História De Israel – Teologia 31.58
CAPÍTULO 11
HISTÓRIA DE RUTE, MULHER DE BOAZ, BISAVÔ DE DAVI. NASCIMENTO
DE
SAMUEL. OS FILISTEUS VENCEM OS ISRAELITAS E TOMAM A ARCA DA
ALIANÇA. OFNI E FINÉIAS, FILHOS DE ELI, SUMO SACERDOTE, SÃO MORTOS
NESSA BATALHA.
213. Rute 7. Depois da morte de Sansão, Eli, sumo sacerdote,
governou o povo de Israel. Houve no seu tempo uma grande carestia. Abimeleque,*
que morava na cidade de Belém, na tribo de Judá, não a podendo suportar, foi
com a mulher, Noemi, e seus dois filhos, Quiliom e Malom, para o país dos
moabitas. Ali tudo correu perfeitamente bem, e ele casou o mais velho dos
filhos com uma jovem de nome Orfa e o mais moço com outra, de nome Rute. Dez
anos depois, pai e filhos morreram, e Noemi, cheia de aflição, resolveu voltar
para o seu país, que então estava em situação melhor que a de quando ela o
havia deixado.
As noras quiseram segui-la, porém, como as amasse demais
para tolerar que sofressem a mesma infelicidade, rogou-lhes que ficassem,
pedindo a Deus que as fizesse mais felizes no segundo matrimônio, pois não o
haviam sido no primeiro. Orfa consentiu naquele desejo, mas a extrema afeição
que Rute devotava à sogra não lhe permitiu abandoná-la e desejou ser sua
companheira também na adversidade. Assim, chegaram ambas a Belém, onde veremos
em seguida que Boaz, primo de Abimeleque, as recebeu com grande bondade. Noemi
dizia aos que a chamavam por esse nome: "Deveríeis antes chamar-me
Mara" — que significa "dor" — "e não Noemi" — que quer
dizer "felicidade".
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* As Escrituras chamam-no Elimeleque.
Rute 2. Chegou o tempo da ceifa, e Rute, a fim de obter
alimento, foi respigar, com licença da sogra. Entrou por acaso no campo que
pertencia a Boaz. Ele chegou pouco depois e perguntou ao administrador quem era
aquela moça. Ele o informou de tudo o que sabia, dito por ela mesma. Boaz
louvou muito o afeto que ela nutria pela sogra e pela memória do marido e
desejou-lhe toda sorte de felicidade. Disse ao administrador que permitisse a
ela não somente respigar, mas levar o que desejasse, e que lhe dessem ainda de
beber e de comer, como aos ceifadores.
Rute guardou um caldo para a sogra, que levou para ela à
tarde, com o que havia recolhido. Noemi, por seu lado, guardara para Rute parte
do que os vizinhos lhe haviam dado para o jantar. Rute contou-lhe o que se havia
passado, e Noemi disse-lhe que Boaz era um parente e homem de bem, tanto que
esperava que ele tomasse cuidado dela, Rute, que em seguida voltou a respigar
no campo dele.
Rute 3. Dias depois, quando toda a cevada já estava batida,
Boaz veio à sua propriedade e deitou-se na eira. Quando Noemi o soube, julgou
vantajoso que Rute se prostrasse aos pés dele para dormir e disse-lhe para
fazer o que pudesse para consegui-lo. Rute não ousou desobedecê-la e assim,
mansamente, esguei-rou-se até os pés de Boaz. Ele não a percebeu no momento,
porque estava muito adormecido, porém ao acordar, pela meia-noite, percebeu que
alguém estava deitado junto dele e perguntou quem era. Ela respondeu: "Sou
Rute, vossa serva, e rogo-vos que consintais que eu repouse aqui".
