9 de março de 2019
História Do Cristianismo - Teologia 32.297 - FINLÂNDIA
História Do Cristianismo -
Teologia 32.297
FINLÂNDIA
O povo da Finlândia fora
"convertido" ao cristianismo em 1157 pelo rei da Suécia, que veio com
um exército e um bispo (católico) conquistando e depois batizando os
finlandeses. O país ficou sujeito ao Governo da Suécia, e seu rei Gustavo
Adolfo fez muitas reformas e benefícios na Finlândia, fundando escolas e
edificando igrejas. Mais tarde, nas guerras entre a Suécia e a Rússia, a
Finlândia passou a pertencer à Rússia (1809). Graças ao bom Imperador Alexandre
I, os finlandeses mantiveram suas leis e constituição, com certa
independência, tendo muito mais liberdade religiosa e política do que a mesma
Rússia, mas os finlandeses eram mais civilizados e mais bem educados do que os
russos. Em 1899, o governo do Tsar abrogava a constituição, e governava a
Finlândia, ditatorialmente, enchendo o país de espiões e da polícia russa.
Esta condição durou até a guerra entre a Rússia e o Japão em 1905, quando o
Tsar se sentiu obrigado a restaurar a liberdade, a esse país, devido a greve
por parte dos operários no país. Mas o Tsar não era sincero e gradualmente,
procurava sempre oprimir a Finlândia.
Depois da grande Guerra, a
Finlândia foi separada e tornou-se independente. Desde aquele tempo, o país progrediu
rapidamente e o Evangelho tem feito bom progresso. A igreja principal é ainda
a Luterana, mas outras denominações evangélicas trabalham ali também.
História Do Cristianismo - Teologia 32.296 - RÚSSIA, FINLÂNDIA, ESTÔNIA, LETÔNIA, LITUÂNIA.
História Do Cristianismo -
Teologia 32.296
RÚSSIA, FINLÂNDIA, ESTÔNIA,
LETÔNIA, LITUÂNIA.
Até o tempo da primeira Grande
Guerra, a Finlândia, a Estônia, a Letônia, e a Lituânia eram incluídas no
império da Rússia, sob a soberania do Tsar (Imperador).
A Rússia recebeu o cristianismo
de Constantinopla no décimo século, e adotou a forma grega ortodoxa para a sua
igreja. O Tsar levou o título de supremo cabeça da Igreja na Rússia. Até o
século XIX a Rússia tinha pouca luz evangélica, mas todos pertenciam
nominalmente à Igreja Ortodoxa. Os papas (como se chamam ali os sacerdotes)
eram quase tão ignorantes quanto o povo, e a superstição reinava em toda a
parte.
No princípio do século XIX, o
Tsar era Alexandre I. Durante a invasão de Napoleão (1812), à Rússia Alexandre
mostrou sua fé em Deus, e costumava assistir às reuniões de oração. Era um bom
cristão e desejava fazer bem ao seu povo, que era muito atrasado e ignorante,
mas as idéias conservadoras dos russos em geral impediram muito o progresso do
Evangelho. Membros da Sociedade dos Amigos (Quakers) visitaram a Rússia e foram
bem recebidos pelo Tsar, que sempre mostrou muita amizade a esta denominação.
Ele animou a leitura das Escrituras, e contou que isso lhe fora um grande
consolo durante suas dificuldades, mas somente leu a Bíblia pela primeira vez
quando tinha quase 40 anos de idade. O Imperador concedeu todas as facilidades
à Sociedade Bíblica Britânica para propagar a Palavra de Deus em seu vasto
domínio. A Sociedade, enviou um agente chamado Melville, que dedicou 60 anos
de sua vida a divulgação das Escrituras na Rússia.
Quando Alexandre morreu, em
1825, sucedeu-o seu irmão Nicolau I, que era reacionário, mas o filho deste,
Alexandre II quando se tornou Tsar, fez muitas reformas. Mais de 80% do povo
trabalhava no campo e eram "servos" ou escravos dos grandes
proprietários. O Imperador terminou esta servidão e proclamou a liberdade
pessoal para todos. Liberdade política, porém, não foi conhecida na Rússia, e
havia pouca liberdade religiosa, embora o espírito de liberalismo fosse sempre
crescente. Alexandre II foi assassinado em 1881, e seu filho Alexandre III
continuou suprimindo as liberdades, e perseguindo os dissidentes, como os
batistas, stundistas e judeus. Seu velho professor, chamado Pobedonostef, foi
feito Procurador do Santo Sínodo (o corpo governante da igreja russa) e era conhecido
como um grande perseguidor de todos os que não pertenciam à Igreja Ortodoxa.
Milhares deles foram enviados à Sibéria, onde morreram de frio ou de fome. Na
viagem para este exílio, foram levados na companhia dos piores criminosos,
com os braços e pés amarrados com pesadas correntes, e tratados com mais
brutalidade do que o gado. As prisões da Rússia eram notáveis pelas suas péssimas
condições. Muitos morreram de fome e pelas brutalidades infligidas.
No ano de 1866, Lord Radstock,
um nobre da Inglaterra, pregou na capital (então Petrogrado) e dirigiu estudos
bíblicos nas casas e palácios de vários nobres russos, e muitos deles, de
classe mais rica, foram convertidos. Um destes, o coronel Pasckov, depois da
sua conversão, viajava pela Rússia, pregando o Evangelho nas prisões, hospitais
e salões ou casas particulares, e empregou sua fortuna na distribuição de
bíblias e tratados. Foi, enfim, proibido de pregar, mas continuou este serviço
até que foi banido da Rússia pelo "Santo" Sínodo; sendo então muitas
das suas propriedades confiscadas. Alexandre III queria na Rússia uma língua
e uma igreja, e procurou impor esta política nas suas dependências
também, como a Finlândia. Seu filho Nicolau II, que foi feito Tsar em 1894,
era homem fraco e estava sob a influência dos seus tios; prometeu reformas, mas
não cumpriu sua palavra, pois em 1893 foi publicado um decreto mandando que os
filhos dos stundistas fossem tirados dos pais e criados por pessoas
pertencentes à Igreja Ortodoxa. Havia perseguições aos judeus e muito deles foram
mortos.
0 espírito de liberalismo
crescia, e havia organizações revolucionárias formadas, mas o governo
continuava a sua opressão. Os estrangeiros porém tinham mais liberdade e até os
menonitas (batistas alemães) continuaram livremente. O Dr. Baedeker, da
Inglaterra, obteve licença para viajar para todas as partes da Rússia e da
Sibéria, visitando as cadeias, pregando o Evangelho e distribuindo a Palavra
de Deus. Os batistas receberam mais consideração do que os stundistas. A Igreja
Batista era mais organizada e o governo pensava que podia melhor fiscalizar ou
vigiar as suas atividades. Os stundistas não eram um corpo organizado. As
reuniões dos alemães na Rússia foram chamadas "Stunden" e o nome
"stundistas" foi dado por desprezo aos russos que se reuniam para a
leitura da Bíblia e oração. Estes grupos de crentes espalhavam-se por toda a
parte da Rússia, e cresciam apesar das perseguições. Os "menonitas"
eram descendentes dos alemães batistas que recusavam levar armas, e foram
convidados pela Imperatriz Catarina para animar o trabalho da lavoura na
Rússia no século XVIII. Foram proibidos de evangelizar os russos, mas a Palavra
de Deus desta fonte espalhava-se.
