31 de janeiro de 2018
História De Israel – Teologia 31.121 (Livro 10 Cap 11) O EXÉRCITO DE NABUCODONOSOR TOMA JERUSALÉM, SAQUEIA O TEMPLO E O QUEIMA, BEM COMO AO PALÁCIO REAL, DESTRUINDO COMPLETAMENTE A CIDADE. NABUCODONOSOR MANDA MATAR SERAÍAS, SUMO SACERDOTE, E VÁRIOS OUTROS. FAZ VAZAR OS OLHOS DE ZEDEQUIAS E LEVA-O ESCRAVO À BABILÔNIA, BEM COMO UM GRANDE NÚMERO DE JUDEUS. ZEDEQUIAS MORRE. NOMES DOS SUMOS SACERDOTES. GEDALIAS É CONSTITUÍDO POR NABUCODONOSOR CHEFE DOS HEBREUS ESTABELECIDOS NA JUDÉIA. ISMAEL MATA-O E LEVA OS PRISIONEIROS. JOÃO E SEUS AMIGOS PERSEGUEM-NO E OS LIVRAM. RETIRAM-SE PARA O EGITO CONTRA O CONSELHO E A OPINIÃO DE JEREMIAS. NABUCODONOSOR, APÓS VENCER O REI DO EGITO, LEVA OS ESCRAVOS PARA A BABILÔNIA. FAZ EDUCAR COM MUITO CUIDADO AS CRIANÇAS JUDIAS QUE ERAM DA NOBREZA. DANIEL E TRÊS DE SEUS COMPANHEIROS, TODOS PARENTES DO REI ZEDEQUIAS, ESTÃO ENTRE ELES. DANIEL, ENTÃO CHAMADO BELTESSAZAR, EXPLICA A NABUCODONOSOR UM SONHO. O REI DIGNIFICA DANIEL E SEUS COMPANHEIROS COM OS MAIS ALTOS CARGOS DO IMPÉRIO. OS TRÊS COMPANHEIROS DE DANIEL, SADRAQUE. MESAQUE E ABEDE-NEGO, RECUSAM-SE A ADORAR A ESTÁTUA QUE NABUCODONOSOR MANDOU FAZER. SÃO ATIRADOS A UMA FORNALHA ARDENTE, E DEUS OS SALVA. NABUCODONOSOR, DEPOIS DE OUTRO SONHO, QUE DANIEL TAMBÉM IBE EXPLICA, PASSA SETE ANOS NO DESERTO COM OS ANIMAIS. VOLTA AO SEU ESTADO PRIMITIVO. SUA MORTE. TRABALHOS SOBERBOS POR ELE EXECUTADOS EM BABILÔNIA.
História De Israel – Teologia 31.121
CAPÍTULO 11
O EXÉRCITO DE NABUCODONOSOR TOMA JERUSALÉM, SAQUEIA O TEMPLO
E O QUEIMA, BEM COMO AO PALÁCIO REAL, DESTRUINDO COMPLETAMENTE
A
CIDADE. NABUCODONOSOR MANDA MATAR SERAÍAS, SUMO SACERDOTE, E
VÁRIOS OUTROS. FAZ VAZAR OS OLHOS DE ZEDEQUIAS E LEVA-O
ESCRAVO À
BABILÔNIA, BEM COMO UM GRANDE NÚMERO DE JUDEUS. ZEDEQUIAS
MORRE. NOMES DOS SUMOS SACERDOTES. GEDALIAS É CONSTITUÍDO
POR NABUCODONOSOR CHEFE DOS HEBREUS ESTABELECIDOS NA JUDÉIA.
ISMAEL
MATA-O E LEVA OS PRISIONEIROS. JOÃO E SEUS AMIGOS
PERSEGUEM-NO E
OS LIVRAM. RETIRAM-SE PARA O EGITO CONTRA O CONSELHO E A
OPINIÃO DE
JEREMIAS. NABUCODONOSOR, APÓS VENCER O REI DO EGITO, LEVA OS
ESCRAVOS PARA A BABILÔNIA. FAZ EDUCAR COM MUITO CUIDADO AS
CRIANÇAS JUDIAS QUE ERAM DA NOBREZA. DANIEL E TRÊS DE SEUS
COMPANHEIROS, TODOS PARENTES DO REI ZEDEQUIAS, ESTÃO ENTRE
ELES.
DANIEL, ENTÃO CHAMADO BELTESSAZAR, EXPLICA A NABUCODONOSOR
UM
SONHO. O REI DIGNIFICA DANIEL E SEUS COMPANHEIROS COM OS
MAIS
ALTOS CARGOS DO IMPÉRIO. OS TRÊS COMPANHEIROS DE DANIEL,
SADRAQUE. MESAQUE E ABEDE-NEGO, RECUSAM-SE A ADORAR A ESTÁTUA QUE NABUCODONOSOR
MANDOU FAZER. SÃO ATIRADOS A UMA FORNALHA ARDENTE, E DEUS OS SALVA.
NABUCODONOSOR, DEPOIS DE OUTRO SONHO,
QUE DANIEL TAMBÉM IBE EXPLICA, PASSA SETE ANOS NO DESERTO
COM OS
ANIMAIS. VOLTA AO SEU ESTADO PRIMITIVO. SUA MORTE. TRABALHOS
SOBERBOS POR ELE EXECUTADOS EM BABILÔNIA.
425. Nabucodonosor apertava cada vez mais o cerco. Mandou
construir altas torres, com as quais sobrepassava as muralhas da cidade, e
também grande quantidade de plataformas tão altas quanto os muros. Os
habitantes, por sua vez, defendiam-se com todo o empenho e com toda a coragem
possível, sem que a fome e a peste pudessem esmorecê-los. A coragem dava-lhes
ânimo contra todos os males e perigos. E, sem se espantar com as máquinas de que
seus inimigos se serviam, opunham-lhes outras. Assim, não era somente à força
aberta, mas também com muita arte que a guerra transcorria entre essas duas
valentes nações. Era principalmente por esse último meio que alguns esperavam
conquistar a praça, e outros, ao invés, conservá-la.
Passaram-se dezoito meses desse modo. Por fim, os sitiados,
consumidos pela fome, pela peste e pela quantidade de dardos que os inimigos
lhes atiravam do alto das torres, cederam, e a cidade foi tomada pela
meia-noite do décimo primeiro ano, no nono dia do quarto mês do reinado de
Zedequias, por Nergelear, Aremante, Emegar, Nabazar e Ercarampsar, generais de
Nabucodonosor que então estavam em Ribla. Eles marcharam diretamente para o
Templo. O rei Zedequias, sua esposa, seus filhos, seus parentes e as pessoas da
nobreza que ele mais estimava saíram da cidade para fugir por lugares
desconhecidos rumo ao deserto.
Os babilônios, porém, foram avisados por um dos que eles
haviam deixado de lado ao fugir, e ao despontar do dia puseram-se a
persegui-los. Alcançaram-nos perto de Jerico e quase todos os que acompanhavam
Zedequias o abandonaram. Ele foi aprisionado com sua mulher, seus filhos e os
poucos que lhe restavam, e todos foram levados ao rei. Nabucodonosor chamou-o
de ímpio e pérfido por faltar à promessa de lhe conservar inviolavelmente o
reino, pois para isso pusera a coroa na sua cabeça. Reprovou-lhe a ingratidão,
por esquecer-se da obrigação que lhe devia por tê-lo preferido a Joaquim, seu
sobrinho, ao qual pertencia o reino, e por ter empregado contra o seu benfeitor
o poder que este lhe concedera. E terminou com estas palavras: "Mas o
grande Deus, para castigar-vos, vos entregou em minhas mãos". Então, na
presença dele e diante dos outros escravos, mandou matar os seus filhos e
amigos. Vazou-lhe os olhos e ordenou que o acorrentassem para levá-lo escravo à
Babilônia.
Assim, cumpriram-se ambas as profecias, a de Jeremias e a de
Ezequiel, que esse desventurado príncipe tão erradamente desprezara: a de
Jeremias, que afirmava que ele seria feito prisioneiro, seria levado a
Nabucodonosor, falaria com ele e o veria face a face; a de Ezequiel, que dizia
que ele seria levado à Babilônia, mas não a poderia ver. Esse exemplo ensina,
mesmo aos mais ignorantes, o poder e a sabedoria infinita de Deus, que sabe
fazer realizar por diversos meios e no tempo por Ele marcado tudo o que
determina e prediz. Esse mesmo exemplo faz também ver a ignorância e
incredulidade dos homens: a primeira os impede de prever o que lhes sucederá; a
segunda faz com que eles caiam, quando menos esperam, na infelicidade e na
desgraça de que foram ameaçados e só as conheçam quando as sentirem e quando
não mais estiver em seu poder evitá-las.
Esse foi o fim da estirpe de Davi, depois que vinte e um
reis seus descendentes sucessivamente ocuparam o trono e empunharam o cetro do
reino de Judá. E todos os seus governos, juntamente, duraram quinhentos e
quatorze anos, seis meses e dez dias.
Nabucodonosor, depois da vitória, enviou Nebuzaradã, general
de seu exército, a Jerusalém, com ordem de incendiar o Templo após retirar de
lá tudo o que encontrasse e de também reduzir a cinzas o palácio real e de
destruir a cidade por completo. Deveria trazer depois todos os habitantes como
escravos para a Babilônia. Assim, no décimo oitavo ano do reinado desse
príncipe, que era o décimo primeiro do reinado de Zedequias, no primeiro dia do
quinto mês, esse general, para executar tal ordem, despojou o Templo de tudo o
que lá encontrou: levou todos os vasos de ouro e de prata, o grande vaso de
cobre chamado mar, que Salomão mandara fazer, as duas colunas de bronze, as
mesas e os candelabros de ouro. Em seguida, incendiou o Templo e o palácio real
e destruiu completamente a cidade. Isso aconteceu quatrocentos e setenta anos,
seis meses e dez dias desde a construção do Templo, mil seiscentos e dois anos,
seis meses e dez dias desde a saída do Egito e mil novecentos e cinqüenta anos,
seis meses e dez dias desde o dilúvio.
Nebuzaradã ordenou então que se levasse o povo como escravo
para a Babilônia, até mesmo o rei, que então estava em Ribla, cidade da Síria,
e também Seraías, sumo sacerdote, Cefã,* que era o segundo dos sacerdotes, os
três oficiais a quem estava confiada a guarda do Templo, o primeiro dos
eunucos, sete dos que desfrutavam maior favor perante Zedequias, o secretário
de Estado e sessenta outras pessoas de classe, que ele apresentou ao príncipe
com os despojos do Templo. Nabucodonosor, naquele mesmo lugar, mandou cortar a
cabeça ao sumo sacerdote e aos mais nobres. Em seguida mandou levar para a
Babilônia o rei Zedequias, Jeozadaque, filho de Seraías, e todos os outros
escravos.