Nada mais ele perguntou e deixou-a dormir, mas a despertou
bem cedo, antes que os empregados se tivessem levantado, dizendo-lhe para
apanhar quanta cevada quisesse e então voltar para a casa da sogra, antes que
alguém percebesse que ela passara a noite junto dele. Porque era necessário,
por prudência, evitar qualquer motivo de comentários, principalmente em assunto
daquela importância. Ele acrescentou: "Aconselho-vos a perguntar a alguém
que vos seja mais próximo que eu se vos quer tomar para esposa. Se ele estiver
de acordo, podereis desposá-lo. E, se recusar fazê-lo, eu vos desposarei, como
a Lei me obriga". Rute narrou à sogra esse fato, e ambas conceberam então
firme esperança de que Boaz não as abandonaria.
Rute 4. Ele voltou à cidade pelo meio-dia e reuniu os
magistrados. Mandou chamar Rute e seu parente mais próximo, ao qual disse:
"Não possuis os bens de Abimeleque?" Respondeu ele: "Sim, eu os
possuo pelo direito que a Lei me dá, sendo o seu parente mais próximo".
Boaz replicou: "Não basta cumprir parte da Lei, deve-se cumprir toda ela.
Assim, se quiserdes conservar os bens de Abimeleque, é necessário que desposeis
a viúva, que vedes aqui presente". O homem respondeu que já era casado e,
tendo filhos, preferia ceder-lhe os bens e a mulher. Boaz tomou os magistrados
como testemunhas dessa declaração e disse a Rute que se aproximasse daquele
parente, descalçasse-lhe um dos sapatos e lhe desse um tapa no rosto, como a
Lei determinava. Ela o fez, e Boaz então desposou-a.
Ao fim de um ano, ela teve um filho, do qual Noemi teve o
encargo de cuidar e a quem chamou Obede, na esperança de que ele a ajudaria em
sua velhice, pois Obede, em hebreu, significa "auxílio". Obede foi
pai de Jessé, pai do rei Davi, cujos filhos até a vigésima geração reinaram na
nação dos judeus. Fui obrigado a narrar essa história para dar a conhecer que
Deus eleva quem quer ao soberano poder, como se viu na pessoa de Davi, cuja
origem foi a seguinte:
7 Samuel 2. Os interesses dos hebreus estavam então em mau
estado, e eles travaram guerra com os filisteus, pelo motivo que passo a
narrar. Hofni e Finéias, filhos de Eli, sumo sacerdote, não eram menos
ultrajantes para com os homens que ímpios para com Deus. Não havia injustiça
que eles não cometessem. Não se contentando em receber o que lhes pertencia,
tomavam também o que não lhes era devido. Corrompiam com presentes as mulheres
que vinham ao Templo por devoção ou atentavam contra a honra delas pela força,
exercendo assim funesta tirania.
Tantos crimes tornaram-nos odiosos a todo o povo e mesmo ao
próprio pai. Deus lhes fez conhecer, bem como a Samuel, que então era apenas
uma criança, que eles não evitariam a sua justa vingança, por isso Eli a
esperava a todo momento e já os chorava como mortos. Porém, antes de relatar de
que modo eles e todos os israelitas — por causa deles — foram castigados, quero
falar dessa criança, que se tornou mais tarde um grande profeta.
214. 7 Samuel 1. Elcana, da tribo de Efraim, morava em
Ramataim-Zofim, no território dessa tribo, e tinha como esposas Ana e Penina. Esta
lhe dera filhos. Não os tivera, porém, de Ana, a quem ele amava ardentemente.
Um dia, estando com a família em Silo, onde se localizava o sagrado
Tabernáculo, Ana, vendo os filhos de Penina sentados à mesa perto da mãe e
Elcana a dividir entre as duas mulheres e eles as iguarias que restavam dos
sacrifícios, a dor pelo fato de ser estéril a fez derramar lágrimas. O marido
fez o que pôde para consolá-la. Depois ela entrou no Tabernáculo, rogou com
fervor a Deus que a tornasse mãe e fez voto de que, se Ele lhe desse um filho,
o consagraria ao seu santo serviço. E não se cansava de fazer sempre a mesma
oração.
Eli, sumo sacerdote, que estava sentado diante do
Tabernáculo, julgou que ela estivesse embriagada e ordenou que se retirasse.
