26 de agosto de 2016
Filosofia da Religião - Teologia 23.14 - O significado de “Filosofia da Religião”
Filosofia da Religião - Teologia 23.14
O significado de “Filosofia da religião”
A filosofia, tal como a religião,
como um sistema, começou como uma defesa das crenças religiosas, através do
raciocínio filosófico. Assim, temos as provas racionais da existência da alma e
de Deus, como exemplos desse tipo de atividade. Porém, uma verdadeira filosofia
da religião não é especialmente defensiva, e nem especificamente negativa.
Antes, é a consideração de assuntos religiosos mediante a crítica analítica e
avaliação feitas pela filosofia. O propósito disso não é, em primeiro lugar,
aceitar ou rejeitar as crenças religiosas e, sim, compreender e descrever as
mesmas de formas mais exatas e abrangente. “A filosofia da religião é o estudo
lógico dos conceitos religiosos e dos conceitos, argumentos e expressões
teológicos: o escrutínio de várias interpretações da experiência e das
atividades religiosas. O filósofo que pratica a mesma não precisa dedicar-se a
religião que estiver estudando... A filosofia da religião deve ser destinguida
da apologética. Novamente, não é idêntica à teologia natural, visto que o
filósofo da religião também pode ocupar-se na avaliação de alegadas
revelações”.
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Filosofia da Religião - Teologia 23.13 - Classificação, Característica e Significação de Religião - O Monoteísmo
23.13 - ESTUDO BIBLICO – Teologia Filosofía da Religião –
Classificação, característica e significação de Religião
O monoteísmo
As religiões monoteístas professam a
crença num Deus único, transcendente -- distinto e superior ao universo -- e
pessoal. Um dos grandes problemas do monoteísmo é a explicação da existência do
mal no mundo, o que levou diversas religiões a adotarem um sistema dualista, o
maniqueísmo, fundado nos princípios supremos do bem e do mal.
As grandes religiões monoteístas são
o judaísmo, o cristianismo -- que professa a existência de um só Deus, apesar
de reconhecer, como mistério, três pessoas divinas -- e o islamismo.
Elementos característicos dos sistemas
religiosos. Os princípios elementares comuns à maioria das religiões conhecidas
na história podem agrupar-se nos seguintes capítulos: crenças, ritos, normas de
conduta e instituições.
Toda religião pressupõe algumas
crenças básicas, como a sobrevivência depois da morte, mundo sobrenatural etc.,
ao menos como fundamento dos ritos que pratica. Essas crenças podem ser de tipo
mitológico -- relatos simbólicos sobre a origem dos deuses, do mundo ou do
próprio povo; ou dogmático -- conceitos transmitidos por revelação da
divindade, que dá origem à religião revelada e que são recolhidos nas
escrituras sagradas em termos simbólicos, mas também conceituais.
Os conceitos fundamentais
organizam-se, de modo geral, em um credo ou profissão de fé; as deduções ou explicações
de tais conceitos constituem a teologia ou ensinamento de cada religião, que
enfoca temas sobre a divindade, suas relações com os homens e os problemas
humanos cruciais -- a morte, a moral, as relações humanas etc. Entre as crenças
destaca-se, em geral, uma visão esperançosa sobre a salvação definitiva das
calamidades presentes, que pode ir desde a mera ausência de sofrimento até a
incógnita do nirvana ou a felicidade plena de um paraíso.
A manifestação das próprias crenças e
anseios mediante ações simbólicas é inerente à expressividade humana. Da mesma
forma, as crenças e sentimentos religiosos têm se manifestado através dos
ritos, ou ações sagradas, praticados nas diferentes religiões. Até no budismo,
contra o ensinamento de Buda, desenvolveram-se desde o começo diversas classes
de rituais. Toda religião que seja mais do que uma filosofia gera uma série de
ritos ao ser vivida pelo povo. Existem ritos culturais em honra à divindade,
ritos funerários, ritos de bênçãos ou de consagração e muitos outros.
