História Do Cristianismo -
Teologia 32.207
LUTERO NO CONCILIO
Ao entrar na sala do concilio o
reformador ficou um tanto assombrado pelo espetáculo pouco vulgar que se lhe
apresentava. Logo defronte dele sentava-se, vestido de Púrpura e arminho,
Carlos V rei de Espanha e imperador da Alemanha, e ao lado do trono estava seu
irmão, o arquiduque Fernando. Á conveniente distância deles estavam colocados
príncipes do império, duques, margraves, arcebispos, bispos, prelados,
embaixadores, deputados, condes, barões e outros. Um tal espetáculo era
bastante para perturbar o espírito do monge solitário que tinha passado a maior
parte da sua vida na solidão na sua casa de província, e na cela do mosteiro;
mas havia alguém que estava do lado dele, que era mais que suficiente para
protegê-lo. Alguém que tinha dito a Ezequiel nos tempos passados:
"Não os temas, nem temas
as suas palavras; ainda que sejam sarças e espinhos para contigo, e tu habites
com escorpiões, não temas as suas palavras, nem te assustes com os seus
rostos!" (Ez 2.6). Era nele que Lutero confiava.
Os trabalhos daquele dia foram
começados pelo chanceler de Treves, um amigo de Aleander. No meio de um solene
silêncio levantou-se do seu lugar e dirigiu a Lutero as seguintes perguntas:
"Em primeiro lugar, queremos saber se estes livros" - e apontou para
as obras de Lutero que estavam sobre a mesa - "foram escritos por vós. Em
segundo lugar, se estais pronto a retratar-vos do que escrevestes nestes
livros, ou se persistis nas opiniões que neles expusestes". Depois de ter
trocado algumas palavras com o seu advogado, Lutero deu uma resposta afirmativa
à primeira pergunta, mas pediu algum tempo para considerar a segunda. O seu
pedido foi satisfeito e assim combinaram dar-lhe até ao dia seguinte para
pensar no assunto.
Aquele espaço de tempo, exceto
uns poucos momentos dedicados aos seus amigos, foi empregado por Lutero em
fervente oração a Deus, e assim animado apresentou-se pela segunda vez perante
o tribunal dos homens, mas esta vez forte e ousado; e quando o chanceler lhe
fez de novo a pergunta ele respondeu-lhe com tanta facilidade que arrancou
exclamações de admiração dos seus amigos, e confundiu os seus inimigos. As
suas censuras a todo o sistema do papismo foram fortes e incontestáveis.
Lutero terminou o seu discurso
com palavras enérgicas de aviso ao imperador Carlos, e pediu-lhe a proteção que
a malícia dos seus inimigos tornava necessária. Sendo instado para que desse
uma resposta mais explícita à pergunta do chanceler, respondeu prontamente:
"Visto que vossa majestade e vós poderosos senhores me exigem uma resposta
clara, simples e precisa, dar-vo-la-ei, e essa resposta é a seguinte - não
posso submeter a minha fé nem ao papa nem aos concílios, porque é claro como o
dia que eles muitas vezes têm caído em erro, até nas mais palpáveis contradições,
com eles próprios. Se, portanto, não me convencerdes pelo testemunho das
Escrituras, se não me persuadirdes pelos próprios textos que tenho citado,
libertando assim a minha consciência por meio da Palavra de Deus, eu não posso
nem quero retratar-me, porque não é seguro para um cristão falar contra a sua
consciência". Em seguida, olhando em volta daquela assembléia, no meio da
qual se conservava de pé, e que tinha bastante poder para o condenar, disse -
"Tendo dito... aqui estou. Não posso proceder de outro modo... Deus me
ajude! Amém".
Estavam agora justificados os
receios dos amigos de Lutero, de que Roma havia de proceder traiçoeiramente na
questão do seu salvo-conduto; e se o imperador tivesse sido como Sigismundo
tudo naquele dia teria acabado para o reformador.
Que o Santo Espirito do Senhor, ilumine
o nosso entendimento
Não perca tempo, Indique esta maravilhosa
Leitura
Custo:O Leitor não paga Nada,
Você APENAS DIVULGA
E COMPARTILHA
.
0 Comentários :
Postar um comentário
Deus abençoe seu Comentario