Ela respondeu-lhe que jamais bebera outra coisa senão água pura, mas que na
aflição em que se encontrava por ser estéril rogava a Deus que lhe desse
filhos. Disse-lhe ele então que não se afligisse e garantiu que Deus lhe daria
um filho. Com essa esperança, foi então ao encontro do marido e a Umentou-se
com alegria. Voltando ao seu país, ficou grávida e teve um filho, a quem chamou
Samuel, isto é, "ouvido por Deus". Quando voltaram a Silo para dar
graças por meio de sacrifícios e pagar os dízimos, Ana, cumprindo o seu voto,
consagrou o menino a Deus e entregou-o nas mãos de Eli. Deixaram crescer-lhe o
cabelo, e ele só bebia água. Foi educado no Templo. Elcana teve ainda de Ana
três filhos e duas filhas.
215. 1 Samuel 3.
Quando Samuel completou doze anos, começou a profetizar, e certa noite, quando
dormia, Deus chamou-o pelo nome. Pensando que era Eli quem o chamava, foi logo
ter com ele. Mas este disse-lhe que não havia nem mesmo pensado em chamá-lo. A
mesma coisa aconteceu por três vezes. Eli não teve então dificuldade para imaginar
o que se passava e disse-lhe: "Meu filho, não vos chamei, nem agora nem
das outras vezes. É Deus quem vos chama. Respondei então que estais pronto a
obedecer-lhe".
Deus chamou então novamente a Samuel, e ele respondeu:
"Eis-me aqui, Senhor. Que desejais que eu faça? Estou pronto a
obedecer". Então falou-lhe deste modo: "Sabei que os israelitas
cairão na maior de todas as desgraças: os dois filhos de Eli morrerão no mesmo
dia, e o sumo sacerdócio passará da família dele para a de Eleazar, porque Eli
atraiu a minha maldição sobre os seus dois filhos, testemunhando mais amor por
eles que por mim". O temor de causar sofrimentos a Eli não permitiu a
Samuel narrar-lhe o que ouvira nessa revelação. Mas Eli obrigou-o a falar.
Então, esse infeliz genitor não duvidou mais da sorte de seus filhos. Samuel,
no entanto, crescia cada vez mais em graça, e todas as coisas que profetizava
não deixavam de acontecer.
216. 1 Samuel 4. Logo
depois os filisteus se puseram em campo para atacar os israelitas. Acamparam-se
perto da cidade de Afeca e, não encontrando resistência, avançaram ainda mais.
Travaram por fim um combate, no qual os israelitas foram vencidos. Estes,
depois de terem perdido mais ou menos uns quatro mil homens, retiraram-se
desordenadamente para o seu acampamento. O temor de serem completamente
desbaratados foi tão grande que mandaram embaixado-res ao Senado e ao sumo
sacerdote para rogar que lhes mandassem a arca da aliança. Não duvidavam que
com esse socorro obteriam a vitória, porque não imaginavam que Deus, que
pronunciara a sentença de seu castigo, era mais poderoso que a arca,
reverenciada unicamente por causa dEle. Mandaram então a arca ao acampamento.
Hofni e Finéias acompanharam-na, por causa da velhice do
pai, e ele disse a ambos que, se acontecesse de ela ser tomada e eles tivessem
tão pouca coragem que sobrevivessem a tal perda, jamais tornassem a se
apresentar diante dele. A chegada da arca alegrou tanto aos israelitas que eles
já se julgavam vitoriosos. Ao mesmo tempo, lançou terror no espírito dos
filisteus. Mas uns e outros estavam enganados. Ao travar-se a batalha, a perda
que os filisteus temiam caiu sobre os seus inimigos, enquanto a confiança que
os israelitas depositavam na arca foi inútil, pois foram postos em debandada ao
primeiro embate. Perderam trinta mil homens, dentre os quais estavam os dois
filhos de Eli, e a arca caiu em poder dos filisteus.
Que o Santo Espirito do Senhor, ilumine
o nosso entendimento
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