História Do Cristianismo -
Teologia 32.295
GALES
Os galeses são descendentes de
raças originais da Britânia, que fugiram de povos de raças germânicas,
invasoras do país nos séculos VI e VII, cujos descendentes são os ingleses. O
rei Eduardo I da Inglaterra conquistou Gales (1282) e ao seu filho mais velho
foi dado o título de "Príncipe de Gales" título ainda dado ao filho
mais velho dos reis britânicos que o sucederam. A língua usada pelo povo é
muito diferente da inglesa, e até hoje muitos dos camponeses falam a língua
indígena.
Durante a Reforma havia
diversos estudantes galeses nas universidades da Inglaterra (Oxford e
Cambridge) que pertenciam ao partido dos Reformadores e no reinado de Isabel a
Bíblia foi traduzida para a língua galesa. Em 1567 a tradução do Novo
Testamento ficou concluída, e 800 exemplares foram distribuídos nas diversas
paróquias de Gales. O livro de Oração também foi traduzido, e a igreja
estabelecida era idêntica à da Inglaterra. Bispos que falavam a língua galesa
foram nomeados durante o primeiro século da história da igreja anglicana, e
depois somente ingleses, que não sabiam a língua galesa é que foram escolhidos.
A educação do povo foi negligenciada até meados do século XVIII, e a maior
parte era analfabeta.
Nesse século XVIII, Griffiths
Jones, ministro anglicano, instituiu um sistema de educação, e de escolas,
obtendo como resultado, antes da sua morte, que uma terça parte do povo
aprendeu a ler as Escrituras em sua própria língua. Os bispos ingleses da
Igreja Anglicana não manifestaram interesse algum pela educação do povo, nem
pelo serviço de Griffiths Jones. Felizmente diversas pessoas ricas ajudaram
bastante, fornecendo o dinheiro necessário para esse fim. Durante este tempo
houve uma revivificação espiritual no país, devido à pregação de diversos
ministros da igreja galesa. Os principais pregadores foram Ho-well Harris,
Daniel Rowlands, Pedro Williams, e Williams Williams, sendo o último o autor de
muitos livros na língua inglesa. Eram pregadores eloqüentes e homens de oração,
e pregavam com poder extraordinário, havendo, às vezes, manifestações físicas
entre os ouvintes. Milhares de galeses se converteram.
Outros pregadores continuaram o
trabalho na geração seguinte, como Christmas Evans, Henrique Rees e João Jones.
Todos esses pertenciam à igreja estabelecida, mas tiveram de formar uma
sociedade metodista calvinista. Queriam ficar ligados à igreja anglicana, mas,
devido à oposição dos bispos, alguns foram expulsos e outros deixaram essa
igreja, e continuaram pregando como dissidentes. Daniel Rowlands foi convertido
pela pregação de Griffiths Jones, e tornou-se amigo de Jorge Whitefield, o
célebre pregador inglês. Pregou com a mesma eloqüência, entusiasmo e poder de
Whitefield, mas na língua galesa. Foi enxotado da sua igreja pelo seu bispo e
edificou uma casa de oração onde assistia a toda a congregação que outrora
pertencera à igreja local, que ficou sem membros. Milhares de pessoas vinham ouvir
Rowlands pregar aos domingos, viajando até 20 léguas para assistirem às suas
pregações. Um jovem que foi ouvir a sua pregação foi Thomas Charles, um dos
fundadores da Sociedade Bíblica Britânica e Estrangeira. A pregação de Rowlands
deixou uma impressão extraordinária na alma de Charles, de que nunca se esqueceu.
Muitos dos metodistas galeses
continuaram na igreja estabelecida. Mas, finalmente, no ano 1811, separaram-se,
formando uma denominação independente. Os batistas também trabalharam em Gales,
e fizeram muito progresso. Chistmas Evans foi um dos seus pregadores mais conhecidos.
Um ministro evangélico célebre
foi Thomas Charles (1755-1814), que foi convertido ainda jovem pela pregação de
Daniel Rowlands; mais tarde foi ministro em Bala e tornou-se conhecido como
Charles de Bala. Foi o fundador das escolas dominicais em Gales. Uma escola
dominical naquela época era uma novidade. Ele é no entanto, mais lembrado como
um dos fundadores da Sociedade Bíblica Britânica e Estrangeira.
A história desta Sociedade é
bem conhecida: Uma menina filha de um pobre lavrador de Gales, chamada Maria
Jones, desejava ardentemente possuir uma Bíblia, e durante alguns anos
trabalhou para ajuntar o dinheiro necessário para adquiri-la. Quando julgou
possuir o suficiente, fez uma viagem de 15 léguas a pé, e sozinha, a Bala, onde
residia o sr. Charles que vendia as bíblias. Chegando à casa deste bom homem,
descobriu que ele já vendera a última Bíblia que havia na língua galesa. Maria
chorou tanto e com tal desapontamento que o sr. Charles ficou comovido,
dando-lhe uma Bíblia quando ouviu do esforço que ela fizera para possuir esse
tesouro. Depois, o sr. Charles foi a Londres e, convocando alguns amigos
evangélicos, contou-lhes o caso de Maria Jones, sugerindo a urgente necessidade
de formar uma Sociedade Bíblica para suprir o povo de Gales de bíblias a preços
baratos. Um dos amigos respondeu: "Certamente, sr. Charles, uma Sociedade
deve ser formada para este fim, mas se for para Gales, por que não para o mundo
todo?" Assim foi iniciada a grande Sociedade Bíblica Britânica e
Estrangeira, que tem ajudado a imprimir a Palavra de Deus em mais de 700
línguas, e agora manda ao mundo anualmente mais de onze milhões de porções das
Escrituras.
Que o Santo Espirito do Senhor, ilumine
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