Observa-se em geral, nas diversas
religiões, a existência de ministros ou sacerdotes encarregados de celebrar os
principais rituais e, em especial, o culto à divindade. Os atos mais
importantes desse culto são oferendas e sacrifícios praticados em conjunto, com
invocações e orações. Com freqüência celebram-se os ritos em lugares e épocas
considerados sagrados, especialmente dedicados à divindade, e observados com
escrupulosa exatidão através dos tempos.
O terceiro elemento característico de
toda religião é o estabelecimento, mais ou menos coercitivo, de normas de
conduta do indivíduo ou do grupo no que se refere a Deus, a seus semelhantes e
a si mesmo. O primeiro comportamento exigido é a conversão ou mudança para um
novo modo de vida. Com relação a Deus, destacam-se as atitudes de veneração,
obediência, oração e, em algumas religiões, o amor. Na conduta no âmbito da
esfera humana entra, em maior ou menor medida, um sistema de normas éticas.
Quase todas as religiões
cristalizam-se em algumas instituições dogmáticas (doutrinárias) e cultuais
(sacerdócio, hierarquia). Muitas delas chegam a institucionalizar a conduta,
com a criação até mesmo de tribunais de justiça e sanções e a organizar
administrativamente as diversas comunidades de crentes e suas propriedades.
Essas instituições dão forma e coesão aos crentes como um grupo social --
religião, povo, igreja, comunidade; a elas somam-se outras instituições
voluntárias de tipo assistencial ou de plena dedicação religiosa, que
correspondem a grupos informais dentro do grupo institucionalizado. As
instituições consideram imprescindível a forma externa, enquanto que a fé
considera o espírito interno como essencial à religião.
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Filosofia da Religião - Teologia 23.12 - Classificação, Característica e Significação de Religião - O Deísmo
Filosofia da Religião - Teologia 23.12
Classificação, característica e significação de Religião
O deísmo
Também uma corrente filosófica, o
deísmo reconhece a existência de Deus enquanto constitui um ser supremo de
atributos totalmente indeterminados. Essa doutrina funda-se na religião
natural, que nega a revelação. O que o homem conhece a respeito de Deus não
decorre apenas das deduções da própria razão humana. Se o universo físico é
regulado por leis segundo a vontade de Deus, as relações entre Deus e o mundo
moral e espiritual devem ser similares, reguladas com a mesma precisão e,
portanto, naturais. O período do Iluminismo (séculos XVII-XVIII) proclamou o
culto à deusa razão e a revolução francesa ajudou a organizá-lo.
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Filosofia da Religião - Teologia 23.11 - Classificação, Característica e Significação de Religião
Filosofia da Religião - Teologia 23.11
Classificação, característica e significação de Religião
O panteísmo
O panteísmo é uma filosofia que, por
levar a extremos as noções de absoluto e de infinito, próprias do conceito de
Deus, chega a considerá-lo como a única realidade existente e, portanto, a
identificá- lo com o mundo. É clássica a formulação do filósofo Baruch Spinoza,
no século XVII: Deus sive natura (Deus ou natureza). Alguns filósofos gregos e
estóicos foram panteístas, doutrina que também é a base fundamental do budismo.
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Filosofia da Religião - Teologia 23.10 - Classificação, Característica e Significação de Religião
Filosofia da Religião - Teologia 23.10
Classificação, característica e significação de Religião
O politeísmo
As religiões politeístas afirmam a
existência de vários deuses, aos quais rendem culto. Existem duas teorias
contraditórias sobre a origem do politeísmo: para alguns, é a forma primitiva
da religião, que mais tarde teria evoluído até o monoteísmo; para outros, ao
contrário, é uma degeneração do monoteísmo primitivo. O politeísmo reflete a
xperiência humana de um universo no qual se manifestam diversas formas de poder
sobre-humano; no entanto, nas religiões politeístas ocorre com freqüência uma
hierarquia, com um deus supremo que reina e que, em geral, pode ser a origem
dos demais deuses. O problema do politeísmo seria delimitar o que se entende
como deus ou como algo sobre-humano. Politeístas foram a religião grega e a
romana.