Em 1905 houve uma guerra entre
a Rússia e o Japão, e a Rússia foi derrotada, trazendo muita confusão ao governo.
O povo clamou por reformas e o Tsar viu-se obrigado a conceder liberdade de
consciência e culto, e o cruel Procurador foi demitido. Havia uma onda de
entusiasmo, e as reuniões de evangelização ficavam cheias de ouvintes. Esta
liberdade não durou muito tempo, porque o governo, recuperando mais uma vez o
seu poder, e sentindo-se mais seguro, cessou as concessões, e a perseguição
começou de novo.
No ano de 1914 rebentou a
Grande Guerra. A Rússia entrou nela com muita confiança, mas estava mal preparada,
e devido à corrupção interna que se apoderara de toda a sociedade, da política
e dos oficiais do governo. O Tsar no começo da guerra baniu sem processo,
milhares de crentes, pastores batistas e muitos políticos para a Sibéria, onde
ficaram até a revolução, que rebentou em 1917. Então os exilados voltaram. O
imperador, com seu governo, e a Igreja Ortodoxa na Rússia, caíram todos
juntos. O novo governo era comunista e ateísta. Os nobres e proprietários, foram
mortos ou tiveram de fugir, e milhares deles, criados na riqueza e no luxo,
foram obrigados a trabalhar em terras estrangeiras por uma pitança. O
imperador Nicolau, a imperatriz, suas filhas e o único filho, foram fuzilados
todos juntos. O governo comunista tem procurado extinguir todo o sinal de
cristianismo, perseguindo a religião grega, a católica e a evangélica. Tem
proibido a entrada da Bíblia no país. Entretanto, os crentes continuaram
secretamente com suas reuniões, e o governo não tem podido extinguir a fé
deles. A esperança agora (1941) é que a guerra atual traga mais liberdade de
culto aos crentes, e que as Escrituras mais uma vez possam entrar na Rússia,
para salvação e felicidade do seu povo.
Que o Santo Espirito do Senhor, ilumine
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História Do Cristianismo - Teologia 32.295 - GALES
História Do Cristianismo -
Teologia 32.295
GALES
Os galeses são descendentes de
raças originais da Britânia, que fugiram de povos de raças germânicas,
invasoras do país nos séculos VI e VII, cujos descendentes são os ingleses. O
rei Eduardo I da Inglaterra conquistou Gales (1282) e ao seu filho mais velho
foi dado o título de "Príncipe de Gales" título ainda dado ao filho
mais velho dos reis britânicos que o sucederam. A língua usada pelo povo é
muito diferente da inglesa, e até hoje muitos dos camponeses falam a língua
indígena.
Durante a Reforma havia
diversos estudantes galeses nas universidades da Inglaterra (Oxford e
Cambridge) que pertenciam ao partido dos Reformadores e no reinado de Isabel a
Bíblia foi traduzida para a língua galesa. Em 1567 a tradução do Novo
Testamento ficou concluída, e 800 exemplares foram distribuídos nas diversas
paróquias de Gales. O livro de Oração também foi traduzido, e a igreja
estabelecida era idêntica à da Inglaterra. Bispos que falavam a língua galesa
foram nomeados durante o primeiro século da história da igreja anglicana, e
depois somente ingleses, que não sabiam a língua galesa é que foram escolhidos.
A educação do povo foi negligenciada até meados do século XVIII, e a maior
parte era analfabeta.
Nesse século XVIII, Griffiths
Jones, ministro anglicano, instituiu um sistema de educação, e de escolas,
obtendo como resultado, antes da sua morte, que uma terça parte do povo
aprendeu a ler as Escrituras em sua própria língua. Os bispos ingleses da
Igreja Anglicana não manifestaram interesse algum pela educação do povo, nem
pelo serviço de Griffiths Jones. Felizmente diversas pessoas ricas ajudaram
bastante, fornecendo o dinheiro necessário para esse fim. Durante este tempo
houve uma revivificação espiritual no país, devido à pregação de diversos
ministros da igreja galesa. Os principais pregadores foram Ho-well Harris,
Daniel Rowlands, Pedro Williams, e Williams Williams, sendo o último o autor de
muitos livros na língua inglesa. Eram pregadores eloqüentes e homens de oração,
e pregavam com poder extraordinário, havendo, às vezes, manifestações físicas
entre os ouvintes. Milhares de galeses se converteram.
Outros pregadores continuaram o
trabalho na geração seguinte, como Christmas Evans, Henrique Rees e João Jones.
Todos esses pertenciam à igreja estabelecida, mas tiveram de formar uma
sociedade metodista calvinista. Queriam ficar ligados à igreja anglicana, mas,
devido à oposição dos bispos, alguns foram expulsos e outros deixaram essa
igreja, e continuaram pregando como dissidentes. Daniel Rowlands foi convertido
pela pregação de Griffiths Jones, e tornou-se amigo de Jorge Whitefield, o
célebre pregador inglês. Pregou com a mesma eloqüência, entusiasmo e poder de
Whitefield, mas na língua galesa. Foi enxotado da sua igreja pelo seu bispo e
edificou uma casa de oração onde assistia a toda a congregação que outrora
pertencera à igreja local, que ficou sem membros. Milhares de pessoas vinham ouvir
Rowlands pregar aos domingos, viajando até 20 léguas para assistirem às suas
pregações. Um jovem que foi ouvir a sua pregação foi Thomas Charles, um dos
fundadores da Sociedade Bíblica Britânica e Estrangeira. A pregação de Rowlands
deixou uma impressão extraordinária na alma de Charles, de que nunca se esqueceu.
Muitos dos metodistas galeses
continuaram na igreja estabelecida. Mas, finalmente, no ano 1811, separaram-se,
formando uma denominação independente. Os batistas também trabalharam em Gales,
e fizeram muito progresso. Chistmas Evans foi um dos seus pregadores mais conhecidos.
Um ministro evangélico célebre
foi Thomas Charles (1755-1814), que foi convertido ainda jovem pela pregação de
Daniel Rowlands; mais tarde foi ministro em Bala e tornou-se conhecido como
Charles de Bala. Foi o fundador das escolas dominicais em Gales. Uma escola
dominical naquela época era uma novidade. Ele é no entanto, mais lembrado como
um dos fundadores da Sociedade Bíblica Britânica e Estrangeira.