Depois de haver registrado a série dos reis que empunharam o
cetro do povo de Deus, julgo dever referir também a dos sumos sacerdotes que se
sucederam desde que Salomão construiu o Templo. O primeiro foi Zadoque, cujos
descendentes foram: Aquimas, Azarias, Jorão, His, Aciorão, Fideas, Sudeas, Jul,
Jotão, Urias, Nerias, Odeas, Saldum, Elcias, Seraías e jeozadaque, que foi
levado escravo para a Babilônia.
O rei Zedequias morreu na prisão, e Nabucodonosor sepultou-o
à maneira dos reis. Quanto aos despojos do Templo, ele os consagrou aos seus
deuses. Enviou os escravos dentre o povo para certos lugares, nos arredores da
Babilônia, a fim de que lá vivessem, e pôs Jeozadaque, sumo sacerdote, em
liberdade.
__________________
* Ou Sofonias.
426. Nebuzaradã, posto por Nabucodonosor como governador da
Judéia, deixou lá o povo, os pobres e os fugitivos. Deu-lhes Gedalias, filho de
Aicão, que era de família nobre e homem de bem, como governador e lhes impôs um
tributo em favor do rei. O mesmo Nebuzaradã tirou Jeremias da prisão e rogou
insistentemente ao profeta que o acompanhasse até a Babilônia, pois tinha ordem
do rei, seu senhor, de ali fornecer-lhe tudo o que precisasse. E, caso não o
quisesse seguir, bastava apenas dizer em que lugar gostaria de morar, a fim de
comunicá-lo ao soberano. O profeta disse-lhe que não desejava nem uma coisa nem
outra, mas desejava terminar os seus dias no meio das ruínas de sua pátria,
para não perder de vista aquelas tristes relíquias de tão deplorável naufrágio.
Nabuzaradã ordenou a Gedalias que tivesse dele um cuidado particular e, depois
dar ao santo profeta grandes presentes e de conceder liberdade a Baruque, filho
de Nerias, que também era de família nobre e muito instruída na língua de seu
país, voltou para a Babilônia. Jeremias estabeleceu moradia na cidade de Mispa.
Quando os hebreus que haviam fugido durante o cerco de
Jerusalém e se retirado a diversos lugares souberam do regresso dos babilônios
ao seu país, vieram de todos os lados ter com Gedalias em Mispa. Os principais
eram Jorão, filho de Careá, Jezanias, Seraías e alguns outros. Ismael, que era
de família real, porém muito mau e fingido junto de Batal,* rei dos amonitas,
veio também. Gedalias aconselhou-os a trabalharem as suas terras sem nada mais
temer da parte dos babilônios, que com juramento haviam prometido ajudá-los,
caso alguém os incomodasse. Eles precisavam tão-somente dizer em que cidade
queriam estabelecer-se, e ele daria ordens para as necessárias reparações, a
fim de torná-las habitáveis. E não deveriam deixar passar a estação sem
trabalhar com afinco, para poderem recolher o trigo e fazer vinho e óleo para
se alimentarem durante o inverno. Ele permitiu em seguida que escolhessem os
lugares que desejavam cultivar.
Espalhou-se logo por várias províncias vizinhas da Judéia a
notícia desse fato e da bondade com que Gedalias recebia todos os que se
dirigiam a ele, dando-lhes terras para cultivar, com a condição de se pagar um
tributo ao rei da Babilônia. Assim, muitos vieram procurá-lo de todos os
lugares, e cada qual se pôs ao trabalho com entusiasmo. A grande humanidade de
Gedalias granjeou-lhe depressa o afeto de João** e de todos os outros, até
mesmo das pessoas mais importantes. E eles avisaram-no de que o rei dos
amonitas enviara Ismael com o fim de matá-lo à traição e de se declarar rei de
Israel, pois era de família real. O único meio de remediar o problema era ele
permitir que matassem Ismael, a fim preservar o resto da nação da ruína que
seria inevitável, caso Ismael cumprisse o seu perverso desígnio.
Ele respondeu que não havia a menor probabilidade de Ismael,
que recebera dele somente benefícios, atentar contra a sua vida e que, não
tendo feito más ações durante os dias difíceis que vivera, ousasse cometer
agora tão grande crime contra o seu benfeitor, ao qual deveria ajudar com todas
as suas forças se algum outro o combatesse. Mesmo que fosse verdade aquilo de
que o avisavam, ele preferia correr o risco de ser assassinado a fazer morrer
um homem que viera buscar asilo junto dele e que nele havia confiado.
Trinta dias depois, Ismael, acompanhado por dez de seus
amigos, veio a Mispa visitar Gedalias — que os recebeu e tratou muito bem — e
bebeu diversas vezes à saúde dele, para mostrar-lhe o seu afeto. Quando Ismael
e os que com ele estavam perceberam que o vinho começava a perturbar Gedalias e
que ele adormecera, mataram-no, bem como a todos os outros convidados, que
haviam bebido bastante. Depois, auxiliados pela escuridão da noite, foram
degolar os soldados babilônios e os judeus adormecidos na cidade.
No dia seguinte de manhã, cerca de oitenta pessoas vieram do
campo oferecer presentes a Gedalias. Ismael disse-lhes que falassem com ele.
Depois de entrarem na casa, Ismael e seus cúmplices mataram-nos e os lançaram
num poço muito profundo, para que ninguém percebesse o que se passara, com
exceção de uns poucos que lhe prometeram mostrar no campo o lugar onde haviam
escondido móveis, vestes e trigo. Ismael aprisionou também alguns habitantes de
Mispa, mulheres e crianças, entre as quais estavam as filhas do rei Zedequias,
deixadas por Nebuzaradã sob a custódia de Gedalias. Esse péssimo homem, depois
de cometer tantos crimes, pôs-se a caminho, para voltar ao rei dos amonitas.
João e outros homens da nobreza, seus amigos, ao saber o que
se passara, ficaram muito irritados e reuniram o que puderam de homens armados,
perseguiram Ismael e o alcançaram próximo da fronteira de Hebrom. Os que o
acompanhavam pensaram que João e seus amigos vinham socorrê-los e passaram para
o lado dele, com grandes demonstrações de alegria. Ismael, seguido apenas por
uns oito dos seus, fugiu para o rei dos amonitas. João, seus amigos e os que
ele havia salvado foram a Mandra, onde passaram todo aquele dia, mas ele teve a
idéia de se dirigir para o Egito, temendo que os babilônios os mandassem matar
por causa da morte de Gedalias, que eles lhes haviam dado como comandante.
Antes, porém, foram se aconselhar com Jeremias. Rogaram-lhe que consultasse a
Deus, prometendo com juramento fazer o que Ele ordenasse.
O profeta assim fez, e dez dias depois Deus lhe apareceu e
ordenou que dissesse a João, a seus amigos e a todo o povo que se eles ficassem
onde estavam cuidaria deles e impediria que os babilônios lhes fizessem mal. Se
fossem para o Egito, porém, Ele os abandonaria e lhes infligiria, em sua
cólera, os mesmos castigos que aplicara aos seus outros irmãos. Jeremias
deu-lhes essa resposta da parte de Deus, mas eles não prestaram fé às suas
palavras nem acreditaram que era por ordem de Deus que ele lhes ordenava ficar.
Convenceram-se de que ele dava aquele conselho para ser agradável a Baruque,
seu discípulo, e para expô-los ao furor dos babilônios. Desprezaram então as
ordens de Deus e foram para o Egito, levando com eles também Jeremias e
Baruque. Deus então falou ao seu profeta e ordenou-lhe que dissesse ao seu povo
que o rei da Babilônia faria guerra ao rei do Egito e o venceria. Então parte
deles seria morta, e o resto, levado como escravo para a Babilônia.
Os fatos confirmaram a veracidade dessa profecia, pois cinco
anos depois da ruína de Jerusalém, que era o vigésimo terceiro ano do reinado
de Nabucodonosor, esse soberano entrou com um grande exército na Baixa Síria e
dela se apoderou. Venceu os amonitas e os moabitas e fez depois a guerra ao
Egito. Conquistou-o, matou o rei que então governava e escolheu outro para o
seu lugar. Em seguida, levou como escravos para a Babilônia todos os judeus que
estavam no país.
___________________
* Ou Baalis.
** Ou Joana.
427. A nação dos
hebreus estava então reduzida a esse estado miserável, e por dois fatos foi
duas vezes levada para além do Eufrates. A primeira, quando sob o reinado de
Oséias, rei de Israel, Salmaneser, rei dos assírios, depois de tomar Samaria,
levou escravas dez tribos. A segunda quando Nabucodonosor, rei dos caldeus e
dos babilônios, depois de tomar Jerusalém, levou as duas tribos que restavam.
Salmaneser, porém, mandou para Samaria, da longínqua Pérsia e da Média, os
chuteenses, para que a habitassem. Nabucodonosor, por sua vez, não mandou
colônia alguma para as terras das duas tribos que derrotara. De modo que a
Judéia, Jerusalém e o Templo ficaram desertos durante setenta anos. E assim,
passaram-se cento e trinta anos, seis meses e dez dias desde o cativeiro das
dez tribos que formavam o reino de Israel e o das duas que formavam o reino de
Judá.
428. Daniel 1. Dentre
todos os filhos da nação judaica, parentes do rei Zedequias e outros de origem
mais ilustre, Nabucodonosor escolheu os que eram mais perfeitos e competentes e
deu-lhes preceptores e mestres para que os educassem e instruíssem com grande
cuidado. A alguns fez eunucos, como costumava fazer a todas as nações que
derrotava. Ordenou que os alimentassem com as mesmas iguarias de sua mesa e os
fez aprender não somente a língua dos caldeus e dos babilônios, mas também
todas as ciências em que esses povos eram peritos. Dentre os moços que eram
parentes de Zedequias, havia quatro perfeitamente honestos e inteligentes:
Daniel, Hananias, Misael e Azarias, porém Nabucodonosor trocou-lhes os nomes.
Deu a Daniel o nome de Beltessazar e a Hananias chamou Sadraque, a Misael,
Mesaque e a Azarias, Abede-Nego.
O excelente caráter deles, a beleza de sua inteligência e a
sua grande sabedoria fez com que o príncipe lhes dedicasse um grande afeto.