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Filosofia da Religião - Teologia 23.09 - Lugares e Objetos Venerados
Filosofia da Religião - Teologia 23.09
III - Lugares e objetos venerados
Esta fonte tem três vertentes na cultura dos KIKONGOS, por ser uma cultura oral
e conseqüentemente cheia de segredos.
PRIMEIRO: Existem (lugares como) árvores, por
exemplo: os anciãos não deixam contar, não por crença espiritual Às vezes são
lugares onde eles se encontram para conversar assim como as praças e clubes do
Ocidente.
SEGUNDO: Pode ser aquela árvore uma divisão
territorial de fazenda, ou aldeias de clãs, que fizeram aliança e começaram
morar juntos. Tem mais uma conotação de "documento".
TERCEIRO: Pode representar um túmulo de um
personagem, ou ali se esconderam coisas de um partido político, armamento,
farda, bijuterias, por falta de Banco em determinados lugares.
Acontece que o jovem, africano para ter acesso a essas informações, precisa
idade; a posição da tribo etc. Logo, o que é difundido para a juventude ou o
estrangeiro é : aquele lugar ou tal objeto é sagrado. Com o passar de alguns
anos, cria-se aquele enigma que ninguém desvenda, e aquilo vira santuário.
Posso concluir parcialmente este artigo afirmando que ética e o catecismo
animista consistem na força do obscurantismo espiritual que forma um sistema de
terror psicológico espiritual, que abre portas para uma atuação de Satanás na
vida dos homens em todas as esferas. Tenho-me apercebido de muitas crenças
brasileiras no espiritismo ou baixo- espiritismo. Para mim tudo é do diabo. No
Brasil nada mais é senão fruto de lendas animistas já desvendadas na África,
que deixaram de ser objetos de holocausto e adoração. Com isso concluímos: O
medo é a fé do diabo; o obscurantismo é o seu catecismo, e a mentira é a sua
cruz.
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Filosofia da Religião - Teologia 23.08 - As Fontes da Divulgação do Animismo Entre os Bakongos
Filosofia da Religião - Teologia 23.08
II - As fontes da divulgação do animismo
entre os bakongos
1 - A fonte oral e religiosa
São contos orais recheados de testemunhos passados de geração a geração, sobre
acontecimentos bons ou ruins, que se deram na tribo, clã, ou certa região, com
a intervenção de espíritos. Tal conto vira crença religiosa, ganha símbolos,
gestos e ocupa espaço no tempo para sacríficio.
2 - A fonte mística
Sabemos que em toda a cultura semítica, até mesmo no Ocidente, os sonhos têm um
peso psicológico e religioso muito forte.
Entre os bakongos, sonhos de idoso ou "ancião" e de juvenis têm uma
consideração profética, como meio pelo qual Deus e os Espíritos se comunicam
com os vivos. O ancião não é só respeitado, mas também em certas situações,
reverenciado, principalmente quando é chefe de clã ou um orador pacifista.
Juvenis são considerados puros, sem malícia.
Para além dos sonhos, são considerados também fenômenos de aparições
espirituais, que na maioria se dão com mulheres e lavradores.
3 - A fonte psicológica "medo"
Por nascer numa família cristã, ofereceu-me o conhecimento da cultura e a base
do argumento de atribuir ao medo outra fonte de difusão do ANIMISMO na cultura
Africana "BAKONGOS". É o medo que leva a apontar lugares com
assombrações ou com manifestações de fantasmas. Quando isso acontece, os
animistas vão oferecer sacrifícios orientados por seus líderes, ou invocam tal
espírito para se manifestar através de médium, para informação do que querem
Assim surgem preceitos animistas que suscitam grandes oposições entre cristãos,
animistas e muitas vezes intelectuais que não acreditam nestas coisas, e essa
situação gera confrontos espirituais terríveis.
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Filosofia da Religião - Teologia 23.07 - Vamos ao Assunto e Deixemos Estas Polêmicas Para Outro Momento.
Filosofia da Religião - Teologia 23.07
Vamos ao assunto e deixemos estas
polêmicas para outro momento.
