Angelogia - Teologia 02.92
Algumas
características originais antes da queda
O texto (Ez
28.12-16) indica que Lúcifer era possuidor de elevada distinção e detentor de
honrosos títulos e posições, conforme destacaremos a seguir:
a) “o aferidor da medida” (v. 12). A palavra “selo”
(aferidor) é uma tradução fiel do original hebraico, porque significa que ele
era a imagem, perfeita da criação divina e uma imagem refletida em si mesmo que
lhe conferia o privilégio de ser a mais bela e inteligente criatura de Deus (v.
12). Nele se encontrava a medida perfeita da criação daquilo que Deus queria.
b) “estavas no Éden, jardim de Deus” (v.13). A menção
sobre pedras preciosas existentes no Jardim do Éden tem um sentido figurado
para ilustrar os privilégios dessa criatura chamada Lúcifer, personificada no
texto como “o rei de Tiro”. O ornamento de pedras preciosas desse personagem
indica a grandeza e a beleza de sua aparência. Era um tipo da glória tipificada
e representada por Lúcifer antes da queda.
c) “no dia em que foste criado” (v. 13). É importante
essa expressão porque declara que Lúcifer é um ser criado por Deus. Como
criatura de Deus não lhe dava o direito de imaginar-se tão superior a ponto de
querer ser igual a Deus.
d) “querubim ungido para proteger” (v. 14). Na descrição
profética de Ezequiel, Lúcifer pertencia a mais alta classe de seres angélicos.
Sua relação com Deus manifestava-se em sua função específica de proteger o
trono de Deus. Esse ministério de proteção dos querubins tem a ver com a
incumbência de preservar toda a criação divina (Gn 3.24; Êx 25.17-20; Sl 80.1).
e) “perfeito eras nos teus caminhos” (v. 15). A frase tem
na conjugação verbal do verbo ser no passado “eras”, a história antiga de
Lúcifer, como alguém que escondia em seu interior a iniqüidade da vaidade e do
orgulho. 6.6.6. Nomes que designam Satanás
Satanás é
um ser inteligente, hostil e traiçoeiro. A Bíblia inteira o apresenta
resistindo a Deus e perturbando a paz das nações com guerra, destruição e
misérias. As Escrituras se referem a este ser poderoso através de substantivos
próprios e pronomes pessoais diferentes, como:
a) Satanás (1Cr 21.1; Jó 1.6; Lc 10.18; Ap 20.2 etc.).
Esse título lhe foi dado após a sua queda da presença de Deus, e significa
“adversário” (Zc 3.1; 1Pe 5.8). Foi a partir do momento em que Lúcifer encheu-se
de iniqüidade e permitiu que a presunção o dominasse que aconteceu a grande
tragédia universal. Ele imaginou-se poderoso o suficiente para competir ou
mesmo superar o trono de Deus. Lúcifer, então, se fez adversário e oponente
constante e implacável contra o Criador. Tornou-se, por isso, um arquiinimigo
de toda a criação viva de Deus.
b) Diabo (Mt 13.39; Jo 13.2 etc.). Este termo aparece
apenas no Novo Testamento. É uma transcrição do vocábulo grego diabolos que
significa “caluniador, acusador” (Ap 12.10). Essa característica ele demonstrou
como uma das suas tarefas mais terríveis e maléficas. Existe uma história onde
o diabo calunia e acusa um servo de Deus chamado Jó. Embora esse homem fosse
íntegro, o diabo apareceu diante do Senhor para acusá-lo (Jô 1.9-11). Portanto,
a Bíblia identifica o diabo como caluniador e acusador dos servos de Deus. Como
diabo, ele é o acusador dos irmãos (Ap 12.10). Ele fala mal de Deus para o
homem (Gn 3.1-7) e do homem para Deus (Ap 12.10. Como pai da mentira, ele tenta
acusar os servos do Senhor, como se Deus não pudesse perceber as suas mentiras
(Jo 8.44). Mas a Bíblia declara que “temos um advogado para com o Pai, Jesus
Cristo, o Justo” (1Jo 2.1).
