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3 de julho de 2018

História Do Cristianismo - Teologia 32.144 - TOMAZ A BECKET


História Do Cristianismo - Teologia 32.144
 
TOMAZ A BECKET

Do nascimento e da família deste homem extraordiná­rio nada se sabe, ainda que haja quem afirme que ele era filho de um negociante de Londres. Começou os estudos em Oxford, e acabou-os em Bolonha; então entrou ao ser­viço da igreja e elevou-se, a passos rápidos, à dignidade de arcediago de Cantuária.
O rei Henrique II, que então ocupava o trono da Ingla­terra, tinha apenas vinte e cinco anos de idade, mas já ha­via começado a mostrar um espírito independente, e pro­metia, como o pai, reprimir em grande parte o poder pa­pal. Isto levantou graves receios no espírito de Teobaldo, arcebispo de Cantuária, que procurou colocar próximo do rei um homem enérgico e de habilidade, que fosse dedica­do à igreja e capaz de resistir esta oposição, e que, em caso de necessidade, vencesse a vontade, do rei.
Pareceu-lhe que esse homem era Becket, e quando o lu­gar de chanceler do reino vagou-se, recomendou o arcedia­go como pessoa muito competente para o desempenhar. A sua recomendação foi bem recebida, e em breve Becket tornou-se um favorito do rei. Caiu nas boas graças do seu soberano, entrou em todos os seus projetos, e até (pois isso fazia parte de sua astúcia política) acompanhou-o nos seus esforços para reprimir a invasão do poder papal na Ingla­terra. Tornou-se notável, nesta época, pela sua natureza mundana e pela maneira principesca em que vivia. Na ca­ça, nos banquetes, nos torneios a sua presença era sempre precisa; e quando saía tornava-se mais notável do que os outros nobres pela magnificência da sua equipagem e pelo esplendor da sua comitiva, que geralmente se compunha de seiscentos a setecentos cavaleiros.
Henrique parecia sempre felicíssimo quando estava com seu favorito; e enquanto esteve com Becket a amizade foi recíproca; mas logo que o monarca confiante o elevou ao arcebispado de Cantuária, vago pela morte de Teobaldo, ele mudou completamente de tática e mostrou bem ser in­flexível vassalo de Roma. Os seus pedidos então tornaram-se arrogantes e urgentes; e pouco depois o rei sentia amar­gamente ter dado tais honras ao seu favorito.
Durante algum tempo tinha o clero da Inglaterra esta­do a diligenciar para obter a imunidade das leis civis; e, na verdade, tinha conseguido em tudo seus fins. Entre os anos de 1154 a 1163 nada menos de cem assassinatos e grande número de orgias tinham sido cometidos por homens com ordens sacerdotais, e nem um só dos criminosos tinha sido chamado a responder pelo seu crime. Isto só por si é con­clusivo. Becket favorecia agora a causa dos padres, e ofere­cia a sua proteção ao assassinato e ao incesto. Viu-se quan­to ele os protegia quando tomou debaixo da sua proteção um padre acusado de sedução, e de ter, mais tarde, assas­sinado o pai da sua infeliz vítima. O rei exigiu que o crimi­noso fosse entregue, mas não se fez caso da sua ordem. O prelado altivo respondeu que a degradação do delinqüente era castigo suficiente, e firmou-se resolutamente nesta res­posta.
Para remediar estes abusos, e definir mais claramente a sua prerrogativa, o rei reuniu os seus barões e consultou-os sobre o que havia a fazer; e, como eles partilhassem das idéias do seu soberano e reconheciam a necessidade de adotar medidas enérgicas para proteger o povo dos ataques do clero, trataram de redigir o notável código de leis, conhecido por "Constituições de Clarendon". Foi ali de do, entre outras coisas, que se algum processo se levantas­se entre qualquer eclesiástico e um leigo, seria decidido nos tribunais do rei, e não em Roma.