Eram tão sóbrios que preferiam comer apenas coisas simples, abstendo-se de
seres vivos e das iguarias da mesa real. Assim, rogaram ao eunuco Aspenaz, sob
cujos cuidados estavam, que tomasse para si o que era destinado a eles e lhes
desse somente legumes, tâmaras e coisas semelhantes, que não tivessem tido
vida, porque aqueles manjares os aborreciam. Ele respondeu que faria de muito
boa vontade o que eles desejavam, mas temia que o rei viesse a percebê-lo pela
mudança do rosto deles, porque a cor e a face têm sempre relação com o alimento
que se come, e isso seria ressaltado ainda mais pela diferença entre eles e os
outros moços, alimentados com melhores iguarias. Também não era justo que, para
lhes ser agradável, ele se pusesse em risco de perder a vida.
Quando viram que o eunuco estava disposto a servi-los,
continuaram a insistir e conseguiram dele permissão para experimentar pelo
menos por uns seis dias essa maneira de se alimentar e depois continuá-la, se
não causasse alteração na saúde deles. Caso fosse notada alguma mudança em seus
rostos, retomariam à antiga nutrição. Ele consentiu e, depois de constatar que
não somente eles não se apresentavam mal, como ainda pareciam mais fortes e
robustos que os outros moços de sua idade alimentados com as comidas da mesa do
rei, continuou sem temor a tomar para si o que era destinado a eles e a
alimentá-los do modo como desejavam. O corpo deles tornou-se mais belo e mais
apropriado para o trabalho, e a sua inteligência, mais pronta e capaz, porque
não era enfraquecida pelas delícias que tornam os homens efeminados. Fizeram
grande progresso nas ciências dos egípcios e dos caldeus, particularmente
Daniel, que se dedicou também à interpretação dos sonhos, e Deus o favorecia
com revelações.
429. Daniel 2. Dois anos depois da vitória obtida por
Nabucodonosor sobre os egípcios, esse príncipe teve um sonho estranho, do qual
Deus lhe deu a explicação enquanto ele dormia. Depois que acordou, porém,
esqueceu o sonho e o seu significado. Por isso mandou chamar os maiores sábios
dentre os caldeus, os que se dedicavam à predição do futuro, chamados magos
devido à sua sabedoria. Disse-lhes que tivera um sonho, mas o havia esquecido,
e ordenou-lhes que lhe dissessem qual era e o que significava. Eles responderam
que era impossível aos homens o que ele desejava. Tudo o que podiam fazer era
explicar o sonho depois que ele o tivesse narrado. O rei ameaçou-os de morte se
não obedecessem, e, como continuassem a dizer a mesma coisa, mandou matá-los.
Daniel soube de tudo e, vendo que ele e seus companheiros
corriam o mesmo risco, foi ter com Arioque, comandante da guarda real, para
saber o motivo. Arioque contou, e então Daniel suplicou-lhe que rogasse ao rei
para suspender a execução até o dia seguinte, porque estava confiante de que se
pedisse a Deus para revelar o sonho, Ele ouviria a sua oração. O oficial foi
referir tudo ao rei, e este consentiu em esperar. Daniel e seus companheiros
passaram toda a noite em oração a fim de obter de Deus o livramento para os
magos — e para eles também, pelo perigo em que os colocava a cólera do rei — e
a manifestação do sonho que o rei havia esquecido. Deus, movido de compaixão,
revelou a Daniel o sonho e o seu significado, para que fosse dizê-lo ao rei. A alegria
de Daniel foi tão grande que ele se levantou no mesmo instante para comunicar
aos companheiros a graça recebida de Deus. E, tendo-os encontrado muito
tristes, pensando já na morte, animou-os a tomar coragem e alimentar maiores
esperanças. Deram todos juntos muitas graças a Deus por ter tido piedade de sua
juventude. Logo depois que raiou o dia, Daniel foi pedir a Arioque que o
levasse à presença do rei, a fim de lhe dizer qual fora o sonho.
Apresentando-se diante do soberano, ele disse que, embora fosse
lhe manifestar o sonho, rogava que o não julgasse mais hábil que os magos que
não o puderam fazer, pois na realidade não era mais sábio que eles: a revelação
que tivera foi motivada pela compaixão que Deus sentira pelo perigo em que ele
e seus companheiros se encontravam, por isso Ele lhe revelara o sonho e a sua
significação.
E acrescentou: "Eu, majestade, não estava menos
apreensivo pelo risco que corríamos eu e os meus companheiros que pela tristeza
de ver a injustiça que vossa majestade cometeu, condenando à morte tantos
homens de bem por não terem conseguido fazer uma coisa inteiramente impossível
aos homens, por mais inteligentes que sejam, e que somente Deus pode fazer. E
vossa majestade não estava menos apreensivo pelo risco que corria e estava ansioso
para saber quem dominaria depois de vossa majestade sobre todo o mundo. Deus,
para vos fazer conhecer esses monarcas, fez-vos ver em sonhos uma grande
estátua, cuja cabeça era de ouro, os ombros e os braços de prata, o ventre e as
coxas de bronze e as pernas e os pés de ferro. Vossa majestade viu depois uma
pedra rolar da montanha sobre a estátua, quebrando-a em pedaços e reduzindo-a a
um pó mais fino que a farinha, o qual o vento levou sem que tivesse ficado o
menor vestígio. Por fim, vossa majestade viu essa pedra crescer de tal modo que
esmagou com o seu peso toda a terra. Esse foi, majestade, o vosso sonho, e esta
é a explicação: a cabeça de ouro representa os reis da Babilônia vossos
predecessores. Os ombros e os braços de prata significam que o vosso império
será destruído por dois reis poderosos. As coxas de bronze dizem que outro rei,
vindo do lado do ocidente, destruirá esses dois reis. As pernas e os pés de
ferro mostram que, sendo o ferro mais duro que o ouro, a prata e o cobre, virá
um outro conquistador, que subjugará esse".
Daniel explicou também a Nabucodonosor o que significava a
pedra, mas como o meu intento é narrar somente coisas passadas, e não as que
estão por se realizar, nada mais direi. Se alguém desejar saber mais alguma
coisa em particular, leia nas Sagradas Escrituras o livro de Daniel.
Nabucodonosor, com transportes de alegria e de admiração por Daniel,
prostrou-se diante dele para adorá-lo e ordenou a todos os seus súditos que lhe
oferecessem sacrifícios, como ao seu Deus. Deu-lhe o nome daquEle que ele
reconhecia antes por Deus e honrou-o, bem como aos seus parentes, com os
primeiros cargos no seu império. Essa rápida e prodigiosa felicidade suscitou
tão grande inveja contra essas quatro pessoas que poderia lhes ter custado a
vida, como direi a seguir.
430. Daniel 3.
Nabucodonosor mandou fazer uma estátua de ouro de sessenta côvados de altura e
seis de largura, que foi colocada no grande campo da Babilônia. Quando de sua
consagração, mandou vir de todas as partes de seu território as pessoas mais
importantes e ordenou que ao primeiro som de trom-betas todos se prostrassem
por terra para adorá-la, sob pena de ser lançado numa fornalha ardente quem não
o fizesse. Todos obedeceram à ordem, exceto os amigos de Daniel, que disseram
não poder fazê-lo sem violar as leis de seu país. Imediatamente acusaram-nos, e
foram lançados na fornalha. Mas Deus os salvou por um efeito de seu infinito
poder: o fogo, parecendo reconhecer a sua inocência, respeitava-os, em vez de
consumi-los. Eles venceram as chamas, e tão grande milagre aumentou ainda mais
o respeito e a estima que o rei já lhes devotava, porque os considerava pessoas
de virtude extraordinária e muito particularmente queridos de Deus.
431. Daniel 4. Algum
tempo depois, o príncipe teve outro sonho, no qual parecia que ele fora privado
do reino e passara sete anos no deserto com os animais, sendo em seguida
restaurado à primitiva dignidade. Mandou chamar os magos, contou-lhes o sonho e
perguntou qual o seu significado. Mas nenhum deles soube responder. Daniel foi
o único a explicá-lo, com tal perfeição que tudo o que disse depois se
realizou. O príncipe tornou a subir ao trono depois de haver passado sete anos
no deserto e aplacado a cólera de Deus com uma grande penitência, sem que ninguém
durante todo esse tempo ousasse apoderar-se do trono. Quanto a isso, não devo
ser censurado por narrar o que se pode ler nas Sagradas Escrituras, pois desde
o princípio desta minha história preveni-me dessa acusação, declarando que não
pretendia fazer outra coisa senão escrever em grego, em boa fé, o que encontro
nos livros dos hebreus, sem nada aumentar nem diminuir.
432. Nabucodonosor
morreu após reinar quarenta e três anos. Era um príncipe muito inteligente e
foi muito mais feliz que os seus predecessores. Berose assim o descreve, no seu
terceiro livro da História dos Caldeus: "Nabopolassar, pai daquele de quem
acabamos de falar, tendo sabido que os governadores que ele pusera no Egito, na
Baixa Síria e na Fenícia se haviam revoltado contra ele e não estando mais na
idade de suportar as dificuldades de uma guerra contra eles, enviou
Nabucodonosor, seu filho, com uma parte de suas forças. O jovem príncipe venceu
os rebeldes, recolocou todas as províncias sob a obediência do rei seu pai e,
tendo sabido que naquele mesmo tempo este morrera na Babilônia, após reinar
vinte e um anos, passou a dirigir os destinos do Egito e das outras províncias.
Deixou aos oficiais em quem mais confiava o encargo de levar o seu exército
para a Babilônia com os escravos judeus, sírios, fenícios e egípcios.
Acompanhado por alguns poucos, passou pelo deserto e marchou rapidamente.
Depois de chegar, governou o império que fora administrado na sua ausência
pelos magos caldeus, dos quais o principal e de maior autoridade nada levara
tanto a peito para conservar-lhe o trono. E assim, ele sucedeu em todo o reino
ao rei seu pai. Uma das primeiras coisas que fez foi distribuir em colônias os
escravos recém-chegados. Consagrou no templo de Bel, seu deus, e em outros
templos os ricos despojos que havia conquistado. Não se contentou em restaurar
os antigos edifícios de Babilônia: aumentou também a cidade e fortificou o
canal. Para impedir que a atacassem e a pudessem tomar depois de atravessar o
rio, mandou fazer outro dentro. E fora, ergueu uma tríplice muralha, muito
alta, de tijolos refratários. Fortificou também todas as outras partes da
cidade. Fez portas monumentais e construiu um novo palácio perto do que fora do
falecido rei seu pai, do qual seria inútil referir a beleza e a magnificência.