I - O animismo entre os Bakongos se confunde com a pessoa de Deus
Existe uma característica comum entre os Bakongos, que os leva a uma prática
animista. É o conflito da alma e do divino. Acredita-se que a alma é pecadora
até a morte. Depois da morte toda alma é pura e se torna intercessora dos
parentes em vida, ganhando então o conceito divino.
Há crença tradicional que tenta apontar para o seguinte: que a alma de quem
morre se ajunta aos ancestrais no céu, atuando ao mesmo tempo na região da
origem da tribo. Ao mesmo tempo, tais ancestrais se tornam objetos de preces e
invocações para ajudarem na saúde, economia, governo. São-lhes atribuídos
poderes de promover a vida ou a morte.
A partir daí surge o conceito religioso que me leva a acreditar na existência
do animismo e fazer a afirmação do primeiro subtítulo.
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Filosofia da Religião - Teologia 23.06 - Animismo na Cultura Africana
Filosofia da Religião - Teologia 23.06
Animismo na cultura africana
Tenho lido muitos artigos de estudos missiológicos e de religiões sobre
animismo. Falando mais no campo missiológico, o animismo é classificado como a
sexta religião presente e crescente (2,88% da população), o que leva os
missiólogos a classificá-la como religião menor.
Os mesmos estudos indicam que essa religião, aparentemente menor no contexto
mundial, acaba sendo a terceira religião da África, praticada por 20% da
população do continente.
Não quero afirmar categoricamente que estas estatísticas estão corretas, devido
até às dificuldades de se fazer um senso exato das religiões hoje, em razão do
crescimento e dificuldades geopolíticas mundiais, em particular, da África.
Meu artigo não visa a abranger a África toda. Se esta fosse a idéia, faria mais
no contexto da cultura bauto, que eu conheço e estudo.
Vou limitar-me a falar do animismo na cultura dos bakongos, isto é, os povos do
norte de Angola, Brazavile, e República do Congo (ex-Zaire) Apesar de ser
angolano de naturalidade e nacionalidade, sou Kikongo, no contexto de tribo e
língua.
Tenho considerado grosseria missionários que ficam 3, 4, 5, ou até 15 anos em
uma região da África, escreverem uma matéria baseada naquele contexto e a
reputa como realidade africana. Peço perdão a esses missionários e que
respeitem mais a África. A África é um continente de 47 países e milênios de
história.
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Filosofia da Religião - Teologia 23.05 - Politeístas Foram a Religião Grega e a Romana.
Filosofia da Religião - Teologia 23.05 -
Politeístas foram a religião grega e a
romana.
As religiões monoteístas professam a crença num Deus único, transcendente -
distinto e superior ao universo - e pessoal. Um dos grandes problemas do
monoteísmo é a explicação da existência do mal no mundo, o que levou diversas
religiões a adotarem um sistema dualista, fundado nos princípios supremos do
bem e do mal.
As grandes religiões monoteístas são
o judaísmo, o cristianismo e o islamismo.
Xamanismo
A mais pura expressão do Xamanismo se
encontra entre os povos do Ártico
e da Ásia central, mas o fenômeno aparece também no Sudeste Asiático, na
Oceania e mesmo entre os povos indígenas da América do Norte.
Xamanismo é uma experiência mística própria de religiões primitivas, centrada
na pessoa do xmã, que se acredita capaz de curar e de se comunicar com os
espíritos. Aparece em algumas religiões como ideologia principal e em outras
como fenômeno suplementar. Seus poderes se devem à técnica do êxtase, que
domina, e que consiste em poder abandonar o corpo quando em estado de transe.
O xamã exerce as funções de curandeiro, sacerdote e condutor de almas. Os
povos que admitem o xamanismo acreditam que a doença é provocada pela
perda da alma. Assim, o xamã deve de início descobrir onde se encontra a
alma perdida ou seqüestrada por algum espírito do mal. Empreende, em
seguida, uma difícil e perigosa viagem ao outro mundo para resgatar a alma e
devolvê-la, saudável, ao corpo do enfermo.
O indivíduo pode se tornar xamã por decisão própria ou por escolha da
comunidade - o que é raro -, por hereditariedade ou por vocação espontânea.
