Homilética - Teologia 33.13
A BÍBLIA, MATERIAL BÁSICO DO SERMÃO
A Palavra de Deus é a fonte singular para a pregação bíblica. A prédica
evangélica alimenta-se, baseia-se, origina-se, inspira-se e motiva-se na
Palavra de Deus, porque ela é o grande e inexorável reservatório da verdade
cristã. C. W. Koller, op. cit., p. 41. Deus fala através da Bíblia. Ela é o
instrumento único e infalível pelo qual Deus revela Sua vontade: Lâmpada para
os meus pés... e luz para os meus caminhos (Sl 119.105). Portanto, para o
pregador do evangelho, não há nenhum motivo pelo qual deva desviar-se da
Palavra de Deus. O pregador é o profeta divino que anuncia a mensagem de Deus
para sua geração. Quando o povo vai à igreja, deseja ouvir a Palavra de Deus
interpretada com fidelidade e relevância quanto às necessidades atuais.
A Bíblia é um livro de variedade literária singular. Nela se
encontra uma verdadeira biblioteca, com 66 livros contendo leis, histórias,
poesias, profecias, literatura de sabedoria, narrativas, alegorias, parábolas,
textos apocalípticos, biografias, crônicas, dramas, enigmas, visões, mensagens,
cânticos, conversas, cartas, ensinamentos, orações, exclamações, interrogações,
disputas, discursos e até convenções.
Tudo isso oferece material suficiente para a pregação bíblica em
qualquer circunstância ministerial ou eclesiástica.
A Bíblia em seu significado fundamental. Quando baseada na revelação
da Palavra de Deus, nossa pregação tem um significado salvador. A pregação é a
proclamação das boas novas das Escrituras Sagradas. Como a revelação especial
de Deus é a Palavra de Deus, a pregação deve originar-se, basear-se e
motivar-se na Palavra de Deus.
Precisamos ser lembrados e conscientizados de que todo nosso
conheci- mento da verdade encontra-se na Palavra reveladora de Deus, não em nós. O homem natural não
entende nada de Deus (1 Co 2.14), mas o homem salvo leva cativos seu
conhecimento, pensamento e inteligência à obediência de Cristo (2 Co 10.5). O
centro da Bíblia é a revelação de Jesus Cristo. Toda revelação bíblica culmina em Jesus Cristo. Em
Seu falar e agir, em Seu sofrimento e em Sua morte e ressurreição nEle foi
revelada a vontade salvadora de Deus.
No fato de Deus ter revelado Sua vontade salvadora em Seu Filho , Jesus Cristo,
está dado o conteúdo primordial de nossa pregação. O apóstolo Paulo descreveu
este princípio homilético com as seguintes palavras: Porque decidi nada saber
entre vós, senão a Jesus Cristo, e este crucificado (1 Co 2.2). Por isso, nosso
centro e alvo da pregação do evangelho é Jesus Cristo, que é o mesmo ontem, e
hoje, e eternamente (Hb 13.8; ARC).
Agora, fica evidente por que nem todas as passagens bíblicas são
igualmente recomendáveis para a escolha de uma mensagem. De seu centro, do
próprio Senhor Jesus Cristo, é-nos dada a prioridade dos livros bíblicos para
nossa pregação. Não estamos dizendo com isso que existam partes mais ou menos
importantes dentro das Escrituras Sagradas ou que algumas passagens sejam mais
valiosas do que outras. Queremos apenas indicar que nem todas as passagens são
adequadas para um culto evangelístico ou, por exemplo, para o Natal, a Semana
da Pátria, o aniversário da igreja, um casamento ou um culto fúnebre.
A seguir, apresentamos algumas referências bíblicas. Verifique
para que ocasiões seriam apropriadas: Ne 9.22-25; 2 Sm 1.19-27; Js 24.16-28,
31; At 2; Lc 2; Jó 19; Hb 1.1-3; Rm 8.39; 1 Pe 2.13-17; Tg 3.13-18; Ne 6.9; 2
Cr 6.4-10; 2 Rs 5.1-15; 1 Rs 11.1-8; Js 8.30-35; Gn 12.1-9; Jo 1.12; 2 Co
5.17-21; Sl 23; Jo 3.1-6; Jo 3.7-13; Jo 3.14-15; Jo 3.16; 17.8-16; 2 Rs 6.8-23;
14.