A história desta Sociedade é
bem conhecida: Uma menina filha de um pobre lavrador de Gales, chamada Maria
Jones, desejava ardentemente possuir uma Bíblia, e durante alguns anos
trabalhou para ajuntar o dinheiro necessário para adquiri-la. Quando julgou
possuir o suficiente, fez uma viagem de 15 léguas a pé, e sozinha, a Bala, onde
residia o sr. Charles que vendia as bíblias. Chegando à casa deste bom homem,
descobriu que ele já vendera a última Bíblia que havia na língua galesa. Maria
chorou tanto e com tal desapontamento que o sr. Charles ficou comovido,
dando-lhe uma Bíblia quando ouviu do esforço que ela fizera para possuir esse
tesouro. Depois, o sr. Charles foi a Londres e, convocando alguns amigos
evangélicos, contou-lhes o caso de Maria Jones, sugerindo a urgente necessidade
de formar uma Sociedade Bíblica para suprir o povo de Gales de bíblias a preços
baratos. Um dos amigos respondeu: "Certamente, sr. Charles, uma Sociedade
deve ser formada para este fim, mas se for para Gales, por que não para o mundo
todo?" Assim foi iniciada a grande Sociedade Bíblica Britânica e
Estrangeira, que tem ajudado a imprimir a Palavra de Deus em mais de 700
línguas, e agora manda ao mundo anualmente mais de onze milhões de porções das
Escrituras.
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8 de março de 2019
História Do Cristianismo - Teologia 32.294 - IRLANDA
História Do Cristianismo -
Teologia 32.294
IRLANDA
Na Irlanda a história religiosa
é muito ligada com a política. Embora nos séculos V, VI, e VII a Irlanda
tivesse sido evangelizada e fosse chamada a "Ilha dos santos", as
trevas espirituais pairaram sobre essa mesma ilha durante mil anos. A Reforma
teve pouca influência no país. Os irlandeses eram ignorantes e a maioria
analfabeta e os proprietários mostraram pouco interesse no bem-estar do povo em geral. Os irlandeses
falam a língua céltica, que servia de dificuldade para qualquer esforço
missionário da Inglaterra. Também durante certo período do século XVI, houve
uma rebelião no país contra a autoridade inglesa. Os reis protestantes da
Inglaterra queriam impor a religião anglicana na Irlanda, mas foi impossível a
não ser em certas cidades como Dublin, a capital. Guerras e revoltas continuaram,
e no reino de Tiago I, o governo resolveu fazer experiência com uma província
no Norte, chamada Ulster, plantando ali uma grande colônia de ingleses e
escoceses. Muitos presbiterianos foram da Escócia, tomando posse de terreno da
província. O rei Tiago mandou que todos os sacerdotes católicos saíssem do
país, mas foi impossível pôr em execução esta lei injusta.
No ano 1641, os católicos
levantaram-se contra os colonizadores protestantes, e mataram milhares deles
com muita barbaridade. Na Inglaterra havia guerra civil, e as autoridades não
podiam ajudar os protestantes, mas os escoceses mandaram um exército para
ajudar seus patrícios. A guerra civil na Inglaterra terminou com a morte do
rei, e o general Oliver Cromwell levou também um exército à Irlanda no ano
1650, e em pouco tempo o aspecto mudou. Cromwell agiu com muita severidade em
represália à morte dos protestantes pelos católicos irlandeses, e seu nome
ficou odiado na Irlanda. A campanha, porém, trouxe paz ao país, embora não
fizesse com que o povo da Irlanda amasse os protestantes.
Quando Tiago II fugiu da
Inglaterra para a França, o rei Luiz XVI prometeu ajudar seu hóspede real, e
mandou um exército francês com Tiago à Irlanda. Guilherme de Orange, o novo rei
da Inglaterra, foi à Irlanda e venceu os exércitos franceses e irlandeses. Era
uma guerra entre protestantes e católicos, e os franceses foram obrigados a
deixar a Irlanda, e os irlandeses foram subjugados.
Durante o século XVIII, João
Wesley visitou a Irlanda muitas vezes, viajando a cavalo em toda parte e
pregando o Evangelho. Diversas sociedades metodistas foram formadas em várias
partes.
No fim desse século, rebentou
outra revolta na Irlanda, mas os rebeldes foram vencidos, e nessa ocasião muita
clemência foi mostrada ao povo que tomou parte na rebelião. Durante o século
XIX o governo na Inglaterra fez muitos esforços para satisfazer os irlandeses,
mas todo aquele século foi assinalado por crimes políticos, assassínios, e descontentamentos.
No ano de 1828 a Viscondessa
Powerscour mantinha conferências em seu palácio, perto da capital (Dublin)
sobre assuntos bíblicos, mormente sobre as profecias e a Segunda Vinda do
Senhor. Um dos primeiros expositores foi João Nelson Darby, um ministro na
igreja Irlandesa, cargo que deixou para ministrar a Palavra de Deus em diversos
países. Outro pregador independente, no princípio do século XIX, foi Gideão
Ousely, que viajava a cavalo e pregava mesmo a cavalo nas aldeias e cidades.
Pertencia a uma antiga família irlandesa de boa posição, mas associava-se com
os humildes camponeses, conversando sobre o Evangelho de maneira muito simples.
Um ministro evangélico independente chamado Thomas Kelly, formou diversas
congregações na Irlanda no princípio do mesmo século, e escreveu muitos hinos
que estão em uso geral na língua inglesa, e alguns estão traduzidos em
português.
No Norte, no Ulster
protestante, no ano de 1859, houve uma revivificação, e nessa ocasião centenas
de pessoas foram convertidas entre todas as classes. Houve manifestações
físicas durante as reuniões, isto é, pessoas caíram ao chão e perdiam os
sentidos.
O Ulster é próspero,
progressista, com indústrias e comércio sendo a sua capital, Belfast, uma
cidade de importância. 0 povo é muito leal ao governo britânico, e a maior
parte deles são protestantes fanáticos. O Sul do país, com quatro províncias, é
principalmente católico, sob o domínio dos padres, sofre muito de pobreza,
ignorância, preguiça, e um ódio fanático contra o governo britânico. Ê justo
dizer que estas condições têm modificado e melhorado desde o afastamento do
governo britânico do Eire. Durante a grande guerra, os irlandeses fizeram uma
insurreição contra o governo. Depois da guerra, houve uma divisão, ficando o
Ulster separada das outras quatro províncias, que agora tem seu próprio governo
e presidente, mas os irlandeses não estão satisfeitos, porque o Ulster não
está sob o seu domínio: o Estado Livre é chamado Eire, e desde a separação tem
feito algum progresso.
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História Do Cristianismo - Teologia 32.293 - NORUEGA, SUÉCIA E DINAMARCA
História Do Cristianismo -
Teologia 32.293
NORUEGA, SUÉCIA E DINAMARCA
Estes três países são povoados
pela raça germânica, e agora formam três governos separados, cada um com seu
rei e com sua constituição. Os escandinavos são um povo robusto, inteligente e
industrioso. No tempo da Reforma, a igreja luterana-episcopal foi ali
estabelecida, e continuam protestantes até hoje. Devido à sua posição
geográfica, a Escandinávia tem gozado mais paz do que muitos países da Europa.
O rei Gustavo Adolfo resolveu ajudar a causa protestante que sofria muito na
"Guerra dos Trinta Anos", e passou à Alemanha com um exército forte e
bem equipado, fazendo pender bem depressa o fiel da balança em favor da
"União Protestante". A sua morte, na batalha de Lutzen, em 1632, foi
um desastre, mas os seus exércitos continuaram a luta.
Tem havido liberdade religiosa,
e o povo é muito pacífico, notando-se ali ausência de crimes. Na guerra atual,
a Noruega e a Dinamarca foram vítimas da agressão alemã, e estão sofrendo as
conseqüências da invasão germânica como outros países, e, como eles, anseiam
ardentemente (1941) mais uma vez, obter a sua liberdade.