Becket assinou estas constituições de muito má vonta­de, e logo violou o seu compromisso apelando para Roma. Em seguida, como estivesse forte com a promessa da in­dulgência do papa, recusou em absoluto reconhecê-las. Ti­nha, é verdade, assinado essas leis novas, mas declarou que não se tinha comprometido a confirmá-las, pondo-lhes o seu selo, e por meio deste subterfúgio limitou as conse­qüências do seu ato.
A igreja e a coroa tinham-se agora declarado uma con­tra a outra, e era evidente que o conflito entre o rei e o cle­ro, que Hildebrando tinha começado havia um século, es­tava agora para ser continuado na Inglaterra. O primeiro ato de Becket bem mostrou como ele compreendia o espíri­to da época. Abandonou o seu lugar; despediu a sua nume­rosa comitiva e trocou as suas vestimentas ricas por uma camisa de crina e um hábito de monge, e entregou-se a to­das as austeridades de uma vida monarcal. A sua falsa santidade foi a sua arma, e depressa atraiu a si a simpatia do povo supersticioso. Henrique, porém, apesar de estar desgostoso com o procedimento do seu arcebispo, não se rendeu tão facilmente, e, depois de empregar algumas vãs tentativas para trazer de novo à submissão o bispo rebelde, mandou proceder contra ele como traidor. Becket, entre­tanto, tinha pedido licença para sair do reino; mas, conhe­cendo o gênio de Henrique, e receando pela sua vida, tra­tou de se pôr a salvo por meio da fuga, logo que soube das idéias do rei. Saiu às escondidas de noite de Northanston e, dando muitas voltas para iludir seus perseguidores, fu­giu para o continente onde foi recebido com honras e sinais de afeto pelo rei da França, e, por conselho do papa, reti­rou-se para a abadia de Pontigny, onde tomou hábito de monge da ordem de Cister, e aguardou com inquietação o resultado dos acontecimentos.
Fora declarado traidor, e os seus parentes e amigos fo­ram expulsos do reino; mas Becket vingou-se excomungan­do todos os seus adversários. A cerimônia da excomunhão realizou-se na igreja de Vizelay, e pareceu que foi excepcio­nalmente terrível e imponente. No meio do badalar dos si­nos, e da lúgubre entonação dos padres, foi lida a fórmula impiedosa, e umas vinte ou mais pessoas, cujo único crime era obedecer às ordens do seu soberano, foram votadas pela maldição do arcebispo, a uma vida de horrível sofri­mento na terra e de inextinguíveis chamas no inferno. As cruzes dos altares foram invertidas; apagaram as tochas; deixaram os sinos de tocar; os padres e o povo afastaram-se vagarosamente do edifício, e a igreja ficou silenciosa, soli­tária e em trevas.
A luta entre Henrique e Becket durou sete anos, e mais tempo teria durado provavelmente se os pedidos simultâ­neos de Luís XII e do papa não tivesse conseguido que Bec­ket voltasse a ocupar seu antigo lugar. Quando voltou para o seu país mostrou-se tão altivo e intransigente como quando de lá tinha saído. Nada diremos, porém, acerca das questões que se deram com o rei, e da péssima conduta do arcebispo para com ele. A narrativa seria interessante, mas não entra nos limites da nossa história. A sua insolên-cia e orgulho por fim tornaram-se insuportáveis, e a impru­dente observação que fez um dos bispos a Henrique de que não haveria paz para ele, nem para o seu reino, enquanto Becket fosse vivo, avivou o grande ressentimento do rei e obrigou-o a exclamar: "Não haverá ninguém que me livre deste padre turbulento?" Quatro cavaleiros que ouviram estas palavras dirigiram-se logo a Cantuária e, não poden­do conseguir do altivo prelado uma promessa de obediên­cia ao seu soberano, assassinaram-no perto do altar da ca­tedral.


Que o Santo Espirito do Senhor, ilumine o nosso entendimento
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