Nem sempre a pregação evangélica pode apresentar toda a história
da salvação. Ela se fundamenta praticamente em um texto básico, i. e., numa
parte pequena, em comparação com tudo o que Deus revelou no restante da Bíblia.
Mas esse texto breve é estudado, interpretado e comunicado no contexto bíblico
e em harmonia com a Palavra de Deus, em sua totalidade.
Assim, nossa pregação deve ser textual (i. e., fiel ao texto pelo
qual optamos), escriturística (i. e., bíblica, em seu contexto doutrinário e
ético), cristológica (i. e., em seu conteúdo principal) e prática (i. e., em
sua aplicação às necessidades reais de nossas igrejas).
A escolha do texto do sermão. Quando falamos do texto do sermão,
referimo-nos a uma parte específica das Escrituras Sagradas, que desejamos
estudar para depois expô-la a nossos ouvintes. O texto do sermão pode ser
apenas uma palavra, ou então uma frase, um pensamento, um versículo, alguns
versículos interligados ou consecutivos, um salmo, uma ilustração, um ou mais
capítulos inteiros das Escrituras Sagradas, ou ainda um personagem.
Para um pregador iniciante, a escolha do texto do sermão pode
tornar-se um verdadeiro pesadelo, algo absolutamente desnecessário. O texto
é-nos dado nas Escrituras Sagradas. Como testemunhas e arautos de Cristo, fomos
incumbidos de anunciar o evangelho do reino de Deus. Como ministros e
embaixadores de Cristo, exortamos os ouvintes a se reconciliarem com Deus (2 Co
5.20).
Todavia, precisamos reconhecer que dependemos do Espírito Santo na
escolha do texto. Não podemos selecionar a passagem sozinhos ou sem recorrer à
obra do mestre. Por isso, a oração é indispensável. Se escolhêssemos sozinhos
um texto bíblico, estaríamos correndo o risco de nos limitarmos a nossos
assuntos ou passagens preferidas. Mas, para a escolha do texto propício, além
da oração pessoal e da direção do Espírito Santo, temos o auxílio de: textos
apropriados para a época eclesiástica (Advento, Natal, fim de ano, Páscoa,
Ascensão, Pentecoste, aniversário da igreja, campanha evangelística, dia de
missões); as senhas diárias dos irmãos morávios (Editora Sinodal); a exposição
de livros inteiros da Bíblia; a meditação sobre biografias bíblicas; as
mensagens acerca de temas doutrinários ou éticos da Bíblia; as devoções
particulares; o serviço e o aconselhamento pastoral; uma situação crítica na
igreja; algum livro teológico que estudamos; temas específicos relacionados às
necessidades da igreja; e o calendário anual de pregação.
Vale a pena observar também as seguintes regras práticas na
escolha de seu texto:
a) escolha-o com, pelo menos, uma semana de antecedência;
b) evite optar por textos difíceis, polêmicos ou de linguagem
pomposa e extravagante;
c) não se limite apenas ao Novo Testamento, como faz a maioria dos
pregadores;
d) varie os livros bíblicos, a fim de não negligenciar nenhum dos
66; e
e) uma vez escolhido o texto, não mude mais, a não ser que o
Espírito Santo assim indique claramente.
A seguir, apresento quatro exemplos com os quais você poderá
colocar em prática algum dos auxílios e regras mencionados acima:
Caso 1: Sua igreja passa por um período de crescimento numérico
notável. Muitas pessoas são recém-convertidas, mas nem todas romperam com as
práticas pecaminosas da vida anterior. Quais textos seriam apropriados para
melhorar a situação?
Caso 2: O Natal se aproxima e você não deseja pregar novamente
sobre Lucas 2. Quais as alternativas que lhe restam para a escolha de tal
mensagem?
Caso 3: Você nota um desinteresse geral em sua congregação quanto
à freqüência regular nos cultos semanais de estudo bíblico. O que você pode
fazer para estimular a igreja a participar do estudo bíblico?
Caso 4: Você está expondo o livro de Neemias e terminou no domingo
passado o capítulo 2. Como você vai definir a extensão de seus textos para o
restante dos capítulos nas próximas semanas?
Que o Santo Espirito do Senhor, ilumine
o nosso entendimento
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Leitura
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