banhado em lágrimas, rogou-lhe deste modo: "Não foi em vão, Senhor, que me lancei nos braços de vossa misericórdia. Eu vos reconheço como único Senhor do universo. Vinde em meu auxílio, meu Deus, não somente para me defender de meus inimigos como também para castigá-los pela sua ousadia e pelas horríveis blasfêmias que ousaram proferir contra o vosso supremo poder". Tão fervorosa oração acompanhada de lágrimas não ficou sem efeito. Deus ouviu-o tão prontamente que Vologeso, tendo sabido na noite seguinte que os dácios e os saceenses, encorajados pela sua ausência, haviam entrado em seu reino e lá faziam grande devastação, partiu para combatê-los e assim voltou sem nada ter podido executar de seu desígnio contra Izate, a quem Deus protegera de modo tão evidente.
Pouco tempo depois, morreu esse religioso príncipe, na idade de cinqüenta e cinco anos, dos quais reinou vinte e quatro. E, embora tivesse quatro filhos, deixou Monobazo, seu irmão mais velho, como sucessor, em gratidão pelo favor de lhe haver conservado o reino depois da morte de seu pai. Essa grande prova de gratidão muito consolou a rainha Helena em sua grande dor pela perda de tão caro e virtuoso filho. Ela sobreviveu a ele pouco tempo, morrendo quando vinha para encontrar-se com seu filho Monobazo, que enviou os ossos dela e os de Izate a Jerusalém, para serem colocados em três pirâmides que a princesa mandara construir a três estádios da cidade. Dos feitos de Monobazo, falaremos mais adiante.
838.  Quando Fado era governador da judéia, um mago de nome Teudas convenceu uma grande multidão de povo a tomar os próprios bens e a segui-lo até o Jordão, dizendo que era profeta e que deteria, com uma única palavra, o curso do rio e os faria passar a pé enxuto. Ele assim enganou muita gente. Mas Fado castigou esse impostor e, por sua loucura, a todos os que se haviam deixado enganar. Enviou contra eles alguns soldados de cavalaria, que mataram uma parte deles de surpresa e fizeram vários prisioneiros, estando Teudas entre eles, a quem cortaram a cabeça, que foi levada a Jerusalém. Foi isso o que aconteceu de mais notável durante o governo de Cúspio Fado.

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