Não poderia mesmo eu dizer que esse soberbo edifício foi construído em quinze
dias. E, como a rainha, sua mulher, que fora educada na Média, desejava ver
alguma semelhança com o seu país, mandou fazer, para lhe ser agradável, arcos
por cima desse palácio, com grandes pedras que pareciam montes. Mandou cobrir
esses arcos com terra e plantou sobre eles uma tal quantidade de árvores de
todas as espécies que esse jardim, suspenso no ar, passou a ser uma das
maravilhas do mundo".
Megastene, no seu quarto livro da História das índias, faz
menção desse admirável jardim e procura provar que esse príncipe sobrepujou
muito a Hércules pela grandeza de seus feitos e conquistou não somente a
capital da África, mas também a Espanha. Diocles também o cita na História da
Pérsia, e Filóstrato, na da índia e da Fenícia, declarando que ele sitiou
durante trinta anos a cidade de Tiro, da qual Stobal então era rei. Eis tudo o
que pude encontrar nos vários historiadores com relação a esse príncipe.
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30 de janeiro de 2018
História De Israel – Teologia 31.120 (Livro 10 Cap 10) NABUCODONOSOR CONSTITUI ZECLEQUIAS REI DEJUDÁ NO LUGAR DE JOAQUIM. ZEDEQUIAS FAZ ALIANÇA CONTRA ELE COM O REI DO EGITO. NABUCODONOSOR CERCA-O EM JERUSALÉM. O REI DO EGITO VEM EM SEU AUXÍLIO. NABUCODONOSOR LEVANTA O CERCO PARA COMBATER O REI DO EGITO, DERROTA-O E VOLTA PARA CONTINUAR O CERCO. O PROFETA JEREMIAS PREDIZ TODAS AS DESGRAÇAS QUE DEVERÃO ACONTECER. METEM-NO NUMA PRISÃO E DEPOIS NUM POÇO, PARA FAZÊ-LO MORRER. ZEDEQUIAS MANDA RETIRÁ-LO E PERGUNTA-LHE O QUE DEVE FAZER. O PROFETA ACONSELHA-O A ENTREGAR JERUSALÉM. ZEDEQUIAS DIZ NÃO PODER TOMAR TAL DECISÃO.
História De Israel – Teologia 31.120
CAPÍTULO 10
NABUCODONOSOR CONSTITUI ZECLEQUIAS REI DEJUDÁ NO LUGAR DE
JOAQUIM. ZEDEQUIAS FAZ ALIANÇA CONTRA ELE COM O REI DO
EGITO.
NABUCODONOSOR CERCA-O EM JERUSALÉM. O REI DO EGITO VEM EM
SEU AUXÍLIO. NABUCODONOSOR LEVANTA O CERCO PARA COMBATER O REI
DO EGITO, DERROTA-O E VOLTA PARA CONTINUAR O CERCO. O PROFETA
JEREMIAS PREDIZ TODAS AS DESGRAÇAS QUE DEVERÃO ACONTECER. METEM-NO
NUMA PRISÃO E DEPOIS NUM POÇO, PARA FAZÊ-LO MORRER. ZEDEQUIAS
MANDA RETIRÁ-LO E PERGUNTA-LHE O QUE DEVE FAZER. O PROFETA
ACONSELHA-O A ENTREGAR JERUSALÉM. ZEDEQUIAS DIZ NÃO PODER TOMAR TAL
DECISÃO.
422. 2 Reis 25. Nabucodonosor, rei da Babilônia, constituiu
Zedequias* rei de Judá no lugar de Joaquim, seu tio paterno, depois de fazê-lo
prometer com juramento que seria fiel e não faria nenhum entendimento com os
egípcios. O soberano tinha então somente vinte e um anos e era irmão de
Jeoaquim — ambos eram filhos do rei Josias. Como mantinha junto de si apenas
jovens de sua idade, que não eram homens de valor, mas ímpios, ele desprezava
também a virtude e a justiça. O povo, à sua imitação, entregava-se a toda sorte
de desordens.
O profeta Jeremias ordenou-lhe diversas vezes, da parte de
Deus, que se arrependesse, se corrigisse e não acreditasse mais nos homens de
mau Espírito que o rodeavam nem nos falsos profetas que o enganavam, afirmando
que o rei da Babilônia não sitiaria Jerusalém e que o rei do Egito far-lhe-ia
guerra e o venceria. As palavras do profeta fizeram impressão no Espírito do
príncipe, e ele queria mesmo seguir aqueles conselhos. Mas os seus favoritos,
que o manipulavam como queriam, faziam-no mudar de opinião.
Ezequiel, que estava então na Babilônia, como dissemos,
predisse também a destruição do Templo e mandou dar a notícia a Jerusalém. Mas
Zedequias não prestou fé às suas profecias porque, embora se assemelhassem em
todo o resto com as de Jeremias, e os dois profetas estivessem de acordo no que
se referia à ruína e ao cativeiro de Zedequias, parecia que eles não combinavam
nisto: Ezequiel afirmava que ele não veria a Babilônia, e Jeremias sustentava
que o rei da Babilônia o levaria prisioneiro para lá. Essa discordância fazia
com que o rei não prestasse fé às profecias. Mas os fatos lhe mostraram a
verdade, como diremos mais detalhadamente a seu tempo.
_____________________
* Zedequias antes chamava-se Matanias.
423. Oito anos
depois, Zedequias renunciou a aliança com o rei da Babilônia para fazer outra,
com o rei do Egito, na esperança de que unindo com este as suas forças aquele
não lhes pudesse resistir. Nabucodonosor, logo que soube disso, pôs-se em campo
com um poderoso exército. Ele devastou a judéia, apoderou-se das maiores
praças-fortes e sitiou Jerusalém. O rei do Egito veio com grandes forças em
auxílio de Zedequias, e então o rei da Babilônia levantou o cerco para dar-lhe
combate. Venceu-o numa grande batalha e o expulsou da Síria. Os falsos
profetas, contudo, depois que Nabudonosor levantou o cerco, continuaram a
enganar Zedequias, dizendo-lhe que, em vez de ter motivo para temor de que ele
fizesse guerra novamente, veria logo o regresso dos seus súditos que estavam na
Babilônia, com todos os vasos sagrados que haviam sido roubados do Templo.
Jeremias, ao contrário, afirmou que aqueles homens o
enganavam ao dar-lhe tal confiança, pois ele nada deveria esperar do auxílio
dos egípcios; que o rei da Babilônia os venceria; que voltaria para continuar o
cerco e tomaria Jerusalém pela fome; que levaria escravizado para a Babilônia o
que restasse dos habitantes, depois de os despojar de todos os seus bens; que
saquearia o Templo e todos os seus tesouros e depois o incendiaria; que
destruiria completamente a cidade; e que esse cativeiro duraria setenta anos,
mas os persas e os medos destruiriam a Babilônia e seu império, e os hebreus,
libertos por eles da escravidão, voltariam a Jerusalém e reconstruiriam o
Templo.
As palavras de Jeremias persuadiram a muitos, no entanto os
príncipes e os que como eles se vangloriavam de serem ímpios zombaram dele,
como de um insensato. Algum tempo depois, indo esse profeta a Anatote, que era
o lugar de seu nascimento, distante vinte estádios de Jerusalém, encontrou no
caminho um dos magistrados, o qual o deteve e o acusou de estar indo procurar o
rei da Babilônia. Jeremias respondeu-lhe que não tinha absolutamente aquela
intenção, ia somente fazer uma visita à sua terra natal. O magistrado, não
acreditando em suas palavras, levou-o perante o tribunal, para instaurar-se o
processo. Declararam-no culpado e meteram-no numa prisão, para fazê-lo morrer.
424. No nono ano do
reinado de Zedequias, no décimo dia do último mês, o rei da Babilônia recomeçou
o cerco de Jerusalém e durante dezoito meses empregou todos os esforços para
apoderar-se dela. E as armas não eram o único meio de que esse soberano se
servia para oprimir os seus habitantes. Eles eram ao mesmo tempo atormentados
por dois dos mais temíveis flagelos: a fome e a peste, ambos violentos e
graves. No entanto jeremias continuava a clamar e a exortar o povo a abrir as
portas ao rei da Babilônia, pois não lhes restava outro meio de salvação, por
maiores que fossem os males vindouros.
Os príncipes e os principais magistrados, em vez de se
convencerem com as palavras do profeta, irritaram-se de tal sorte que o
acusaram perante o rei de ser insensato e de procurar fazer com que eles e todo
o povo perdessem a coragem, predizendo-lhes tantas desgraças. Quanto a eles,
estavam dispostos a morrer pelo serviço do rei e pela sua pátria, ao passo que
aquele sonhador, por meio de ameaças, os exortava a fugir, dizendo que a cidade
seria tomada e que todos pereceriam.
O rei, por uma certa bondade natural e amor à justiça, não
estava irritado contra Jeremias. Porém, temendo em tal contingência
descontentar os maiorais do país, permitiu-lhes fazer o que quisessem. Foram
eles então ao cárcere, tiraram de lá o profeta e o desceram por meio de cordas
a um poço cheio de lama, a fim de que morresse afogado. Ele ficou ali,
mergulhado até o pescoço. Entretanto um criado do rei, que era etíope e gozava
de grande estima perante ele, contou-lhe o que se havia passado, dizendo que
aqueles homens agiam errado ao tratar daquele modo o profeta e que seria muito
melhor deixá-lo morrer na prisão. O rei, comovido com essas palavras,
arrependeu-se de o ter deixado à discrição dos inimigos e ordenou ao etíope que
tomasse trinta de seus oficiais e fosse imediatamente tirá-lo do poço. Ele
executou a ordem no mesmo instante e colocou Jeremias em liberdade.
O rei, em segredo, mandou chamar Jeremias e perguntou se o
profeta não conhecia um meio de obter de Deus um livramento do perigo que os
ameaçava. Ele respondeu que sabia de um apenas, mas seria inútil dizê-lo, pois
estava certo de que aqueles em quem o rei mais confiava, em vez de acreditar,
se levantariam contra ele, como se estivesse cometendo um grande crime ao
declará-lo, e procurariam eliminá-lo. Continuou o profeta: "Onde estão
agora aqueles que vos enganavam, dizendo com tanta certeza que o rei da
Babilônia não voltaria? E, não deverei eu ter medo de dizer-vos a verdade,
sendo que nisso vai a minha vida?" O rei prometeu-lhe com juramento que
ele não correria perigo algum, nem de sua parte nem da parte dos nobres.
