Antropologia - Teologia 03.34
4.4.1 Os dias da Criação

E que dizer dos "dias" em que se operou a criação? Há quem suponha tratar-se de dias de 24 horas, uma vez que se mencionam tardes e manhãs, ou então admitir-se apenas uma visão dramática, já que a história se apresentou a Moisés numa série de revelações, que duraram seis dias.
Sugestões interessante e curiosas, sem
dúvida, mas que não passam de conjeturas, o mesmo sucedendo à teoria moderna,
segundo a qual o "dia" representaria uma idade geológica.
Para isso
supunha-se que o sol, supremo regulador do tempo planetário, não existia
durante os primeiros três dias; de resto, a palavra "dia" em 2.4
estende-se aos seis dias da criação; por outro lado, em diferentes textos da
Escritura o mesmo vocábulo refere-se a períodos de tempo ilimitado, como no Sl
90.4.
A principal dificuldade que se levanta contra esta última interpretação é
a alusão a "tarde" e a "manhã", mas pode admitir-se que a
obra da criação figuradamente seja caracterizada por épocas bem definidas.
É espiritual e
religioso o objetivo da narração de Gn 1. A formação dos seres vem manifestar as
relações entre Deus e as criaturas de sorte que só a fé as compreenderá
devidamente: "Pela fé entendemos que os mundos pela Palavra de Deus foram
criados; de maneira que aquilo que se vê não foi feito do que é aparente"
(Hb 11.3).
Só o crente, portanto, compreenderá o alcance da narração; mas não
admira que por vezes surjam hesitações, perante as dificuldades de
interpretação.
Mas a narrativa
tem ainda um segundo objetivo: o de pôr o homem em contato com toda a criação,
ou melhor, o de colocá-lo em posição de primazia perante todos os seres
criados.
Por isso vemos Deus a agir gradualmente na Sua obra criadora, que
atinge, com a formação do homem, o ponto culminante dessa obra-prima de
Deus.
No Princípio,
Criou Deus (v.1). A expressão No princípio é enfática, e chama a atenção para o
fato de um princípio real.
Outras religiões antigas, ao falarem da criação,
afirmam que esta ocorreu a partir de algo já existente.
Referem-se à história
como algo que ocorre em ciclos perpétuos.
A Bíblia olha para a história de modo
linear, com um alvo final determinado por Deus.
Deus teve um plano na criação,
o qual Ele levará a efeito.
Declaração sintética que introduz os seis dias da
atividade criadora.
A verdade desse versículo magnífico foi afirmada com júbilo
por poetas (Sl 102.25) e profetas (Is 40.21).
No princípio Deus.
A Bíblia
sempre toma por certo e jamais discute a existência de Deus.
Embora todas as
coisas tenham tido um começo, Deus sempre existiu (SI 90.2).
No princípio. Jo
1.1-10, que ressalta a obra de Cristo na criação, inicia com a mesma expressão.
Deus criou.
O substantivo hebraico Elohim está no plural, mas o verbo está no
singular - esse uso gramatical é comum no Antigo Testamento quando há
referência ao Deus único e verdadeiro.
No Antigo Testamento hebraico, o verbo
traduzido por "criar" é usado no tocante à atividade divina, nunca à
humana, os céus e a terra. “todas as coisas” (Is 44.24).
O fato de Deus ter
criado tudo é ensinado também em Ec 11.5; Jr 10.16; Jo 1.3; Cl 1.16 e
Hb 1.2.
O
ensino positivo e gerador de vida do v. 1 é maravilhosamente resumido em Is
45.18.
Terra (2). O
centro desse relato, sem forma e vazia.
Essa locução, que só ocorre depois em
Jr 4.23, dá estrutura ao restante do capítulo.
O "separar" e o
"ajuntar" que Deus realizou do primeiro ao terceiro dia produziu a
forma; o "fazer" e o "encher" do quarto ao sexto dia
eliminaram o vazio. trevas [...] abismo.
Completa o quadro de um mundo que
aguarda a palavra de Deus para fazer raiar a luz, produzir ordem e gerar a
vida.
