História Do Cristianismo -
Teologia 32.189
JERÔNIMO DE PRAGA
0 amigo de Huss e seu
companheiro de trabalho, Jerônimo de Praga, seguiu-o em pouco tempo. Era homem
de maior erudição, mas talvez de menos paciência, e as torturas a que o
submeteram durante um bárbaro cativeiro de quase um ano enfraqueceram de tal
maneira o seu espírito que conseguiram dele que assinasse uma retratação. Mas a
vitória dos seus inimigos pouco tempo durou: na sua misericórdia o Senhor
fortaleceu a sua alma, e ele em breve se retratou do que se tinha retratado.
Merece a pena notar-se que, apesar de todos os sofrimentos por que passou durante
esse tempo, a sua memória ficou clara e a sua inteligência tão vigorosa como
antes, e a sua eloqüência era tal que provocava a admiração até dos seus
próprios inimigos.
Foi no mês de maio de 1416, que
Jerônimo se apresentou à sua última audiência. Não deixou de censurar os seus
adversários por o terem conservado preso mais de onze meses, carregado de
ferros, envenenado com poeira e mau cheiro, e privado das coisas mais
necessárias. "E durante este tempo", disse ele, "destes aos meus
adversários todas as audiências que eles quiseram, e vos recusastes ouvir-me
uma só hora que fosse". Então referiu-se envergonhado, à sua retração, e
aquela triste confissão foi por si um testemunho. "Confesso" disse
ele, "e tremo quando penso nisso. Por medo do castigo do fogo, consenti
vilmente e contra a minha consciência em condenar a doutrina de Wycliff e Huss.
Retrato-me agora completamente deste ato pecaminoso, e estou resolvido a
manter os dogmas destes homens até a morte, crendo que eles são a verdadeira e
pura doutrina do Evangelho, assim como creio que as vidas desses santos foram
irrepreensíveis".
A assembléia não tratou melhor
esta nova vítima do que tinha tratado Huss, mas Jerônimo nunca perdeu a sua
presença de espírito, nem se deu por vencido com os clamores que faziam os
seus adversários, nem quando o submeteram a ridículo. Lembrou-lhes que o seu
caso não era único, e que outros mais dignos do que ele tinham sido acusados
por testemunhas falsas, e condenados injustamente. José e Isaías, Daniel e
João Batista, e até o seu próprio e divino Mestre, tinham sido levados perante
autoridades e sofreram injustamente às mãos de homens malvados. "Vós
tendes resolvido condenar-me injustamente", exclamou ele, "mas depois
da minha morte ficar-vos-á um remorso na consciência que nunca há de acabar.
Apelo para o soberano juiz de toda a terra, em cuja presença ha-veis de comparecer
para responderdes por este crime".
Uma tal linguagem era mais que
suficiente para promover a sua pronta condenação, mas ele tinha agora perdido
todo o medo da morte. Quando aquele momento penoso chegou, a sua fisionomia
radiante mostrou a sua boa vontade de sofrer; e dirigiu-se para o lugar do
martírio cantando hinos de alegria. Nisto pareceu-se com o amigo que o tinha
precedido, e esta semelhança não passou despercebida a um historiador
católico-romano que depois foi papa com o nome de Pio II: "Eles caminhavam
para o suplício,' disse esse escritor, "como se fossem para um banquete.
Não proferiram uma única palavra que desse a perceber o mais pequeno temor.
Cantavam hinos nas chamas, sem cessar, até o último suspiro".
É digno de menção o fato de ter
sido o papa João XXIII mais tarde deposto pela sua malvadez, pelo mesmo concilio
que ele convocara para a condenação destes nobres mártires. Foi este o único
ato digno que o concilio praticou, não lhe cabendo, ainda assim, elogios por
isso, visto que este passo foi dado por motivo de interesse.
Que o Santo Espirito do Senhor, ilumine
o nosso entendimento
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