Jeremias, tranqüilizado por essas palavras, disse-lhe que o
conselho que lhe dava era por ordem de Deus. Ele deveria entregar a cidade aos
babilônios, nas mãos do próprio rei, pois era o único meio de se salvarem e de
impedir que a cidade fosse destruída e o Templo incendiado. Se não o fizesse,
seria a causa de todos esses males. O rei respondeu que gostaria de seguir o
conselho, mas temia que os seus, os quais se haviam passado para o lado do rei
da Babilônia, viessem prejudicá-lo perante ele e até o matassem. Diante disso,
o profeta garantiu-lhe que, se seguisse o seu conselho, nenhum mal sucederia a
ele nem às suas mulheres e filhos e nem ao Templo.
O rei proibiu-o de contar a quem quer que fosse o que se
passara entre ambos, particularmente aos nobres. Se lhe perguntassem o motivo
da entrevista ou qualquer outra coisa, dissesse apenas que fora pedir para ser
posto em liberdade. Os grandes e os nobres não deixaram de perguntar ao profeta
o que se havia passado entre ele e o rei, e ele respondeu conforme o príncipe
lhe havia ordenado.
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29 de janeiro de 2018
História De Israel – Teologia 31.119 (Livro 10 Cap 9) NABUCODONOSOR ARREPENDE-SE DE TER ESCOLHIDO JOAQUIM COMO REI. MANDA BUSCÁ-LO COMO PRISIONEIRO, JUNTAMENTE COM SUA MÃE, OS PRINCIPAIS AMIGOS E UM GRANDE NÚMERO DE HABITANTES DE JERUSALÉM.
História De Israel – Teologia 31.119
CAPÍTULO 9
NABUCODONOSOR ARREPENDE-SE DE TER ESCOLHIDO JOAQUIM COMO
REI.
MANDA BUSCÁ-LO COMO PRISIONEIRO, JUNTAMENTE COM SUA MÃE, OS
PRINCIPAIS AMIGOS E UM GRANDE NÚMERO DE HABITANTES DE
JERUSALÉM.
421. Nabucodonosor arrependeu-se
bem depressa de ter escolhido Joaquim para rei de Judá. Ele temia que o
ressentimento pela maneira como fora tratado o pai levasse o filho a se
revoltar, e mandou um grande exército sitiá-lo em Jerusalém. Sendo Joaquim um
príncipe muito bom e justo, o seu amor pelos súditos e o desejo de preservá-los
daquela tempestade levaram-no a entregar como refém a sua mãe e alguns de seus
principais amigos e parentes aos comandantes do exército inimigo, depois de
obter desses mesmos comandantes, sob juramento, a promessa de que não lhe
fariam mal algum, nem à cidade. Não se passou um ano, porém, e Nabucodonosor
faltou novamente à palavra. Ordenou aos seus generais que lhe enviassem
prisioneiros todos os moços e artífices de Jerusalém. Elevou-se o seu número a
dez mil oitocentos e trinta e dois, e entre eles estavam o próprio rei Joaquim,
sua mãe e os seus principais servidores. O pérfido príncipe mandou que fossem
guar-dados com o maior cuidado.
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28 de janeiro de 2018
História De Israel – Teologia 31.118 (Livro 10 Cap 8) JEOAQUIM, REI DE JUDÁ, RECEBE NABUCODONOSOR, REI DA BABILÔNIA, EM JERUSALÉM, O QUAL LHE FALTA À PALAVRA E O MATA, BEM COM A VÁRIOS OUTROS. LEVA ESCRAVOS TRÊS MIL DOS PRINCIPAIS JUDEUS, DENTRE OS QUAIS O PROFETA EZEQUIEL. JOAQUIM É COLOCADO NO TRONO COMO REI DE JUDÁ, NO LUGAR DE JEOAQUIM, SEU PAI.
História De Israel – Teologia 31.118
CAPÍTULO 8
JEOAQUIM, REI DE JUDÁ, RECEBE NABUCODONOSOR, REI DA
BABILÔNIA, EM JERUSALÉM, O QUAL LHE FALTA À PALAVRA E O MATA, BEM COM A VÁRIOS
OUTROS. LEVA ESCRAVOS TRÊS MIL DOS PRINCIPAIS JUDEUS, DENTRE
OS
QUAIS O PROFETA EZEQUIEL. JOAQUIM É COLOCADO NO TRONO COMO
REI DE
JUDÁ, NO LUGAR DE JEOAQUIM, SEU PAI.
420. Pouco tempo
depois, o rei Nabucodonosor veio com um grande exército, e o rei Jeoaquim, que
não desconfiava dele e estava perturbado pelas predições do profeta, não se
havia preparado para a guerra. Assim, ele o recebeu em Jerusalém, confiante na
palavra que dera Nabucodonosor de não lhe fazer mal algum. Mas ele faltou à
palavra: mandou matá-lo, juntamente com a fina flor da juventude da cidade, e
ordenou que lançassem os corpos fora de Jerusalém, sem lhes dar sepultura.
Depois de tal perfídia e de tão grande crueldade, ele constituiu como rei em
lugar de Jeoaquim o filho deste, Joaquim (antes chamado Jeconias), e levou
escravos para a Babilônia três mil dos principais judeus, dentre os quais
estava o profeta Ezequiel, ainda muito jovem. Esse foi o fim de Jeoaquim, rei
de Judá. Viveu apenas trinta e seis anos e reinou treze. Joaquim, seu filho,
que ele tivera de Neústa, a qual era de Jerusalém, reinou somente três meses e
dez dias.
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27 de janeiro de 2018
História De Israel – Teologia 31.117 (Livro 10 Cap 7)NABUCODONOSOR, REI DA BABILÔNIA, DERROTA NECO, REI DO EGITO, NUMA GRANDE BATALHA E TORNA JEOAQUIM, REI DEJUDÁ, SEU TRIBUTÁRIO. JEREMIAS PREDIZ A JEOAQUIM AS DESGRAÇAS QUE LHE IRIAM SUCEDER, E ESTE DESEJA MATAR O PROFETA.
História De Israel – Teologia 31.117
CAPÍTULO 7
NABUCODONOSOR, REI DA BABILÔNIA, DERROTA NECO, REI DO EGITO,
NUMA
GRANDE BATALHA E TORNA JEOAQUIM, REI DEJUDÁ, SEU TRIBUTÁRIO.
JEREMIAS PREDIZ A JEOAQUIM AS DESGRAÇAS QUE LHE IRIAM
SUCEDER,
E ESTE DESEJA MATAR O PROFETA.
419. 2 Reis 24. No
quarto ano do reinado de Jeoaquim, rei de Judá, Nabucodonosor, rei da
Babilônia, avançou com um grande exército até a cidade de Carabesa, junto do
Eufrates, para fazer guerra à Síria. O príncipe desse país veio ao combate com
grandes forças, e travou-se a batalha junto desse rio. Ele foi vencido e
obrigado a se retirar, com muitas perdas. Nabucodonosor passou depois o
Eufrates e conquistou toda a Síria até Pelusa. Não entrou dessa vez na Judéia,
mas no quarto ano de seu reinado, que era o oitavo de Jeoaquim, avançou com um
poderoso exército e ameaçou fortemente os judeus, caso não lhe pagassem
tributo. Jeoaquim, atônito, resolveu aceitar a paz e pagou o tributo durante
três anos.
No ano seguinte, porém, ante o boato de que o rei do Egito
iria fazer guerra ao da Babilônia, recusou-se a continuar pagando. Foi enganado,
todavia, em suas esperanças. Os egípcios não se atreveram a combater os
babilônios, como tantas vezes afirmara o profeta Jeremias — ele havia predito
que isso não aconteceria e que Jeoaquim punha em vão a sua confiança no auxílio
egípcio. Dissera ainda esse profeta que o rei da Babilônia tomaria Jerusalém e
que os judeus seriam feitos escravos.
Por mais verdadeiras que fossem essas profecias, entretanto,
ninguém nelas acreditava. Não somente o povo as desprezava, como também os
grandes zombavam delas. E ficaram de tal modo enraivecidos pelo fato de ele só
predizer desgraças que o denunciaram ao rei, pedindo que o mandasse matar. Ele
entregou o assunto ao seu conselho, do qual a maior parte foi de opinião que o
condenassem. Outros, mais sensatos, aconselharam-no a mandá-lo embora sem lhe
fazer mal algum, porque ele não fora o único a profetizar as desgraças que
deveriam acontecer a Jerusalém. O profeta Miquéias e outros ainda haviam
profetizado a mesma coisa, sem que os reis que então viviam os tivessem maltratado
por esse motivo. Ao contrário, haviam-nos honrado como profetas de Deus.
Assim, embora condenado à morte pela maior parte dos votos,
Jeremias teve a sua vida preservada graças a esse conselho tão sensato. Ele
escreveu todas essas profecias num livro e leu publicamente tudo o que nele
havia escrito. Fez isso diante do povo que estava reunido no Templo depois de
um jejum geral, no nono mês do quinto ano do reinado de Jeoaquim,- anunciando o
que aconteceria à cidade, ao Templo e ao povo. Os principais da assembléia
arrancaram-lhe o
das mãos, disseram a
ele e a Baruque, seu secretário, que se retirassem para um lugar onde eles não
os pudessem encontrar e levaram o livro ao rei. Ele mandou que fosse lido e
ficou tão irritado que o rasgou e jogou-o no fogo. Ordenou então que fossem
buscar Jeremias e Baruque a fim de matá-los. Porém eles já haviam fugido para
evitar o furor do rei.
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26 de janeiro de 2018
História De Israel – Teologia 31.116 (Livro 10 Cap 6) JOSIAS, REI DEJUDÁ, OPÕE-SE À PASSAGEM DO EXÉRCITO DE NECO, REI DO EGITO, QUE IA FAZER GUERRA AOS MEDOS E AOS BABILÔNIOS. É FERIDO POR UMA FLECHADA, DE QUE VEM A MORRER. JEOACAZ, SEU FILHO, SUCEDE-O E É MUITO ÍMPIO. O REI DO EGITO LEVA-O PRISIONEIRO. QUANDO ELE MORRE, O REI DO EGITO FAZ REI EM SEU LUGAR A ELIAQUIM, IRMÃO MAIS VELHO DE JEOACAZ, A QUEM CHAMA DE JEOAQUIM.
História De Israel – Teologia 31.116
CAPÍTULO 6
JOSIAS, REI DEJUDÁ, OPÕE-SE À PASSAGEM DO EXÉRCITO DE NECO,
REI DO EGITO, QUE IA FAZER GUERRA AOS MEDOS E AOS BABILÔNIOS. É
FERIDO POR UMA FLECHADA, DE QUE VEM A MORRER. JEOACAZ, SEU FILHO,
SUCEDE-O E É MUITO ÍMPIO. O REI DO EGITO LEVA-O PRISIONEIRO.
