História Do Cristianismo - Teologia
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PORTUGAL
No tempo da Reforma, Portugal
rejeitou o Evangelho, preferindo a Inquisição romana, e pagou caro por ter
seguido o exemplo da Espanha. Alianças entre as famílias reais influíram nesta
decisão. O último rei morreu sem família, e Filipe II da Espanha, sendo
herdeiro do trono, entrou em Portugal como rei. A religião católica e a
Inquisição ficaram ainda mais arraigadas no país (1580). Devido ao fato de
Filipe estar em guerra perpétua com a Holanda, e começar outra guerra com a
Inglaterra, Portugal viu-se obrigado a fechar seus portos ao comércio com
estas nações, as mais comerciais. Filipe deixou como herança para seu sucessor
a guerra com a Holanda, e este país aproveitou a oportunidade para invadir o
Brasil, tomando Pernambuco e estabelecendo ali uma colônia holandesa.
No ano de 1640 os portugueses
revoltaram-se contra o jugo espanhol, e proclamaram rei o Duque de Bragança
(João IV). Este novo soberano mostrou energia e prudência, e os holandeses
foram obrigados a sair do Brasil. Embora eles fossem calvinistas, não parece
terem evangeliza-do os brasileiros.
No ano de 1693 minas de ouro
foram descobertas em
Minas Gerais , e o metal foi exportado para Portugal, tendo o
rei João V o desperdiçado em edifícios religiosos e de luxo. A coroa de
Portugal nunca havia sido tão rica como durante os primeiros 50 anos do século
XVIII, mas o reino não prosperou. Muito dinheiro foi emprestado ao papa e desperdiçado
entre os padres e as ordens religiosas. Felizmente o governo do Marquês de
Pombal (1750-1777) produziu um avivamento na indústria, no comércio, na
educação, e em todos os aspectos da vida. Depois do terremoto que destruiu
Lisboa, a capital, em 1755, foi edificada uma cidade melhor. A Inquisição foi
suprimida, e os jesuítas foram expulsos do país. E pena que este grande
estadista não fosse amigo do Evangelho e não substituísse pelas Escrituras as
abominações religiosas.
Quando o rei (José I) morreu e
passou a reinar a sua filha Maria I, então os jesuítas voltaram, e a rainha,
que era uma religiosa fanática, enlouqueceu, e a decadência de Portugal
continuou. Eis o que escreveu um historiador contemporâneo: "A igreja em
Portugal é como um deserto árido. Não tenho ouvido ou lido de qualquer esforço
feito durante séculos para introduzir um raio de verdade evangélica entre eles
[os portugueses]. As Escrituras são um livro selado, escondido e interdito. A
superstição, a imoralidade e a crueldade pairam sobre eles. Nenhum espírito reformador
ousa murmurar uma dúvida acerca dos dogmas absurdos, ou fazer sugestão para
reformar os piores abusos sacerdotais. Provavelmente Portugal e suas colônias
serão os derradeiros entre as nações a serem salvos da ignorância, e
libertados do jugo do papado... Havendo contribuído tanto quanto qualquer outra
parte para expulsar os jesuítas e extinguir esta ordem, Portugal não tem
subido acima dos seus velhos preconceitos e submissão à imposição sacerdotal.
Estou seguro disso, e é espantoso ver com que profundo ódio e aborrecimento
eles nos olham a nós como hereges".
Veio a liberdade mais tarde
quando Portugal obteve uma constituição mais liberal, e recebeu depois diversos
missionários para pregar no país. Então a luz começou a dissipar as trevas, não
só em Portugal, mas também na sua antiga e principal colônia, agora
independente, o Brasil. No princípio, a luz veio de outras trevas, mas agora
estes países estão sendo evangelizados pelos seus próprios filhos. Há um fato
impressionante em relação à evangelização dos países que falam a língua
portuguesa: é que Deus preparou o instrumento principal, a chave de ouro para
abrir a porta de ferro que conduz à liberdade espiritual, com dois séculos de
antecedência, quando pôs no coração de João Ferreira de Almeida traduzir a
Bíblia em língua portuguesa. Esta obra gloriosa foi terminada no ano de 1670 em
Batávia, capital onde o servo de Deus residia. O tradutor era português nato,
mas seu nome não está escrito em qualquer rol de honra na sua pátria, e parece
ser um nome desconhecido pela maioria de seus patrícios, e dos brasileiros,
mas é um nome querido (e deve sê-lo) de todos os amantes da Palavra de Deus,
que falam a língua portuguesa. Durante a sua vida ele recebeu mais maldição do
que louvor por ter preparado a boa semente que futuramente iria produzir bom
fruto. Depois de quase três séculos, as terras onde se fala a língua portuguesa
ainda estão brancas para a ceifa. [Escrito em 1943].
Que o Santo Espirito do Senhor, ilumine
o nosso entendimento
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