O escolhido é preparado por um mestre que lhe ensina a técnica do
êxtase, a genealogia e a mitologia da tribo, os nomes e as funções dos
espíritos, os meios de cura, o domínio do fogo e o tratamento que deve
dispensar aos deuses, aos demônios, às almas dos mortos e aos espíritos da
natureza. Em geral, o xamanismo participa das religiões de povos que têm na
caça a base de sua economia e acreditam na existência da alma da natureza e
de animais, assim como na sobrevivência dos espíritos dos antepassados.
O Culto Afro-Brasileiro
Inicialmente restritos aos escravos e
seus descendentes, os cultos afro-
brasileiros, especialmente a umbanda, ganharam adeptos da classe média urbana.
O candomblé das diversas "nações" africanas é a religião afro-brasileira
que
mais fielmente preserva as tradições dos antepassados e a menos permeável às
transformações sincréticas, embora cultue secundariamente entidades
assimiladas, como os caboclos e os pretos velhos. Predomina na Bahia e tem
muitos seguidores no Rio de Janeiro. A umbanda é francamente sincrética com o
cristianismo e o espiritismo kardecista. O culto afro-brasileiro toma o nome de
pajelança na Amazônia, babaçuê no Pará, tambor-de-mina no Maranhão, xangô em
Alagoas, Pernambuco, Paraíba, e batuque no Rio Grande do Sul.
Candomblé: Paradigma dos cultos de origem africana em todo o país, o ritual do
candomblé pode ser considerado, do ponto de vista musical, um oratório dançado.
Cada entidade - orixá, exu ou erê - tem suas cantigas e suas danças específicas.
O canto é puxado, em solo, pelo pai ou mãe-de-santo e é seguido por um coro em
uníssono, formado pelos filhos-de-santo.
Da cerimônia participam três instrumentos
básicos: o atabaque, o agogô e o piano-de-cuia (aguê); a estes se acrescentam
um adjá (no candomblé das nações do
grupo jeje-nagô) e um caxixi (nos ritos do grupo angola-congo).
Tal como se encontra na Bahia, esse candomblé, que pode ser considerado mais
ou menos ortodoxo, na realidade já se apresenta como um resumo de várias
religiões trazidas pelos negros da África e incorpora ainda elementos
ameríndios, do catolicismo popular e do espiritismo.
Xangô: Ainda que com características
próprias, o xangô é a versão local, em Pernambuco, Paraíba e Alagoas, do
candomblé baiano. Xangô é também a
denominação, em língua africana, do orixá jeje-nagô das tempestades, raios e
trovões, cultuados em vários estados do Brasil. O ritmo do xangô é fortemente
marcado por instrumentos percussivos. A dança se caracteriza pelo aspecto
guerreiro, com os braços em ângulo reto e as mãos viradas para cima.
Tambor-de-mina: Manifestação própria do Maranhão,
cuja procedência é o
ritual angola-congo do candomblé, mesclado a outras sobrevivências litúrgicas,
o tambor-de-mina ou tambor-de-crioulo caracteriza-se por uma série de cantos
acompanhados por três tambores, uma cabaça e um triângulo de ferro.
Candomblé-de-caboclo: Manifestação
própria de Salvador e
municípios vizinhos, na Bahia, o candomblé-de-caboclo é uma espécie de
candomblé nacionalizado, que toma por base a ortodoxia do candomblé jeje-nagô.
Trata-se de exemplo nítido do sincretismo religioso popular no Brasil.
Registram-se nele influências indígenas e mestiças, resumindo-se os hinos
especiais de cada encantado ou caboclo, cantados em português, a uma
declaração de seus poderes sobrenaturais
Babaçuê: Versão local, em Belém PA , do rito
jeje-nagô do candomblé baiano, o
babaçuê se assemelha em muitos pontos ao candomblé-de-caboclo. Canta-se e
dança-se ao ritmo de três abadãs (tambores), um xequeré (cabaça) e um xeque
(chocalho de folha-de~flandes). Os hinos denominam-se doutrinas e podem ser
cantados em língua africana ou em português, segundo os espíritos com que se
relacionam. Uma variedade desse rito, o batuque, tem suplantado o babaçuê
nos dias atuais.