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História Do Cristianismo - Teologia 32.292 - PORTUGAL
História Do Cristianismo - Teologia
32.292
PORTUGAL
No tempo da Reforma, Portugal
rejeitou o Evangelho, preferindo a Inquisição romana, e pagou caro por ter
seguido o exemplo da Espanha. Alianças entre as famílias reais influíram nesta
decisão. O último rei morreu sem família, e Filipe II da Espanha, sendo
herdeiro do trono, entrou em Portugal como rei. A religião católica e a
Inquisição ficaram ainda mais arraigadas no país (1580). Devido ao fato de
Filipe estar em guerra perpétua com a Holanda, e começar outra guerra com a
Inglaterra, Portugal viu-se obrigado a fechar seus portos ao comércio com
estas nações, as mais comerciais. Filipe deixou como herança para seu sucessor
a guerra com a Holanda, e este país aproveitou a oportunidade para invadir o
Brasil, tomando Pernambuco e estabelecendo ali uma colônia holandesa.
No ano de 1640 os portugueses
revoltaram-se contra o jugo espanhol, e proclamaram rei o Duque de Bragança
(João IV). Este novo soberano mostrou energia e prudência, e os holandeses
foram obrigados a sair do Brasil. Embora eles fossem calvinistas, não parece
terem evangeliza-do os brasileiros.
No ano de 1693 minas de ouro
foram descobertas em
Minas Gerais , e o metal foi exportado para Portugal, tendo o
rei João V o desperdiçado em edifícios religiosos e de luxo. A coroa de
Portugal nunca havia sido tão rica como durante os primeiros 50 anos do século
XVIII, mas o reino não prosperou. Muito dinheiro foi emprestado ao papa e desperdiçado
entre os padres e as ordens religiosas. Felizmente o governo do Marquês de
Pombal (1750-1777) produziu um avivamento na indústria, no comércio, na
educação, e em todos os aspectos da vida. Depois do terremoto que destruiu
Lisboa, a capital, em 1755, foi edificada uma cidade melhor. A Inquisição foi
suprimida, e os jesuítas foram expulsos do país. E pena que este grande
estadista não fosse amigo do Evangelho e não substituísse pelas Escrituras as
abominações religiosas.
Quando o rei (José I) morreu e
passou a reinar a sua filha Maria I, então os jesuítas voltaram, e a rainha,
que era uma religiosa fanática, enlouqueceu, e a decadência de Portugal
continuou. Eis o que escreveu um historiador contemporâneo: "A igreja em
Portugal é como um deserto árido. Não tenho ouvido ou lido de qualquer esforço
feito durante séculos para introduzir um raio de verdade evangélica entre eles
[os portugueses]. As Escrituras são um livro selado, escondido e interdito. A
superstição, a imoralidade e a crueldade pairam sobre eles. Nenhum espírito reformador
ousa murmurar uma dúvida acerca dos dogmas absurdos, ou fazer sugestão para
reformar os piores abusos sacerdotais. Provavelmente Portugal e suas colônias
serão os derradeiros entre as nações a serem salvos da ignorância, e
libertados do jugo do papado... Havendo contribuído tanto quanto qualquer outra
parte para expulsar os jesuítas e extinguir esta ordem, Portugal não tem
subido acima dos seus velhos preconceitos e submissão à imposição sacerdotal.
Estou seguro disso, e é espantoso ver com que profundo ódio e aborrecimento
eles nos olham a nós como hereges".
Veio a liberdade mais tarde
quando Portugal obteve uma constituição mais liberal, e recebeu depois diversos
missionários para pregar no país. Então a luz começou a dissipar as trevas, não
só em Portugal, mas também na sua antiga e principal colônia, agora
independente, o Brasil. No princípio, a luz veio de outras trevas, mas agora
estes países estão sendo evangelizados pelos seus próprios filhos. Há um fato
impressionante em relação à evangelização dos países que falam a língua
portuguesa: é que Deus preparou o instrumento principal, a chave de ouro para
abrir a porta de ferro que conduz à liberdade espiritual, com dois séculos de
antecedência, quando pôs no coração de João Ferreira de Almeida traduzir a
Bíblia em língua portuguesa. Esta obra gloriosa foi terminada no ano de 1670 em
Batávia, capital onde o servo de Deus residia. O tradutor era português nato,
mas seu nome não está escrito em qualquer rol de honra na sua pátria, e parece
ser um nome desconhecido pela maioria de seus patrícios, e dos brasileiros,
mas é um nome querido (e deve sê-lo) de todos os amantes da Palavra de Deus,
que falam a língua portuguesa. Durante a sua vida ele recebeu mais maldição do
que louvor por ter preparado a boa semente que futuramente iria produzir bom
fruto. Depois de quase três séculos, as terras onde se fala a língua portuguesa
ainda estão brancas para a ceifa. [Escrito em 1943].
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História Do Cristianismo - Teologia 32.291 - POLÔNIA
História Do Cristianismo -
Teologia 32.291
POLÔNIA
A Polônia era, no tempo da
Reforma, um grande país, estendendo-se do mar Báltico ao mar Negro, e incluindo
a Ucrânia. Os poloneses são da raça eslava, e receberam a religião católica no
século X. Nos séculos seguintes, a Polônia lutou constantemente contra seus
inimigos, como as hostes tartáricas do Oeste, que devastavam suas cidades e
aldeias. Pelejou também contra os prussianos, raça vizinha, então paga; e, ao
norte, contra os lituanos, povo feroz e selvagem. Os Cavaleiros Teutônicos
vieram morar perto a fim de converter estas raças pagas, e fazê-las cristãs por
meio da espada, mas sem bom êxito. A Ordem Teutônica foi formada durante as
cruzadas contra os maometanos na Palestina.
Terminadas essas guerras, os
cavaleiros ficaram sem emprego. Não tendo tido bom êxito com o evangelho da espada
contra os pagãos, começaram a brigar com os poloneses, que foram para eles um
espinho durante séculos. Os poloneses eram um povo guerreiro e, felizmente,
durante três ou quatro séculos foram governados por bons reis. O rei da
Lituânia aceitou a religião católica e persuadiu o seu povo a reconhecer o
papa. Os Cavaleiros Teutônicos então ficaram outra vez sem emprego e
tornaram-se negociantes e, finalmente desapareceram. A Lituânia e a Polônia
fizeram uma aliança para a sua própria defesa, e por vezes foram governadas
pelo mesmo rei. Infelizmente, a Polônia era muito difícil de governar, e os
reis possuíam um poder limitado. Depois da Reforma, o rei era eleito por uma
"Dieta" formada por pessoas das classes superiores: proprietários e
nobres. Os trabalhadores não possuíam direitos e eram quase escravos dos
proprietários. A Dieta quase sempre se recusava a dar o dinheiro necessário ao
rei para as suas guerras, e se o rei era eleito pela Dieta, ela impunha tantas
restrições ao rei, que era quase impossível governar.
