Eclesiologia - Teologia 25.07
NATUREZA DA IGREJA: Part 1/2
“Onde,
então, está a `verdadeira’ igreja entre a diversidade de tantas igrejas? A igreja é uma, pois Cristo é um. Aqueles que
são unidos a Cristo são unidos à Sua igreja e um ao outro. A igreja é diversa
porque nenhuma comunidade de fé ou
comunhão de crença, nenhuma congregação ou denominação pode cumprir todo o evangelho tudo de uma só vez.
Há uma
certa tensão a
ser mantida aqui
entre a igreja
em sentido local
e universal, pois
a igreja local
é a expressão
corpórea da igreja
única em uma
localidade específica. É a expressão
da igreja única
onde quer que
ela seja encontrada. A igreja local é expressão do
todo a igreja universal e ao mesmo
tempo uma expressão parcial.
Diversas
formas da igreja existem, não porque o evangelho é relativo ou ‘aguado’ para
atingir cada possível
circunstância, mas porque
o evangelho é
relevante, respondendo às divergentes
necessidades de pessoas, culturas, e sociedades.... O que é a igreja? Em síntese, é uma comunidade
histórica que começa com Deus e é
fundada em
Cristo Jesus. É
testemunha ao Seu
evangelho em seu
culto e fé,
trabalho
e memória. Através do seu testemunho em palavra e serviço ela aponta não
a si mas
para Cristo.... A
igreja está continuamente
em processo. É uma noiva
sendo preparada para
Cristo (2a Coríntios
11.2); é uma
comunidade de peregrinos, escolhidos, mas ainda não
completos, sempre seguindo em direção à
promessa do reino de Deus.... Fazer a pergunta ‘O que é a igreja?’ ... é
procurar ‘pela cidade que tem cimentos,
cujo construtor e criador é Deus’ (Heb. 11.10)”.
Ao
tratar das definições do termo igreja algo foi dito já em relação à natureza
da igreja. Nesta
obra trata-se em
geral a igreja
em sentido universal,
usando a congregação local para enfoque de sua
aplicação e concretização. A igreja é um
organismo vivo, a acoplação dos santos, o povo de Deus na face da terra.
Nem todo membro da igreja local faz
parte, e nem todo aquele que não faz parte de
uma igreja local visível está fora da igreja. Como definição geral, aqui
se aplicará ao termo o seguinte
conceito: "um agrupamento de crentes que vivenciam um relacionamento de dependência (fé) em Jesus Cristo ,
unindo-se para cumprirem a missão
entregue por Deus".
A
igreja é muito mais do que uma congregação local e é muito mais do que uma estrutura
e instituição. Usa-se
o retrato da
igreja local como
auxílio na visualização concreta do conceito, porém
lembra-se a necessidade de olhar além
dos
aspectos institucionais, formais e estruturais. Toda a estrutura e
organização elaborada pode
ser benéfica, mas
deve sempre ser
associada ao propósito
da igreja, missão que parte de
sua verdadeira natureza. A Bíblia não estabelece um sistema organizacional para a igreja, nem
contraria a sua elaboração. O que ela
oferece é uma missão a ser cumprida.
O
ideal de união para a igreja nunca chegará a completa satisfação na terra,
em função de posições teológicas
diferenciadas entre grupos componentes da Igreja. Estas
diferenças surgem de
início em decorrência
da incapacidade humana
de plena compreensão
da Bíblia em
sua íntegra e
da debilidade humana
em compreender plenamente a
vontade do Deus infinito, revelado em Cristo Jesus. As palavras de Jesus
atingem não apenas os dois discípulos no caminho a Emaús, mas igualmente a todos os seus discípulos em
todo tempo: “Ó néscios e tardos de
coração para crer tudo que os profetas disseram!”.
Apressando
para atingir o alvo de união, cabe à igreja local e aos indivíduos que a compõem definir até que ponto pode haver sua
cooperação e envolvimento com
outros de perspectivas
divergentes. Dentro da
igreja local, há
algo da mesma
necessidade, porém espera-se que os indivíduos de uma congregação
poderiam mais facilmente
cooperar entre si. A união
esperada não é
que todos sejam
igualmente
amigos íntimos, mas que todos tenham respeito cada um pelo outro e
procurem atuar entre
si em
amor. Nestes parâmetros,
é possível viver
em harmonia e união para em
conjunto cumprirem com a missão da igreja.
