História De Israel – Teologia 31.31
CAPÍTULO 5
DESCRIÇÃO DO TABERNÁCULO.
116. Estando assim preparadas todas as coisas, os vasos de
ouro e de cobre, os diversos ornamentos e as vestes sacerdotais, Moisés, depois
de anunciar que aquele seria um dia de festa e que cada qual, segundo as suas
posses, ofereceria um sacrifício a Deus, começou a fazer o Tabernáculo, deste
modo:
Ordenou primeiro que se fizesse um cercado, no meio do qual
o Tabernáculo devia ser construído, medindo cem côvados de comprimento e
cinqüenta de largura. Havia de cada lado, no sentido do comprimento, vinte
colunas de bronze e dez no fundo, no sentido da largura, cada uma com cinco
côvados de altura. As suas cornijas eram de prata, com anéis também de prata.
As suas bases, que eram de bronze dourado, tinham longas pontas por baixo, para
serem fincadas na terra, semelhantes às que se põem na extremidade das lanças.
Havia na extremidade inferior de cada coluna um prego de cobre, sendo que a
parte que sobressaía da terra tinha um côvado de alto e aí amarravam-se cabos,
os quais passavam pelos anéis para se fixarem no teto do Tabernáculo e assim
firmá-lo contra a violência dos ventos. Um grande véu de linho estendido em
redor, desde as cornijas até a base, cercava como um muro todo o recinto. Assim
eram os dois lados e o fundo.
A frente desse recinto tinha também cinqüenta côvados, e
havia nessa extensão uma abertura de vinte côvados, para servir de entrada. De
cada lado da abertura, existia uma coluna dupla de bronze revestida de prata,
exceto a base. Essa dupla coluna era seguida, para dentro do recinto, por três
outras colunas, dispostas de cada lado em linha reta, em distância
proporcionada para formar um vestíbulo de cinco côvados de extensão, que também
era cercado, como o resto do recinto, por um véu de linho. Um outro véu, de
vinte côvados de comprimento e cinco de altura, pendia à entrada e à saída. Era
tecido de linho, púr-pura e jacinto e reproduzia diversas figuras, nenhuma,
porém, de animal. Havia dentro do vestíbulo um grande vaso de cobre sobre uma
base do mesmo metal, de onde os sacerdotes tomavam a água para lavar as mãos e
borrifar os pés.
Moisés mandou colocar o Tabernáculo no meio, mas voltou-lhe
a entrada para o oriente, a fim de que o Sol, ao nascer, o alumiasse com os
primeiros raios. O Tabernáculo media trinta côvados de comprimento e doze de
largura. Um de seus lados estava voltado para o sul, o outro para o norte e o
fundo para o ocidente. Cada lado era composto de vinte pranchas de madeira
cortadas em ângulo reto, cada uma com um côvado e meio de largura e quatro
dedos de espessura. Eram todas revestidas com lâminas de ouro, e havia por fora
de cada prancha dois ferrolhos, um no alto e o outro embaixo, que passavam
através de dois anéis, os quais prendiam as pranchas uma à outra. O lado do
ocidente, que era o fundo do Tabernaculo, era composto de seis peças de madeira
dourada de todos os lados e tão bem unidas que pareciam uma só.
Vê-se, pela descrição das peças que compunham cada um dos
lados, que elas chegavam todas juntas ao comprimento de trinta côvados, pois
havia vinte delas e cada uma tinha um côvado e meio de largura. Quanto ao que
se refere ao fundo do Tabernaculo, as seis peças de que falamos atingiam apenas
nove côvados, e aí se unia uma de cada lado, de mesma largura e altura que as
outras, porém muito mais grossas, porque deviam ser postas nos ângulos desse
edifício. No meio de cada uma dessas peças, havia um prego dourado, e todos os
pregos estavam colo-cados numa mesma linha, de tal modo que se defrontavam
todos. Grandes bastões dourados, medindo cinco côvados cada um, entravam nesses
pregos e uniam todas as pontas, porque os bastões encaixavam-se uns nos outros.
Quanto à parte posterior do edifício, além dos ferrolhos de
que falei, que prendiam as pranchas, ela era firmada por meio de um bastão
dourado que passava, como os outros, pelos anéis das peças de madeira. As
extremidades dos que firmavam os dois lados, vindo todas a cruzar-se nos
ângulos da construção, encaixavam-se umas às outras e uniam de tal modo os
lados do Tabernaculo que ele não podia ser derrubado pela violência do vento.
Quanto à parte interna do Tabernaculo, a sua extensão era
dividida em três partes, de dez côvados cada uma, medindo dez côvados de fundo.
Na parte dianteira, havia quatro colunas de mesma matéria e forma, cujas bases
eram todas semelhantes às que mencionamos há pouco e estavam colocadas a igual
distância entre si. Os sacerdotes podiam transitar por todo o resto do
Tabernaculo, mas o espaço contido entre as quatro colunas era inacessível, e
ali não lhes era permitido entrar. A exata divisão do Tabernaculo em três
partes era a figura do mundo. A do meio era como o céu, onde Deus habita, e as
outras, que estavam abertas para os sacerdotes, representavam o mar e a terra.
Puseram à entrada cinco colunas de ouro sobre bases de
bronze e por cima do Tabernaculo estenderam véus de linho cor de púrpura,
jacinto e escarlate. O primeiro desses véus tinha dez côvados quadrados e
cobria as colunas que separavam esse lugar tão santo de todo o resto, a fim de
impedir a vista dos homens. Tudo isso era chamado santo, mas o espaço contido
entre essas quatro colunas era chamado o SANTO DOS SANTOS. Sobre esse véu de
que acabo de falar estavam representadas todas as espécies de flores e outros
ornamentos que embelezam a terra, com exceção dos animais. O segundo véu era
semelhante ao primeiro, tanto na matéria quanto no tamanho, no tecido e nas
cores. Estava fixado no alto por presilhas e descia cobrindo até a metade as
cinco colunas. Era o lugar por onde entravam os sacerdotes. Havia sobre esse
véu um outro, com anéis, pelos quais passava um cordão, para o arriamento,
principalmente nos dias de festa, a fim de que o povo pudesse ver o primeiro
véu, que estava cheio de figuras. Nos outros dias, principalmente quando o
tempo não era bom, o segundo véu, feito de um pano apropriado, resistente à
chuva, era estendido por cima do outro, para resguardá-lo. Observou-se ainda,
após a construção do Templo, de se pôr um pano semelhante à entrada.
Havia, além disso, dez panos de arras, cada um medindo vinte
e oito côvados de comprimento e quatro de largura. Estavam tão bem presos, com
presilhas de ouro, que pareciam formar uma única peça. Serviam para cobrir toda
a parte superior e todos os lados do Tabernáculo, faltando apenas um pé para
tocarem a terra. Havia também outras onze peças de mesma largura — mais longas,
porém, medindo cada uma trinta côvados de comprimento. Eram tecidas em pêlo,
com tanta arte como as de lã, e estavam estendidas por fora, sobre as outras
peças de panos, que ornavam o interior. Elas se uniam todas no alto, pendiam
até quase a terra e formavam como que uma espécie de pavilhão. A undécima
dessas peças servia para cobrir a porta. Todo o pavilhão estava coberto de
peles de cabra, para preservá-lo da chuva e dos ardores do sol. Quando era
descoberto, não podia ser visto de longe sem admiração, porque o brilho de
tantas e tão diversas cores fazia que se julgasse ver o céu.
Que o Santo Espirito do Senhor, ilumine
o nosso entendimento
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