Apesar de sua
diversidade, as concepções míticas da origem do mundo recorrem, de modo geral,
a dois modelos básicos.
Criação por um ser
supremo.
Os estudiosos do século XIX pensavam que o tema da criação por um ser
supremo era inerente a um estágio cultural avançado.
Pesquisas posteriores, no
entanto, observaram essa crença entre povos primitivos da África, ilhas do
norte do Japão, América, Austrália central e em muitas outras partes do
mundo.
A natureza desse
ser supremo, que freqüentemente é acompanhado de algum outro, hierarquicamente
inferior, difere de cultura para cultura.
A criação se realiza mediante seu
pensamento, sua palavra - como na Bíblia e no Popol Vuh - e, às vezes, com
certo sentido de emanação, com seu calor e suor.
Todos esses mitos, porém,
possuem características comuns:
(a) o ser supremo
é onisciente e todo-poderoso;
(b) o ato de
criação é consciente, deliberado, planejado e livre, já que a divindade não
fica vinculada à criação;
(c) a divindade
desaparece até que se produza algum acontecimento catastrófico;
(d) a criação é um
paraíso que se desfaz por causa de um pecado.
Nas concepções
míticas sobre a criação por um ser supremo não cabe, no entanto, falar de
criação a partir "do nada" no sentido filosófico e religioso da
expressão.
Supõe-se nelas uma matéria - geralmente o oceano ou as águas
primeiras, consideradas como o caos - a partir da qual se realiza a criação.
Criação por divisão de uma matéria primordial.
O
segundo modelo de mito cosmogônico corresponde àqueles que, mesmo apresentando
certas similitudes com os anteriores, já que podem confundir-se com um deus ou
ser supremo, são resultados de toda a ênfase na própria energia interna da
matéria, em manifestações como um caos amorfo, um ovo primevo ou um primeiro
casal.
Um mito dos dogôs, povo da África ocidental, narra que o ser divino
criou, originalmente, um ovo em que havia dois gêmeos.
Um destes, fugindo com
parte da substância existente para produzi-lo e criá-lo, resultou imperfeito.
Nesse tipo de mito o ovo representa a androginia - macho e fêmea - , a perfeita
totalidade, que se desfaz com a separação dos gêmeos.
Os maoris das ilhas da
Oceania acreditavam que de início o céu e a Terra estavam estreitamente ligados
e seus filhos, oprimidos pela escuridão, cortaram os tendões que os uniam,
fazendo o céu afastar-se, com o que a luz entrou.
Uma variação desses mitos
seria a criação por desmembramento de um gigante, que simboliza a matéria.
A
esse modelo deve corresponder o sacrifício de Purusha, narrado no Rig Veda
hindu: de sua cabeça saiu o Sol, de seus pés a Terra, de sua consciência a Lua,
de sua respiração o vento.
Que o Santo Espirito do Senhor, ilumine o nosso entendimento
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