A
união da igreja deve também ser vista no contexto do sacerdócio de todos
os crentes. Como
Lutero afirmava, não
cabe distinção entre
clero e leigo.
Todo membro da igreja deve ser
ensinado que tem uma responsabilidade sacerdotal em relação aos demais. Tal responsabilidade
compreende o seu ministrar mesmo
enquanto recebe a ministração de outros. Cada um deve interceder pelo
outro e ensinar ao
outro, até corrigindo
quando for necessário.
Não há razão
convincente para limitar certas funções eclesiásticas a um clero
oficial. A razão pela consagração de
pastores deveria ser principalmente um ato de confirmação de confiança na vocação do ministro. Em nada
deve ser visto em termos de um
exercício com exclusividade
de práticas ministeriais.
A missão da
igreja é de
todos. A igreja
pode convocar indivíduos
para funções especiais,
mas tal convocação
não elimina a
responsabilidade dos demais
membros. Serve como
“forma pública pela
qual alguém é
comissionado mediante a
oração, as Escrituras e a imposição de mãos, a fim de
servir à congregação”. Interessante é
notar que
no Novo Testamento
são diáconos e
missionários que são
“comissionados”, “consagrados”, ou “ordenados”, não sacerdotes ou
pastores.
Algo da
natureza da igreja
é espelhado nas
seguintes figuras: povo
de Deus, corpo de Cristo, noiva de Cristo, esposa de
Deus, templo do Espírito do Santo, santos,
povo eleito, filhos
de Deus, ramos
da videira, galhos
da oliva, lavoura,
horta, edifício, sacerdócio,
nação santa, luzeiro,
coluna e baluarte
da verdade, lavradores
da vinha, integrantes
do reino de
Deus e amigos
de Jesus. Estas
descrições e metáforas
são usadas de
formas diferentes, espelhando
certos aspectos da natureza, do
ideal, ou da dura realidade no quotidiano da igreja.
Uma das
primeiras descrições ou
metáforas aplicadas à
igreja é a
de povo de Deus.
Com o uso desta frase, a perspectiva é de focalizar no relacionamento de dependência
de Deus dentro
dos limites da
aliança estabelecida. Êxodo
19 assenta os
elementos essenciais desta
aliança e da
designação de ser
povo peculiar a
Deus. Nestes mesmos
termos encerra-se também
as figuras de
sacerdócio real, nação santa, povo adquirido, povo eleito e em parte
referências à participação no reino de
Deus.
No
Antigo Testamento, o conceito de igreja é traçado em termos da nação como um todo ou de um remanescente, porém há
modificações de tal idéia no Novo
Testamento, partindo do
desenvolvimento das referências
a um remanescente
fiel. É na
base do conceito
de Israel como o
povo de Deus
que o Novo
Testamento desenvolve o seu ensino do povo de Deus em
Cristo.
O
Antigo Testamento utiliza muito a imagem da esposa, muitas vezes encerrado nos
termos de prostituição.
Vez por outra,
a mensagem referida
tem sentido duplo,
já que o culto aos deuses dos povos ao
redor de Israel era
comumente associado a orgias e à
utilização de prostituição nos próprios templos e altares pagãos.
Quando o texto
fala de prostituir-se com
outros deuses, trata
diretamente de questões
de prostituição e
lascívia sexual, mas
o enfoque principal
é a infidelidade
de Israel a
Deus, sob a
figura da relação
matrimonial sendo violada pela
esposa. O ideal da natureza da igreja é, no entanto, referido aqui no sentido de pureza relacional e
fidelidade perante Deus. É este aspecto da
natureza da igreja
que normalmente vem
sendo apontado na
utilização dos termos esposa, noiva e também Templo.
Veja Também:
NATUREZA DA IGREJA: Part 2/2
Que o Santo Espirito do Senhor, ilumine o nosso entendimento
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