Enquanto os povos de outros
países pelejavam para obter ou conservar sua liberdade contra reis tiranos, na
Polônia os melhores reis tinham a oposição do povo e eram impedidos pela
constituição. A Polônia era muito ligada à Hungria e à Boêmia, seus vizinhos, e
tinham muita coisa em
comum. Depois da Reforma, a Polônia foi ameaçada pelos
russos, no Norte, e pelos turcos no Oriente. Os russos e tártaros devastaram a
Lituânia; e na Polônia reinava anarquia. O rei viu-se obrigado a transferir sua
autoridade à aristocracia incapaz, cuja única idéia era oprimir as classes
inferiores sem se interessar pelos negócios da pátria. A Dieta recusou pagar os
impostos necessários, e o rei esforçou-se de toda maneira possível, mas em vão. Ele não podia
ajudar os húngaros contra a invasão dos turcos, nem impedir os russos de tomar
as províncias uma após outra do seu aliado lituano, nem as hostes dos tártaros
de penetrar no seu próprio território, roubando e devastando tudo, até o
interior da Polônia. A Hungria caiu em poder dos turcos e a Polônia estava
ameaçada disso, mas o rei não tinha dinheiro para pagar um exército mercenário.
Contudo, usou de toda diplomacia para evitar uma guerra contra os turcos.
No século XV alguns dos
seguidores de João Huss entraram na Polônia, mas um edito contra os
"heréticos" impediu muitos protestantes de entrarem no país. No
tempo da Reforma, entrou, por um lado, o luteranismo, e o calvinismo por outro,
chegando-se a calcular que existia meio milhão de protestantes, e outro meio
milhão da Igreja Ortodoxa, principalmente na Lituânia. Também os Irmãos
Moravianos entraram, mas foram depois banidos e passaram para a Prússia. Os
protestantes deviam seu bom êxito ao fato de muitos nobres favorecerem a sua
causa. Em parte, a razão era política, devido à inveja e ao ódio desses à
igreja católica, que possuía tanta propriedade e riqueza, e estava isenta de
impostos, o que constituía um escândalo.
Os bispos eram levianos e
muitos tinham uma vida viciosa. O ensino era negligenciado e, como resultado,
os filhos dos nobres eram mandados às universidades de outros países, como a
Alemanha, onde eram discutidas as novas idéias da Reforma. O governo foi
obrigado a tolerar a nova religião, salvo as seitas que negavam a doutrina da
Trindade. Na Dieta de 1558, os protestantes obtiveram maioria. Desde esta data
sua causa começou a declinar. Isto foi devido às brigas entre os seguidores de
Lutero e os de Calvino, e a propaganda dos jesuítas, que trouxe certa reação. A
história subseqüente da Polônia é triste. A Dieta continuou na sua tarefa
inglória de impedir toda a reforma política ou fornecer o dinheiro necessário
à manutenção da pátria. Uma decisão de Dieta tornando impossível todo progresso
era muito absurdo, mas foi mantida por ela com uma teimosia extraordinária. Era
que todas as leis precisavam ser aprovadas por unanimidade.
Nestas circunstâncias, um homem
ignorante ou perverso podia estorvar todo o progresso, e a Dieta era composta
de homens ultraconservadores, e muitos deles estavam prontos para trair a sua
própria pátria, e a maioria era paga por outros países inimigos, como a Rússia,
a Áustria e a Prússia. Estes três países queriam arruinar e repartir a Polônia,
e assim davam dinheiro aos membros da Dieta para votar contra toda medida de
melhoramento do país. O resultado foi que a Polônia foi de mal a pior, e os
três países citados repartiram-na entre si. A primeira divisão foi feita no ano
de 1772, a
segunda no ano de 1793, e finalmente o resto da Polônia foi dividido em 1796.
Assim perdeu a Polônia a sua independência. A maior parte caiu nas mãos da
Rússia. Os nobres que tinham impedido todo o progresso durante muitos anos,
saíram do país, empregados no exército da Europa. Os trabalhadores que tinham
sido oprimidos durante séculos, ficaram tão aliviados que aceitaram o jugo dos
estrangeiros sem dificuldade. Mas havia uma classe, os moradores das cidades, e
os negociantes, que sentiram a opressão. A Grande Guerra trouxe um alívio, e
mais uma vez a Polônia foi restaurada pelos aliados, tornando-se uma
República, que fez algum progresso. Seu antigo inimigo, a Alemanha, mais uma
vez devastou esse país, ainda agora (1941) está fazendo esforço para impossibilitar
os poloneses de restaurar o país no futuro.
Na Polônia como em toda a
Europa central, há congregações de crentes que se reúnem à maneira primitiva,
para comunhão e evangelização.
Que o Santo Espirito do Senhor, ilumine
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7 de março de 2019
História Do Cristianismo - Teologia 32.290 - BOÊMIA, ÁUSTRIA, MORÁVIA E HUNGRIA
História Do Cristianismo -
Teologia 32.290
BOÊMIA, ÁUSTRIA, MORÁVIA E
HUNGRIA
Desde o tempo da Reforma até
1918 estes países eram unidos debaixo do governo do arquiduque da Áustria e, depois,
do imperador desse país. Esses arquiduques e imperadores eram da família dos
Habsburgos; a maior parte deles foram tiranos e perseguidores. Antes da
Reforma, a Boêmia era um reino independente e a Morávia uma dependência.
Depois da morte de João Huss, em 1415, os seus seguidores lutaram contra todo o
império alemão, que mandou diversos exércitos para suprimir os
"hereges", mas foram todos desbaratados pelos boêmios. Os hussitas,
infelizmente, eram divididos em dois partidos, um chamado
"utraquistas" e o outro "taboritas". Vendo o papa que os
hussitas não podiam ser vencidos, concordou em reconhecer os utraquistas como
a igreja nacional de Boêmia, concedendo a eles o cálix (proibido a outros
católicos), na missa, que era a única coisa que eles exigiram. Os taboritas
queriam uma igreja separada de Roma, e continuaram a luta. Em 1434 o exército
dos taboritas foi completamente derrotado e espalhado.
Havia porém, muitas pessoas
entre este partido que desejavam conservar o ensino espiritual de João Huss,
as quais formaram sociedades secretas que procuraram voltar para as virtudes da
igreja primitiva. Uma destas comunidades foi fundada numa aldeia da Boêmia
chamada Kun-wald, e muitos uniram-se com eles, incluindo membros da igreja
waldense. A igreja nacional perseguiu este povo, que ficou espalhado mais uma
vez. Um dos pastores chamado Gregório foi torturado e outro foi queimado. Os
crentes, porém reuniram-se em outros lugares, e tomaram o nome de "Unitas
Fratum", (Irmãos Unidos) e resolveram separar-se da Igreja Romana, mas
declararam: "Não condenamos nem excluímos os que ficam obedientes à
Igreja Romana: como não excluímos os membros da igreja grega ou da índia;
assim também não condenamos os membros da Igreja Romana".