QUANDO ELE MORRE, O REI DO EGITO FAZ REI EM SEU LUGAR A ELIAQUIM,
IRMÃO MAIS VELHO DE JEOACAZ, A QUEM CHAMA DE JEOAQUIM.
41 7. Neco, rei do Egito, levado pelo desejo de se tornar
senhor da Ásia, marchou para o Eufrates com um grande exército, para fazer
guerra aos medos e aos babilônios, que haviam devastado o império da Assíria.
Quando chegou próximo da cidade de Megido, no reino de Judá, o rei Josias
opôs-se à sua passagem. Neco mandou dizer-lhe por meio de um arauto que não era
a ele que pretendia atacar, mas que marchava para o Eufrates, e que ele não se
devia opor à sua passagem, pois isso o obrigaria, contra a sua intenção, a
declarar-lhe guerra.
Josias não se deixou comover por essas razões. Permaneceu em
sua resolução, e parece que a sua infelicidade o levava a demonstrar tão grande
altivez. Pois, enquanto dispunha o exército para a batalha e ia de coluna em
coluna, sobre o seu carro, animando os soldados, um egípcio atirou-lhe uma
flecha. Ficou tão ferido que a dor o obrigou a ordenar ao exército que se
retirasse, e ele voltou a Jerusalém, onde veio a morrer por causa do ferimento.
Foi sepultado com grande pompa, no sepulcro de seus antepassados, após viver
trinta e nove anos, dos quais reinou trinta e um.
O povo ficou imensamente aflito com a perda de tão grande
príncipe. Lamentou-o durante vários dias, e o profeta Jeremias compôs versos
fúnebres em seu louvor, os quais ainda hoje são conhecidos. Esse profeta também
predisse — e deixou por escrito — os males que haveriam de afligir Jerusalém e
o cativeiro que sofremos sob os babilônios. Nisso ele não foi o único, pois o
profeta Ezequiel, antes dele, compusera também dois livros sobre esse mesmo
assunto. Eles eram ambos da casta sacerdotal, e Jeremias ficou em Jerusalém,
desde o ano terceiro do reinado de Josias até a destruição da cidade e do
Templo, como direi a seu tempo.
418. Depois da morte
de Josias, seu filho Jeoacaz, que ele tivera de Hamutal, sucedeu-o. Ele tinha
vinte e três anos e foi muito ímpio. O rei do Egito, voltando da guerra de que
acabamos de falar, mandou dizer-lhe que viesse a Hamate, que é uma cidade da
Síria. Lá chegando, fê-lo prisioneiro e como rei em seu lugar colocou Eliaquim,
seu irmão mais velho, porém filho de outra mãe, de nome Zebida, que era da
cidade de Ruma. Deu ao novo rei o nome de Jeoaquim e obrigou-o a pagar todos os
anos um tributo de cem talentos de prata e um talento de ouro. Levou Jeoacaz ao
Egito, onde ele morreu. Jeoacaz reinou somente três meses e dez dias. O rei
Jeoaquim, filho de Zebida, foi também um príncipe muito mau. Não tinha temor de
Deus nem bondade para com os homens.
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25 de janeiro de 2018
História De Israel – Teologia 31.115 (Livro 10 Cap 5) GRANDES VIRTUDES E INSIGNE PIEDADE DE JOSIAS, REI DEJUDÁ. ELE AFASTA COMPLETAMENTE A IDOLATRIA DO REINO E RESTAURA O CULTO A DEUS.
História De Israel – Teologia 31.115
CAPÍTULO 5
GRANDES VIRTUDES E INSIGNE PIEDADE DE JOSIAS, REI DEJUDÁ.
ELE AFASTA COMPLETAMENTE A IDOLATRIA DO REINO E RESTAURA O CULTO A DEUS.
416. 2 Reis 22. A mãe de Josias, rei de Judá, chamada
Jedida, era da cidade de Bozcate. Esse príncipe era tão bom e tão inclinado à
virtude que durante toda a sua vida se propôs imitar o rei Davi, tomando-o como
modelo. E, desde a idade de doze anos, deu prova ilustre de sua piedade e
justiça, pois exortou o povo a renunciar o culto aos falsos deuses e adorar ao
Deus de seus antepassados. Começou, a partir de então, a restaurar a antiga
observância às leis, com a prudência de quem já era de muito mais idade. Fazia
observar inviolavelmente o que piedosamente era determinado. Além dessa prova
de sabedoria natural, serviu-se do conselho dos mais velhos e experimentados
para restaurar o culto a Deus e restabelecer a ordem em suas terras. Assim, não
corria perigo de cair nas faltas que haviam provocado a ruína de alguns de seus
predecessores.
Ele mandou indagar de todos os lugares do reino e de
Jerusalém onde se adoravam falsas divindades. Ordenou que se cortassem as
árvores e derrubassem os altares que lhes eram consagrados e desfez-se com
desprezo de tudo o que os outros reis haviam feito para prestar honras e
homenagens sacrílegas. Assim, conseguiu tirar o povo de sua louca veneração e
levou-o a prestar ao verdadeiro Deus a adoração que lhe era devida. Mandou em
seguida oferecer os holocaustos e sacrifícios de costume e nomeou magistrados e
censores para a administração de uma exata justiça e para o extremo cuidado em
que cada qual cumprisse o seu dever. Ordenou que todas as cidades submetidas ao
seu domínio fizessem, por sua ordem, donativos de ouro e prata para a
restauração do Templo, como cada qual quisesse, sem se coagir quem quer que
fosse. Entregou a direção e a responsabilidade dessa obra a Amasa, governador
de Jerusalém, a Safa, secretário, a joatão, intendente dos registros, e a
Hilquias, sumo sacerdote. Eles trabalharam com tanta solicitude que logo o
Templo foi remodelado e restaurado, e todos comentavam com prazer aquela
ilustre demonstração da piedade do devoto rei.
No décimo oitavo ano de seu reinado, ele ordenou ao sumo
sacerdote que mandasse fazer taças e vasos para o serviço do Templo, não
somente com o restante do ouro e da prata doados para a preparação, mas também
com tudo o que estava no tesouro. Ao executar a ordem, o sumo sacerdote encontrou
os Livros Santos deixados por Moisés, que eram guardados no Templo. Entregou-os
a Safa, o secretário, que os leu e levou-os ao rei. E, depois de informá-lo que
tudo o que ele ordenara fora executado, leu-lhe os livros. O piedoso príncipe
ficou tão comovido que rasgou as próprias vestes e mandou Safa, o sumo
sa-cerdote, e alguns dos que lhe eram mais fiéis falar com a profetisa Hulda,
mulher de Salum, que era um homem ilustre e de família nobre. Eles pediram, em
nome do rei, que ela aplacasse a cólera de Deus, de modo que Ele lhe fosse
favorável (pois tinha motivo para temer o castigo pelos pecados cometidos pelos
reis seus predecessores, que transgrediram as leis de Moisés) e ele não fosse
expulso de seu país com todo o povo e levado a uma terra estrangeira, onde
terminaria miseravelmente a vida.
A profetisa respondeu que comunicassem ao rei que nenhuma
prece seria capaz de obter de Deus a revogação de sua sentença: eles seriam
expulsos de sua terra e despojados de todas as coisas, porque, tendo violado as
santas leis, não se arrependeram, embora tivessem tido tempo suficiente para
fazer penitência pelos seus pecados e os profetas os houvessem exortado a isso
e predito muitas vezes qual seria o castigo. Assim, Deus os faria cair em todas
as desgraças de que haviam sido ameaçados, para que reconhecessem que Deus e os
seus profetas nada lhes haviam anunciado de sua parte que não fosse verdadeiro.
No entanto, por causa da piedade do rei, Ele retardaria a execução até depois
de sua morte. E então não seria mais adiada.
2 Reis 23. Ante essa resposta, o rei ordenou a todos os
sacerdotes, a todos os levitas e aos demais súditos que fossem a Jerusalém. Lá
reunidos, começou por ler-lhes o que estava escrito nos Livros Santos. Depois
colocou-se num lugar elevado e obrigou-os a prometer, com juramento, servir a
Deus de todo o coração e observar as leis de Moisés. Eles prometeram e
ofereceram sacrifícios para implorar o auxílio divino. O rei, em seguida,
ordenou ao sumo sacerdote que verificasse se restava ainda no Templo algum vaso
que os reis seus predecessores houvessem oferecido para culto aos falsos
deuses. Muitos foram ainda encontrados, e ele os fez reduzir a pó, lançou a
poeira ao vento e mandou matar todos os sacerdotes dos ídolos, que não eram da
descendência de Arão.
Depois de praticar em Jerusalém todos esses atos de piedade,
foi ele mesmo às províncias para destruir inteiramente tudo o que o rei
Jeroboão estabelecera em honra aos deuses estrangeiros. Mandou queimar os ossos
dos falsos profetas sobre o altar que aquele rei havia construído, cumprindo o
que predissera um profeta ao ímpio príncipe, quando este oferecia um sacrifício
naquele altar, na presença de todo o povo: que um sucessor do rei Davi, de nome
Josias, executaria todas essas coisas. Viu-se assim a sua realização, trezentos
e sessenta anos mais tarde.
A piedade de Josias foi ainda além. Ele mandou investigar
cuidadosamente todos os israelitas que se haviam salvado do cativeiro assírio e
persuadiu-os a abandonar o detestável culto aos ídolos e a adorar, como os seus
antepassados, o Deus Todo-poderoso. Não houve cidade, aldeia ou vila em que ele
não tivesse mandado fazer, em todas as casas, uma diligente eliminação de tudo
o que servira à idolatria. Mandou também queimar todos os carros que os seus
predecessores haviam consagrado ao Sol e nada deixou que pudesse levar o povo a
um culto sacrílego.
Quando terminou de purificar todo o território, mandou
reunir o povo em Jerusalém para lá celebrar a festa dos Pães Ázimos, que nós
chamamos Páscoa, e deu ao povo, para a celebração dos festins públicos, trinta
mil cordeiros e cabritos e três mil bois. Os principais sacerdotes deram também
aos outros sacerdotes dois mil e seiscentos cordeiros. Os principais levitas
deram aos outros levitas cinco mil cordeiros e quinhentos bois. Nenhum desses
animais deixou de ser imolado segundo a lei de Moisés, pelo cuidado que disso
tiveram os sacerdotes. Assim, não houve, desde os tempos do profeta Samuel, uma
festa celebrada com tanta solenidade, porque nelas se observaram todas as
cerimônias prescritas na Lei e segundo a antiga tradição. O rei Josias, depois
de ter vivido em grande paz, cumulado de riquezas e de glória, terminou os seus
dias do modo que vou dizer.
