Uma teologia
que tenta fazer das palavras de Jesus um fundamento histórico da fé cristã pode
fazê-lo de duas maneiras.
Pode tratar as palavras de Jesus como “ensinos de
Jesus” ou como “mensagem de Jesus”. Como ensinos de Jesus, elas são entendidas
como interpretações refinadas da lei natural ou como intuições originais da
natureza do homem. Elas não tem relação com a situação concreta na qual foram
pronunciadas.
Como tal, pertencem à lei, profecia ou literatura sapiencial, da
mesma maneira como no Antigo Testamento.
Elas podem transcender todas essas
três categorias em termos de profundidade e poder; mas não os transcendem em
termos de caráter.
Contudo, restringir a investigação histórica aos “ensinos de
Jesus” é reduzir Jesus ao nível do Antigo Testamento e implicitamente negar sua
reivindicação de superar o contexto vétero-testamentário .
A segunda
forma pela qual a pesquisa histórica se restringe às palavras de Jesus C mais
profunda que a primeira.
Ele nega que as palavras de Jesus sejam regras gerais
de comportamento humano, que elas sejam regras às quais a gente deva se
sujeitar, ou que elas sejam universais e possam portanto ser abstraídas da
situação na qual foram ditas.
Em vez disso, enfatizam a mensagem de Jesus de
que o Reino de Deus está “à mão” e que portanto aqueles que querem entrar nele
devem se decidir a favor ou contra o Reino.
Essas palavras de Jesus não são
regras gerais, mas exigências concretas.
Essa interpretação do Jesus histórico,
sugerida especialmente por Rudolf Bultmann, identifica o sentido de Jesus com o
sentido de sua mensagem.
Ele exige uma decisão, a saber, a decisão por Deus.
E
essa decisão inclui a aceitação da Cruz, porque ele mesmo aceitou a sua.
Aquilo
que é historicamente impossível, a saber, o esboço de uma “vida” ou uma Gestalt
de Jesus, é engenhosamente evitado usando aquilo que está imediatamente dado -
a saber, sua mensagem sobre o Reino de Deus e suas condições e apegando-se cada
vez mais ao “paradoxo da Cruz de Cristo”
Mas até mesmo esse método de juízo histórico restrito não pode oferecer
um fundamento à fé cristã.
Ele não mostra como pode ser cumprida a exigência de
decidir-se pelo Reino de Deus.
A situação de ter que se decidir permanece sendo
aquela sob a lei.
Não transcende a situação do Antigo Testamento, a situação da
busca por Cristo.
Pode-se chamar a essa teologia de “liberalismo
existencialista” em contraste com o “liberalismo legalista” do primeiro.
Mas
nenhum desses métodos responde à pergunta de onde reside o poder de obedecer
aos ensinos de Jesus ou de decidir-se pelo Reino de Deus.
Isso esses métodos
não podem fazer porque a resposta deve vir de uma nova realidade que, de acordo
com a mensagem cristã, é o Novo Ser em Jesus como o Cristo.
A Cruz é o símbolo
de um dom antes de ser o símbolo de uma exigência.
Mas, se isso for aceito, é
impossível retirar-se do ser de Cristo para refugiar-se em suas palavras.
A via
de acesso última da pesquisa e busca do Jesus histórico está barrada, e manifesta
o fracasso da tentativa de apresentar um fundamento à fé cristã através da
investigação histórica.
Que o Santo Espirito do Senhor, ilumine o nosso entendimento
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