Umbanda: Religião sincrética própria do
estado do Rio de Janeiro, a umbanda é
praticada em terreiros encabeçados por um pai ou mãe-de-santo, que preside
ás cerimônias, auxiliado por um cambono (acólito). Os cânticos denominam-se
pontos e, como no candomblé, têm a função de chamar o santo, que se incorpora
nos filhos-de-santo, ou cavalos. Como no candomblé, os orixás se comunicam
diretamente com as pessoas em poucas oportunidades; preferem fazê-lo por
intermédio de entidades intermediárias, os pretos velhos.
Pajelança: No caso da pajelança (Amazonas,
Pará, Piauí, Maranhão), o elemento
gerador é genuinamentre ameríndio. As curas são levadas a efeito pelos pajés,
verdadeiros xamãs indígenas. O instrumento básico de pajelança é o maracá,
instrumento sagrado do pajé. As cerimônias acompanham-se sempre de cantos
e danças para divertir os espíritos. Os cantos são melodias folclóricas
conhecidas;
as danças, exercícios mímicos, com rugidos e uivos imitativos dos animais
invocados. Uma versão da pajelança amazônica é a encanteria ou encantaria
piauiense, fortemente aculturada com o catolicismo popular. Na encantaria, os
crentes repetem várias vezes certa quadra rogatória de purificação, após o que
o pai-de-santo dança em volta da guna (forquilha central da sala), no centro de
um círculo formado por todos os dançantes, que giram sobre si mesmos da
direita para a esquerda. em torno do mestre, que entoa cantos (aié) para que
algum moço (espírito) se aposse de seu aparelho (filho ou filha-de-santo) e
cante
sua doutrina, dançando em transe.
Catimbó: A origem do catimbó, cuja prática
pode ser encontrada em todo o
Nordeste, parece ser a magia branca européia, chegada via Portugal, aculturada
com elementos negros, ameríndios, do espiritismo e do baixo catolicismo. Nele
se
registram cantos de linhas, mas sem nenhum instrumento musical nem bailado
votivo.
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Filosofia da Religião - Teologia 23.04 - Religiões Superiores
Filosofia da Religião - Teologia 23.04
Religiões Superiores
À medida que o homem passou a
organizar sua existência numa base racional, a
multiplicidade poderes divinos e sobre-humanos da religião primitiva não
conseguiu mais satisfazer a necessidade de estabelecer uma relação coerente
com as múltiplas forças espirituais que povoaram o universo. Surgiram assim as
religiões politeístas e monoteístas, expressões das condições sociais e
culturais
de cada época e das características dos povos em que surgiram.
As religiões politeístas afirmam a existência de vários deuses, aos quais
rendem culto. O politeísmo reflete a experiência humana de um universo no qual
se manifestam diversas formas de poder sobre-humano; no entanto, nas religiões politeístas
ocorre com freqüência uma hierarquia, com um deus supremo que reina e que, em
geral, pode ser a origem dos demais deuses. O problema do
politeísmo seria delimitar o que se entende como deus ou como algo algo
sobre-humano.
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Filosofia da Religião - Teologia 23.03 - Religiões Primitivas
Filosofia da Religião - Teologia 23.03
Religiões Primitivas
O homem primitivo, a partir da
experiência do sonho e do fenômeno da
respiração, concebeu a existência de uma alma ou princípio vital imaterial que
habitava todos os seres dotados de movimento e vida. O temor diante dos
fenômenos naturais ou a necessidade de obter seus benefícios impeliu-o a
render-lhes veneração e culto.
O deus sol, a divindade lunar, o trovão, a montanha sagrada, os espíritos da
água,
do fogo, do vento... A crença de que os fenômenos e forças da natureza são
capazes de intervir nos assuntos humanos
constitui o fundamento de todas as idéias
religiosas dos povos primitivos, que viviam em harmonia com a natureza e
sentiam
em todas as suas manifestações a presença do sagrado.
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