Que o Santo Espirito do Senhor, ilumine
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24 de janeiro de 2018
História De Israel – Teologia 31.114 (Livro 10 Cap 4) MANASSES, REI DE JUDÁ, ENTREGA-SE A TODA ESPÉCIE DE IMPIEDADE. DEUS O AMEAÇA POR SEUS PROFETAS, MAS ELE NÃO SE IMPORTA. UM EXÉRCITO DO REI DE BABILÔNIA DEVASTA O SEU PAÍS E LEVA-O PRISIONEIRO. ELE RECORRE A DEUS, ÉPOSTO EM LIBERDADE E CONTINUA A SERVIR A DEUS FIELMENTE PELO RESTO DE SUA VIDA. SUA MORTE. AMAM, SEU FILHO, SUCEDE-O. AMOM É ASSASSINADO, FOSIAS, SEU FILHO, SUCEDE-O.
História De Israel – Teologia 31.114
CAPÍTULO 4
MANASSES, REI DE JUDÁ, ENTREGA-SE A TODA ESPÉCIE DE
IMPIEDADE.
DEUS O AMEAÇA POR SEUS PROFETAS, MAS ELE NÃO SE IMPORTA. UM
EXÉRCITO DO REI DE BABILÔNIA DEVASTA O SEU PAÍS E LEVA-O PRISIONEIRO.
ELE RECORRE A DEUS, ÉPOSTO EM LIBERDADE E CONTINUA A SERVIR
A
DEUS FIELMENTE PELO RESTO DE SUA VIDA. SUA MORTE. AMAM, SEU
FILHO,
SUCEDE-O. AMOM É ASSASSINADO, FOSIAS, SEU FILHO, SUCEDE-O.
415. 2 Reis 21. Manasses, que Ezequias, rei de judá, teve de
Hefzibá, que era de Jerusalém, sucedeu-o no trono. Tomou um caminho contrário
ao que seu pai havia trilhado, entregando-se a toda sorte de vícios e
impiedades, e imitou perfeitamente os reis de Israel que Deus havia exterminado
por causa de suas abominações. Ele ousou mesmo profanar o Templo, toda a cidade
de Jerusalém e o resto do país. Não sendo mais contido pelo temor da justiça de
Deus e desprezando os seus mandamentos, mandou matar muitos homens de bem, não
poupando nem mesmo os profetas. Não se passava um dia sem que pelo menos um
deles pagasse com a vida os caprichos do rei, manchando a cidade com o seu
sangue.
Deus, irritado com tantos crimes, mandou os seus profetas
ameaçá-lo, bem como a todo o povo, com os mais terríveis castigos, os quais os
israelitas seus antepassados haviam experimentado por terem, como ele, atraído
a sua indignação e a sua cólera. Mas nem o desventurado rei nem aquele povo
infeliz prestaram fé a essas palavras, as quais, se eles se tivessem comovido,
poderiam ter impedido as muitas desgraças que lhes sucederam. Mas eles só as
reconheceram verdadeiras depois de lhes sentir os efeitos. Continuaram,
portanto, a ofender a Deus, e Ele suscitou contra eles o rei dos babilônios e
dos caldeus, que os atacou com um grande exército, o qual não somente devastou
o país, mas levou prisioneiro o próprio Manasses.
Então, esse miserável príncipe percebeu que fora o excesso
de pecados que o reduzira àquele estado. E recorreu a Deus, rogando-lhe que
tivesse compaixão dele. A sua oração foi ouvida, e o rei vitorioso mandou-o
livre para Jerusalém. Essa mudança em sua vida mostrou que a sua conversão fora
sincera. Seu único pensamento agora era destruir a memória das ações passadas,
e empregou todos os seus esforços em restaurar o culto a Deus: consagrou novamente
o Templo, mandou reconstruir o altar para os sacrifícios, segundo a lei de
Moisés, e purificou toda a cidade. E, para mostrar como era grato a Deus por
ter sido liberto da escravidão, empregou o resto de sua vida em tornar-se
agradável aos olhos dEle, tanto por virtude quanto por contínuas ações de
graças.
Assim, por um proceder contrário ao anterior, levou os
súditos a imitá-lo no arrependimento tal como o haviam imitado em seus pecados,
que tantos males atraíram sobre eles. E, depois de restaurar as cerimônias da
antiga religião, pensou em fortificar Jerusalém. Não se contentando em
restaurar as antigas muralhas, mandou construir outras, acrescentando-lhes
altas torres. Fortificou os arrabaldes, dando-lhes provisões de trigo e de tudo
o que era necessário. Enfim, a mudança foi tão grande que desde aquele dia em
que começou a servir a Deus até o fim de sua vida não mais se lhe amorteceu o
zelo pela piedade. Morreu na idade de sessenta e sete anos, após reinar
cinqüenta e cinco, e foi enterrado em seus jardins.
Amom, seu filho que ele tivera de Mesulemete, a qual era da
cidade de Jotbá, sucedeu-o. Ele imitou a impiedade em que seu pai caíra na
juventude e não tardou muito em ser castigado. Após reinar somente dois anos e
ter vivido vinte e quatro, foi assassinado pelos próprios servidores. O povo o
fez morrer e enterrou-o no sepulcro de seu pai. Josias, seu filho, que tinha
então apenas oito anos, sucedeu-o.
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23 de janeiro de 2018
História De Israel – Teologia 31.113 (Livro 10 Cap 3) EZEQUIAS, REI DE JUDÁ, ESTANDO NOS EXTREMOS, PEDE A DEUS QUE PROLONGUE A SUA VIDA E LHE DÊ UM FILHO. DEUS O CONCEDE, E O PROFETA ISAÍAS DÁ-LHE UM SINAL, FAZENDO ATRASAR DEZ GRAUS A SOMBRA DO SOL. BALADA, REI DOS BABILÔNIOS, ENVIA EMBAIXADORES A EZEQUIAS PARA FAZER ALIANÇA COM ELE. EZEQUIAS MOSTRA-LHE TUDO O QUE TEM DE MAIS PRECIOSO. DEUS ACHA ISSO RUIM E LHE DIZ, POR MEIO DO PROFETA, QUE TODOS OS SEUS TESOUROS E ATÉ OS SEUS FILHOS SERIAM UM DIA TRANSPORTADOS PARA A BABILÔNIA. MORTE DE EZEQUIAS.
História De Israel – Teologia 31.113
CAPÍTULO 3
EZEQUIAS, REI DE JUDÁ, ESTANDO NOS EXTREMOS, PEDE A DEUS QUE
PROLONGUE A SUA VIDA E LHE DÊ UM FILHO. DEUS O CONCEDE, E O
PROFETA
ISAÍAS DÁ-LHE UM SINAL, FAZENDO ATRASAR DEZ GRAUS A SOMBRA
DO SOL. BALADA, REI DOS BABILÔNIOS, ENVIA EMBAIXADORES A EZEQUIAS
PARA FAZER ALIANÇA COM ELE. EZEQUIAS MOSTRA-LHE TUDO O QUE TEM DE
MAIS PRECIOSO. DEUS ACHA ISSO RUIM E LHE DIZ, POR MEIO DO
PROFETA, QUE TODOS OS SEUS TESOUROS E ATÉ OS SEUS FILHOS SERIAM UM DIA TRANSPORTADOS PARA A BABILÔNIA. MORTE DE EZEQUIAS.
413. 2 Reis 20. Eis como Ezequias, rei de Judá, contra toda
esperança, ficou livre da ruína completa que o ameaçava. Ele só pôde atribuir
tão milagroso êxito a Deus, que expulsou os inimigos, em parte por meio da
peste com que os feriu, em parte pelo medo que teve o rei de ver perecer do
mesmo modo o resto do exército. O príncipe, seguido por todo o povo, deu à
divina Majestade infinitas ações de graças, por ter obrigado os assírios a
levantar o cerco.
Algum tempo depois, Ezequias ficou tão doente que os médicos
e todos os seus familiares perderam as esperanças de que se salvasse. Mas não
era isso o que lhe causava maior sofrimento. Sua grande dor era que, não tendo
filhos, a sua descendência terminaria com ele, e o trono passaria a outra
família. Nessa aflição, ele rogou a Deus que prolongasse os seus dias, até que
gerasse um filho. Deus, vendo em seu coração que era verdadeiramente por esse
motivo que ele fazia tal pedido e não para gozar por mais tempo das delícias
inerentes à vida dos reis, mandou o profeta Isaías dizer-lhe que ele ficaria
curado dentro de três dias: viveria ainda quinze anos e teria filhos.
A gravidade da doença pareceu-lhe ter tão pouca relação com
tão grande felicidade que ele teve dificuldade em prestar-lhe inteiro crédito.
Por isso rogou ao profeta que lhe manifestasse um sinal de que falava da parte
de Deus, a fim de fortificar a fé, pois só assim se prova a veracidade das
coisas quando elas são tão extraordinárias e inimagináveis. O profeta perguntou-lhe
que sinal ele desejava que lhe desse. Ele respondeu que desejaria ver a sombra
do sol retroceder dez graus no seu quadrante. O profeta fez o pedido a Deus, e
Ele o atendeu. Ezequias, depois desse grande prodígio, ficou curado no mesmo
instante. Foi ao Templo adorar a Deus e fazer orações.
414. Por essa mesma época, os medos tornaram-se senhores do
império dos assírios, como diremos a seu tempo. Balada, rei dos babilônios,
enviou embaixadores a Ezequias para propor uma aliança. Ele os recebeu e tratou
magnificamente, mostrou-lhes os seus tesouros, as suas pedras preciosas, os
seus arsenais e tudo o que possuía de mais rico e despediu-os com presentes
para o rei. Isaías veio vê-lo em seguida e perguntou-lhe de onde eram aqueles
homens que tinham vindo visitá-lo. Ele respondeu que eram embaixadores enviados
pelo rei da Babilônia e que lhes havia mostrado tudo o que tinha de mais
precioso, a fim de que pudessem referir ao seu senhor as suas riquezas e o seu
poder.
Disse-lhe o profeta: "Eu vos declaro, da parte de Deus,
que em pouco tempo as vossas riquezas serão levadas para Babilônia e os vossos
descendentes serão feitos eunucos, indo servir como tais ao rei da
Babilônia". Ezequias, amargurado pela dor de ver o seu reino e a sua
posteridade ameaçados com tanta desgraça, respondeu ao profeta que, visto nada
poder impedir o que Deus já havia determinado, ao menos lhe fizesse a graça de
deixá-lo viver em paz o resto de seus dias.