c) Dragão (Is 51.9; Ap 12.3,7 etc.). A palavra “dragão”
(tannin) parece significar literalmente “serpente” ou “monstro marinho”. O
dragão é considerado como a personalidade de Satanás, como o é de Faraó em Ez
29.3; 32.2. O dragão é um animal marinho e pode apropriadamente representar a
atividade de Satanás nos mares do mundo.
d) A Antiga serpente (Gn 3.1; Is 27.1 etc.). Este termo
indica sua desonestidade (Jó 26.13) e falsidade (2Co 11.3).
e) Belzebu (Mt 10.25; 12.24,27), ou mais corretamente,
Beelzebul, de acordo com a palavra grega. Não se conhece o significado exato do
termo. Em sírio, significa “senhor do esterco”. É também sugerido que o termo
significa “senhor da casa”. Esse título tinha uma relação com um deus pagão de
Ecrom, por nome Baal-Zebub ou Baal-Zebul. No texto grego do Novo Testamento,
esse nome aparece como Belzebu, cuja atribuição dada pelos judeus do tempo de
Cristo era o de “príncipe dos demônios” (Mt 10.25; Mc 3.22). Como os judeus
usavam esse nome com um tom de escárnio, porque o mesmo referia-se a um ídolo
pagão, Jesus, sem reserva nem qualquer pudor, identificou Belzebu como Satanás
(Lc 11.18,19; Mc 3.24-27).
f) Belial ou Beliar (2Co 6.15). Este termo é usado no
Velho Testamento no sentido de “indignidade” (2Sm 23.6). Assim, lemos a
respeito dos “filhos de Belial” (Jz 20.13), os “homens de Belial” (1Sm 30.22),
e dos “homens depravados”.
g) Lúcifer. Esse nome não aparece literalmente em nossas
versões bíblicas, é a forma latina traduzido por Jerônimo na Vulgata. Na
linguagem metafórica de Isaías 14.12, o nome Lúcifer aparece vinculado a
expressão “filho da alva”. Os babilônicos criam que os astros celestes ou
estrelas fossem seres angélicos, por isso, “um filho da alva” representava a
primeira luz da manhã, e Lúcifer, em seu primeiro estado possuía esta
característica. Este termo significa a estrela da manhã, um nome dado ao
planeta Vênus. Significa literalmente o que traz a luz, e é um nome usado para
Satanás na passagem de Isaías. Como Lúcifer, Satanás é mostrado como um anjo de
luz.
h) Maligno (Mt 13.19,38; 2Co 6.15 etc.). Esta é uma
descrição de seu caráter e sua obra.
j) Tentador (Gn 3.1; Jó 2.7; Mt 4.3; Mc 1.13; Jo 13.2
etc.). Este nome indica seu constante propósito e esforço para levar os homens
ao pecado.
k) deus deste século (2Co 4.4). Como tal, ele tem seus
“ministros” (2Co 11.15), “doutrinas” (1Tm 4.1), “sacrifícios” (1Co 10.20),
“sinagogas” (Ap 2.9). Ele patrocina a religião do homem natural e é, sem dúvida
alguma, responsável por todos os falsos cultos e sistemas que assolam a
cristandade hoje em dia.
l) Príncipe da potestade do ar (Ef 2.2; 6.12). Como tal,
ele é o líder dos anjos maus (Mt 25.41; Ap 12.7) e o príncipe dos demônios (Mt
12.24; Ap 16.13,14). Ele comanda uma vasta hoste de servos que executam suas
ordens, e governa com poder despótico.
m) Príncipe deste mundo (Jo 12.31; 14.30). Isto parece se
referir a sua influência sobre os governos deste mundo. Jesus não disputou a
reivindicação de algum tipo de direito aqui neste planeta feita por Satanás em
Mt 4.8,9. Mas Deus é claro, estabeleceu limites definidos para ele, e quando
chegar a hora, ele será subjugado pelo governo dAquele que tem o direito de
governar, Jesus, nosso santo Senhor.
n) O Adversário (1Pe 5.8; Ap 7.17; 20.2). O Acusador dos
filhos de Deus (Ap 12.10). O Enganador (Gn 3.4; 13; 2Co 11.3,13,14; 2Tm 2.26).
O pai da mentira (Jo 8.44). 6.6.7. A atuação de Satanás
Que o Santo Espirito do Senhor, ilumine
o nosso entendimento
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