Um desses foi consagrado bispo
por um bispo da igreja dos waldenses. Tomaram a Bíblia como seu único guia e
autoridade, e rejeitaram os ensinos da igreja Romana. Puseram muita ênfase
quanto à conduta cristã. O papa Alexandre VI persuadiu o rei da Boêmia de que
esta gente era um perigo para o seu trono. Em 1507 o edito de S. Tiago mandou
que todos os que não se reunissem com a Igreja Ultraquista, ou com a Romana,
que saíssem do país. Surgiu mais uma perseguição, mas felizmente o rei da
Boêmia morreu pouco tempo depois, e os católicos e ultraquistas ocuparam-se com
brigas, de modo que a perseguição abrandou.
Os Irmãos Unidos ouviram com
alegria a notícia da Reforma na Suíça e na Alemanha. Mandaram representantes a
Wittenburgo, onde morava Lutero. Eles concordaram com as novas doutrinas, mas
não gostaram tanto do comportamento de muitos dos seguidores do reformador.
Em 1526 a família real da
Boêmia terminou com a morte do último soberano, e Fernandes, irmão do
Imperador da Alemanha (Carlos V), da família de Habsburgos, e Ar-quiduque da
Áustria, foi proclamado rei da Boêmia, Fernandes era católico fanático. Em
1546 rebentou uma guerra entre a Liga dos Príncipes Protestantes e as
potestades católicas, chefiadas pelo imperador. Muitos dos nobres da Boêmia
tomaram o lado dos protestantes, mas foram vencidos na batalha de Muhlburgo
(1547). Fernandes voltou a Praga (capital da Boêmia) triunfante, executando
alguns dos nobres, e resolveu exterminar os Irmãos Unidos, mandando que todos
os que não assistissem à Igreja Nacional, ou à Romana, saíssem do país.
Milhares deixaram sua pátria, achando refúgio na Alemanha e alguns na Polônia.
Em 1556 Fernandes foi eleito Imperador da Alemanha, e deixou o trono da Boêmia
com seu filho Maximiano, o qual deu licença para os Irmãos Unidos voltarem.
Durante os anos que se
seguiram, a Bíblia, chamada "Bíblia Kralitz", foi traduzida na língua
tcheca (a língua falada na Boêmia). Quando o Imperador precisava de dinheiro
para sua campanha contra os turcos, a Dieta da Boêmia exigiu, antes de fornecer
o necessário dinheiro, que o edito de S. Tiago fosse anulado, e que a liberdade
religiosa fosse garantida. A necessidade sendo urgente, um decreto chamado a
"Carta Boêmia" foi assinado concedendo essa liberdade. Em 1616
Fernandes II foi eleito rei da Boêmia. Estava inteiramente debaixo da
influência dos jesuítas. Embora jurasse observar a Carta, começou logo a violá-la.
Os nobres boêmios se revoltaram, recusando reconhecer Fernandes como rei, e
convidaram, Frederico, Eleitor do Palatinado (um Estado alemão) para ser rei
da Boêmia. Este príncipe era protestante calvinista, e sua mãe era filha de
Guilherme, o silencioso, de Orange. O jovem eleitor casou-se com Isabel, filha
mais velha de Tiago I, rei da Inglaterra. Embora muito novo, Frederico foi
escolhido chefe da União Protestante, formada para proteger os estados
protestantes. Era homem de bons princípios e de caráter, mas não possuía
habilidade suficiente para chefiar a União, e todos seus esforços terminaram em
desastre.
Os príncipes católicos formaram
a "Liga católica" para combater a União, e o chefe da Liga era o
Duque de Bavária. Infelizmente, Frederico aceitou o trono da Boêmia e foi
coroado no ano de 1619. Foi uma escolha que trouxe resultados desastrosos, não
somente a Frederico e à Boêmia mas também à Europa. Não tinha o apoio dos
outros príncipes protestantes, como o eleitor da Saxônia, e o rei da
Inglaterra. O arqueduque d'Áustria foi eleito em 1619 Imperador da Alemanha, e
rei da Hungria, e declarou guerra contra Frederico e os boêmios, que
considerava como rebeldes. "Fernandes chamou Maximiliano, Duque da
Bavária, e a Liga Católica para ajudá-lo. O Duque mandou um exército entrar e
devastar o Palatinado, enquanto o general de Fernandes combatia contra a
Boêmia. Esta guerra é conhecida como a "Guerra dos trinta anos"
devido ao tempo que durou. Em 1620 Frederico e os boêmios foram completamente
desbaratados na Batalha de Monte Branco, perto de Praga. Frederico, com sua
esposa e família, foi obrigado a fugir. Tendo já perdido também sua herança no
palatinado, foi obrigado a fugir para a Holanda, onde morou até sua morte,
como um hóspede dos governadores do país.
A guerra dos Trinta Anos é
dividida em três partes, a primeira e a segunda foi por motivo religioso entre
protestantes e católicos. Foi travada com grande ferocidade, e o sofrimento do
povo era terrível. Dizem que a Alemanha sentiu seus efeitos durante um século.
Os exércitos man-tiam-se pelo roubo, tanto de amigos como de inimigos, devastando
o terreno onde lutavam. Fernandes e seus generais, Tilly e Vallenstein, foram
quase sempre vitoriosos na primeira fase. A segunda fase foi marcada com a
entrada de Gustavao Adolfo, rei da Suécia, campeão da fé protestante, com um
exército bem treinado e equipado. Foi o único exército que não roubou o povo,
sendo bem disciplinado e comportado. O aspecto da guerra mudou depressa.
Gustavo venceu os generais Tilly e Vallenstein, mas caiu morto na batalha de
Lutzen (1632). No ano de 1653
a França entrou na guerra, ao lado da Suécia, e a
guerra perdeu todo o aspecto religioso. Depois de trinta anos de luta, Fernandes
II fez as pazes, perdendo a França o estado de Alsácia, e o filho de Frederico
e Isabel voltaram para governar o seu eleitorado. Esta guerra prolongada foi um
desastre também para os Irmãos Unidos. Fugiam para os países vizinhos onde
podiam-se abrigar. Um bispo deles chamado João Amos Comênio, continuou
apascentando seu rebanho secretamente na Morávia. Ele deu-lhes o nome
"Semente Escondida", mas são chamados também irmãos moravia-nos. Esta
igreja foi composta de taboritas, waldenses, e crentes da Alemanha, e foi desta
igreja que o bom Zinzendorf escolheu o grupo com que formou a sua sociedade em
Hernhut que depois mandou tantos missionários pioneiros para terras estrangeiras.
A família dos Habsburgos foi
notável por sua tirania, perseguição religiosa, e infelicidade com guerras e
revoltas. Fez uma guerra contra os turcos, a Guerra dos Sete Anos, no século
XVIII, e depois uma guerra prolongada contra Napoleão no princípio do século
XIX, e mais tarde contra a França e a Itália, e depois contra a Alemanha.
Depois da Grande Guerra de
1914-1918, a
Hungria, a Boêmia, e a Morávia e outras províncias, foram separadas da Áustria.
A Boêmia alcançou sua independência e com a Morávia formou a República da
Tchecoslováquia. Sendo um país industrial, e um povo inteligente e ativo
progrediu rapidamente em 20 anos. Infelizmente, no ano de 1938 caiu em poder da
Alemanha hitlerista, que tirou a sua liberdade, e procurou destruir as suas
instituições antigas. A Hungria também foi constituída uma república depois da
primeira Grande Guerra, mas não teve o mesmo progresso que a Boêmia.