O historiador Berose faz menção desse Balada, rei da
Babilônia. Quanto a Isaías, admirável profeta de Deus que jamais deixou de
dizer a verdade, a confiança em tudo o que predizia fez com que ele não temesse
escrevê-lo, a fim de que os pósteros não pudessem duvidar. E ele não foi o
único que assim procedeu, pois doze outros profetas fizeram o mesmo. Quanto a
nós, vemos que todo bem ou todo mal que nos acontece concorda perfeitamente com
essas profecias, como há de mostrar a continuação desta história. O rei
Ezequias, segundo a promessa que Deus lhe fez, viveu quinze anos em paz após
ser curado de sua enfermidade e morreu com cinqüenta e quatro anos, dos quais
reinou vinte e nove.
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22 de janeiro de 2018
História De Israel – Teologia 31.112 (Livro 10 Cap 2) UMA PESTE ENVIADA POR DEUS MATA NUMA SÓ NOITE CENTO E OITENTA E CINCO MIL HOMENS DO EXÉRCITO DE SENAQUERIBE, QUE SITIAVA JERUSALÉM. ISSO O OBRIGA A LEVANTAR O CERCO E VOLTAR AO SEU PAÍS, ONDE É ASSASSINADO POR SEUS FILHOS.
História De Israel – Teologia 31.112
CAPÍTULO 2
UMA PESTE ENVIADA POR DEUS MATA NUMA SÓ NOITE CENTO E
OITENTA
E CINCO MIL HOMENS DO EXÉRCITO DE SENAQUERIBE, QUE SITIAVA
JERUSALÉM. ISSO O OBRIGA A LEVANTAR O CERCO E VOLTAR AO SEU
PAÍS, ONDE É ASSASSINADO POR SEUS FILHOS.
41 2. Diz ele: "Senaqueribe encontrou ao seu regresso
do Egito o seu exército diminuído de cento e oitenta e cinco mil homens, por
causa de uma peste enviada por Deus na primeira noite, quando ele começava o
ataque a Jerusalém, sob o comando de Rabsaqué. Ele ficou tão impressionado que,
com medo de perder ainda o que lhe restava, retirou-se a toda pressa para
Nínive, capital de seu reino, onde pouco tempo depois Adrameleque e Sarezer,
seus dois filhos mais velhos, assassinaram-no no templo de Nisroque, seu deus.
O povo sentiu tanto horror que os expulsou. Eles fugiram para a Armênia, e
Esar-Hadom, o mais jovem de seus filhos, sucedeu-o".
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21 de janeiro de 2018
História De Israel – Teologia 31.111 (Livro 10 Cap 1) SENAQUERIBE, REI DA ASSÍRIA, ENTRA COM UM GRANDE EXÉRCITO NO REINO DE JUDÁ, FALTANDO À PALAVRA AO REI EZEQUIAS, QUE LHE ENTREGARA UMA GRANDE SOMA DE DINHEIRO PARA OBRIGÁ-LO A SE RETIRAR. SENAQUERIBE VAI FAZER GUERRA NO EGITO E DEIXA RABSAQUÉ, SEU LUGAR-TENENTE, SITIAR FERUSALÉM. O PROFETA ISAÍAS GARANTE A EZEQUIAS O AUXÍLIO DE DEUS. SENAQUERIBE VOLTA DO EGITO SEM TER FEITO LÁ PROGRESSO ALGUM.
História De Israel – Teologia 31.111
Livro Décimo
CAPÍTULO 1
SENAQUERIBE, REI DA ASSÍRIA, ENTRA COM UM GRANDE EXÉRCITO NO
REINO DE JUDÁ, FALTANDO À PALAVRA AO REI EZEQUIAS, QUE LHE
ENTREGARA UMA GRANDE SOMA DE DINHEIRO PARA OBRIGÁ-LO A SE
RETIRAR. SENAQUERIBE VAI FAZER GUERRA NO EGITO E DEIXA
RABSAQUÉ,
SEU LUGAR-TENENTE, SITIAR FERUSALÉM. O PROFETA ISAÍAS
GARANTE A EZEQUIAS O AUXÍLIO DE DEUS. SENAQUERIBE VOLTA DO EGITO SEM
TER FEITO LÁ PROGRESSO ALGUM.
411. 2 Reis 18. No décimo quarto ano do reinado de Ezequias,
rei de Judá, Senaqueribe, rei da Assíria, entrou no reino com um exército
poderoso e, após tomar todas as outras cidades das tribos de judá e de
Benjamim, marchou contra Jerusalém. Ezequias, por meio de embaixadores, ofereceu-se
para cumprir quaisquer condições que o rei da Assíria lhe impusesse e para lhe
servir como tributário. O soberano aceitou a oferta e prometeu com juramento
retirar-se para o seu país sem qualquer ato hostil, contanto que lhe fossem
pagos trinta talentos de ouro e trezentos talentos de prata. Ezequias,
confiando na palavra de Senaqueribe, esvaziou todos os seus tesouros, a fim de
poder enviar-lhe aquela soma, na esperança de ter paz.
Senaqueribe, todavia, depois de receber o dinheiro, não
manteve a palavra e, enquanto marchava em pessoa contra os egípcios e os
etíopes, deixou Rabsaqué, seu lugar-tenente e general, com numerosas tropas,
auxiliado pelos seus chefes principais, dois generais, de nome Tartã e
Rabe-Saris, para continuar na Judéia a guerra que lá havia começado. Esse
general aproximou-se de Jerusalém e mandou chamar Ezequias, a fim de
conferenciarem. Mas o príncipe, desconfiando dele, contentou-se em mandar-lhe
três servidores da maior confiança: Eliaquim, mordomo-mor do palácio, Sebna, secretário,
e Joá, intendente dos registros.
Disse Rabsaqué, em presença de todos os oficiais de seu
exército: "Voltai a vosso amo e dizei-lhe que Senaqueribe, o grande rei,
pergunta em quem ele confia para recusar receber o seu exército em Jerusalém.
Se for no auxílio dos egípcios, é de se dizer que ele perdeu o juízo e que se
parece com quem se apoia num caniço, o qual, em vez de sustentá-lo,
quebrar-se-á, ferindo-lhe as mãos. Quanto ao mais, saiba ele que é por ordem de
Deus que o rei empreendeu esta guerra, e assim, o resultado será como o daquela
que fez aos israelitas, e ele se tornará do mesmo modo senhor desses dois
reinos".
Rabsaqué falava em hebreu, que conhecia muito bem. Eliaquim,
temendo que os colegas se assustassem, pediu-lhe que falasse em siríaco.
Rabsaqué, porém, deduzindo facilmente com que fim era feito aquele pedido,
continuou a falar em hebreu: "Agora que não podeis ignorar a vontade do
rei e quanto vos importa a ela vos submeterdes, por que demorais em nos receber
em vossa cidade? Por que continua o vosso senhor, e vós com ele, a enganar o
povo com vãs e loucas esperanças? Se vos julgais bastante fortes para nos poder
resistir, mostrai-no-lo, opondo dois mil de vossos cavaleiros ao mesmo número
que eu farei avançar de nosso exército. Mas como poderíeis fazê-lo, se não os
tendes? E por que vos demorais em vos submeterdes àqueles aos quais não podeis
resistir? Acaso ignorais a vantagem de fazer voluntariamente o que não é
possível evitar e o grande perigo que é esperar ser a isso obrigado pela
força?"
2 Reis 19, Essa resposta pôs o rei Ezequias em tal aflição
que ele deixou as vestes reais para se revestir de um saco, segundo o costume
de nossos pais. Prostrou-se com o rosto em terra e rogou a Deus que o ajudasse
naquela contingência, em que não podia esperar outro socorro senão o dEle.
Mandou alguns de seus principais oficiais e sacerdotes rogarem ao profeta
Isaías que oferecesse a Deus sacrifícios e lhe pedisse para ter compaixão de
seu povo e abater o orgulho que dava aos inimigos tão grandes esperanças. O
profeta fez o que ele desejava e logo depois, por uma revelação de Deus,
disse-lhe que nada temesse, garantindo que Deus confundiria de maneira estranha
a ousadia daqueles bárbaros, e eles se retirariam voluntariamente, sem
combater. A isso acrescentou que o rei dos assírios, até então temível, seria
assassinado pelos seus, em seu próprio país, ao regressar da guerra do Egito,
cujo resultado lhe seria desfavorável.
Nesse mesmo tempo, o rei Ezequias recebeu cartas daquele
soberano, pelas quais lhe dizia que ele, Ezequias, parecia ter perdido o juízo,
para persuadir-se de poder isentar-se da submissão ao vencedor de tão poderosas
nações, e ameaçava exterminá-lo com todo o seu povo se ele não abrisse às suas
tropas as portas de Jerusalém. A firme confiança que Ezequias tinha em Deus
levou-o a desprezar essa carta. Então dobrou-a, colocou-a no Templo e continuou
as suas orações a Deus. O profeta mandou dizer-lhe que elas haviam sido ouvidas
por Deus, que nada devia temer das armas assírias e que logo ele e todos os
seus súditos ver-se-iam em condições de poder cultivar em completa paz as
terras que a guerra os obrigara a abandonar.
Senaqueribe estava na ocasião ocupado com o cerco de Pelusa,
no qual já gastara muito tempo. E, no momento em que as plataformas se elevaram
à altura das muralhas e ele estava para dar o assalto, foi avisado de que
Targise,* rei da Etiópia, marchava com um poderoso exército em auxílio dos
egípcios e vinha pelo deserto, para surpreendê-lo. Ele então levantou o cerco e
retirou-se.
Heródoto, falando de Senaqueribe, diz que ele fazia guerra
ao sacerdote de Vulcano (é assim que ele chama o rei do Egito, que era
sacerdote dessa falsa divindade). E acrescenta que o que o obrigou a levantar o
cerco de Pelusa foi que, tendo aquele rei e sacerdote implorado o auxílio de
seu deus, veio à noite uma tão grande quantidade de ratos ao exército do rei
dos árabes (no que esse historiador se engana, pois devia dizer "dos
assírios") que as cordas dos arcos foram roídas e todas as outras armas
ficaram inutilizadas. Isso o obrigou a levantar o cerco. Berose, que escreveu a
história dos caldeus, também faz menção a Senaqueribe. Diz que ele era rei dos
assírios e fez guerra em toda a Ásia e no Egito. Assim ele fala.
_________________
* Ou Tiraca.
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