E, ou "mas".
O quadro impressionante (e aterrorizante para o
homem primitivo) do estado original da criação visível é amenizado pela
proclamação majestosa de que o poderoso Espírito de Deus se move sobre a
criação.
Essa proclamação antecede as palavras criadoras que Deus profere em seguida.
Estava atuante na criação, e seu poder criador continua até hoje (v.
Jó 33.4; SI 104.30). se movia sobre.
Como uma ave que sustenta seus filhotes e
os protege (v. Dt 32.11; Is 31.5).
A figura de linguagem pode também evocar o
disco alado do sol, que em todo o antigo Oriente Médio era símbolo da majestade
divina.
Sem forma e vazia
(v. 2).
A expressão hebraica (tohu wabhohu) contém algo de onomatopéico que
parece significar: desolação e vacuidade.
Em Is 45.18, onde aparece o termo
bohu não contradiz aquele significado e dá a entender que Deus não abandonou a
terra que criou: "Não a criou vazia, mas formou-a para que fosse
habitada".
O caos era um meio, não um fim.
Disse Deus (3).
Pela palavra do Senhor foram feitos os céus" (Sl 33.6). Cfr. Jo 1.1-3.
Luz
(3). O caráter primário da luz, mesmo antes do sol, é um dos postulados da
ciência moderna.
A palavra hebraica para luz é `or, e refere-se às ondas
iniciais de energia luminosa atuando sobre a terra.
Posteriormente,
Deus
colocou luminares (hb. ma`or, literalmente luzeiros , v.14) nos céus como geradores e
refletores permanentes das ondas de luz.
O propósito principal desses luzeiros
é servir de sinais demarcadores das estações, dias e anos (vv. 5,14).
Era boa a luz (4).
Sete vezes Deus declara que aquilo que Ele criara era bom (vv.
4,10,12,18,21,25,31).
Cada parte da criação por Deus efetuada, executou plenamente
a sua vontade e propósito. Deus criou o mundo para revelar a sua glória e para
ser um lugar onde a raça humana pudesse compartilhar da sua alegria e vida.
Note como Deus executou a obra da criação de conformidade com um plano e uma
ordem:
A tarde e a manhã
(5). Atendendo à linguagem poética do texto, "manhã" não deve
significar, aqui, a segunda metade do dia.
O dia começava de manhã; seguia-se a
tarde, e depois a manhã que seguia a tarde era o começo do segundo dia, que por
isso terminava o primeiro.
E foi a tarde e a manhã: o dia primeiro.
Essa
identificação é repetida seis vezes neste cap. (vv. 5,8,13,19,23,31).
A palavra
hebraica para dia é yom.
Normalmente significa um dia de vinte e quatro horas
(cf. 7.17; Mt 17.1), ou a porção em que há luz, nas vinte e quatro horas (dia
em contraste com noite, Jo 11.9).
Mas também pode referir-se a um período de
tempo de duração indeterminada (e.g., tempo da sega, Pv 25.13).
Note-se que em
2.4, os seis dias da criação são designados como no dia.
Muitos entendem que os
dias da criação eram de vinte e quatro horas, pois sua descrição diz que
consistiam em uma tarde e uma manhã (v. 5; Êx 20.11).
Outros crêem que tarde e
manhã simplesmente significa que uma determinada tarde encerrou algum ato
específico da criação, e que a manhã seguinte iniciou novo ato.
Expansão (6). É a
formação da atmosfera, ou o firmamento.
Produza (11).
Embora se trate da criação intermédia, não se exclui a
intervenção divina.
Segundo a sua espécie (11).
Comparando este vers. com os
12,21,24,25, fácil é interpretá-lo como se dissesse: "em todas as suas
variedades", duma variedade dentro de certos grupos gerais.
Para sinais
(14).
Tomem-se aqui estes sinais no sentido astronômico e não astrológico, pois
os corpos celestes determinam as estações e dividem o tempo.
Que o Santo Espirito do Senhor, ilumine o nosso entendimento
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