No século XVI a Hungria fez
grandes esforços para ganhar mais liberdade política, pois estava debaixo do calcanhar
do Império da Áustria, e obteve uma certa medida da independência. Desde a
Reforma tem havido crentes evangélicos na Áustria e na Hungria, mas a
perseguição constante reduziu o número. Na Hungria, Bulgária e Romênia há
muitas congregações de evangélicos chamados "Nazarenos". O fundador
deste movimento foi um ministro suíço, chamado Frohlich. Entrou como jovem no
ministério na Suíça, e, sendo convertido, começou a pregar o Evangelho, muito
contra o gosto dos seus superiores, que procuraram corrigir sua teologia.
Quando Frohlich recusou modificar sua pregação, foi expulso do ministério no
ano de 1818, mas continuou sua pregação como itinerante, visitando outras
partes da Suíça e Alemanha. Dois operários ambulantes da Hungria, visitando a
Suíça, ouviram Frohlich e foram convertidos. Voltando a Budapeste, capital da
Hungria, estes homens anunciaram as Boas-Novas, e muitos foram atraídos. Uma
congregação foi formada na cidade e cresceu rapidamente, reunindo-se com
regularidade. Um grupo desta congregação saiu de Budapeste como missionários
aos países vizinhos e levaram o Evangelho até as fronteiras da Turquia. Tomaram
o nome "Nazarenos" por serem desprezados.
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História Do Cristianismo - Teologia 32.289 - ITÁLIA
História Do Cristianismo -
Teologia 32.289
ITÁLIA
Dos séculos XV a XIX, a Itália
esteve dividida em diversos estados, ducados, repúblicas, e reinos. No centro
havia os estados da igreja, governados pelo papa, sendo a cidade de Roma a
capital. A corrupção nos estados do papa era medonha. A maioria dos papas
procurava constituir seus parentes como príncipes nos estados vizinhos. Nos
últimos quarenta anos deste século (XV) o crime político aumentou
consideravelmente. De vez em quando papas honestos e sinceros eram eleitos, e
procuravam reformar o estado de corrupção que existia, mas estes eram
desprezados por todos, e quando morriam as condições imorais voltavam ainda
piores. Os príncipes secretamente assassinavam seus rivais. Os papas eram
ímpios, levavam vida escandalosa, e alguns deles eram verdadeiros monstros de
iniqüidade. O pior deles foi Alexandre VI, da família Borgia, cujos filhos
eram o terror de Roma. A República de Florença foi governada por um monge
chamado Girolamo Savonarola, que pela vida santa e pregação que apresentava
produziu uma reforma na república, mas sua vida e pregação (embora um católico
verdadeiro) era uma repreensão à vida e à iniqüidade do papa, e Alexandre
tratou logo de processá-lo, e Savonarola foi condenado e queimado em praça
pública em 1498.
Daí por diante a Itália
tornou-se um campo de batalha dos exércitos espanhóis, franceses e alemães. No
ano de 1527, Roma foi tomada, o papa preso no castelo, e a cidade saqueada por
30.000 soldados. Durante os 340 anos que se seguiram após o saque de Roma, a
Itália foi repartida por países estrangeiros e sua história é uma série de
guerras entre as famílias reais dos Habsburgos e dos Bourbons.
No Estado de Piemont, no Norte,
existiam colônias de crentes primitivos chamados Valdenses (ou Vaudois). Estes
eram os descendentes dos seguidores de Pedro Waldo, um negociante rico de Lyon,
na França, que sendo convertido, deixou seu negócio para pregar o Evangelho
(1170). Seus seguidores, sendo perseguidos, fugiram das cidades e esconderam-se
nos vales entre os Alpes, e séculos depois foram achados na província do
Oriente, da França. Estes crentes espalharam-se na Itália, procurando
evangelizar os italianos, mormente o povo mais humilde, mas quando veio a
perseguição voltaram para as montanhas.
Os pastores deste povo
chamavam-se "barbas", e ouvindo acerca das novas doutrinas da
Reforma enviaram dois deles: Jorge Morei e Pedro Masson a Basiléia para visitar
o reformador Oecolâmpade, a fim de conferir suas doutrinas. Achavam que havia
muito em comum entre os Waldenses e os reformadores, embora existissem também
certas diferenças. Depois, o pregador Guilherme Farei foi convidado a assistir
a uma conferência com os representantes dos Waldenses. A esta conferência
assistiram anciões das igrejas da Itália, não somente do Norte, mas também do
Sul, e crentes da França, Alemanha e Boêmia. Entre eles havia alguns nobres da
Itália, que tomaram parte na discussão. Farei era o pregador principal; ele era
um homem eloqüente e espiritual. Nessa reunião, ficou resolvido fazer uma
melhor tradução da Bíblia na língua francesa. Esta obra foi feita por um crente
francês chamado Olivetan.
A igreja de Roma fez muitas
tentativas de apagar a voz do Evangelho, perseguindo os crentes e mandando
exércitos para exterminá-los, mas essa luz nunca foi completamente apagada.
O povo protestante da
Inglaterra tem mostrado seu interesse e simpatia para com os Waldenses desde o
tempo do Protetor Oliver Cromwell. Havendo no ano 1650 uma grande perseguição,
o Protetor interessou-se em favor do povo perseguido, de tal modo que seus inimigos
foram obrigados a desistir da perseguição. O poeta Milton descreveu num poema
os sofrimentos dos Waldenses durante esse tempo, e uma grande coleta foi
levantada no país para ajudá-los, e o dinheiro enviado aos que tanto sofriam.
No reinado da rainha Ana da Inglaterra, um subsídio foi mandado pelo governo
britânico para ajudar os pastores Waldenses, e continuou até o tempo de
Napoleão. No ano de 1823 um ministro anglicano visitou os vales de Piemont e
escreveu um livro contando sua experiência entre os Waldenses. O livro foi
lido por um coronel do exército inglês chamado Beckwith. Este, não tendo mais
serviço no exército, resolveu dedicar o resto da sua vida em promover o
bem-estar da igreja Waldense. Durante 35 anos, Beckwith trabalhou entre esse
povo, estabelecendo 120 escolas; ele edificou uma igreja em Turim, capital de
Piemont, no ano de 1849. Uma missão inglesa ainda funciona nessa zona.
O domínio francês, no tempo de
Napoleão, trouxe mais liberdade à Itália, mas não trouxe mais luz evangélica.
Durante cinqüenta anos depois da queda de Napoleão, a história da Itália era
uma luta entre a tirania dos governadores austríacos no Norte; do papa no
Centro, e dos reis de Nápoles (da família dos Burbons) no Sul. Tirania,
corrupção e opressão reinavam em toda a parte. Os homens que faziam qualquer
propaganda em favor da liberdade eram metidos em prisões, sem processo, ou
foram mortos.
