História Do Cristianismo -
Teologia 32.233
CONFERÊNCIA DOS REFORMADORES
A conferência, que foi muito
concorrida, na qual apenas tomaram parte Lutero, Zwínglio, Melanchton e
Oeco-lâmpade, não deu muito bons resultados. Lutero foi para lá com uma idéia
fixa, e protestou desde o princípio que havia sempre de divergir da opinião dos
seus adversários no que dizia respeito à doutrina da Ceia do Senhor. Pegando
num bocado de giz, escreveu em letras grandes no pano de veludo da mesa:
"Hoc est corpus meum" ("Este é o meu corpo"). "São
estas as palavras de Cristo", disse ele, "e nenhum adversário será
capaz de me fazer arredar daqui". Repetindo as mesmas palavras,
acrescentou, momentos depois: "Que alguém me prove que um corpo não é um
corpo. Eu rejeito a razão, ao senso comum e aos argumentos carnais: as provas
são matemáticas. Deus está acima da matemática. Temos a palavra de Deus -
devemos respeitá-la e fazer o que ela manda".
No prosseguimento da discussão,
o acertado raciocínio de Zwínglio produziu um grande efeito, mas Lutero conservou-se
teimoso e inflexível. Os argumentos apresentados pelo suíço, tirados das
Escrituras, evidentemente perturbaram-lhe o espírito, mas ele tinha ido muito
longe e já era tarde para retroceder. Por fim Zwínglio apresentou um argumento,
que Oecolâmpade já tinha apresentado de manhã quanto à significação da frase
"a carne para nada aproveita". Lutero então observou: "Quando
Cristo diz que a carne para nada aproveita, não fala da sua carne, mas, sim da nossa".
Zwínglio respondeu: "A alma alimenta-se do Espírito e não da carne".
Lutero disse: "È com a boca que comemos o corpo; a alma não o come;
comemo-lo espiritualmente com a alma". Zwínglio: "Assim faz do corpo
um alimento corporal e não espiritual". Lutero: "O senhor é
sofísmador". Zwínglio: "Não, mas o senhor é que está a dizer coisas
contraditórias". Lutero: "Se Deus me apresentasse maçãs silvestres,
eu as havia de comer espiritualmente. Na Ceia do Senhor a boca recebe o corpo
de Cristo, e a alma crê nas suas palavras".
Lutero estava agora dizendo
coisas sem nexo e Zwínglio procedeu com critério, apresentando novos argumentos
e afirmando as suas idéias em lugar de combater as do seu adversário. Mas
Lutero não se queria confessar vencido. "Este é o meu corpo", gritava
ele de vez em quando, e era nesta frase que procurava um refúgio seguro em
todas as suas dificuldades. "O demônio não me poderá afastar disto!"
dizia ele, "procurar compreendê-lo é afastar-se da fé".
Daí um pouco Oecolâmpade,
citando 2 Co 5.17 disse: "Nós não conhecemos Jesus Cristo segundo a
carne". Lutero: "Segundo a carne significa, nessa passagem, segundo
as nossas afeições carnais". Zwínglio: "Então responda-me a isto, Dr.
Lutero, Cristo subiu ao Céu; e se Ele está no Céu, no que diz respeito ao seu
corpo, como pode Ele estar no pão? A Palavra de Deus ensina-nos que Ele foi, em
todas as coisas, feito igual aos seus irmãos. Portanto não pode estar ao mesmo
tempo em cada um dos milhares de altares onde a Eucaristia se está celebrando".
Lutero: "Se eu tivesse desejo de discutir assim, havia de procurar provar
que Jesus Cristo teve uma esposa com olhos pretos, e que viveu no nosso belo
país da Alemanha, pouco me importo com a matemática". Zwínglio: "Não
se trata aqui de matemática; trata-se de S. Paulo que escreveu aos Filipenses
que Cristo tomara a forma de servo, fazendo-se semelhante aos homens".
Vendo-se assim batido, Lutero
ainda procurou refúgio na sua frase: "Meus caros senhores, visto que o meu
Senhor Jesus diz: 'Hoc estcorpus meum', eu creio que o seu corpo está
realmente ali".
Por um momento parecia que até
a paciência de Zwínglio se ia esgotar. Aproximando-se nervoso de Lutero, e
batendo na mesa, disse: "Então o doutor sustenta que o corpo de Cristo
está literalmente na Eucaristia, visto dizer: 'O corpo de Cristo está ali'.
Ali é um advérbio de lugar. Assim admite que o corpo de Cristo é de tal
natureza que possa existir num lugar. Se está em algum lugar, está no Céu,
donde se segue que não está no pão".
Contudo, mesmo este argumento
foi baldado.
"Repito", disse
Lutero com calor, "que não tenho nada que ver com provas matemáticas. Logo
que sejam pronunciadas sobre o pão as palavras de consagração, o corpo está
ali, por mais perverso que seja o sacerdote que as pronuncia".
Que o Santo Espirito do Senhor, ilumine
o nosso entendimento
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