É provável que os estados
papais fossem o pior e o mais corrupto lugar que o mundo jamais viu. Um homem
que, mais do que outro qualquer, ajudou a libertação do país, foi Giussepe
Garibaldi. Serviu, na sua mocidade, na Guerra dos Farrapos, no Rio Grande do
sul (Brasil) e casou-se com uma brasileira - Anita Garibaldi - que o animou na
sua tarefa na Itália. Os exércitos do rei de Nápoles fugiram diante de
Garibaldi e seus "camisas vermelhas", e Vitor Emannuel, rei de
Sardenha, ajudado pelo exército francês, venceu os austríacos. Finalmente
tomaram Roma, e os estados da igreja, e toda a Itália foi unida num reino, e o
papa retirou-se para o Vaticano, perdendo assim o seu poder temporal, onde ele
e seus predecessores governaram tão mal. Durante estas lutas, existiam grupos
de crentes italianos, mas a maior parte deles era gente humilde.
No princípio do século XIX, o
grande duque de Tosca-na, um dos estados do Norte da Itália, convidou o Conde
Guicciardini para organizar um sistema superior de educação. O Conde, em busca
de bons livros para esse fim, achou uma Vulgata (Bíblia em Latim) na sua
biblioteca, e começou a estudá-la, mas ficou espantado quando observou que seu
ensino não confirmava o da igreja romana. Nesta altura, o conde, certo dia, viu
um seu criado lendo um livro, que se apressou em esconder quando recebeu seu
patrão. O conde perguntou-lhe que era o que lia. 0 criado pediu-lhe então que
não o traísse, e mostrou-lhe a Bíblia em italiano. O conde pediu ao servo que subisse a um
quarto de seu palácio a fim de eles juntos estudarem o livro. Guicciardini foi
convertido desta maneira, e achando grupos de crentes, que eram pessoas
humildes, reuniu-se a eles. No ano 1851, foi promulgada uma lei, instigada
pelos jesuítas, proibindo tais reuniões e o Conde foi obrigado a sair da sua
pátria, e ir para a Inglaterra, onde gozava da comunhão dos crentes. Ele foi o
meio da conversão de um seu patrício de nome Rosseti. Quando veio a liberdade,
no ano de 1871, Guicciardini voltou à Itália, pregou e ensinou até a sua morte.
Desde o dia em que o papa perdeu seu poder temporal, e retirou-se como
"prisioneiro do Vaticano", o país tem-se desenvolvido. Nesse tempo o
papa achou consolo na declaração do Sínodo do Vaticano acerca de sua
infalibilidade que foi anunciada no ano de 1870, e aceita pela Igreja Romana
como uma das suas doutrinas. Essa igreja ainda procura impedir a evangelização no
país, mas uma lei sobre religião, embora com certas restrições, garante essa
liberdade.
A primeira Grande Guerra, que
terminou em 1918, deixou a Itália muito abatida, embora com mais território. O
país tem-se desenvolvido, mas, infelizmente, numa direção militar em desacordo
com o caráter do povo italiano, e agora (1941) o país está envolvido em outra
guerra, que é capaz de enfraquecer a Itália consideravelmente.
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História Do Cristianismo - Teologia 32.288 - HOLANDA E BÉLGICA
História Do Cristianismo -
Teologia 32.288
HOLANDA E BÉLGICA
A Holanda e a Bélgica são
países que têm sido unidos sob o mesmo governo, e separados por diversas vezes.
São chamados Países Baixos devido à pouco altitude de seus terrenos.
Já vimos como na luta contra a
tirania de Felipe II, os Países Baixos obtiveram sua independência. Guilherme
de Orange (chamado também Guilherme, o Taciturno) era holandês, e o povo
protestante. A maioria do povo belga era católica e de outra raça, e não queria
Guilherme como seu príncipe, preferindo o velho regime; algumas províncias
aceitaram o rei da Espanha, e duas convidaram um príncipe francês, o Duque
d'Anjou. Finalmente este príncipe retirou-se, e as duas províncias foram
restauradas ao rei da Espanha, e assim sacrificaram seu progresso e prosperidade.
Milhares de seus habitantes, os mais progressistas e inteligentes, fugiram da
Inquisição para habitarem na Holanda. Todo o comércio ficou paralisado nas
cidades principais, e o capim crescia nas ruas. A Bélgica não prosperou até o
século XIX, foi um campo de batalha em diversas guerras entre as potências
vizinhas.
Depois da queda de Napoleão,
que havia conquistado os Países Baixos, a Bélgica e a Holanda foram unidas, e
começou um tempo de prosperidade para eles. Surgiram tantas questões entre os
dois países, devido às diferenças de idéias, língua e religião, que a Bélgica
acabou por revoltar-se e escolher como rei um príncipe alemão que foi coroado
com o nome de Leopoldo I. Este rei era protestante, e sob a sua direção, o país
prosperava rapidamente, e continuou seu progresso durante o século XIX.
A história da Holanda é muito
diferente. A prosperidade começou logo depois de obtida a sua independência.
Os holandeses são excelentes marinheiros, e fundaram diversas colônias no
além-mar, e suas indústrias e comércio interno prosperaram. Na cidade de
Leiden, uma universidade foi fundada no ano 1575. Os primeiros professores
eram homens piedosos e moderados e ensinavam o valor da tolerância, mas
geralmente os ministros calvinistas se opuseram a tais inovações, sustentando
que o país devia ter somente uma religião. Um dos estudantes desta universidade
era Tiago Armínio. Depois passou ele algum tempo em Genebra com Teodoro Beza
(sucessor de Calvino). Armínio era homem liberal, tolerante e piedoso, e muito
contra os princípios rígidos de uma uniformidade forçada. Não era contencioso,
mas possuía mente clara e lógica. Um dos seus princípios era que a providência
ou governo de Deus, embora soberana, é exercida em harmonia com a natureza das
criaturas governadas, isto é: a soberania de Deus é exercitada numa maneira
compatível com a liberdade do homem.
Quando Armínio morreu, a
Holanda foi dividida em dois sistemas religiosos, os calvinistas e os
seguidores de Armínio, que foram chamados "os remonstrantes". O primeiro
ministro do estado, chamado Oldenbarnevedt, deu seu apoio aos
"remonstrantes". O príncipe Maurício de Orange, querendo debelar o
movimento, mandou prender e processar os aderentes. Dois chefes foram
condenados à prisão perpétua, um foi o célebre Hugo Grotio. Outro, o grande
estadista Oldenbarnevedt, foi degolado em 1619. Este ministro de estado fez
mais do que qualquer outro para a libertação da pátria, estabelecendo também
justiça, paz e prosperidade durante 30 anos. Grotio era doutor em direito pela
Universidade de Leiden, e um dos homens mais eruditos na Europa. Depois de
muitos anos na prisão, pelo auxílio da sua esposa, Grotio escapou da fortaleza
onde estava preso. A julgar por estes fatos, podemos entender que a liberdade
de consciência e a tolerância não eram ali apreciadas nos séculos XVI e XVII.
Embora a Holanda tenha sofrido
com guerras, a igreja ali tem gozado liberdade e tranqüilidade, mas, como as demais
igrejas protestantes nacionais, seu estado durante os séculos XVIII e XIX era
semelhante ao da igreja de Sardo, descrita no Apocalipse. Atualmente (1941) o
país está sofrendo sob a tirania dura de Hitler. A boa rainha junto com o
governo, fugiu para a Inglaterra, onde aguarda o dia de voltar à sua pátria,
isto é, quando o país for liberto dos seus opressores.
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